PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS NO ENSINO DE INGLÊS.



PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS NO ENSINO DE INGLÊS.

A necessidade de se comunicar levou o homem a buscar o aprendizado de diferentes línguas, e ao longo da história, vários meios foram utilizados para facilitar a aprendizagem destes idiomas. O ensino de Inglês passou por várias mudanças ao longo dos séculos. Métodos e Abordagens foram surgindo mesmo sem haver ainda domínio ou teorias sobre eles. A seguir buscaremos falar um pouco de algumas das principais metodologias utilizadas no ensino de Inglês. O Método mais antigo conhecido foi também o primeiro a receber um nome, o Método Tradicional conhecido também como Método da Gramática e Tradução. Este método de ensino chegou ao Brasil com os Jesuítas, era a metodologia exclusiva até meados do século XX. Foi primeiramente utilizado para o ensino de línguas clássicas como o grego e o latim e depois estendido também para o ensino de línguas modernas, pelo simples fato de não haver conhecimento de outras metodologias. Nesse método a comunicação oral é desnecessária, as habilidades a serem desenvolvidas a partir desta metodologia são a leitura e a escrita. A Língua Inglesa falada não é usada em sala de aula nem pelo aluno nem pelo professor a não ser nas atividades de leitura. Os principais objetivos são a tradução e a leitura de textos na língua alvo. Para isso são necessários o conhecimento das regras gramaticais da língua e um amplo vocabulário da mesma. Rinaldi (2006, p.64) afirma que:
O aluno deve aprender de memória as regras gramaticais da língua meta, o vocabulário, as conjugações verbais e outros pontos gramaticais. A interação ocorre com freqüência entre o professor e
aluno, quase nunca entre um aluno e outro e essa comunicação sempre acontece na língua materna.

As avaliações são feitas através de traduções de textos e exercícios gramaticais. A capacidade de fala e compreensão oral não é exigida. Não havia espaço para a prática oral em sala. O professor é o centro da aula, quase não há interação dos alunos entre si. Apesar de ser um método desenvolvido séculos atrás destinado ao ensino de línguas mortas, ou seja, que não eram mais faladas, este método é ainda hoje um dos mais populares no ensino de línguas e o mais utilizado para o ensino de Inglês em quase todas as escolas públicas e também em muitas escolas particulares em todo Brasil. Com a expansão da Revolução Industrial pelo mundo no século XIX houve uma necessidade ainda maior de comunicação entre as nações. Fazia-se necessário um método de ensino de línguas que priorizasse a comunicação na língua desejada. O Congresso Internacional de Línguas Vivas realizado em Leipzig no ano de 1900 elegeu o Método Direto como melhor meio de preencher a grande lacuna deixada pelo Método Tradicional. Adotado primeiramente na França, tornou-se popular no inicio do século XX em escolas particulares na Europa, chegando ao Brasil apenas trinta anos depois em 1931. O Método Direto tem este nome devido à maneira de abordagem à língua alvo, que é feita sem nenhuma tradução para a língua nativa. As aulas são em língua estrangeira desde o inicio, a transmissão do conteúdo é feita através de simulações, os significados são explicados através de gestos, gravuras, fotos, tudo isso para proporcionar a compreensão sem fazer uso de nenhuma tradução. Em seu artigo sobre métodos de ensino Leffa explica:

A ênfase está na língua oral, mas a escrita pode ser introduzida já nas primeiras aulas. 0 uso de diálogos situacionais (Exemplo: "no banco", "fazendo compras", etc.) e pequenos trechos de leitura são o ponto de partida para exercícios orais (compreensão auditiva, conversação "livre", pronúncia) a exercícios escritos preferencialmente respostas a questionários). A integração das quatro habilidades (na seqüência de ouvir, falar, ler e escrever) é usada pela primeira vez no ensino de línguas. (LEFFA, 1988)


Os exercícios de conversação são feitos através de perguntas e respostas, sendo que essas perguntas são fechadas e seguem um modelo anteriormente proposto pelo professor. A gramática não é ensinada diretamente, ela é inserida no contexto das conversações e aprendida indutivamente.
O professor serve de modelo para o aluno, ele continua a ser o centro da aula, no entanto já é possível, embora de forma controlada, a interação entre os alunos através de jogos de perguntas e respostas e simulações de situações reais.
Na teoria, é uma metodologia excelente, porém na prática, havia a dificuldade em preparar professores para utilizar o método. E a impossibilidade de tradução, principalmente para alunos de turmas iniciantes, fez com que o tempo das aulas fosse todo concentrado na busca pela compreensão dos significados, falhando novamente na questão da comunicação.
O Método Direto apesar de muito utilizado na Europa não era nada popular nos Estados Unidos, tanto devido à dificuldade de se encontrar professores nativos da Europa, como pela falta de interesse dos americanos em aprender outros idiomas.
Porém, com a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos viram a necessidade urgente de ter soldados e cidadão proficientes nas línguas dos países aliados e também dos inimigos. Um programa didático desenvolvido pelo governo americano para ensinar línguas estrangeiras aos soldados deu origem ao "Método do Exército", hoje conhecido como Método Audiolingual.
Baseada nos princípios da psicologia behaviorista de Skinner e na lingüística aplicada de Bloomfield, este método vê a língua como um conjunto de hábitos adquiridos através de condicionamento e um mecanismo de estimulo-resposta-reforço.
Por ser desenvolvido para soldados, era um método rígido, havia uma grande preocupação com os erros que quando aconteciam eram imediatamente respondidos com reforço negativo.
Os alunos desenvolvem a língua memorizando estruturas lingüísticas através de exercícios orais de repetição, conhecidos em Inglês como drills. O principio básico desta abordagem era que a língua é fala e não escrita. A gramática era trabalhada de forma contextualizada nos exercícios orais, havia grande uso de materiais visuais e auditivos e o uso da língua nativa era limitado.

