Pequeno resumo da história da cartografia.



UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

Pequeno resuno da história da cartografia.
Por: Fabricio Avila Santos.

A cartografia provavelmente seja a mais antiga representação do pensamento geográfico. Desde a pré-história o homem busca maneiras de representar à natureza através de uma escrita, no caso da cartografia a escrita através do desenho de mapas. Os primeiros mapas eram feitos em madeira, esculpidos ou pintados. Estes mapas eram de grande utilidade principalmente para a demarcação de territórios de caça e pesca.
A cartografia teve um momento de maior crescimento e aprimoramentos nas suas técnicas de representação das áreas na antiguidade a partir da do expansionismo territorial, principalmente da Alemanha e da França.
A partir das grandes descobertas do século XVI o homem teve um maior conhecimento das dimensões do planeta e assim a cartografia teve condições de ser um conhecimento mais abrangente no que se diz respeito ao tamanho da área representada em seus mapas.
Partindo da concepção de que os mapas do século XVI tiveram a principal função de representar as áreas descobertas nas grandes navegações, a cartografia deixa de ser somente uma ciência que se preocupa em representar a natureza e passa também a representar as atividades humanas, neste caso representa as descobertas feitas pelos navegadores.
Neste período de navegações os mapas eram considerados verdadeiros tesouros dos seus países de origem, pois eram de fundamental importância para a realização de novas descobertas. Assim os países pioneiros nas viagens de expansões territoriais, tais como Portugal, Espanha e Inglaterra possuíam vastas coleções de mapas e cartas náuticas que eram guardados como segredos de estado.
Desde as grandes navegações a cartografia sofreu varias modificações ideológicas, filosóficas e geográficas, sendo a principal a modificação da linguagem utilizada nos mapas, tais mudanças influenciaram principalmente no que diz respeito ao caráter de segredo de estado que era aplicado aos mapas. Com a utilização de uma linguagem mais técnica na confecção dos mapas, os mesmos passaram a não serem de fácil interpretação para aqueles que não são técnicos na área, assim os mapas poderiam até serem vistos pela população, mas não seriam passiveis de fácil interpretação.
A partir desta mudança a cartografia, para muitos, passou a ser considerada a ciência geográfica mais próxima das ciências exatas, pois passou a utilizar vários recursos matemáticos nos mapas e cartas.
Posteriormente a esta renovação na questão da técnica, a cartografia passou por uma renovação ideológica e filosófica, esse movimento de renovação trata a respeito da questão pragmática e da questão critica da cartografia. Um dos principais objetivos desse movimento de renovação da cartografia é a quebra da idéia de que os únicos mapas que têm importância são os mapas técnicos, um mapa não pode ser considerado mais importante que o outro apenas pelo fato de ter sido confeccionado de maneira artesanal e o outro ter contado com a ajuda de tecnologias de informação.
A cartografia se torna geográfica a partir do momento em que ela não se preocupa somente com a representação do espaço físico, mas também com a relação que o homem mantém com aquele espaço e que o espaço mantém com o homem. A cartografia geográfica torna-se um dos mais táteis elos entre a geografia técnica e a geografia humana, promovendo uma possibilidade de estudo da relação do meio físico com a atividade humana.
Contemporaneamente a cartografia é dividida em cartografia técnica e cartografia política, sendo que a união destas duas cartografias dá origem a cartografia geográfica que trata além da área representada nos mapas também da relação entra a população e estas áreas, principalmente na questão demográfica e política e cultural, como densidade demográfica, fronteiras territoriais e políticas, demarcação de reservas indígenas segundo seus territórios históricos e culturais , demarcações de áreas de proteção permanente, além da importância militar na demarcação de áreas de conflito.
Atualmente os mapas e cartas são importantes instrumentos para o trabalho dos geógrafos e de vários outros profissionais. Os produtos da cartografia, cartas e mapas, estão se tornando cada vez mais digitais com a polarização e o desenvolvimento cada vez mais avançado dos SIGs (sistemas de informação geográfica). Cremos que o desenvolvimento dos sistemas de criação de mapas digitais tem representado um avanço muito grande para a cartografia principalmente no que diz respeito as facilidades que o mesmo trouxe ao campo da criação de cartas topográficas e mapas temáticos.

Bibliografia
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Cartografia & Educação. Brasília, DF: Mapas Editora & Consultoria, 2008.

LOCH, Ruth Emilia Nogueira. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados espaciais. 2. ed. rev. Florianópolis, SC: Ed. da UFSC, 2008.

FITZ, Paulo Roberto. Cartografia básica. Nova ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
ALMEIDA, Rosângela (Org.). Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007.

Autor: Fabricio Ávila Santos


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