Uso das Formas Geométricas na Moda



Centro Universitário do Triângulo ? UNITRI
Projeto Experimental
Design de Moda









Camila de Oliveira Canedo











USO DAS FORMAS GEOMÉTRICAS NAS ROUPAS

























Uberlândia
2009
Camila de Oliveira Canedo






















USO DAS FORMAS GEOMÉTRICAS NAS ROUPAS




Projeto experimental apresentado ao Centro Universitário do Triângulo - UNITRI como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Design de Moda.

Coordenadora: Professora Mestre Bárbara Helena Castellani.













Uberlândia
2009
Centro Universitário do Triângulo ? UNITRI
Projeto Experimental
Design de Moda





Camila de Oliveira Canedo






USO DAS FORMAS GEOMÉTRICAS NAS ROUPAS



Projeto Experimental aprovado em dezembro de 2009 para obtenção do título de Bacharel em Design de Moda.




Banca Examinadora:


___________________________________________
Coordenadora: Professora Mestre Bárbara Helena Castellani


___________________________________________
Professora Alcione Lacerda Rodrigues da Cunha


___________________________________________
Professora Clerce Mary Pires Barbosa


___________________________________________
Professora Priscila Freitas Neme
























Aos meus pais pelo grande incentivo, apoio e
dedicação em todos momentos que precisei.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelas oportunidades e por ter me amparado ao longo da minha vida e nesta trajetória. Aos meus pais, Moacir e Luzia, responsáveis pelas minhas realizações, e que sempre me incentivaram sendo totais merecedores dos meus mais sinceros agradecimentos. Aos meus irmãos, Cássia e Bruno, pela compreensão e ajuda nos momentos difíceis. Ao meu namorado, Manoel Henrique, pelo apoio, compreensão e conselhos de incentivo a realização deste trabalho. A todos meus amigos, colegas e familiares que compreenderam minha ausência e estiveram sempre me ajudando. Ao Centro Universitário do Triângulo, aos funcionários e professores em especial a professora mestra Bárbara Helena Castellani pela paciência e ajuda.






































"Se olharmos para o zero vemos o nada, mas se
olharmos através dele descobrimos o mundo."
Robert Kaplan
RESUMO

As formas geométricas devidamente montadas podem dar origem a novos modelos de estampas vazadas ou montadas, exprimindo criatividade e beleza e inúmeras formas interessantes. Para demonstrar essa utilização é necessário um estudo específico das formas, cores, efeitos, combinações e encaixes. Com um estudo das formas explicando seu surgimento, podemos analisar como foi utilizado e motivo de ser um elemento decorativo, hoje, na arte, em ornamentos e artigos de moda. Para exemplificar o uso das formas geométricas, são apresentados, posteriormente, o estudo da geometria, sua história, seus significados e suas aplicações na moda. Tais formas e aplicações geométricas podem ser avaliadas para melhor compreender a sua utilização, já que as técnicas são sempre um sucesso quando apresentas em obras de arte, e em especial nas coleções de estilistas atuais de moda, pois expõe em suas formas um conceito novo e muito criativo, demonstrando seu uso eficiente. Assim, em virtude desse sucesso da utilização das formas geométricas na moda, visto como um diferencial, foi apresentada uma proposta de trabalhar com a geometria incluindo sua beleza e expressando na coleção ?Geometria Mole? um manifesto de conforto proporcionado pela malha (matéria-prima da coleção), deixando evidente os elementos e a forma de criação utilizada.

Palavras Chave: Formas geométricas; recortes geométricos; moda; conforto.





SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................. 07
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 09
METODOLOGIA ....................................................................................................... 11

CAPÍTULO I: USO DAS FORMAS GEOMETRICAS NAS ROUPAS ....................... 13
1.1 Formas ......................................................................................................... 13
1.2 Geometria .................................................................................................... 14
1.3 Geometria e suas formas ............................................................................. 16
1.4 Geometria na moda ..................................................................................... 22

CAPÍTULO II: CRIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E APRESENTAÇÃO DA
COLEÇÃO ?GEOMETRIA MOLE? ............................................................................ 48

