Uma introdução aos Mistérios da Música de Ludwig Van Beethoven (1770-1827)




Uma introdução aos Mistérios da Música
de Ludwig Van Beethoven (1770-1827)
Eduardo Miranda
[email protected]
Maranguape- Ceará - 2007




"Não existe verdadeira inteligência sem bondade".

"Vivo inteiramente para a minha música. Seria tão maravilhoso viver milhares de vidas".

"Oh, homens, quando lerdes algum dia estas linhas: considerai quão injustamente me julgais em minha desgraça; achem consolo os desafortunados, olhando em mim um irmão que, lutando contra todos os obstáculos, fez tudo que estava a seu alcance para se incluir nos homens de bem e nos artistas de mérito".

Oh, meu Deus! Tu lês meu coração e sabes que grande espaço ocupam meu amor ao próximo e minha inclinação para o bem".

Apresentação
A pequena pesquisa aqui apresentada pode ser vista simultaneamente tanto como divulgação cultural de um tipo de música geralmente elitizado, como também numa tentativa, tímida, embora estruturada, de resgatar a devida valorização, tanto de uma obra quanto de um mestre fora dos feudos acadêmicos. Este artigo originalmente é acompanhado de um CD de áudio com todas as faixas mencionadas, material distribuído gratuitamente.


Na adolescência, eu mesmo não gostava de escutar música clássica (erudita) e o pouco que pude escutar da obra de Beethoven, confesso sem exagero, me causou estranheza e não entendia como alguém poderia ter paciência em escutar aquilo sem chegar ao tédio.
Quem tinha medo da Música Clássica (leia-se erudita)? Resposta desconcertante: MUITOS e também EU, inclusive. Ainda hoje não me agrado e me assombro, não num bom sentido, com a música dos compositores mais modernos. Mas no caso de Beethoven, é tudo diferente.
Aos poucos, ainda na juventude, depois de um contato mais amistoso e contextualizado, pude SENTIR que havia algo mágico, senão divino naquela música. Esse encontro inefável com os mistérios da música teve sua gênese com o 3º Movimento da 9ª Sinfonia.
Não sou formado em Música (e portanto oficialmente sou leigo no assunto) e muito embora costume ousar autodidaticamente em várias modalidades artísticas e apesar de considerar-me "poeta-músico, compositor" e etc., é bem verdade que pela falta de conhecimentos mais profundos da matéria, não tenha tanto para mostrar como realmente gostaria. De igual para igual, escrevo para quem não entende muito dessas coisas mais complexas do Mundo Teórico da Música.
Mas a Música é muito mais do que a mais renomada Faculdade do mundo pode escrever e ensinar. Saber muito, por lá, faz a diferença. Longe dali, às vezes, saber demais atrapalha. Às vezes também não saber nada faz sofrer, mas tudo isso, depende de quem, o que se deseja e onde se está.
E assim, mesmo consciente desse muito pouco e quase nada, não me envergonho de tentar assim mesmo, encarando a tarefa muito mais como ousado exercício de reflexão e criatividade. Como resultado disso tudo, há um momento de audição orientada, com comentários e destaques, quem sabe óbvios até para muitos.
O principal e mais importante de tudo, entretanto, é o material coletado e reproduzido em CD de áudioem forma de coletânea das músicas mencionadas que, curiosamente, neste caso, o anexo é muito mais interessante do que a própria pesquisa.
A todos que se interessarem poderão reproduzir este material livremente e GRATUITAMENTE , desde que sejam resguardados os créditos de autoria, recomendação mais como estímulo à honestidade do que desejo de ser popular . No caso da não concordância com algum ponto ou parte (e quem sabe em tudo), poderemos conversar pessoalmente sobre isso ou através do e-mail [email protected].

Que esse muito pouco ou quase nada, sirva de alguma ou muita coisa.




" BEETHOVEN FOI MAIS DO QUE UM SIMPLES MÚSICO ; ELE FOI UM SUPER-HOMEM... SEU ACERVO DE IDÉIAS CRIATIVAS CAPACITAM-NO A IGUALAR-SE A UM SHAKESPEARE , OU A UM MICHELANGELO NA HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO HUMANA .."
EDMUND BORDEAUX NO SEU LIVRO INTITULADO " LUDWIG VAN BEETHOVEN " .

Uma breve biografia

"Beethoven lamenta-se: é feio, surdo e vive em conflito com os homens. A música parece escrever no ar essas palavras em doloroso desenho. (...) Para ti, pobre Beethoven, não há felicidade no exterior. Tudo terás de buscar dentro de ti mesmo. Tão somente no mundo ideal é que poderás achar a alegria" .

