Pelos acostamentos da vida




E você, como tem andado? Pelos canteiros centrais dessa rodovia da vida, onde pessoas vão e voltam pelas vias de acesso a você, ou você tem preferido andar pelos acostamentos da vida? Se por um lado ou por outro, as pessoas fatalmente passam depressa demais por você, ainda que você esteja no acostamento, raramente alguém irá parar para saber de você, a não ser que a pessoa seja parada por alguma barreira, perca o controle de si e pare sem um motivo aparente (aos olhos dos outros), ou estacione por achar que é hora de parar e refazer o caminho. Talvez a diferença de estar no canteiro central é que você fica mais visível e exposto aos olhares julgadores e apreciadores. Já, quem permanece nos acostamentos da vida, não que esteja à margem dela, mas prefere não se mostrar nem se expor tanto. Prefere ficar ali, caminhando (muitas vezes na solidão completa ? corpo, alma e coração), sob chuva e sob sol, aguardando seu momento. É quando a vida surpreende e de repente alguém que vem ou vai apressado pela vida (porque acha que o primeiro é o único e se joga de cabeça, ou que a primeira pessoa que estende a mão é a melhor e mais confiante porque foi oportunista na primeira oportunidade que teve, ou que o amor que doam é o maior do mundo, fazendo esquecer do amor que tem a doar a tantas pessoas ao redor). Então, alguém com pressa de amor, de sabor, de vencer, de ser expressamente feliz, sumariamente bem sucedido, sai pelos acostamentos da vida ou pára no canteiro central... Quem passa por ali, passa sem perceber o olhar de quem ficou parado no meio do caminho, ou do tempo (que é implacável em algumas sub condições humanas ? seja de saúde física acidental ou saúde emocional). Mas quem está ali, do outro lado desta via, encostado, bem perto, facilmente enxerga toda situação, olha com predileção, e se empresta ao outro. E "o importante é isso: estar pronto para, a qualquer momento, sacrificar o que é pelo que poderia vir a ser". Por isso, quem vai pelos acostamentos da vida tem sim seu valor. Talvez pouco (ou nenhum) para quem nunca precisou, mas essencial e inexplicável para quem precisava, naquele exato momento de um olhar humano e verdadeiro sob a sua vida, seu problema, sua dor, sua dificuldade, sua tristeza, sua doença, sua fragilidade de ser humano... Enfim, e você aí, como tem andado? Não vá tão depressa, não corra o eminente risco de atropelar os sentimentos de quem anda pelos acostamentos da vida, passando por cima de quem poderia estar permanentemente ao teu lado, fazendo-se presente na tua vida, te fazendo saber e sentir o amor, o respeito, o carinho e a amizade... Pelo significado que fica e têm importância, e não apenas pela utilidade de ter algo somente (beleza física ou material) para te oferecer...

Autor: Johney Laudelino Da Silva


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