Os Bancos e as Concessões de Créditos para Empresas Sustentáveis



Temos focado os aspectos econômicos que envolve o tema Sustentabilidade, deixando de lado o aspecto lúdico com o qual normalmente o assunto é tratado.
Cremos todos que não há setor produtivo no planeta que entenda tanto da economia e de dinheiro, como o Bancário.
E a importância da Sustentabilidade, pode ser avaliada pela postura que este fundamental setor da economia dispensa ao tema.
Existe um mecanismo de compensação financeira de nome REED , sigla em inglês que significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, para produtores que evitam o desmatamento florestal.
Ou seja, um mecanismo que injeta dólares para manter a floresta intacta, fazendo valer a máxima de que " a floresta tenha mais valor em pé do que deitada" .
Esta compensação financeira é disponibilizada através do Banco Mundial para países em desenvolvimento, conforme acordo patrocinado pela ONU.
Na América Latina, além do Peru e México, o Brasil foi escolhido para receber US$ 70 milhões a partir de 2011 para proteção das nossas florestas, destinando-se ao aprimoramento, entre outros, dos mercados florestais sustentáveis conforme informações do Jornal Brasil Econômico.
A verba hoje destinada a estes países soma US$ 4 bilhões, e deverá chegar a US$ 30 bilhões em 2012, que comprova, não somente pelo montante disponível, mas pelo índice de crescimento , da importância que o tema sugere.
Por que o Banco Mundial fará esse investimento? Simplesmente porque o custo futuro de não fazê-lo supera amplamente a eventual "economia" que seria obtida no presente com a suspensão do projeto.
Um outro importante indício que a Sustentabilidade no mercado financeiro, está absolutamente ligada a questão econômica, pode ser comprovada através das políticas de crédito praticadas pelos Bancos no mercado brasileiro.
O Anuário Gestão Ambiental de 2010, fez um levantamento de 21 instituições financeiras, que totalizam 80% das operações de crédito no país para empresas, entre bancos estatais e privados.
Deste total pesquisado, 15 instituições ( 71,4 %) , afirmaram " ter uma política de risco socioambiental instituída em seus processos de concessão de crédito ". Em resumo podemos afirmar que 57% de todo crédito concedido para empresas no Brasil em 2010, em algum momento passou por um crivo de uma área ambiental. O principal setor analisado pelos bancos, foi o agronegócio, pelos motivos óbvios.
Às instituições de crédito obviamente interessa que o tomador do financiamento não seja inadimplente, e elas sabem que o impacto ambiental é um dos grandes riscos atuais que podem comprometer a saúde financeira de um empreendimento, como se viu no caso do derramamento de óleo no golfo do México.
Para melhor desempenho desta análise, algumas instituições bancárias, criaram áreas específicas, denominadas Superintendência de Risco Sócio Ambiental. Outras incluem a gestão do risco socioambiental em seu departamento de análise de crédito diretamente .
O levantamento aponta ainda, que de todo mercado financeiro no Brasil, 48% dos bancos possuem, eles próprios, projetos para reduzir a emissão de gás carbônico, nas suas operações.
Não se pode com exatidão alguma dizer para onde, como e quando, seremos obrigados como pessoas físicas ou jurídicas, a caminhar.
Mas os números mostram e o bom senso pede, que nos preparemos com alguma brevidade, para enfrentar restrições de crédito, especialmente as empresas, que estejam em descompasso com a Sustentabilidade.




Autor: Roberto Mangraviti


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