Essas palavras tão apropriadas foram escritas por Érico Veríssimo no conto "As mãos de meu filho", dos anos 40.
Incontestavelmente, a humanidade passou os últimos duzentos anos falando injustamente do compositor que melhor se encaixa no figurino de gênio absoluto.

"Oh, homens, quando lerdes algum dia estas linhas: considerai quão injustamente me julgais em minha desgraça; achem consolo os desafortunados, olhando em mim um irmão que, lutando contra todos os obstáculos, fez tudo que estava a seu alcance para se incluir nos homens de bem e nos artistas de mérito".

Vivaldi, Bach, Haydn e Mozart, entre outros, fizeram música como um trabalho normal ou dever profissional. Com Beethoven surge, na história da música a figura do gênio demiúrgico angustiado no parto da criação estética. Afinal, não era só a sua música que era de outro mundo, como disse Ernest Theodor Amadeus Hofmann, o primeiro a fazer uma crítica de suas sinfonias. Também o homem: ele chegou a beber em tavernas vienenses e sair sem pagar; quando aparecia com uma roupa nova e bem cortada, havia sido por obra e graça de um amigo piedoso que substituíra as roupas puídas por outras novinhas -- e o músico sequer se dava conta disso.
Mas quem foi essa figura tão controversa, criador de tão fascinante música?
Na verdade, pouco ou quase nada tenho para abrilhantar a apresentação de uma obra tão magistral e que fala por si mesma. Para comprovar, basta escutar atentamente o CD, especial e carinhosamente preparado.
Sua música vem atravessando séculos e ainda hoje é admirada por especialistas e gente muito simples. Os acordes mágicos de suas composições, em especial suas nove sinfonias, tocam o idioma universal dos pássaros, florestas, anjos e homens; unem em um mesmo sentimento e entusiasmo, milhões e milhões de pessoas nos mais diversos lugares. Mesmo sem ter sido devidamente reconhecido em sua época ou mesmo hoje, Beethoven é um gênio do Amor, da fé e da mais profunda ternura. Um apóstolo de sua nobre arte e por que não também considerá-lo o Guardião do Templo da Música.
Mas quem foi Beethoven afinal?
Ele nasceu em Bonn, Alemanha em 17 de dezembro de 1770. Não foi uma criança prodígio, apesar de ter sido, sempre, uma promessa. Quase nenhum de seu mestres adivinhou sua genialidade e seu próprio pai lhe torturava com ensaios intermináveis para fazer dele um novo Mozart, comercialmente rentável.
Mas seu precoce virtuosismo, contudo, permitiu dar concertos para manter sua família que passava por momentos difíceis.
A vida sempre foi dura com Beethoven e já aos 26 anos, em 1796, começou a sentir os primeiros sintomas de uma doença no ouvido que progressivamente iria culminar em surdez total. Todo o resto de sua vida será de luta titânica contra o martírio de sentir-se privado daquele sentido tão requisitado por um músico. E dificultada a comunicação verbal com as demais pessoas, se recolhe cada vez mais em seu mundo particular e, lutando incrivelmente contra o fracasso quase certo, transforma-se em um dos mais extraordinários fenômenos criativos da história da música.
Beethoven exerceu o poder de curar através da música.
Uma de suas alunas que perdera o filho algumas semanas antes não conseguia chorar. Beethoven a visitou. Em silêncio, entrou, nada falou, foi direto ao piano, o abriu e improvisou durante uma hora. Fechou a tampa do instrumento e retirou-se. A mãe, finalmente, desatou a chorar a angústia reprimida por tantos dias.
Beethoven tinha um coração apaixonado e ardente. Apaixonou-se por muitas mulheres e algumas sentiram por ele sincero afeto e admiração. Mas não chegou a casar. Não chegou sequer a namorá-las. Seu aspecto descuidado, pouco gracioso, seu gênio austero e sempre franco e ainda sua surdez, tornavam-no pouco agradável.
Na verdade, Beethoven era incompreendido pelo mundo. Sempre teve espírito forte, quase inflexível; amenizava a aspereza de seu caráter com uma sincera ternura de coração que causava admiração aos que lhe eram mais próximos.
Menos pela vaidade e mais por estar sempre convicto de seu potencial, apresentava-se geralmente severo e intransigente e sempre foi rebelde à submissão e a bajulação lhe causava náusea. Para se ter uma idéia da firmeza desse homem, Beethoven não desviava nem um só milímetro de seu caminho para dar passagem aos nobres que vinham em sentido contrário. Não se curvava nem para reis e príncipes. Era considerado um escândalo de irreverência. Perguntado certa vez sobre o porquê de tamanha ousadia, respondeu categoricamente:

"A tua condição de suposta superioridade não passa de puro acaso do destino, posto que eu, Beethoven, sou o que sou por mérito e esforço".

