O criador, a criatura, o criador, a criatura, o criador, a criatura, o criador, a criatura...
A criatura, certamente não terá a popularidade do seu criador, não terá um índice fantasioso de aceitação, mas certamente não será a dona de uma casa onde tudo acontece e só ela não vê e não sabe. A criatura não será omissa com o que acontece em sua volta e não deixará na noite escura aliados e asseclas da corrupção subtraírem a ética e a moral. O criador deixou seus rastros pelo caminho, que pouco a pouco a criatura vai ter que apagar, pois certamente o criador vai obrigá-la a fazer tal coisa, pois sua vaidade de se perpetuar não pode ser manchada, mesmo que isso custe usar ainda o seu poder sobre a criatura.
O criador criou tudo: a saúde, a moradia, o emprego, a economia, etc, em oito anos e descansou só no final pra tomar sua cachacinha. E ainda diz mais, diz que os céus e a terra ele também criou e que fez a criatura a sua imagem. A criatura está provando que não chora como um ator e não sorri inventando uma "Pasárgada". A criatura é comedida, quer apenas colocar as coisas no lugar, arrumar a bagunça na constelação que o criador fez.
O criador está assistindo a criatura colocar as unhas de fora, sentado em seu trono, ele, o antigo todo poderoso está percebendo que se a criatura mexer muito onde não se deve, céus e terra tremerão e o apocalipse poderá ser antecipado.
O criador não deixará a criatura com livre-arbítrio, e se ela se rebelar seus anjos prontamente a impugnarão. E num ato extremado, se a criatura insistir em apagar a imagem do todo-poderoso, o criador, ele a chicoteará e a crucificará, mas ela não irá ressuscitar no quarto ano para a reeleição.
MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO
Autor: Mário Paternostro
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