2.1 Moda e coleção ........................................................................................... 48
2.2 Consumidor e marca ................................................................................... 61
2.3 Pesquisa em moda ...................................................................................... 70
2.4 Planejamento da coleção ............................................................................ 76
2.5 Desenhos: elementos e princípio do design ............................................... 93
2.6 Lançamento e divulgação .......................................................................... 135

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 142
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 144





INTRODUÇÃO


A pesquisa busca demonstrar como as formas geométricas devidamente montadas podem dar origem a novos modelos e estruturas. As formas geométricas foram tendência bastante notável nos últimos desfiles, nos quais percebemos estilistas investindo com intensidade em técnicas de construção das roupas com elementos baseados na geometria. Alguns deles até trabalham o estilo de sua marca usando como artifícios círculos, triângulos, cubos, quadrados e outras formas que evidenciam diferenciação e criatividade.
O tema abordado mostra como a montagem de algumas peças usando as formas geométricas provoca um suntuoso efeito, assim surgem indagações do tipo: O que são as formas? Como os estilistas atuais trabalham essas formas? Quais são suas técnicas usadas? Quais formas geométricas poderão ser utilizadas? Como as estampas e recortes podem ser conjugados formando diferentes combinações? Em que situação as formas geométricas são mais usadas? Como trabalhar o conforto das roupas com a montagem e modelagem? Foram essas as indagações que motivaram a pesquisa.
A fim de solucionar tais questões o trabalho busca mostrar como as peças são montadas através da geometria e por recortes que se moldam ao corpo sendo responsáveis pela originalidade e exclusividade das peças.
Revendo características da moda percebe-se que atualmente o mais usado é a moda prêt-à-porter, o que gera massificação no vestir. Logo a pesquisa foi elaborada tendo em razão o estudo da geometria em suas formas e símbolos, através do qual a criatividade de Erika Ikezili foi utilizada como exemplo e fonte de inspiração, pesquisando as formas geométricas e a formação das estampas. A estilista demonstra como é possível fugir dessa massificação partindo para a criação de peças com o conceito de exclusividade, obtendo originalidade na construção e coordenação de cores e encaixes, esse trabalho demonstra um mix de criatividade usada em suas coleções exibindo técnicas com inspiração na geometria.
Neste projeto será desenvolvida uma pesquisa teórica com intuito de compreender as formas geométricas usadas para elaborar as roupas que as tornam ainda mais criativas e diferenciadas. Serão tratados conceitos envolvendo moda, criação, símbolos, geometria e seus efeitos. Trabalhando através de pesquisas uma forma de favorecer um segmento da moda feminina com roupas mais confortáveis, comprometidas com as formas, num processo de criação muito elaborado e com técnicas diferenciadas.
O capítulo I apresenta o desenvolvimento de uma pesquisa de referência para o tema da coleção apresentando o surgimento das formas geométricas, seus significados e usos. O capítulo II é o desenvolvimento da coleção definida como ?Geometria Mole? que utiliza elementos apresentados no capítulo anterior expressando uma nova geometria, como algo inovado demonstrando que através dela e detalhes em cores e recortes diferentes podem surgir peças instigantes à compra pelo público-alvo.




