CARTA ABERTA AO SENHOR PRESIDENTE DA SOCIEDADE RECREATIVA DE RIBEIRÃO PRETO



CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA RECREATIVA


Prezado Senhor Doutor João Batista Sarti,

Esta foi a maneira que encontrei para comunicar-me com a Diretoria, haja vista sua pouca disponibilidade para receber os associados "comuns" em audiência. Renitente, sua secretária após certificar-se do nome do associado que pretende uma entrevista, sempre faz uso da clássica desculpa: ? "O presidente está em reunião e não tem hora para encerrar"
Menosprezando-me de modo hostil, o Senhor não voltou a mim quando me pediu que aguardasse seu retorno da inspeção que faria ao salão social, na tarde do dia em que pretendi falar-lhe sobre a agressão física de que fui vítima no clube de campo, em 19/09/2010.
Na ocasião solicitei que o fiscal identificasse o agressor e lavrasse um BO. Pessoas que presenciaram os fatos ofereceram-se como testemunhas e seus nomes foram anexados ao relatório do fiscal. Aguardei o tempo suficiente para oitivas, minha e de minhas testemunhas. Tal não ocorreu, e para minha surpresa, sem mais nem menos recebi um comunicado oficial que sentenciava "...restando provada a culpa do sócio nos fatos, aplica-se ao mesmo a penalidade de suspensão de 90 dias".
A douta Comissão Disciplinar que o Senhor nomeou transformou-me de vítima em réu, tão somente pela leitura da defesa apresentada pelo covarde agressor! Covarde sim, pois fui atacado pelas costas, sem chance de defesa.
Presidente, como o Senhor explica o fato de que alguém que foi vítima de uma covarde agressão dentro dos limites do clube, e buscando respaldo no Estatuto e na Diretoria para salvaguardar seus direitos, seja transformado em réu, julgado e condenado em uma única reunião de uma malfadada Comissão Disciplinar?! E sabe-se lá se havia quorum para sua realização, haja vista o fato de ter um de seus integrantes afirmado não ter comparecido àquela sessão; porém sua presença é atestada pelo Presidente da Comissão. Será que seus comissionados pretendem reinstalar a Santa Inquisição na Recreativa?! Eles desconhecem os mais comezinhos princípios do Direito! Também pudera, são bancários aposentados, dentistas, etc...
Numa possível entrevista que o Senhor me concedesse, eu pretendia também desfazer de vez minha imagem de "reincidente" (termo usado pelo Sr. Zucolotto para qualificar-me). Nela, relatar-lhe-ía minha posição de confrontamento com o antigo presidente, quando pretendi encabeçar um abaixo-assinado contra a instalação da firma que exploraria o estacionamento dos veículos à frente do clube. Era óbvia a fraude que se pretendia, haja vista o fato do clube não possuir área apropriada para tal. Com certeza a renda auferida seria desviada e quiçá partilhada entre os mentores do golpe. Com certeza houve mais gente envolvida na trapaça! Basta investigar que o Senhor descobre.
Inocentemente comentei com o Senhor Frederico minha intenção, que imediatamente a levou aos ouvidos do ex-presidente. Este, por sua vez, houve por bem garantir a execução de seu plano afastando-me do clube com uma suspensão forjada, pelo período de um ano, tempo suficiente para a montagem do esquema. Para montar o processo contra mim, o ex-presidente lançou mão de depoimentos adrede preparados e colocados nas bocas de funcionárias escolhidas, já que a abusiva investida do funcionário do restaurante contra minha pessoa, por si só, não respaldaria suspensão tão prolongada! Com isso fiquei cinco anos afastado do clube e da prática de exercícios físicos, o que me acarretou sérios problemas de saúde, inclusive ganho exagerado de peso.