Diante de tanta distinção, nada mais natural que Beethoven tenha sempre se sentido solitário e incompreendido, muito embora estivesse quase sempre rodeado de admiradores. Por trás da aparência sisuda daquele homem baixinho e não muito atraente, revelava-se uma atmosfera envolvente e misteriosa e sua companhia premiava com o calor de uma grande alma, capaz de suportar as mais terríveis dores sem, contudo, desesperar-se por completo, mesmo tendo fazendo planos de suicidar-se. Ele freqüentemente se isolava e nessa solidão premeditada, dedicava-se ardorosamente a suas obras.

"Vim ao mundo não para gozar uma vida agradável, mas para cumprir uma grande missão".

A missão a qual o artista se referia, transcendendo a análise puramente técnica de sua obra, foi a de ensinar através da música para a alma humana a sair desse miserável estado de letargia da consciência. Na ênfase beethoveniana da possibilidade do despertar, lutou para demonstrar musicalmente uma nova realidade infinitamente mais superior que a prisão do sono, da inconsciência, da ilusão. Para isso, cristaliza em forma de sons a beleza dos céus mais longínquos. Insistentemente convida a todos para que acordem do sono da consciência, para que despertem, levantem-se, lutem e vençam na caminhada de volta ao Pai celestial. Por isso a sua característica marcante de freqüentemente começar, e depois insistir, utilizando o artifício dos acordes cheios que chegam a assustar os mais desavisados. Sua música é repleta de infinita força que se contrapõe frequentemente com a mais sublime doçura e leveza. Ousar é alçar altos vôos para alcançar as alturas do espaço e do desconhecido.

Despertem! Despertem!
Grita Beethoven em forma de música.

Sejam bem vindos aos Mistérios da Música de Beethoven.


A título de sugestão

Antes de escutar cada faixa do CD, seria interessante tecer alguns comentários que embora sejam muito simplórios, podem orientar e facilitar os exercícios que se seguem, ampliando ainda mais seus efeitos. O resto é esforço próprio e as conquistas certamente surgirão.
Apreciar música é muito mais fácil, mas poderá ser mais difícil do que parece. Basta deixar o coração se alimentar através do que ouve sem nenhum esforço maior de análise. Pensar não é o mais importante aqui, mas o sentir. Tudo com atenção completa, mergulhando em cada nota, acorde e silêncio. Sentir-se levar pelos movimentos orientados pela música. Buscar sair da agitação da mente, que sempre quer se posicionar, opinar e fazer barulho para atrapalhar. É claro que a concentração perfeita virá com o tempo e o esforço. Mas com a prática todos as dificuldades serão vencidas. Como é muito comum uma mente indisciplinada, vale ressaltar que quando a atenção na música for interrompida, seria de muita utilidade a aplicação da auto-observação para que se tome consciência do que está sendo a causa da não- atenção. Que tipos de pensamentos, seu conteúdo ilógico e emocional, etc. A atenta e profunda análise do conteúdo e das diversas estratégias da tagarelice interior, a mais autêntica auto-análise, servirá de poderosa ferramenta para o autodescobrimento, autocontrole e autotransformação.
Certos compositores ou grandes Mestres da música, oferecem através da música clássica ou erudita, a oportunidade de podermos desenvolver os poderes dos Kárdias, ou seja ,do coração. E destes, a Intuição, mesmo em um nível muito pequeno, seria a faculdade-chave para chegarmos á iluminação. Intuição é escutar a voz secreta do coração, a melhor ligação com o que há de mais superior no universo. É rápida e instantânea. Até um silêncio pode ocultar uma verdade. Esse é um tipo muito especial e raro de intuição.
O caminho para se chegar a intuição começa com a concentração, vai para a imaginação e passa pela inspiração. Por isso o papel importantíssimo da arte na vida humana. Conquistada a intuição, ela não é um fim em si mesma, descobre-se que ainda falta muito para se trilhar um longo Caminho. A partir daí, passamos o que apreendemos do alto, das esferas celestes, para a mente raciocinativa.
A intuição também pode ser aplicada para a compreensão de processos muito ocultos do nosso subconsciente e inconsciente. Também, na correta interpretação dos sonhos à noite, já que cada um tem a chave. É preferível e seguro que cada um aprenda a decifrar seus próprios sonhos do que ficar sem saber e querer perguntar a estranhos.
A qualquer momento pode-se conscientemente utilizar-se da intuição. Como toda faculdade, quem tem usa quando assim seja necessário.
Portanto, tanto o amadurecimento pessoal quanto o crescimento espiritual serão infinitamente ampliados através da intuição.
A música dos grandes mestres, e aqui especificamente a de Beethoven se inclui, possibilita a oportunidade de, com um mínimo de concentração, um pouco de imaginação e com a conseqüente inspiração (sentir-se tocado pela música) chegarmos a desenvolver algo da INTUIÇÃO.
É claro que, insisto mais uma vez, a concentração perfeita, a imaginação consciente e a inspiração virão com o tempo e o esforço. E os frutos da intuição tão logo serão degustados. Quanto maiores forem os esforços e freqüentes as práticas, mais rapidamente cada um desenvolverá todas estas habilidades.
Ninguém é intuitivo, homem ou mulher, só porque acha que é ou porque já nasceu com esse dom. A intuição é sempre resultado do dedicado e perseverante esforço pessoal. É uma conquista valiosíssima.
A maior felicidade é ter Deus no coração e escutá-lo com freqüência: suas advertências, seus avisos, suas lições sempre sábias, etc
Frequentemente, Deus se comunica através de símbolos cuja lógica precisa ser aprendida, pois transcende tudo que já foi escrito e ainda estar para ser. A intuição é o idioma universal da sabedoria através dos tempos. O que faríamos se uma mensagem importantíssima fosse codificada em forma de música sem texto, sem letra, sem nada que a mente comum pudesse entender e no entanto estaria lá, diante de nós a nos desafiar, nossa inteligência, nossa experiência e nossa ignorância?

