Refutação do "Argumento evolucionário contra o Naturalismo" (EAAN) do Dr. Plantinga



Escrevo esse pequeno ensaio com o objetivo de refutar o Argumento evolucionário contra o Naturalismo do Dr. Plantinga.
Dr. Plantinga, em Warrant and Proper Function defende que Naturalismo e Evolução são auto-excludentes, pois, caso fosse verdade as duas teses, a chance das faculdades cognitivas do homem ser confiável seria pequena ou nula.
Ele dá o seguinte argumento:

"Perhaps Paul very much likes the idea of being eaten, but when he sees a tiger, always runs off looking for a better prospect, because he thinks it unlikely the tiger he sees will eat him. This will get his body parts in the right place so far as survival is concerned, without involving much by way of true belief. ... Or perhaps he thinks the tiger is a large, friendly, cuddly pussycat and wants to pet it; but he also believes that the best way to pet it is to run away from it. ... Clearly there are any number of belief-cum-desire systems that equally fit a given bit of behaviour."

Esse argumento é muito inteligente. Não irei me aprofundar mais em expor a tese do Dr. Plantinga, pois se pode vê-la em diversas fontes.
Pois bem, embora seja um argumento bastante inteligente, peca em alguns pontos.

Bem, digamos que Paul goste da idéia de ser comido, mas sempre que vê um tigre, ele acha que ele é um grande gatinho, e brinca de correr dele. Bem, mesmo que isso seja verdade, digamos que Paul se depare com um grande urso. Por que ele corre do urso? (supondo que ele escapou vivo de todos os perigos que correu, e pode passar seus genes) Ora, poder-se-ia dizer que ele achou que o urso fosse um instrutor de corrida, que o manda-se correr quando se chega perto dele, e por esse motivo Paul se pôs a correr.
Mas e se Paul encontrar um mamute? O que ele pensaria? Que é um corredor oponente numa corrida? Que seja.
Bem, digamos que a combinação crença-reação de Paul tenha 10% de chance de escapar do tigre. Essa porcentagem é até bem alta, pois para escapar de um tigre faminto, precisa-se de habilidade! Mas agora digamos que a combinação de escapar do urso senha 15%. E a chance de escapar do mamute seja 12% que seja. A chance de escapar dos 3 seria de 0,18%! Agora imagine a vida na idade da pedra... Não era fácil! Imagine então Paul enfrentar coisas assim todo dia. Fora outras coisas, como rios perigosos, penhascos... A chance de Paul escapar sem habilidades cognitivas seria baixíssima! Mas claro, muitos Pauls, tios nossos, morreram, por não terem habilidades cognitivas boas. E não passaram suas capacidades deficientes para seus descendentes! Por isso, em minha opinião, é extremamente razoável pensar que as capacidades cognitivas verdadeiras foram selecionadas pela seleção natural.

Autor: Dimitri Fernandes


Artigos Relacionados


Enfim Uma Comédia Engraçada - Modelos Nada Corretos (filme)

Conheça Paulínia, Pólo Industrial

Os Muros - Paúl Da Serra

"temos Que Correr Risco"

O Importante

Feyerabend E O Método Científico

Nasa Estuda A Aura De Chico Xavier.