METODOLOGIA

Neste projeto foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, com a finalidade de conhecer como a geometria é usada, principalmente na moda, e qual seria o seu melhor uso.
O procedimento metodológico do projeto foi pautado na pesquisa em livros, páginas eletrônicas e artigos. Dentre os principais autores pesquisados, podemos citar: Focillon (1983) que introduz sobre as formas; para explicar o surgimento da geometria foi baseado no Wikipédia e dicionário; Sodré (2008) faz uma apresentação de alguns elementos geométricos; Chevalier (1999) exemplifica o simbolismo desses elementos; Hornung (1983) explica sobre ramos da geometria e fala da aplicação dessa matéria e símbolos do design com influencia no resultado da imagem que se deseja passar; Anhesine e Queiroz (2002) exemplificam o significado da moda; Laver (1989) apresenta indícios da geometria na moda; Garcia (2008) e Lacerda (2008) mostram o estilo único e revolucionário de Emilio Pucci e suas estampas. Lopes (2008) cita sobre o op art, que apresenta muitas formas geométricas. A história e a criatividade de Erika Ikezili retirada do seu site, como exemplo da geometria na moda; Peres (2008) e Douat (2008) falam do uso da geometria na moda e no que ela implica. Sem deixar de citar os autores: Bulla (2008), Peron (2009), Nazarian (2009), Peres (2009), Resende (2009), Pasqual (2009), Gonçalves (2009), Fialho (2009), Pontes (2009), Lima (2009), Medeiros (2009), Gostinski (2009) e Storm (2008); sendo autores que deram suma noção sobre os elementos geométricos e como são utilizados na moda por pesquisas em desfiles com atenção reforçada à geometria. Sendo esses os autores de pauta no capitulo I.
O capitulo II teve grande e quase que total referencia nos seguintes autores: Treptow (2005) e Jones (2005), indicando como criar uma coleção, como fazer todo o seu planejamento e qual o desenvolvimento esperado através de uma metodologia de trabalho proposta pelos autores.
Além das pesquisas em livros, as páginas eletrônicas foram de grande relevância para o dois capítulos do projeto, contribuindo para que fosse feita uma melhor abordagem sobre o tema em questão, por não haver catalogação, especificamente, em livros dos elementos geométricos na moda.




















CAPÍTULO I


USO DAS FORMAS GEOMETRICAS NAS ROUPAS


1.1 Formas


Segundo FOCILLON (1983), encarar a forma em todo a sua plenitude e aspectos, a forma como construção do espaço e da matéria, que ela se manifeste pelo equilíbrio das massas, pelas variações do claro e do escuro, pelo tom, pela pincelada, pela mancha, que se trate de arquitetura, escultura, pintura ou gravura. A obra de arte só existe enquanto forma. Ou seja, a obra de arte não é o traço ou a curva da arte enquanto atividade, ela é própria da arte; ela não a indica, mas a gera. A intenção da obra de arte, não é a obra de arte. A mais rica coleção de comentários e memórias elaborados pelos artistas mais dedicados do seu objetivo, retratando eficientemente através das palavras, não seria capaz de substituir a mais significante das obras de arte. Para que exista, é preciso que a obra de arte se separe, que renuncie ao pensamento, que entre na extensão, é preciso que a forma meça e qualifique o espaço. Ela está sobre nossos olhos e sob nossas mãos como uma espécie de invasão em um mundo que nada tem em comum com ela, a não ser o pretexto da imagem nas artes ditas de imitação.
Nas imagens, dos detalhes, tudo está relacionado à forma. Para FOCILLON (1983), a própria natureza também cria formas, imprime nos objetos de que é feita e nas forças com que os animam figuras e simetrias, e o faz tão bem que muitas vezes nos impressiona em ver nela a obra de um deus artista, inventor de combinações. As ondas mais tênues e as mais rápidas possuem sua forma. A vida orgânica desenha espirais, esferas, meandros e estrelas. Se a estudasse seria pela forma e pela quantidade que ela é conhecida. Mas a partir do movimento em que essas figuras intervêm no espaço da arte e nas suas matérias particulares, elas adquirem um novo valor e formam sistemas inteiramente originais inéditos.
Então podemos considerar, que as formas é o que delimita um espaço, dando volume ou adorno a um determinado elemento. Tudo que é visível e foi criado um dia tem uma determinada forma, seja ela artística ou funcional, de algo que é limitado for sua forma na essência.


1.2 Geometria


Para que se possa chegar a um conceito sobre a geometria e conhecê-la melhor, é necessário saber como ela é formada etimologicamente, em que ela constitui fisicamente e como ela surgiu.
A geometria é definida como um ramo da matemática que estuda as formas, planas e espaciais, com as suas propriedades. A geometria está apoiada sobre alguns axiomas, postulados, definições, teorema e corolários. Sendo que essas afirmações e definições são usadas para demonstrar a validade de cada teorema. A geometria permite-nos o uso dos conceitos elementares para construir outros objetos mais complexos como: pontos especiais, retas especiais, planos dos mais variados tipos, ângulos, medidas, centros de gravidades de objetos, etc. Para exemplificar melhor o conceito de geometria veja a seguinte definição:
Ge.o.me.tri.a: sf (geo+metro+ia) 1 Parte das matemáticas que trata das propriedades e medidas da extensão nos seus três aspectos, como linha, superfície ou volume (sólido).

