Análise dos Residuos e Riscos Ambienbtais da Marmoraria Ouro Pedras




Rubens Tavares dos Santos - CREA - MG 104248 FORMAÇÂO PROFISSIONAL
- Curso de flotação de Minério de Ferro, Resíduos Industriais, Resíduos Hídricos e Ambientais/Demin/UFOP.
Curso de Operação Analítica e do Software NOVAWIN - Analisador de área Superficial e de Tamanhos de Poros de Rochas = Absorção Atômica, fornecido pela ACIL e WEBER.
- Curso de Analise e Melhoria de Processos (ENAPE)
- Curso de Relações Humanas
- Curso de Especialização em Engenharia de Minas - F.C.L.
- Ministrante de Aulas em cursos técnicos e de Engenharia de Minas e Ambiental:
caracterização mineralógica, britagem, moagem, peneiramento, pelotização e flotação de minério de ferro e sulfetos.
- Ministrante de curso de elétrica básica, em comunidades carentes.
- Formando do Curso de "Gestão Pública" pela FATEC / UNINTER / PR.
- Formando do Curso Pós - Graduação em "Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável" pela FATEC / UNINTER / PR.
1 TÍTULO do ARTIGO:
ANÁLISE dos RESÍDUOS e RISCOS AMBIENTAIS da MARMORARIA OURO PEDRAS OURO PRETO/MG (ESTUDO DE CASO) Rubens Tavares dos Santos Gestor Público Especialista em:
Mineração e Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável Pesquisador Técnico da UFOP/CNPq Agosto 2010 2 RESUMO A Marmoraria Ouro Pedras, localizada em Ouro Preto/MG, é uma empresa produtora de peças acabadas ou transformadas de mármores, granitos e ardósias adquiridas do Estado do Espírito Santo, mais precisamente da Cidade de Cachoeiro do Itapemirim. Sua produção é voltada para o mercado da região dos Inconfidentes, onde se localiza. Busca-se aqui identificar quais os problemas ambientais e possíveis riscos causados por sua produção e ações mitigadoras que possam ser aplicadas para minimizar os danos ao meio ambiente.
ABSTRACT Ouro Pedras Marble Company, is a marble company located at Ouro Preto Town (State of Minas Gerais, Brazil) and produces polished or processed pieces of marble, granite and slate acquired from State of Espírito Santo, more precisely at Itapemirim County. Its production is focused on the local market (Brazilian historical region of the so called Minas Conspiracy, an ancient movement for Brazil's Independence).
So, here we try to identify environmental problems and possible risks caused by dimension stone mining and processing and the mitigating actions that can be applied to minimize damage to the environment.
Palavras chaves: rejeito de granito, mármore, meio ambiente.
3 Foto: Entrada da Marmoraria Ouro Pedras - Ouro Preto - MG / 2010 Introdução Ouro Preto é uma cidade localizada na Serra do Espinhaço, Zona Metalúrgica de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero), fundada em 24 de Junho de 1698. Em 12 de Julho de 1966 obteve o Tombamento pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).
A Marmoraria Ouro Pedras, localizada em Ouro Preto/MG, é uma empresa produtora de peças acabadas ou transformadas de mármores, granitos e ardósias adquiridas do Estado do Espírito Santo, mais precisamente da Cidade de Cachoeiro do Itapemirim. Sua produção é voltada para o mercado da região dos Inconfidentes, onde se localiza.
Sua produção é de aproximadamente 200 m2 de peças de mármores e granitos variados e aproximadamente 200 m2 de ardósia em diversos tamanhos e formas.
Desta produção é gerado entorno 10 t. ou 3,5 m3. de resíduos sólidos e lamas, onde os resultantes da serragem de blocos nos teares da Empresa são dirigidos diretamente a tanques de decantação Objetivo O objetivo deste estudo é identificar possíveis riscos e impactos ambientais causados pela transformação das rochas ornamentais: mármores, granitos e ardósia na produção de peças para as mais diversas aplicações no mercado consumidor na Marmoraria Ouro Pedras em Ouro Preto/MG. Também, propor medidas mitigadoras para solucionar possíveis danos ambientais caso sejam detectados.
4 Metodologia e desenvolvimento Atualmente todo resíduo gerado é são doados para a utilização na construção civil e fabricação de blocos de alvenarias.
Para fins deste estudo foram coletados 20 kg deste material úmido e 5 litros da
água usada no processo com objetivo de buscar dados para uma orientação melhor do descarte destes.
As amostragens foram obtidas no pátio, final do processamento industrial e outra amostra em um trecho da rota de efluentes/resíduos do processo de corte de blocos (resíduos provenientes dos teares);
- O material úmido foi secado e juntado ao da polpa, após secagem.
- A polpa (finos + águas) colhida do processo de Polimento e Corte foi deixada em repouso para a decantação dos resíduos sólidos em balde 50 litros. Após repouso de 24h foi removida a água. O material decantado (lama) foi secado em estufas a 100°c e posteriormente, homogeneizado e quarteado, até a obtenção de frações parcelas para os estudos físico-químicos e mineralógicos da amostra.
- As amostras foram identificadas e etiquetadas e levadas para ensaios no laboratório do Demin/UFOP para (granulometria, identificação de fases minerais e composição química - elementos maiores).
Estudo físico químico das amostras de minerais.