Novamente, sejam bem vindos aos Mistérios da Música e aos Mistérios da Música de Beethoven.
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Não será necessário escutar todo o material do CD de uma só vez. Mesmo se conseguir, vai ser um pouco cansativo concentrar-se por tanto tempo. Escolha uma faixa de cada vez. Em cada uma há algum comentário para orientar a prática para desenvolver os poderes do coração.
Os subtítulos após a indicação de cada peça não fazem parte do título original e grande parte do texto que acompanha cada trecho da coletânea são criações poéticas. Quanto a isso, peço desculpas ao Mestre Beethoven pela excessiva liberdade criativa na leitura de sua obra.
É tudo muito simples. Chega de teorias complicadas , sem vida e sem utilidade.
Aliás, nada mais prático do que uma boa e simples teoria.
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FAIXA 01 ? 2º Movimento da 1ª Sinfonia em Dó maior (opus 21)
06:45 min
Eis a 1ª. Sinfonia de Beethoven. O princípio, o início, o inédito e inaudito, ou mesmo um novo começo.

In principio erat Verbum (Jo, 1:1)

No princípio era o Verbo e o Verbo é voz, som, palavra e ação.
Os primeiros passos de uma longa jornada que ultrapassa até mesmo o infinito costumam ser tímidos, mas pouco a pouco vão se tornando firmes e decididos. Cada pequena ação, cada minúscula atitude, por menor que seja, exige uma tremenda capacidade de sacrifício e dedicação.
Que seja o início ou outro recomeço, nunca é tarde para ser aprendiz, e quanto mais cedo surge o discípulo, ainda melhor.
O princípio do Princípio começa com o surgimento do Discípulo.
Não há discípulo sem Disciplina.

"Para ser libre hay que ser esclavo del deber", nos lembra um velho ditado espanhol. Não é fácil conquistar a própria liberdade. A disciplina é a chave. Persistência e tremenda paciência é o material de que é feito a chave. Parece contraditório ter a chave e não usá-la. A chave não se move sozinha. Ninguém pode, mesmo que quisesse, fazer a nossa parte com relação ao trabalho interior de transformação. A única coisa que podem fazer por nós é mostrar, a chave, a porta e o Caminho. O restante, e o principal, depende de cada um.
Quando o Discípulo está pronto surge o Mestre.
Não há discípulo sem Mestre:

"Oh, Mestre, fazei-me um instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o Amor..." (Franciesco di Bernadone, São Francisco de Assis)