Devido à necessidade de medir contar, medir que surgiu a matemática e dela se deu origem à geometria (do grego geo =terra + metria= medida, ou seja, "medir terra") está intimamente ligada à necessidade de melhorar o sistema de arrecadação de impostos de áreas rurais, e foram os antigos egípcios que deram os primeiros passos para o desenvolvimento da disciplina. Todos os anos o rio Nilo extravasava as margens e inundava o seu delta. A boa notícia era a de que as cheias depositavam nos campos de cultivo lamas aluviais ricas em nutrientes, tornando o delta do Nilo a mais fértil terra lavrável do mundo antigo. A má notícia consistia em que o rio destruía as marcas físicas de delimitação entre as possessões de terra. A dimensão desses conflitos pode ser apreciada na repercussão que se encontra no Livro dos Mortos do Egipto, onde uma pessoa acabada de falecer tem de jurar aos deuses que não enganou o vizinho, roubando-lhe terra. Era um pecado punível com ter o coração comido por uma besta horrível chamada o ?devorador?. Roubar a terra do vizinho era considerado uma ofensa tão grave como quebrar um juramento, assassinar alguém ou masturbar-se num templo. Sem marcos fronteiriços, os agricultores e administradores de templos, palácios e demais unidades produtivas fundadas na agricultura não tinham referência clara do limite das suas possessões para poderem cultivá-la e pagarem os impostos devidos na medida da sua extensão aos governantes. Os antigos faraós resolveram passar a nomear funcionários, os agrimensores, cuja tarefa era avaliar os prejuízos das cheias e restabelecer as fronteiras entre as diversas posses. Foi assim que nasceu a geometria. Estes agrimensores, ou esticadores de corda (assim chamados devido aos instrumentos de medida e cordas entrelaçadas concebidas para marcar ângulos retos), acabaram por aprender a determinar as áreas de lotes de terreno dividindo-os em retângulos e triângulos. Acredita-se em geral que a origem da Geometria se situa no Egipto, o que é natural, pois, para a construção das pirâmides e outros monumentos desta civilização, seriam necessários conhecimentos geométricos. Estudos mais recentes contrariam esta opinião e referem que os Egípcios foram buscar aos Babilónios muito do seu saber.
Assim, conhecendo melhor a geometria de onde, e como surgiu, sabendo seu significado etimológico e que estuda as formas, suas propriedades e medidas como: linha, superfície e volume; podemos definir agora algumas de suas formas mais significativas que se encaixam nesses três aspectos. Reunindo características alem do visual, tendo uma conotação significativa.