Tabela 1 - Composição química dos resíduos sólidos industriais Composição Química Amostras (% em massa) Tear (E-Tear) Politriz (E-Politriz) Perda após calcinação 0,22 13,1 SiO2 58,20 55,80 Al2O3 12,90 11,05 Fe2O3 11,02 5,91 CaO 3,89 3,41 MgO 2,28 3,65 Na2O 3,85 2,23 K2O 5,50 2,87 MnO2 0,16 0,08 TiO2 1,86 1,32 Total 99,88 99,42 Metodologia: 1) Perda por calcinação: calcinação a 1.000°C, em cadinho de porcelana; 2) Sílica, alumínio e titânio: via
úmida/absorção atômica, após abertura por fusão alcalina oxidante, e retomada em ácido clorídrico; 3) Ferro, cálcio, magnésio, sódio, potássio e manganês: por absorção atômica, após fluorização da amostra.
Processo realizado no laboratório de tratamento de minérios do Demin/UFOP, por Rubens Tavares dos Santos - responsável por este estudo.
5 Esses dados indicam que os produtos podem ser usados como matéria prima de cimento Portland, massas para cerâmicas vermelhas ou como cerâmicas de revestimentos e pisos.
Os resultados obtidos foram bem semelhantes aos ensaios realizados em 2003 e 2004, em lamas provenientes dos teares e politrizes de empresas Emigran (SP) por MELLO, Ivan. S. Calvacanti, Revista Rochas de Qualidade - Março/2006;
os mesmos parâmetros permitem classificar os resíduos na Classe II A - Nãoperigoso/ Não Inertes.
Não foi identificada qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente da empresa, isso devido todo material ser doado, após decantação em caixa, aos construtores e fábricas de blocos de alvenaria local, o que não pode afirmar sobre a empresa extratora da rocha In-natura ou ROM of MINE.
Por falta de espaço não digitado a análise de cada componente físico dos resíduos EMPREGABILIDADE DOS RESÍDUOS São várias as possibilidades para o aproveitamento dos resíduos:
- tijolos maciços blocos cerâmicos, telhas, cerâmica branca e de revestimento e agregados de argila.
Os resultados descritos na primeira parte deste artigo demonstram que a partir de 1000°C - temperatura relativamente baixa - abre possibilidades à fabricação de agregados sinterizados mais densos; já a partir de 1300°C parece ser possível a produção de agregados leves, de maior e mais significativo valor econômico, conforme estudos realizados.
Ainda no âmbito da Indústria Cerâmica, a utilização dos resíduos de serrarias de mármores e granitos traz também a possibilidade do desenvolvimento de novos produtos ou de inovações na fabricação dos produtos tradicionais.
Aplicações cerâmicas se traduzem, portanto, em possibilidades logisticamente simples e economicamente interessantes, tanto como um importante fator de diminuição de custos. Em qualquer das alternativas que envolvem parceria, no entanto, sugere-se mais oportuna a opção por empreendimentos cerâmicos e médio a grande porte, a princípio mais favoráveis à sustentação econômica e ambiental.
6 Conclusão
a) a atividade de beneficiamento primário e final de rochas ornamentais e para revestimento gera apreciável quantidade de resíduos sólidos - entre 30% do volume processado - que constitui passivo ambiental;
b) o resultado final está em conformidade aos estudos, realizados pelo IPTU/SP e outras instituições, que indicam possibilidades técnicas de uso dos resíduos de serrarias de rochas ornamentais.
c) foi detectada uma degradação ambiental de médio impacto no local da Empresa no momento de coleta de resíduos e de entrevistas aos diretores e funcionários.
d) os Riscos detectados na Marmoraria Ouro Pedras pela produção de peças de mármore, granito e ardósias são: a) toleráveis: onde não são requeridos controles adicionais.; b) Moderado: onde devem ser feitos esforços para reduzir o risco, localizados na disposição do material no pátio e na saída da última água do processo de decantação.;
e) mesmo sendo uma empresa de transformação de rochas em produtos ornamentais deve-se fazer um estudo mais aprofundado dos impactos ambientais (EIA) por gerar resíduos sólidos e por usar produtos químicos nocivos à saúde;
Sugestões e recomendações:
- que seja corrigido a disposição de resíduos no pátio da empresa;
- que a empresa construa mais uma caixa coletora e decantadora para aliviar o processo nas existentes, onde o material (resíduo/lama) fique depositado até a evaporação natural da água de umidade contida;
- que seja construída uma caixa de filtragem final composta de brita de diversos tamanhos para a finalização do processo de decantação de resíduos;
- que a água dos processos seja reaproveitada na produção;
- que seja efetuado novos estudos após a implantação das recomendações;
- que os órgãos de fiscalizações instruem com mais eficiência os procedimentos a serem adotados para a concessão da licença pretendida pela empresa 7 Bibliografias:
- MELLO, Ivan. S. Calvacanti, Aproveitamento dos Resíduos Sólidos das Serrarias de Rochas Ornamentais e para Revestimento, 2006.
- CETEM, Série Rochas e Minerais Industriais - Avanços e Transferência de Tecnologia em Rocha Ornamental / 2001.
- ALMEIDA, S.L.M.de; PONTES, I. F. Aproveitamento de rejeitos de pedreiras e finos de serraria de rochas ornamentais brasileiras. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ROCHAS ORNAMENTAIS, 1, 2001, Salvador. Anais... Salvador, Abirochas, 2001.
P.89-94.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria N°1469/GM, de 29 de dezembro de 2000.
- SABOYA JR.; F.; ALEXANDRE, J.; SOARES JR.; M.P. estudo da adição de resíduos da serragem do marmórea massa de conformação de cerâmica vermelha.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA, 45, 2001 Florianópolis. Anais... São Paulo, associação Brasileira de cerâmica, 2001., Ref.:2-004.
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos
- www.cetesb.sp.gov.br./ Relatório de 2001.
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Autor: Rubens Santos Tavares


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