Dédalus e Prometeus



Dédalus e Prometeus



Minha distância do convívio humano acentuou-se
quando roubei a personalidade das águias e dos demônios
e de todos os seres alados.
Quando fugi da realidade terrestre e construí asas
Para poder decifrar os labirintos.


Me elevei corajosamente,
Ousei majestosamente,
E me aproximo hereticamente dos deuses.


Minha visão dos tetos das casas e dos templos, dos topos de colinas
traduz minha orgulhosa arrogância.
As flechas dos arqueiros tocaram de leve a minha gloriosa engenharia.


Mas pássaros espertos não se deixam engaiolar.


Então voei muito alto e vi o mundo de cima, até me aproximar do Sol,
e o Sol derreteu a cera da máscara do meu caráter.
Na queda, num delírio, misto de dor e libertação eu vi Prometeu,
cujo crime foi a busca do conhecimento, brincando com a abutre.


Mergulhei no mar e minha consciência rodopiou e sumiu,
devorada pela fome dos espectros rotineiros.



Ivan Henrique Roberto
24.05.1983

Autor: Ivan Henrique


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