1.3 Geometria e suas formas


A definição de alguns elementos geométricos segundo SODRÉ (2008):
? Polígono é uma figura geométrica cuja palavra é proveniente do grego que quer dizer: poli (muito) + gonos (ângulos). Um polígono é uma linha poligonal fechada formada por segmentos consecutivos, não colineares.
? Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que possui o menor numero de lados. Talvez seja o polígono mais importante que existe. Todo triângulo possui elementos e os principais são: vértice, lados, ângulos, alturas, medianas e bissetrizes.
? O quadrilátero é um polígono com quatro lados e os principais quadriláteros são: quadrado, losango, trapézio e trapezóide.
? Losango é um paralelogramo que tem todos os quatro lados congruentes. As diagonais de um losango formam um ângulo de 90o.
? Retângulo é um paralelogramo com quatro ângulos retos e dois pares de lados paralelos.
? Trapézio é um quadrilátero que só possui dois lados opostos paralelos com comprimentos distintos, denominados base menor e base maior. Pode-se mostrar que o segmento que liga os pontos médios dos lados não paralelos de um trapézio é paralelo às bases e o seu comprimento é a média aritmética das somas das medidas das bases maior e menor do trapézio.
De acordo com HORNUNG (1981), em termos de história da arte que tratem dos ornamentos e das formas geométricas, são muito poucas as que poderão interessar ao profissional. Um grande número de tratados referentes ao significado das formas e padrões geométricos sem sendo editado a anos. Em todos eles o designer encontra bons subsídios desde que se disponha a penetrar além da superfície.
Sobre a linguagem do designer, HORNUNG (1981) diz que é como a linguagem do escritor, vasta e tem ramificações complexas. A comunicação do pensamento através de qualquer linguagem escrita se constitui numa arte peculiar que, como todas as artes, não pode ser exercida com perfeição, a não ser por meio do domínio total de seus elementos fundamentais e por sua aplicação constante. É certo que algumas pessoas conseguem se exprimir com mais facilidade que as outras, e possuem o dom da manifestação de suas idéias do campo da literatura; mas para ninguém será fácil dar forma, a todo e qualquer instante, na linguagem exata e adequada, às diversas idéias que percorrem rapidamente o pensamento. Por mais claras que sejam nossas percepções, por mais nítidas que sejam nossas imagens, não podemos escapar do fato de que nosso domínio da linguagem não é suficiente para lhes fazer da justiça. Procuramos em vão as palavras que necessitamos para retratar nossos pensamentos e sentimentos. Apesar dos nossos maiores esforços, nem sempre os termos apropriados podem ser evocados quando desejamos, e somos levados ao emprego de palavras ou frases muito gerais, muito limitadas, muito fortes ou muito débeis, que deixam de atingir o objetivo pretendido.
Para conhecer melhor alguns significados e símbolos dessas formas vejamos significados e símbolos da formas mais conhecidas:
De acordo com HORNUNG (1981), o círculo é a mais simples e mais fundamental dentre todas as formas geométricas. Definido como uma curva contínua, cujos pontos são todos eqüidistantes de um outro ponto interno central, ele é a base de um numero infinito de outras formas, formatos e padrões. Por processo de multiplicação, subdivisão, e entrelaçamento ele permite a criação de uma variedade de ornamentos, logotipos, etc., que por sua vez, podem servir de base para combinar com outras formas. A subdivisão do circulo é feita, geralmente através de linhas, retas, arcos, ou uma combinação de qualquer dos dois.
A esfera possui, de acordo com CHEVALIER e GHEERBRANT (1999), o mesmo simbolismo que o círculo; ela é o círculo na ordem dos volumes. Dá relevo, a terceira dimensão as significações do círculo e corresponde a melhor experiência percebida: a totalidade celeste-terrestre se expressa maravilhosamente no par cubo-esfera. E como uma figura simétrica por excelência, a esfera é símbolo de ambivalência.
Para HORNUNG (1981), o triângulo é uma figura geométrica plana de três lados e três ângulos. O triângulo eqüilátero tem três lados e três ângulos iguais. O triângulo isósceles tem dois lados e dois ângulos iguais, e pode, do ponto de vista do design, ser considerado como um triângulo eqüilátero estendido em uma das direções. Embora as características do triângulo tenham sido estudadas com muita precisão desde os tempos imemoriais, e muitos teoremas matemáticos esclarecendo suas propriedades tenham sido aprovados, não é fácil definir seus diversos significados e aplicações, porque é provável serem bastante complexos. O triângulo está tão integrado à imagem de poderoso símbolo da vida, que se tornou ao mesmo tempo confuso e inflexível. Basicamente, ele representa três coisas: acima de dois, com dois inferiores se unindo para produzir o superior, e portanto, simboliza a união das forças positivas e negativas ? a lei da vida. Para CHEVALIER e GHEERBRANT (1999), o simbolismo do triângulo abrange o simbolismo do numero três. Somente em função das suas relações