UM OLHAR PARA AS INTERAÇÕES: FAMÍLIA E ESCOLA1





UM OLHAR PARA AS INTERAÇÕES: FAMÍLIA E ESCOLA1
Ana Carmem Muniz Mendonza
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RESUMO

O presente artigo refere-se a "Um olhar para as interações: Família e Escola" tema este que têm se destacado dentre as discussões da escola e que tem sido enfoque para o sucesso dos alunos no processo de ensino ? aprendizagem. Este tem por objetivo abordar sobre a temática no sentido de compreender a importância dessa relação e no que contribui para uma educação de qualidade. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica e resultados do Projeto de Intervenção da Sala do Projeto Vivencial (PV) do Programa Escola de Gestores realizado pelas cursistas: Ana Carmem Muniz Mendonza e Ivone Maria dos Santos. Na EMEIEF Sossego da Mamãe.
PALAVRA - CHAVE: família _ escola _ interação _ educação
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[1] Artigo apresentado na Disciplina Sala Ambiente Projeto Vivencial (do Programa Escola de Gestores da Educação Básica) ao Curso de Especialização em Gestão Escolar, da Universidade Federal de Rondônia - UNIR, como requisito parcial para conclusão de Curso.

INTRODUÇÃO

UM ELO PARA O SUCESSO ESCOLAR
Percebe-se que a educação de qualidade hoje, é imprescindível no ámbito escolar frente as políticas públicas pregadas aos sistemas de ensinos, e diante de tal compromisso entende-se que um dos caminos a ser percorrido passa a se chamar interação entre familia e escola. Ou seja, a grande tarefa é desafiante para ambas, pois é nelas que se formam os primeiros grupos sociais de uma criança.
A Educação assume uma importante missão que gere compromisso de práticas educativas que possam gerar o pleno desenvolvimento do aluno, uma vez que, através das escolas estratégias são articuladas para essas duas entidades familia x escola estarem juntas com objetivos comuns a serem alcançados melhor dizendo o sucesso dos alunos no processo de ensino ?aprendizagem.
Na visão de Silva (2008) um ponto que se faz a maior diferença nos resultados da educação nas escolas é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores.
Contudo, este é um cenário que pouco se vê nas escolas públicas, e infelizmente, são poucas as escolas que podem se orgulhar de ter essa aproximação maior com os pais ou até de realizar algumas ações nesse sentido.
Essa realidade tornou-se o motivo que nos impulsionou a explorar o tema, tendo como objetivos compreender a importância da interação entre familia e escola e vice-versa.
Resultados aquí apresentados são frutos de uma pesquisa bibliográfica e também do projeto de pesquisa-ação realizada na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Sossego da Mamãe.

PENSAR EM UM NOVO CENÁRIO PARA A ESCOLA IMPLICA AS ARTICULAÇÕES DE AÇÕES QUE PROPORCIONE A INTERAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

A idéia básica é a da gestão participativa como um processo de idas e vindas, construído por meio da articulação entre os diferentes atores, que vão tecendo a feição que esse processo vai assumindo.
?é possível imaginar um tipo de relação entre pais e escola que não esteja fundada na exploração dos primeiros pela segunda. È possível imaginar um tipo de relação que consista simplesmente de uma "ajuda" gratuita dos pais à escola. Pode-se pensar em uma concepção elaborada de educação que, por um lado, é um bem cultural para ambos, por outro, pode favorecer a educação escolar e, isso faz, reverter-se em benefício dos pais na forma da melhoria da educação de seus filhos. (PARO, 2007, p.25)

A gestão democrática é a expressão de um aprendizado de participação pautado pelo dissenso, pela convivência e respeito às diferenças em prol do estabelecimento de espaços de discussão e deliberação coletivas.
Dessa forma, quaisquer políticas direcionadas para a democratização das relações escolares devem considerar o contexto em que elas se inserem. As necesidades daí decorrentes e as condições objetivas em que se quer efetivar. Quanto maior a participação, maiores serão as posibilidades de acertos nas decisões a serem tomadas e efetivadas na escola.
A efetivação da gestão democrática implica ações compartilhadas que resultem na participação de todos, contrariando a lógica cartorial e hierárquica vigente na gestão das escolas. Não se muda a cultura escolar sem o trabalho coletivo, discussões conjuntas e sem a busca de resolução dos problemas de modo participativo.
Nessa perspectiva, tanto a família ajuda seus filhos como a escola contribuem para elevar o nível de desempenho dos seus alunos. Por tanto os pais devem estar atentos ao que os filhos falam e o que eles fazem, as suas atitudes e comportamentos. E apesar de difícil, a escola precisa estar atenta quanto ao cenário que se espera.

PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA / ESCOLA NO PROCESSO PEDAGÓGICO

O envolvimento da família com a escola na elaboração da proposta pedagógica pode ser um grande passo na contribuição do processo de ensino- aprendizagem do aluno, o que nos leva a pensar que é extremamente importante a visão de SILVA (2008), a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação na qual haverá continuidade da vida afetiva. São contextos diferentes mais que ajudam a estreitar os laços de amizade.

Participação significa atuação dos profissionais da educação e dos usuários (alunos/ pais) na gestão da escola. Há dois sentidos de participação articulados entre si. Há participação como meio de conquista da autonomía da escola, dos professores, dos alunos, constituindo-se como prática formativa, como elemento pedagógico, metodológico e curricular. Há participação como processo organizacional em que os profissionais e usuários da escola compartilham, institucionalmente, certos processos de tomada de decisões (LIBÂNEO/ 2004, p. 139).

Nesse sentido, A LDB ? Lei de Diretrizes e Bases da Educação ( Lei 9394, 20 de dezembro de 1996) formaliza e institui a gestão democrática nas escolas e vai além. Dentre algumas conquistas destacam-se:
A concepção de educação, concepção ampla, estendendo a educação para além da educação escolar, ou seja, comprometimento com a formação do caráter do educando.
TÍTULO II - Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e os ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
LDBEN -(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)
?Diretrizes- CAMINHOS
?Bases ? ALICERCE
Podemos primar pela participação ativa de todos os atores e instituições intervenientes no processo educacional, e nesses espaços ambíguo devemos pensar os limites e as posibilidades da democratização da escola, ou seja, entender a educação como prática social construtiva e constituinte das relações sociais mais amplas. Compreendendo a importância de outros espaços de formação no interior da escola e neles buscar a construção de novos horizontes para a gestão da educação e da escola, envolvendo a comunidade local e escolar
É bem verdade que atualmente a sociedade moderna vive uma crise de valores éticos e morais sem precendentes; é por estas e demais causas que tem ocorrido o distanciamento da família com a escola, pois o que encontramos nesse palco são inúmeras problemáticas que acabam afetando essa estrutura dentro do ámbito escolar. Nessa ótica, constata-se os pontos norteadores que dificultam o pleno desenvolvimento na cognição do aluno levando-o a ter comportamentos inadequados que são evidencias para que não haja harmonia entre ambas interações, pois quando o professor em sala de aula não consegue desenvolver situação alguma de aprendizagem ele se presta a chamar o pai e reclamar e reclamar somente reclamar e consequentemente o pai prefere não ter contato com a escola para não ouvir reclamações das quais ele sozinho não consegue resolver. Trata-se de uma complexidade contextual da realidade de muitas escolas públicas viverem momentos tortuosos com a indisciplina do aluno e o distanciamento da família.
Portanto, para que a participação seja uma realidade, são necessários os meios, ações e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e local, além dos processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior.
Enfim, a participação é um processo permanente, a ser construído coletiva e diariamente. Em alguns casos, é necessário re-aprender o processo de participação, reinventá-lo! Nessa direção, é fundamental ressaltar que a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal, ritual e legal.
A família tem passado por profundas transformações ao longo da história, interferindo assim na estrutura e na dinámica escolar, de forma que a família, em vista das circunstâncias, vem transferindo para a escola funções que deveriam ser sua. Pois como diz PARO:
Assim, a escola que toma como objetivo de preocupação levar o aluno a querer aprender precisa ter presente a continuidade entre a educação familiar e a escola, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas educadoras com relação ao aprender e ao estudar? (PARO, 2007. P. 16).
O discurso sobre família, em parceria com a escola e vice-versa, vive em constante alge pois fazem dos espaços escolares um poderoso trunfo para a qualidade de ensino na escola. Desde que houve uma reflexão sobre as questões pertinentes ao que seria de papel da família e o pleno cumprimento da função social da escola em suas especificidades intencificou a garantia das ações criativas e motivadoras onde podesse serem vistas por um novo olhar cultural e social. A partir das supostas dinámicas, novas oportunidades com certeza surgiram para que seja desenvolvida uma educação de qualidade, sustentada justamente por esta relação (família/ escola).
Quando analizamos o debate que tem se processado em torno deste tema observamos que cabe à escola formar cidadãos críticos, reflexivos autonômos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem preparados para participar da vida económica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.
E também não podemos deixar de expor uma das propostas lançadas pelo Ministério da Educação no ano de 2001 o " Dia da Família na Escola". A referida campanha conclamou as escolas brasileiras à receberem os pais de seus alunos bem como os convidou os pais e a comunidade a ocuparem seus lugares nas escolas. Vistando que o objetivo dessa campanha foi exatamente buscar conjuntamente, a escola e a família, a melhor forma de garantir uma educação de qualidade para as crianças.
Em virtude da proposta outrora lançada pelo Ministério da Educação, consideramos outras questões relevantes para a discussão:
? POR QUE A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR É NECESSÁRIO E DESEJÁVEL?

