Sustentabilidade e RSC : Caminho ético para construção de uma empresa



Em 2005 , Philip Kotler foi considerado o quarto maior guru de negócios pelo Financial Times e destacamos a seguir, entre vários pensamentos, dois dos mais emblemáticos : " Redes Sociais, é um novíssimo mundo, em que essas conversas terão mais influências do que os comerciais." , e " Mas se o dinheiro ( de uma empresa) for escasso, precisará ser mais inteligente e construir sua reputação de forma mais barata, quase pessoa por pessoa. Uma opção é criar listas de e-mails e torcer para que a propaganda boca a boca se espalhe."
Este renomado professor de marketing através das citações acima transcritas, toca em dois pontos fundamentais : Redes Sociais e Reputação ( e de forma barata).
Já disseram, que se o Facebook fosse um país, seria o terceiro do mundo com 500 milhões de " habitantes" e em 2011 será o primeiro com 1,5 bilhão de seguidores.
Kotler, dessa forma nos coloca diante de uma realidade inexorável, o comercial, especialmente da TV, terá cada vez menos importância e a imagem/marca do seu produto, ou a reputação da sua organização, será construída ( ou destruída ?) pela internet.
Preocupar-se com a reputação não é uma novidade no mundo dos negócios, porém o fato a destacar são os novos valores que a sociedade (consumidor) atribui às marcas e a velocidade e risco com que isto acontece.
Sendo assim, uma grande indústria ou um pequeno estabelecimento comercial estarão cada vez mais sujeitos a esta forma volátil de comunicação de identidade que podemos exemplificar da seguinte forma : se cair na internet que foi achado um rato num barzinho de bairro , é possível que esse negócio feche em 3 meses, pelos mais diversos motivos , pressão da vizinhança que nunca gostou do estabelecimento, competidores, senhores zelosos pela saúde enfim é impossível imaginar o resultado( podemos exemplificar este pensamento pela lamentável injustiça cometida ao proprietário da Escola de Base em São Paulo).
Por outro lado, se cair na internet que o dono de um barzinho vende no máximo 2 cervejas por cliente, a fim de preservar saúde do consumidor, haverão filmes no youtube, entrevista na TV e se for mulher, receber, quem sabe, uma milionária proposta para posar a uma revista masculina .
Andrew Savitz, no seu livro "Tripple Botton Line " cita que uma renomada fábrica de chocolates, na pacata cidade norte americana de Hershey, depois de muito ali instalada, acionistas majoritários resolveram vender suas ações. Contudo havia uma identificação entre a cidade e a fabrica, onde o morador entendia-se como dono do negócio e ao saber da intenção da venda, mobilizou-se em protestos resultando numa desvalorização imediata do valor da ação, inviabilizando a venda. Ou seja os acionistas não avaliaram a importância social do empreendimento naquela cidade e desvalorizaram seu próprio negócio obrigando-os a re-construir sua marca ( entenda-se reputação) que hoje é uma potencia.
Assim, um empreendimento que estiver buscando ações de Responsabilidade Social e respeito ao meio ambiente, estará cuidando da reputação e da continuidade do seu negocio.
Pesquisas publicadas em 2009 pelo Sustainable Futures, indica que 36% dos brasileiros é engajado e consciente ao consumir, sendo que esse índice nos mercados pelo mundo afora é de somente 22%. Em agosto de 2010, pesquisa realizada MD Elbfort Group aponta que no Brasil, 64% dos entrevistados consideram-se responsáveis, individualmente, pelas soluções dos problemas ambientais ( entenda-se consumidor).
Esses índices colocam o Brasil no honroso 4.o lugar, deixando países tradicionalmente voltados para questões ambientais, como a Alemanha, na modestíssima 16.a posição. É justo citar que na Alemanha, a legislação coíbe abusos pelos empresários contra o meio ambiente, ficando assim, mais difícil consumidores praticarem ações voluntárias de proteção ambiental, pois as mesmas são praticadas forçosamente por empresários.
Destaca-se ainda na pesquisa de 2009, que 44% de entrevistados no Brasil, considera-se um consumidor "Cético/Passivo", encontrando-se na posição intermediária entre o " Dedicado" num extremo, e o "Descompromissado" no outro extremo.
Considerando-se que há sempre uma natural movimentação das massas, pode-se esperar 2 comportamentos básicos desta " turma do meio" : que em algum momento, parte ou todo regredirão ou caminharão para o grupo dos engajados. Seja de forma lenta, gradual ou veloz. Talvez, em massa ou sub-divididos.
Quando e como isso ocorrerá, não há estudos apontando, porém se caminharem em direção ao topo, seja por modismo ou não, esse grupo representará, conforme demonstra a pesquisa, uma imensa massa de 80% dos consumidores.
Caso o leitor seja proprietário de um estabelecimento de qualquer porte e pretenda assistir a Copa do Mundo no Qatar em 2022, e não queira correr riscos, é bom ir se preparando e desenvolvendo uma nova estratégia de negócio, com preocupações ambientais e sociais.


Autor: Roberto Mangraviti


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