com outras figuras geométricas podemos percebê-lo plenamente. "A primeira superfície é o triângulo, a segunda o quadrado e a terceira o pentágono. Toda figura, se há linhas que partem do seu centro ate os ângulos pode ser dividida em muitos triângulos. O triângulo está na base da formação da pirâmide. Ligado ao sol e ao milho, o triângulo é duas vezes símbolo de fecundidade. O triângulo com a ponta pra cima simboliza fogo e o sexo masculino; com a ponta pra baixo simboliza a água e o sexo feminino. O selo de Salomão é composto de dois triângulos invertidos e significa, principalmente, a sabedoria humana. Triângulo eqüilátero simboliza a divindade, a harmonia, e a proporção. Como toda geração se faz por uma divisão, o homem corresponde a um triângulo eqüilátero cortado em dois, ou seja, um triângulo retângulo. Essa transformação do triângulo eqüilátero m um triângulo retângulo traduz-se a perda do equilíbrio". (BOECIO apud CHEVALIER e GHEERBRANT, 1999).
A pirâmide que é, para CHEVALIER e GHEERBRANT (1999), convergência ascendente, consciência de síntese, a pirâmide é também lugar de encontro de dois mundos: um mundo mágico, ligado aos ritos funerários de retenção indefinida da vida ou de passagem para um a vida supratemporal, e um mundo racional que invocam a geometria e os modos de construção. Era inevitável que os amantes dos mistérios se maravilhassem com um tal de encontro e ai vissem a ora explicação divida da geometria, ora a justificação da magia pela matemática. As relações geométricas da grande pirâmide de Gizé abriram caminho para outras interpretações, que volta ao simbolismo dos alquimistas.
Em HORNUNG (1981), o quadrado é uma figura retilínea de quatro lados e quatro ângulos iguais. Ele pode ser dividido de diversas maneiras: diagonal, ele produz dois ou quatro triângulos. Alem disso, pode ser dividido de vários outros modos com arcos e ângulos. O estudo das propriedades dos quadrados é mais conveniente se baseado no estudo de seus componentes, principalmente do triângulo. CHEVALIER e GHEERBRANT (1999) se referem ao quadrado como umas das figuras geométricas mais freqüentes e universalmente empregada na linguagem dos símbolos. É um dos quatro símbolos fundamentais, unto com o centro, o círculo e a cruz. É símbolo da terra por oposição ao céu, mas também, num outro nível, o símbolo do universo criado, terra e céu, por oposição ao incriado e ao criador; é a antítese do transcendente.
O cubo, segundo CHEVALIER e GHEERBRANT (1999), é o quadrado do quadrado, ele tem, na ordem dos volumes a mesma significação que o quadrado na ordem das superfícies. Simboliza o mundo material e o conjunto dos quatro elementos. Pelo seu equilíbrio, foi tomado como símbolo da estabilidade. Encontrado, freqüentemente, na base dos tronos. Num sentido místico o cubo foi considerado símbolo da sabedoria, da verdade e da perfeição moral.
A cruz pode ser considerada segundo HORNUNG (1981), quando duas linhas se cruzam fazendo ângulos retos, de modo que os quatro braços tenham comprimentos iguais, a forma resultante é denominada "cruz". Trata-se da forma geométrica mais simples em que aparece a cruz, porem as variações tanto de estrutura quanto de detalhes são incontáveis, de modo que os exemplos apresentados não pretendem mais que oferecer uma visão geral do tema. Para CHEVALIER e GHEERBRANT (1999), a cruz é o terceiro dos quatro símbolos fundamentais, juntamente com o centro, o círculo e o quadrado. Ela estabelece uma relação entre os outros três: pela interseção de suas linhas retas, que coincide com o centro, ela abre para o centro para o exterior; inscreve-se no círculo, que divide em quatro segmentos; formando o quadrado e o triângulo, quando suas extremidades são ligadas por linhas retas. A simbologia mais complexa deriva dessas singelas observações: foram elas que deram origem à linguagem mais rica e mais universal. Como o quadrado, a cruz simboliza a terra: mas exprime dela aspectos intermediários, dinâmicos e sutis. A simbólica do quatro está ligada, em grande parte, à da cruz, principalmente ao fato de que ela designa um certo jogo de relações no interior do quatro e do quadrado. A cruz é o mais totalizante dos símbolos.
Para HORNUNG (1981), a seta embora não sendo uma figura geométrica pura, tem todas as características e propriedades do motivo triangular. A seta vem sendo usada desde a antiguidade remota como forma decorativa, pelos selvagens e sucessores civilizados. Originalmente, ela era associada a idéia de guerra, ou para assimilar uma direção, porem com o tempo seu significado pictórico perder.
Esses são símbolos de alguns elementos que são de grande utilidade para os atuais designers. Onde aplicam-se formas evidentes geométricas ou parte delas para formar figuras.
Tendo noção sobre as formas geométricas, suas origens e simbologias, podemos entender do que se trata e como ela influencia as criações em moda que é o objetivo atual deste projeto. Vejamos a seguir, como se deu o constante uso da geometria na moda. Atualmente intensificado pela contínua aparência dessa tendência nas passarelas.