Em resposta a questão, segundo a uma certa quantidade de educadores da escola dizem ser significativamente ao proposto sucesso tanto da escola com seu aluno quanto a satisfação da família com seu filho. Vendo por esse ângulo já se torna necessário e desejável a interação entre Família e Escola.
? POR QUE OS PROFESSORES NECESSITAM DA COOPERAÇÃO DOS PAIS PARA DESEMPENHAR SEU TRABALHO PEDAGÓGICO COM SUCESSO?

Porque afirmam ser o pontapé inicial para um bom desempenho no processo de ensino aprendizagem dos alunos, uma vez que acontece a participação em um maior envolvimento nas questões pedagógicas ora organizadas pela escola e seus atores nimizam juntos as possíveis influencias negativas como o fracasso escolar, a reprovação e também a indisciplinas destes. que rodeiam em torno do ámbito escolar buscando se apoderar das frágeis situações que costumam ser bem presente nas escolas públicas.

? PORQUE OS PAIS ACHAM QUE A ESCOLA É RESPONSÁVEL POR SEUS FILHOS?

Esta é uma síntese de uma investigação realizada por alguns pais, aqueles que pouco comparecem as escolas. Em poucas palavras e em comum acordo as respostas são todas bem parecidas umas das outras, vejamos :_ alguns dizem ser o papel da escola educar o seu filho estando o tempo deles na escola e que tudo que venha acontecer com tais alunos são responsabilidades da escola e não sua como pai, e os mesmos se colocam como se já fizessem muito em colocar para estudar, tirando de seus filhos o tempo de trabalho como ajuda na manuntenção da casa.( roça, vendas de picolés, cuidar dos irmãos menores etc.). Uma situação diferente são aqueles que dizem nunca tenho tempo e por isso a escola se torna a maior responsável e no dizer deles é para isto que o governo paga os professores.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


No tocante ao tema, foi possível observar e compreender como essas interações ocorrem dentro da escola e como é vista por todos; é uma parceria significativa e fantástica. Certamente o sucesso escolar é certo, uma vez que instrumentos e mecanismos interacionais são peças fundamentais tanto para família como para escola e coletivamente ambas contribuem para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo diferente. Assim, o artigo propõe uma válida reflexão possibilitando a participação social e promovendo o sucesso escolar dos estudantes.
Logo, vemos aí uma rica oportunidade que a escola tem como proposta, um instrumento social e educativo manter a interação entre família e escola, para encaminhar as atividades de relevância ao ensino dentro das relações pedagógicas numa gestão democrática buscando possibilidades de uma nova cultura de organização e reorganização do tempo e espaço na escola. E assim, considerando a grandeza desses eixos no âmbito educacional para o desempenho do estudante no processo de ensino- aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394/96.
Disponível em : . Acesso em : 20 out.2004.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394/96. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. Apresentação de Carlos Roberto Jamil Cury.

PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática: participação da comunidade na escola. Nosso Fazer, Curitiba, ano I, n. 9, agosto 1995b, p. 1.

PARO, V. H. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2007.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática/ José Carlos Libâneo. 5. Ed. Revista e ampliada- Goiânia: editora Alternativa, 2004.

SILVA, S. das G. O. A Relação família/ escola.
http://maps.google.com.br












Autor: Ana Carmem Muniz Mendonza


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