O conteúdo estrutural é apresentado a partir de diálogos que devem ser imitados, repetidos e memorizados pelo aluno. A pronúncia é ensinada desde o primeiro momento, geralmente com a utilização de laboratórios de línguas e é esperado do aluno que produza a mesma pronúncia de um falante cuja língua materna é a que se está aprendendo (RINALDI, 2006, p.65).

Este método foi um verdadeiro sucesso no treinamento das tropas americanas. Os cidadãos porém não tinham a mesma motivação nem disciplina dos soldados. Logo, a rotina e os repetitivos exercícios acabaram por desestimular os estudantes, pois o método se tornava entediante após um determinado tempo de estudo.
O Método Audiolingual, no entanto deixou um importante legado no ensino de língua estrangeiras, foi o primeiro método a utilizar lingüística aplicada e psicologia no desenvolvimento das atividades de ensino. Também foi responsável pela inclusão de materiais alternativos de ensino que são muito utilizados até hoje.
No final da década de 1950, o lingüista Noam Chomsky se opões à teoria comportamentalista de aprendizado de Skinner. Segundo Chomsky (1959) "a linguagem é um sistema de regras, e a aquisição da linguagem consiste, em grande parte, no aprendizado deste sistema".
A revolução lingüística de Chomsky coincidiu com os estudos psicológicos sobre a natureza afetiva e interpessoal do aprendizado. A partir daí passaram a surgir abordagens humanísticas no ensino de línguas. Essas abordagens tem como objetivo não apenas ensinar uma língua mas também formar cidadãos, educar, ajudar a desenvolver a auto-estima e a personalidade dos estudantes.
Dentro deste novo contexto de aprendizagem surge o Método Natural desenvolvido por Tracy Terrell baseado na teorias do lingüista Stephen Krashen que sugere que o aprendizado de Inglês ou qualquer outra língua estrangeira deveria acontecer da maneira mais próxima possível à que uma criança adquire sua língua materna.
Segundo Krashen a criança constrói sua linguagem diariamente através da exposição à esta. Sua proposta é baseada no conceito de input. Na Abordagem Natural o aprendizado se dá através do uso natural da língua estrangeira em sala de aula. A fala surge espontaneamente no desenvolver de habilidades de comunicação como ir ao supermercado, apresentar-se ou estabelecer uma conversa informal com amigos.

Sobre o Método Natural Leffa nos diz:
É a abordagem que tenta aplicar na sala de aula a teoria de Stephen Krashen, conhecida como Modelo do Monitor ou Modelo do Input. Visa desenvolver a aquisição da língua (uso inconsciente das regras gramaticais) em vez da aprendizagem (uso consciente). A premissa básica é que o aluno deve receber um input lingüístico quase totalmente compreensível, de modo a ampliar sua compreensão da língua. A fala deve surgir naturalmente, sem pressão do professor. (LEFFA, 1988)

A intenção deste método é proporcionar aos alunos dentro de sala de aula experiências semelhantes às que eles viveriam em um intercâmbio. A maior dificuldade no ensino deste método é saber o nível de input a ser aplicado em sala de aula, com alunos com diferentes ritmos de aprendizagem.
Proporcionar um ambiente semelhante ao de situações comunicativas reais foi uma grande evolução no ensino de línguas. Um passo importante que serviu de base para as metodologias mais utilizadas atualmente.

Autor: Maria Raquel Fernandes Pereira


Artigos Relacionados


Método Comunicativo De Ensino De Línguas

Método E Abordagens De Ensino De Língua Estrangeira

O MÉtodo Comunicativo No Ensino De InglÊs

LÍngua Portuguesa: O Desafio De Ensinar E Aprender

Estudos Significativos Para As Áreas Da Psicologia E Da EducaÇÃo

Escola De Idiomas Pode Ajudar Na Pronúncia

O Que é Metodologia Da Língua Espanhola?