1.4 Geometria na moda


A moda que segundo ANHESINE e QUEIROZ (2002), é o "uso, habito ou estilo geralmente aceito variável no tempo e resultante de determinado gosto, idéia, capricho, e das interinfluências do meio" tem apresentado e representado nas roupas formas e linhas relacionadas à ciência da geometria.
As formas passaram a ser usada ate hoje são como elementos de decoração e exemplo na moda como cita o autor LAVER (1989): "as roupas da década de 60 estabeleceram uma nova tendência. Duras e geométricas, eram eróticas no quanto desnudavam (ou quase) o corpo".
Um dos nomes que ficou conhecido pelo uso da geometria foi Emílio Pucci, com suas inconfundíveis estampas. Emílio Pucci, nasceu em 1914, carregava o título de marquês de Barsento e cresceu em um palácio com paredes cobertas por pinturas de Botticelli, Rafael, Donatello e Leonardo da Vinci ? local que se tornaria também palco de seus desfiles e um dos símbolos da grife que leva seu nome. Segundo GARCIA (2008) o estilista italiano Emilio Pucci está no nosso imaginário como aquele que criou estampas geométricas ultracoloridas que viraram mania nos anos de 1960, mas sua contribuição ao mundo da moda vai muito além disso. Ele criou vários tecidos, como o jérsei de seda, patenteado por ele assim como o Emilioform, tecido composto por 45% de xantungue e 55% de nylon. Apaixonado por tecidos sintéticos e por esportes, Pucci se lançou ao sportswear desde o início de sua carreira como designer de moda no final dos anos de 1940 e início dos 1950 ao criar roupas para esqui. De certa forma, o designer italiano revolucionou a moda dos anos 1950 com um conceito inédito da união entre o traje formal e o traje esportivo. Sua intenção era libertar a mulher das vestimentas pesadas e incômodas, facilitando o dia-a-dia daquelas que começavam a entrar no mercado de trabalho. Ele já havia se tornado, ainda nos anos de 1950, um fenômeno de moda, tanto na Europa quanto do outro lado do oceano.
Figura1: Estampa de Emílio Pucci.
Fonte: http://www.emporioweek.com.br/blog_geyna/?m=200811&paged=2.

De acordo com LACERDA (2008), em 1951, Pucci voltou para Florença e fez seu primeiro desfile. O cenário não poderia ser mais perfeito: o palácio da família, que se transformou também no seu ateliê e na sede na grife. Seu objetivo maior era dar liberdade de movimento às mulheres, e para isso, inspirava-se no mar Mediterrâneo e na cultura oriental com suas túnicas, turbantes e palazzo-pijama. As estampas, que combinavam cores vibrantes, como azul, rosa, roxo, verde e amarelo em desenhos geométricos, tornam-se verdadeiros ícones, sobretudo nos anos de 1960. Não é à toa que Pucci ficou conhecido como "Príncipe das estampas".
Conforme BULLA (2008), na década de 60 as artes, a cultura e a literatura esgueiravam-se por caminhos experimentais, buscando a liberdade de expressão acima de tudo. Os Beatles, Bob Dylan, Motown e Andy Warhol foram os pioneiros dessas mudanças. Esses ares revolucionários também dominaram a moda. Foi nessa década que Mary Quant lançou a minissaia, enquanto as estampas geométricas inspiradas na Op-Art coloriam as roupas com todos os tons possíveis e imaginários. A arte impulsionou a moda em busca de experimentações com formas e materiais. Essa foi a época do psicodelismo e da op-art. Outro aspecto cultural marcante foi a influência da Guerra Fria, que trouxe para as passarelas o look espacial.
Segundo LOPES (2008) a Op Art (abreviação inglesa para "Arte Óptica"), usado como inspiração para estampas da década de 60, com suas pinturas voluptuosas, brincam com nossas percepções ópticas. As cores são usadas para a criação de efeitos visuais como sobreposição, movimento e interação entre o fundo e o foco principal. Os tons vibrantes, círculos concêntricos e formas que parecem pulsar são as características mais marcantes deste estilo artístico. Com movimentos virtuais, utilizando-se objetos planos e formas geométricas. Os padrões mais rígidos fazem com que o apuro nas formas e o estudo detalhado dos fenômenos ópticos sejam os principais enfoques da Op Art. A pintora inglesa Bridget Riley, também associada ao pop art, tem seu estilo marcado por listras que se sobrepõem, curvas onduladas, discos concêntricos e quadrados ou triângulos que se repetem. Devido à organização seqüencial e a relação de cores de suas obras, há a criação de sensações ópticas de ritmo nas superfícies, que parecem vibrar.


