SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA



SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA

NORMAS ORTOGRÁFICA E FONÉTICAS
Primeiro vamos saber o que é ortografia: A palavra ORTOGRAFIA é uma palavra de origem greg (Ortho = correto e Graphos = Grafia/escrita), ou seja, é forma correta de escrever as palavras de uma língua. A ortografia é a parte da gramática normativa, ou seja, que é ensinada na escola que ensina a escrever corretamente as palavras de determinada língua, definindo o conjunto de regras que regulam o uso dos símbolos, palavras, sinais diacríticos e a pontuação para se escrever corretamente conforme as normas ortográficas de cada língua.
Falando em tipos de ortografia, existe a ortografia fonética e a ortografia etimológica: Ortografia fonética, em que a cada som corresponda uma letra ou grupo de letras únicos e a cada letra ou grupo de letras um som único, e, ainda, em que seja sempre assinalada a sílaba tónica. Ortografia etimológica, em que a um mesmo som podem corresponder diversas letras e a cada letra ou grupo de letras diversos sons, dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais.
A atual ortografia da língua portuguesa é um misto imperfeito da etimológica com a fonética, sendo que nos primórdios da língua lusitana a ortografia era mais etimológica e aos transcorrer das reformas ortográficas a ortografia fonética foi ganhando mais força na escrita do português.
Cronologicamente podemos dividir a ortografia da Língua Portuguesa em três períodos: do início a língua a meados do século XVI, houve uma prevalência da ortografia fonética, de meados século XVI com o surgimento do humanismo ao século XVIII, surgiu uma preferência por uma ortografia etimológica ou pseudoetimológica e do século XIX aos dias atuais a ortografia histórico - científica, onde se estabeleceu uma ortografia mais normatizada e simplificada. Neste aspecto NERY diz o seguinte:
Resumidamente, pode-se dividir a história da ortografia portuguesa em três períodos distintos. O primeiro adotou o princípio fonográfico. Esse período vai do início da língua até o século 16. Nessa fase, se defendia que a ortografia deveria estar o mais próxima possível da pronúncia das palavras.O segundo período é chamado de pseudoetimológico e abrange os séculos 16, 17 e 18. Entendia-se que as palavras deviam ser grafadas segundo suas origens. No caso da língua portuguesa, as formas gregas e latinas predominam. O terceiro período é chamado de histórico-científico e abrange os séculos 19 e 21. Esse período caracteriza-se pela elaboração de vários acordos ortográficos.
Então, percebe-se que comparada com cronologia da língua portuguesa as tentativas de reformas da língua e os acordos ortográficos entre os países lusófonos é recente.
Até os primórdios do século XX tanto no Brasil quanto em Portugal se usava uma ortografia baseada nos étimos latinos e gregos na grafia de cada palavra. Isto causava diversas distorções na escrita. Portanto, por volta de 1907 a Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a escrita algumas publicações. Já Portugal com instituição da República começa em 1910 é criada uma comissão para estabelecer uma ortografia uniformizada e simplificada que originou a reforma de 1911, foi a primeira intervenção do estado na tentativa simplificar e normatizar a escrita da Língua Portuguesa . Vale ressaltar que neste período Portugal acabara de implantar a República e o governo tinha o interesse de aumentar a escolaridade da população e combater o analfabetismo. Esta reforma teve um grande impacto na forma de escrever e nas publicações oficiais, também serviu de parâmetro para outras reformas que vieram depois. Como a reforma de 1911 não foi estabelecida no Brasil, o português escrito no Brasil diferenciava muito do escrito em Portugal. Ou seja, os dois países ficaram com duas ortografias distintas, uma reformada e outra mais arcaica.
ALGUMAS ALTERAÇÕES OCORRIDAS NA REFORMA ORTOGRÁFICA DE 1911
1. Eliminação de todos os dígrafos de origem grega com substituição por grafemas simples: (substituído por t), ph (substituído por f), ch (com valor de [k], substituído por c ou qu de acordo com o contexto) e rh (substituído por r ou rr de acordo th com o contexto);
