Uma pálida lembrança



Uma vez ouvi dizer que o verdadeiro amor não morre, que ele sempre permanece intenso, colorido e fundo, enraizado dentro do peito. Ouvi dizer que o tempo pode passar, mas a chama não se apaga... É como se a saudade fosse o coração gritando, dizendo que quer voltar, dizendo que a vida não faz sentido longe!
Li em algum lugar que o sonho acontece exatamente quando se olha dentro de outros olhos e se descobre a luz. Que o mundo deixa de ser um espaço vazio para se transformar num globo de euforia e paixão rubra. E que a partir desse instante acontece a ligação de alma num relance sublime e indissolúvel!
Disseram-me que se um está mal, o outro fica mal; se um está bem, o outro fica bem. Que o silêncio pode ser compensado com um sorriso, onde ambos revelam a profundeza de querer-se.
Fizeram-me acreditar que sem ele não se pode viver, não se pode ser feliz. Convenceram-me que um coração não pulsa por acaso, que o segredo da felicidade só é revelado àqueles que têm um amor assim... E eu acreditei.
Mas, como nunca se pode esperar onde encontrar esse amor, um dia deparei-me com ele à minha porta, trazido pelo sopro do vento. Senti-me presa desse sentimento, assustada e confusa. Pronto, estava feito. Era verdade...
Entretanto, não me disseram que o coração não sabe escolher... Que ele é um cego guiando-se pelo instinto. Não me disseram que longe o Sol não brilha, que os dias passam morosamente na solidão do próprio eu.
Assim, resgato-me lentamente, encontrando resquícios de mim mesma na estrada de volta para minha sanidade mental. E a cada dia que me vejo mais próxima, reconheço a velha fada solitária: a liberdade.
De que me vale a liberdade se esta não me faz ver a morte, sentir a saudade, contemplar a dor? Ah, que imensa ironia é a vida sem o verdadeiro e puro amor!



Autor: Silvana Rosa Dos Santos


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