Simão, O Cireneu



"E obrigaram a Simão Cireneu que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz" (Marcos, 15:21). 

Simão era um judeu que, pelos embates da vida, tinha ido parar numa aldeia distante: Cirene, colônia grega na costa setentrional da África, chamada, depois, de Barka ou Cirenaica, em Trípole que, desde o ano de 75 a.C. era uma província romana.

À época da crucificação, o que estaria fazendo o cireneu em Jerusalém ?

Diz-nos o texto que ele "vinha do campo", donde deduzir-se que havia fixado residência em Jerusalém: ele, sua esposa e os seus dois filhos, Alexandre e Rufo. E vemos assim que ele voltou ... porque é desejo de Deus que todos nós voltemos: voltar para casa ... voltar para os pais ... voltar para a terra ... voltar para Deus ...

O cireneu voltou e foi nessa volta que ele encontrou Jesus ! ... Mas O encontrou sendo escarnecido e maltratado pela soldadesca que O conduzia ... E quantas vezes isso também acontece conosco: de quando estarmos voltando para os lugares de onde saíramos sermos constrangidos a ajudar Jesus, maltratado e escarnecido pelos que continuam a crucificá-Lo ... E quantas vezes, embora constrangidos pelas circunstâncias e pelos circunstantes, não temos a coragem de Simão, e nos furtamos de ajudar o Mestre, escondendo-nos em artifícios de linguagem ou no mutismo da nossa covardia ...

Simão, o cireneu, também é uma prefiguração da volta do povo de Deus para a terra prometida:  da volta para Jerusalém ... da volta para o céu ... da volta para casa ... da volta para a igreja ... Existe sempre uma cruz a carregar quando voltamos ... Mas nós não a carregamos sozinhos ... Jesus está conosco ... Nós somos apenas os cireneus ...

Rm.16:13 nos mostra Rufo, "eleito no Senhor", e sua mãe, agora já entre os cristãos de Roma, ajudando o apóstolo Paulo ... Valeu a pena o sacrifício de Simão ! ... Paulo refere-se a Rufo como "eleito no Senhor", e à esposa de Simão como sendo qual uma "mãe" para ele ... É o exemplo do pai conduzindo a família:  Simão ajudou Jesus ... Rufo converteu-se e, juntamente com sua mãe, ajudou a Paulo ... E um dia saberemos o que aconteceu com Alexandre, o outro filho de Simão ... A Bíblia não registra.

O encontro de Simão com Jesus foi um encontro forçado ... Um encontro de dor e de lágrimas mas, muito tempo depois, como nos mostra Rm.16:13, vimos que valeu a pena. Todo encontro com Jesus vale a pena ! ...E hoje continuam a haver muitos cireneus, que são forçados a um encontro com Jesus entre dores e lágrimas ... São todos os que são constrangidos a carregar a cruz de um câncer ou de muitas outras doenças graves ... A cruz da perda de entes queridos ... A cruz do abandono e do desprezo ... E do modo como carregamos essas cruzes pode depender o futuro dos nossos filhos e de todos os que nos observam ... Talvez signifique a conversão de todos os "Rufos" que estão à nossa volta ..."... puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus" (Lc.23:26)... A cruz que nós carregamos hoje, Jesus já carregou antes de nós :"Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si" (Is.53:4).O maior peso Ele já levou ... O cireneu vai após Jesus ... Carregamos a cruz seguindo os passos de Jesus ... Ele vai na nossa frente ... É o nosso modelo ... a nossa direção ... o nosso ponto de referência ...O segredo é olhar para Jesus e não para a cruz que carregamos ! ... E assim, nos nossos ombros ficará a grande alegria de estarmos vendo Jesus à nossa frente ...Esse é o segredo, cireneu amigo ... Meu cireneu do século XX, tão amado por Deus, que Ele lhe permitiu ver Jesus mesmo nessa sua caminhada de dor ! ...


Autor: Marcelo Cardoso


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