Eu fui Senhor Presidente, o primeiro sócio a desconfiar dos maus propósitos da antiga diretoria, que tanto prejudicou o clube, e como não sou covarde, peitei-o sozinho e de frente, embora a alto custo. Os demais membros da diretoria, inclusive o Senhor, e os trezentos conselheiros a tudo assistiam de braços cruzados!
De nada valeu a gravação telefônica que consegui de uma funcionária, onde a armação seria desmascarada, já que o custo-benefício ser-me-ía desfavorável numa contenda.
Nessa entrevista eu pretendia também solicitar-lhe providência junto ao senhor Pagoto, com respeito ao BO da invasão havida no quiosque onde se realizava a comemoração festiva dos 40 anos de formatura de minha turma de odontologia.
Nesse dia, 10/10/2010, nosso quiosque foi invadido por um indivíduo embriagado, não-sócio, levado ao local pelo conselheiro do clube, Senhor Scarpini, que como ordena o convite, deveria responsabilizar-se pela conduta do mesmo. Tal indivíduo, em determinado tempo, passou a exigir que a sobra de chopp do barril de nosso quiosque fosse ofertada a ele e aos demais rapazes que o acompanhavam. Ante minha negativa em continuar a contemplá-los, ele atirou ao solo uma tulipa (copo de chopp) que se espatifou, espalhando cacos de vidro pelo solo. Ante minha atitude passiva e contemplativa ele desafiou:-" Quer mais?!". Dito isso, apoderou-se de um prato e arremessou ao solo, juntando seus estilhaços aos da tulipa.
O fiscal Heitor passava pelo local e atendeu meu chamado. Solicitei a presença, via rádio, do senhor Pagoto, que relutante tentava não comparecer. Ante minha insistência ele se fez presente e constatou o ocorrido. Solicitei-lhe a feitura de um BO, e prometendo isso ele se afastou para conversar com o conselheiro Scarpini, deixando o local em seguida. O sobrenome do cidadão é Azenari Scarpini, foi o que consegui ouvir da conversa. Enquanto tal ocorria na Tenda de Eventos, onde estava a chopeira, vários rapazes da mesma turma circulavam pelo nosso quiosque da churrasqueira, de onde foram furtadas uma peça embalada de picanha (R$ 35,00) e uma faca própria para churrasco (R$ 80,00).
Aguardei pacientemente que o BO fosse encaminhado à diretoria na sede da cidade. Passado algum tempo, ao constatar que não havia sido contatado pela eficiente Comissão Disciplinar para oitiva sobre o ocorrido, indaguei do senhor Pagoto qual tinha sido o encaminhamento do BO. Obtive do mesmo a seguinte resposta:- " Ara, aquilo já "morreu"... O Scarpini pagou o prejuízo, e o cara nem sócio era."
Não devo aqui julgar o comportamento do gerente Pagoto, nem do sócio envolvido. Limito-me, Senhor Presidente a solicitar-lhe as providências que o caso requer, como por exemplo, saber se houve ou não lavratura do BO solicitado e qual foi seu paradeiro. Qual teria sido o valor entregue pelo sócio para cobrir o prejuízo, e como tal valor deu entrada na tesouraria do clube? Quanto ao ressarcimento do prejuízo pelo furto no meu quiosque, quem responderá? O sócio e seus convidados, ou o clube? Qual será a atitude da diretoria com relação ao convidado beberão? Ele terá seu nome barrado para futuros convites? São indagações que espero sejam respondidas.
Aproveitando a ocasião, aconselharia a Diretoria Executiva a instalar no clube uma Ouvidoria. Um Ombudsman talvez tivesse evitado a equivocada instalação da Mesa 29; esdrúxula, ridícula e veladamente criticada por grande número de sócios! Um privilégio nunca antes havido nos cem anos da Recreativa! Dentre os homenageados existe até quem não seja sócio (O cara de pau até discursou na inauguração!) e desfrute gratuitamente de nosso clube há quase vinte anos, portanto sem despender de um único centavo para manutenção e funcionamento das luzes e ar condicionado do restaurante, até mesmo depois de encerrado seu expediente.