Mestre é aquele que dominou os princípios básicos tão bem que consegue ser, viver e .
Quando o Mestre está pronto surge o Discípulo.
O encontro é inevitável.
O Discípulo pode, como é freqüente, esquecer-se do seu Mestre e até mesmo traí-lo.
Já o Mestre sempre é fiel à sua missão. Nunca abandona seu Discípulo. Pode se afastar, às vezes, mas sabiamente aguarda o momento certo de intervir.
Convido a todos para buscarem (e se encontrarem) com seu Mestre Interior.
Todo verdadeiro iniciante, ao deslumbrar o Caminho do Autodescobrimento e Auto-realização Interior, se assombra e se desafia ao ver-se sem a mínima condição de percorrê-lo.
Mas mesmo assim, mesmo que no momento não veja o Mestre, SENTE que nunca está só.


FAIXA 02 ? 2º Movimento da 8ª Sinfonia em Fá maior(opus 93)
03:52 min
Na dança das chamas, os mistérios do fogo

Ignis Natura Renovatur integra.
O fogo renova incessantemente a natureza.

Ignis Natura Regeneratur integra.
O fogo regenera incessantemente a natureza.

Numa pequena faísca, na chama de uma simples vela, na luz ofuscante do calor d sol ou no pálido cintilar da estrelas no céu longínquo,o fogo desafia a fragilidade do mundo material e transforma tudo em pó, em cinza. Mas há também o fogo sagrado, o poder transformador no coração de cada ser vivente. Tal como a Fênix mitológica, precisamos renascer das cinzas de nós mesmos.

Na dança das chamas tantas lições , tantos convites...


FAIXA 03 ? 2º Movimento da 7ª Sinfonia em Lá maior (opus 92)
07:29 min

Imagine um homem imensamente apaixonado pela própria esposa ou vice-versa.

O AMOR

Imagine nós dois nos casando novamente numa Igreja cheia de luz, de flores lindas e perfumadas, repleta de anjos.
Querida, estamos casando no Céu, na catedral da alma. E essa é a marcha do Amor. A Marcha Nupcial que Beethoven fez para todos aqueles que se amam.
Majestosamente caminhamos firmes e decididos.
Olha, que estranho, estamos contentes e ao mesmo tempo choramos. Mas choramos de Felicidade. Apertamos as mãos um do outro. Estão suadas mas não sentimos calor. Tudo está perfeito.
Respiramos fundo e tentamos nos conter. Mas é inevitável. Basta um olhar para o outro e ... lágrimas. Ah , meu Deus, como o AMOR é lindo!
Não falamos nada, nem pensamos. Sentimos tudo. Somos pura emoção.
Nessa cerimônia, até o Tempo parou para nos ver. Estamos mais além da Eternidade. Nos sentimos cada vez mais inundados por uma força inimaginável. Nem parece que andamos, FLUTUAMOS.
Os olhos de todos os presentes brilham tanto, mas não brilham tanto quanto os nossos. E os teus, NOSSA. Parecem estrelas piscando, cintilantes, azuladas. Não me contenho em ver tão linda cena sem evitar que novamente as lágrimas molhem o meu terno azul marinho.
E o teu vestido?
Teu vestido branco tem um brilho estonteante e de um claro que mais parece o Sol irradiando luz por todos os lados. Nele estão espalhadas uma porção de pedrinhas transparentes. Não sei exatamente o que são. Parecem diamantes. Não sei. Talvez lágrimas cristalizadas ? Realmente não sei. Só sei que você parece não poder respirar de tanto êxtase. Teus movimentos graciosos, o vestido longo e o véu transparente feito o vento estão em perfeita harmonia. Simplesmente, você está LINDA!
A minha vontade agora é de te abraçar, de te por em meus braços. Colar meu rosto no teu e sentir teu cheiro. E Voar, Voar. Voar ainda mais alto contigo.

Essa música completa esse momento inesquecível.
A cerimônia está prestes a acabar.
Do nada, surgem pássaros de um canto suave que anunciam o final.

Voltamos para casa mais felizes ainda porque nosso casamento não foi o final, nem o começo, mas apenas mais uma parte da nossa sofrida, mas linda, a mais linda história.

A nossa história de Amor.





