MULHER E POLÍTICA




As brasileiras conquistaram o direito ao voto em 1932. Passaram a ser maioria do eleitorado nas eleições municipais de 2000.
Pela primeira vez, em 2002, o presidente da República foi escolhido por uma maioria de mulheres. Nas eleições para presidência em 2006, elas foram 50,8% dos eleitores ? 58,6 milhões contra 56,4 milhões de homens, conforme relatório do TSE. O relatório também revelou que, em média, as eleitoras estudaram mais que os homens, ou seja, passaram mais de 8 anos na escola e trabalham fora de casa. É uma mudança histórica consumada em uma eleição que começou justamente com a possibilidade de uma mulher, a ex-governadora Roseana Sarney, chegar à Presidência e que culminou com a eleição do presidente Lula ? que em princípio tinha nas mulheres o seu principal calcanhar de Aquiles, pois era tido como um candidato dos homens e não era bem visto pela maioria das mulheres.
É difícil tirar conclusões sobre uma fatia tão vasta do eleitorado. Mas os especialistas apontam duas características do voto feminino que influenciam os rumos das campanhas eleitorais: as mulheres se preocupam mais com questões sociais e, historicamente, demoram mais para escolher um candidato.
Propostas de saúde, educação e assistência às crianças são os principais focos de interesse das mulheres.
É uma fatia de 10% a 12% do eleitorado de saias. São 6 milhões de eleitoras de olho nas propostas dos candidatos. O livro Mulheres na Elite Política Brasileira, da socióloga Lúcia Avelar, tece relevantes comentários sobre esse tema.
O segundo fator que também é decisivo no voto feminino está no extremo oposto da pirâmide social. É entre as mulheres mais pobres e menos escolarizadas que se concentra a maioria do eleitorado indeciso.
Uma comparação dos índices das pesquisas presidenciais desde 1994 mostra que elas demoram mais para escolher candidato que os homens e quanto menos renda e estudo têm mais tempo levam para se resolver.
Não significa que elas têm menor interesse pela política - simplesmente, demoram mais a se decidir. As hesitantes costumam ser o pesadelo dos políticos, porque mudam de candidato várias vezes durante a campanha e são facilmente influenciadas por familiares e amigos na hora do voto.
Nas pesquisas de opinião, realizadas sempre às vésperas das eleições, em que o entrevistado diz o nome de seu candidato, apenas 37% das mulheres sabem previamente em quem votar. Entre os homens, essa proporção chega a 60%.
Os estudos mostram que não existe no Brasil o voto de gênero. Ou seja, as eleitoras não votam em candidatas apenas porque são mulheres. O candidato ou candidata é escolhido(a) pelas propostas que apresenta e pelo seu caráter pessoal e político.
A mudança que um eleitorado majoritariamente feminino provoca está no discurso dos candidatos e na cobrança aos eleitos.
Hoje, 25% das famílias são chefiadas por mulheres. São eleitoras que se preocupam com o trabalho, a saúde, a educação, a segurança, a questão do meio ambiente e com outros tantos assuntos que afetam cotidianamente suas vidas e de seus filhos.
Além de estarem mais atentas aos problemas da administração pública que a maioria dos homens.
Vale sempre ressaltar que as mulheres estão mais críticas e conscientes dos problemas sociais razão pela qual, estão mais criteriosas na escolha de seus representantes e cobram deles resultados reais.

Autor: Valdessara Constancio


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