Um Ombudsman acataria a denúncia sobre indivíduos inescrupulosos que agem covardemente na obscuridade, como soía acontecer nos porões da antiga ditadura militar, colhendo e distorcendo informações sobre os demais sócios e funcionários, difamando e delatando, como aconteceu comigo na gestão anterior. Na ocasião, o senhor Carlos Machado, gerente do clube de campo, chegou a alertar-me sobre o fato de que meu comportamento estaria sendo investigado e monitorado por um desses desclassificados indivíduos. São os covardes, canalhas e famigerados "olheiros", ou "dedos duros".
Um Ombudsman ouviria os rumores sobre a reserva privilegiada de quiosques, aos fins de semana, no clube de campo. Alguém que deixa toalhas e mochilas vazias com funcionários orientados para reservarem determinado quiosque. Ouviria queixas sobre possíveis nepotismos na contratação de funcionários graduados (é no mínimo discutível a conduta de alguém que alterna cargos na diretoria há quase trinta anos, e com isso garante o filho na folha de pagamentos do clube por anos a fio!).
Ouviria e talvez esclarecesse minha dúvida sobre a declaração do meu "amigo" e conselheiro do clube, Dr. Nelson Alves Pereira de que não teria participado da reunião em que foi analisado o Proc. Adm. 23/10, que resultou em minha penalização, embora o presidente da comissão ateste sua presença, no relatório final. Caso o Dr. Nelson tenha mentido a mim, tratar-se-ía apenas de uma mentira, porém, se a inverdade coube ao presidente da comissão, permitindo que o mesmo assinasse a ata "a posteriori", sem ter estado presente, configurar-se-ía o crime de FALSIDADE IDEOLÓGICA.
Poderia ainda o Ouvidor receber minha queixa sobre a atitude atrevida, invasiva e ilegal da funcionária Edirlene, do departamento jurídico que tentou dissuadir minha testemunha ? Dra. Valéria ? de posicionar-se em minha defesa, indagando da mesma se ela conhecia minha condição de "reincidente", confidenciando em seguida sobre a penalidade de suspensão havida na gestão Palma. Tal funcionária tem autorização da diretoria para divulgar a terceiros detalhes dos processos em curso ou arquivados, Senhor Presidente?! Quais providências o senhor adotará a respeito para coibir tais abusos? Saiba que exercerei minhas prerrogativas estatutárias e cobrarei uma ação da diretoria, tão enérgica como as que estão sendo injustamente aplicadas contra mim.
Enfim, creio que um Ouvidor seria de grande valia no assessoramento à sua gestão. Talvez até as "eminências pardas", cujos nomes pululam pelo clube nas plaquinhas comemorativas, tivessem suas atividades persuasivas minimizadas ou quiçá anuladas de vez.
Finalizando, devo informá-lo que acatei o conselho do Senhor Vice-Presidente do Conselho, Dr. Moacir Tonani, e estou cumprindo pacificamente a soberana decisão de sua diretoria. Deixo de freqüentar o clube durante todo o verão para que meu covarde agressor, devidamente acobertado pelos seus comissionados, faça-o com tranquilidade!
Lamentável apenas meu insucesso no recurso apresentado tanto à douta Comissão Disciplinar, quanto ao Conselho de Ética, porém, reconheço "mea culpa", pois desconhecia a condição "sine qua non" para viabilizar tal recurso. Segundo observação do Senhor Vice-Presidente, eu deveria apresentar ao Conselho, em minha defesa, "testemunhas de peso"!
Infelizmente, todos eles eram magrinhos e não foram levados a sério. Nem sequer ouvidos; foram simplesmente desconsiderados!
Com a convicção de que o senhor, como advogado e ferrenho defensor da JUSTIÇA, há de tomar as providências por mim solicitadas, firmo,

Atenciosamente,


Oliveiros Coelho Neto ? Título C/C nº 2.655


Autor: Oliveiros Coelho Neto


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