2. Eliminação de y (substituído por i);
3. Redução das consoantes dobradas (ou geminadas) a singelas, com excepção de rr e ss mediais de origem latina, que têm valores específicos em português;
4. Eliminação de algumas "consoantes mudas" em final de sílaba gráfica, quando não influíam na pronúncia da vogal que as precedia;
5. Introdução de numerosa acentuação gráfica, nomeadamente nas palavras proparoxítonas.
DA REFORMA DE 1911 AO ACORDO DE 1990
Como já mencionado anteriormente, as mudanças da reforma de 1911 não foram estendidas para a variante brasileira. Desta forma as diferenças entre a escrita brasileira que do ponto de vista lusitano era velha e a portuguesa que havia sido reformada eram acentuadas. Porém, em 1915 hovuve uma tentaiva de aproximar as duas escritas por meio de uma resolução que acaba sendo anulada em 1919. Até que em 1924 houve uma nova aproximação entre a Academia de Ciência de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras e começaram a estudar a criação de uma ortografia comum. Academia Brasileira de Letras apresenta um novo sistema gráfico em 1929.
Em 1931 chegou-se ao primeiro acordo ortográfico entre Brasil e Portugal adotando as bases de 1911. Então, começou os esforços para se criar uma ortografia comum entre a variante brasileira e a lusitana. Conforme Xavier:
Em 1931, foi aprovado o primeiro Acordo Ortográfco entre o Brasil e Portugal, que visava suprimir as diferenças, unifcar e simplifcar a língua portuguesa. No entanto não foi posto em prática. Em 1938, foram sanadas as dúvidas quanto à acentuação de palavras e em 1943 foi redigido na primeira Convenção Ortográfca entre Brasil e Portugal o Formulário Ortográfco de 1943.
Então, percebe-se que na verdade não passou de uma tentativa que na prática não funcionou, mas se co ntinou com os esforços para que se pudesse chegar a uma ortografia comum e que atendesse às exigências e necessidades brasileiras e lusitanas.
Porém, quando foi publicado os vocabulários das duas academias (Academis de Ciências de Lisboa em 1940 e a Academia Brasileira de Letras em 1943) percebeu-se que ainda persistia grandes diferenças ortográficas entre uma variante e outra. Isso gerou polêmicas e dúvidas nos dois países, porém se continuou com os estudos e negociações para se chegar a um consenso ortográfico que fosse comum às duas nações, mas não foi possível chegar a uma definição satisfatória e harmoniosa as diferenças continuavam.
Por isso que em 1945 aconteceu um novo encontro entre as academias de Brasil e Portuga com o intuito elaborar um acordo ortográfico para tentar minizar as diferenças entre as duas ortografias. Tanto que o acordo de 1945 virou lei em Portugal. No Brasil o Acordo foi regeitado pelo Congresso Nacional. Então para a ortografia brasileira ficou prevalescendo as regras do formulário ortográfico de 1943 e o distanciamento entre as duas escritas eram significativas.
Uma nova aproximação entre Brasil e Portugal no que referia à ortografia oficial do porutguês deu origem uma nova proposta de acordo ortográfico em 1971. Por esta proposta de acordo se preconizava a unificação de um percentual significativo dos vocábulos que eram grafados de forma diferente nos países. Como por exemplo, a eliminação do acento gráfico das palavras derivadas com sufixo mente ou terminadas com z (sóménte e sózínho) que unificariam uma gama de palavras considerável. Aterações no Brasil em 1971 e em Portugal em 1973 reduziu as diferenças ortográfica, mas redução foi muito tímida diante das diferenças que se apresentava. Em 1975 um novo projeto de reforma foi proposto pelas duas academias (Academias de Ciências de Lisboa e Academis Brasileira de Letras). Porém, esta tentaiva de unificação ficou inviabilzada devido às turbulências políticas em Portugal ficando assim, a tão almeijada unificação adiada novamente.
Em 1986 se levantou novamente uma proposta de acordo para unificação ortográfica entre os sete países que tinham naquele período o português como língua oficial (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), se esta proposta tivesse sido aprovada teria unificado quase que 100% a ortografia do português, mas devido às polêmicas e fortes reações contrárias da populações de Portugal e Brasil novamente a tão preconizada unificação não foi aprovada. A aprovação de um acordo ortográfico que unificasse significativamente a ortografia praticada no Brasil com as praticadas nos outros países tornava-se um desafio, pois envolvia outras questões além da forma de escrever, aspectos culturais e políticos sempre têm um impacto importante em negociações como estas.