FAIXA 04 ? 4º Movimento da 6ª Sinfonia em Fá maior (opus68) - A Pastoral
03:36

A Força e a Beleza da Natureza


A Tempestade está chegando.
Não tenha medo. Você não está só. Pouco a pouco a tormenta vai aumentando.
Na 6ª Sinfonia tudo é paz, doce paz. A Tempestade é um incidente.
Escute: rajadas de vento, a força das ondas contra as pedras. O furacão avança. Relâmpagos rasgam a noite. Trovões os acompanham em seguida. Tudo parece assustar. Mas por quê ? se também a tempestade faz parte da Natureza e foi criada por Deus?
Mas a situação difícil se afasta. Tudo passa. O Mar revolto se acalma.
Basta saber esperar.


FAIXA 05 ? 5º Movimento da 6ª Sinfonia (opus68) - A Pastoral 09:07 min

Chegou a calmaria. Viu? Não havia razão para se desesperar. É preciso perseverar e ter paciência para vencer a dor. Relaxe e sinta-se agora aliviado ou aliviada.
É hora de descansar. Durma tranqüilo. Você merece.
Sonhe com os anjos cantando e tocando músicas de ninar.

(Ah, mas procure se recordar do que lhe foi mostrado simbolicamente nesse sonho. E se não foi apenas mais um sonho comum e nele há algo de especial, você , só você vai perceber instantaneamente. Pode ser interessante explorar isso. Por trás de símbolos, freqüentemente há profundos ensinamentos do alto. ´É aí que entra em cena a intuição.)

FAIXA 06 ? 2º Movimento da 4ª Sinfonia em Si bemol (opus 60)
08:15 min
Os impulsos secretos de Deus no nosso coração

Existe uma porta no coração de cada pessoa. Ela só pode ser aberta por dentro.
Quando o Pai que está nos Céus nos chama, Ele o faz inicialmente de forma calma e suave.
Vem... Vem... Acorde... Já dormiste o bastante.

Contudo se demorarmos muito para atender o Seu chamado, Ele volta a chamar, só que desta vez de forma enérgica e com Voz de Trovão.
Rápido! Venha! Logo!

Observe os tambores marcando o passo do coração. E ao longo da música, a Serenidade (Misericórdia) e a Força ( Justiça) do chamado se alternando.


FAIXA 07 ? 1º Movimento da 5ª Sinfonia em Dó menor (opus 67)
06:52 min
O Destino bate na porta.

A vida tem caminhos e mistérios que costumamos chamar de Destino. Há quem não acredite nisso, porque realmente não é fácil imaginar que não temos o nosso futuro nas mãos. E quem o terá então.
Mas como quase sempre a Vida não é do jeito que a gente gostaria que fosse, surge o dilema. Inicia-se uma terrível luta. De um lado, gigante chamado Destino e do outro, apenas nós, grandes pessoas, a maioria cosruma achar, e raros os que se considerem um pouco mais que alguma coisa. E no entanto, precisamos sobreviver e lutar e vencer a despeito das nossas auto-imagens..
A Vitória, certamente, nunca será dos fracos


FAIXA 08 ? 3º Movimento da 9ª Sinfonia em Ré menor (opus 125) - Hino à Alegria e á liberdade 11:32 min
A Ressurreição

Para Richard Wagner, a nona sinfonia era o " evangelho humano da Arte e do porvir".
Esta música é o único movimento lento da sinfonia. Ela é um bálsamo milagroso para curar as feridas na Alma, aqueles golpes profundos que a gente acha que não vai poder suportar e que demoram para sarar.
Escutá-la com a atenção da abelha na flor, nos leva à calma e à paz de espírito que às vezes pode nos faltar.
Se achamos que somos tão sofredores e desgraçados, ao meditar no sofrimento de Jesus Cristo em todo o seu drama tão conhecido (e esquecido), nossas bobas e pequenas dores desaparecerão como por encanto e a Força que nos falta renascerá.
Se orarmos demoradamente, melhor ainda.
Como Maestro Perfeito, Deus vai reger nossas decisões com sua batuta invisível.
Se dormirmos logo depois, ainda melhor. Relaxados e entregues aos braços do sono e através dos sonhos poderão estar muitas respostas que precisamos e mesmo que não lembremos do que foi sonhado, nosso coração será tocado e aliviado. Intuitivamente saberemos o que e como fazer.
E estaremos tão seguros porque confiantes em estar fazendo, não a nossa estúpida e egoísta vontade, mas a Vontade do Pai que está em secreto.


FAIXA 9 ? Abertura Egmont, Sinfonia opus 68 09:47 min
Eis aqui um belíssimo tema para automotivação. Na Grande Batalha contra nós mesmos todos os pequenos esforços são importantes, como também toda e qualquer ajuda.


Autor: Eduardo Miranda


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