Então as negociaçoes em torno da unificação e do acordo ortográfico são retomadas em 1990, onde os proponentes do acordo refizeram a proposta alterando os pontosmais polêmicos e que mais receberam críticas, mas mantiveram uma boa base da proposta de 1986 de forma que um acordo foi assinado ainda em 1990. O novo acordo que foi aprovado em 12 de outubro de 1990 por representantes dos governos dos paises que naquele momento histórico tinham o português como idioma ofocial (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guine Bissau, São Tmé e Príncipe e Moçambique) é menos ousado que o anterior de 1986, mas é bastante abrangente, pois prevê uma unificação que em termos percentuais chaga a unificar 98% da ortografia do português, tinha uma previsão de entrar em vigor em 1994 só que por diversos empecilhos somente em 2008 foi votado um protocolo que admite que com a ratificação de três países que tenham o Português como idioma oficial o novo acordo pode entrar em vigor.
No Brasil, o novo acordo entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009 com um período de transição que se estenderá até 2012, até esta data será admitido no país as duas regras, (a anterior e a recentemente aprovada), sendo aceitas inclusive em concursos.
OS PORQUÊS E AS MUDANÇAS PRECONIZADAS PELO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Uma das principais intenções do Novo Acordo Ortográfico é a unificação da ortografia da Língua Portuguesa na norma culta, pois pretende acabar com as duas ortografias oficiais existente atualmente a brasileira e lusitana. Fato que tem sido percebido como maléfico para unidade do português no mundo e um empecílio para o prestígio desta língua, de modo que quem vai aprender o português precisa saber qual deve aprender o do Brasil ou do Portugal? Com o novo acordo, embora persistam diferenças entre as duas variantes, mas a ortografia do português ganha uma identidade internacional. As diferenças que persistem são muito mais culturais do que técnicas e porque é muito difícil se unificar 100% da ortografia por meios oficiais.
POR QUE HÁ DIFERENÇAS ENTRE O PORTUGUESA EUROPEU E O DO BRASIL?
O Brasil foi descoberto oficiamente e 1500 por Cabral e os demais que compinham a expedição comanda por ele. E em 1532 Martim Afonso de Sousa desembarca no litoral paulista com sua expedição colonizadora e funda a vila de São Vicente, hoje a cidade São Vicente. Só que os portugueses quando pesaram no solo do território que deu origem ao Brasil, encontraram uma população indígena que falava diversas línguas diferentes que no contato com entre indígenas e colonizadores foram influenciando e alterando o vocabulário português. Depois os colonizadores trouxeram para o Brasil escravos africanos que trouxeram seus falares costumes. Tudo isso influenciou incorporou novas palavras no vocabulário português como também provocou alterações na fala da população.
A língua portuguesa foi instuída como língua oficial do Brasil em 1758 pelo Marquês de Pombal, ficando o uso das outras línguas proibidas. Porém, a fala do povo brasileiro já tinha um jeito particular que se diferenciava da dos portugueses.

BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA:
NERY, Alfredina. Histórico das alterações do português: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u56. jhtm. Acessado em 09.05.2010;

CARVALHO, Manuel Mendes. ORTOGRAFIAS: http://www.dha.lnec.pt/npe/portugues/paginas_pessoais/MMC/Ortograf.html. Acessado em 09.05.2010;
XAVIER, Lola Geraldes. A língua portuguesa em evolução: os Acordos Ortográfcos. http://www.exedrajournal.com/docs/02/16-%2. Acessado em 15.05.2010;
TAVARES, Renata Suellen dos Santos. http://www.webartigosos.com/articles/38851/1/HISTORICO-DA-LINGUA-PORTUGUESA-E-O-NOVO-ACORDO-ORTOGRAFICO/pagina1.html. Acessado em 05.06.2010;

Autor: Francisco Cleber Rodrigues Silva


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