Figura2: Bridget Riley, Descending, 1965.
Fonte: http://www.karinsanders.com/bridgetriley.htm.


Uso dessas formas e outras foram bastante usadas na história não somente para a matemática e passou a ser usada como elemento de decoração como no Art déco que representa a adaptação pela sociedade em geral dos princípios do cubismo. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias e móveis são geometrizados. Sem abrir mão do requinte, os objetos têm decoração moderna, mesmo quando feitos com bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres. Diferentemente da Art Nouveau, mais rebuscada, a Arte Déco tem mais simplicidade de estilo.
Para HAMLIN (1981) , a geometria da divisão do espaço consegue permanecer firme, em uma época em que os gostos mudam constantemente, com a base do design decorativo. Com ela, alguns símbolos muito difundidos também parecem manter sua vitalidade com o passar do tempo. O ornamento histórico como base do design moderno e todas as filosofias do gosto, baseadas na consciência dos estilos históricos, estão mistos; em termos de artes decorativas chegamos a um ponto em que o importante é, antes de mais nada, a inventividade individual.
Segundo PERON (2009), uma técnica atual que representa muito bem o uso das formas geométricas é o grafismo, usado para criar imagens abstratas e com composições geométricas. Geralmente são fotos de forte apelo gráfico, que retratam detalhes arquitetônicos de construções, objetos coloridos ou situações em que vale mais a forma do que o conteúdo. A criação de grafismos é muito útil para exercitar a composição e o enquadramento em fotografia. Você tem um retângulo em branco para preencher e usando formas geométricas fica mais fácil dividir e equilibrar os elementos dispostos na imagem.


Figura3: Fotografias usando a técnica grafismo.
Fonte: http://www.fotodicas.com/fotografia/grafismo.html.
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Assim, o grafismo é usado para exercitar e educar o olhar, para ver as formas geométricas em toda imagem e situação.
De acordo com NAZARIAN (2009), personalidade e exuberância foram características do perfil do consumidor na coleção Verão 2010 da Neon, que visava representar a energia do "calçadão urbano", transparecendo o verão. As cores misturadas contrastadas e complementadas foram pontos que chamaram atenção às roupas do desfile, alem do efeito degradê, de estampas de listras e grafismos. Os macacões que foram tendência nos anos de 1980 estavam apresentados na coleção com volumes, justo e plissados. Nota-se nos nesta coleção silhueta fina em tops e vestidos, amplitude nas saias longas e nos tradicionais caftans da marca, além de apresentar cintura alta e marcada presente nas calças e túnicas. Assim a marca propõe ao consumidor uma confiança de estilo que deixa fixa a identidade.

Figura 4: Desfile Neon.
Fonte: http://revistaestilo.abril.com.br/moda/estilistas/neon/.

De acordo com PERES (2008), a geometria foi elemento usado para coleção outono-inverno 2008 de um famoso estilista. Alexandre Herchcovitch investiu na técnica de construção das roupas, e sob a inspiração da geometria, criou verdadeiras formulas matemáticas de modelagem. O estilista usou e abusou das formas, como círculos, triângulo e cubos, criando looks com mangas bufantes e decotes profundos, mostrando porque hoje é um dos mais importantes estilistas de moda do Brasil. Formas geométricas nas roupas chamam muita atenção dos olhares críticos da moda que na maioria das vezes elogiam o uso dessa matéria na moda.
Tendo como tendência as formas geométricas, Alexandre Herchcovitch faz parte dos estilistas que reinterpreta a realidade e a transforma numa imagem poética. Seu desfile de coleção verão 2010 trouxe para a moda o universo dos esportes coletivos, como rugby e futebol americano, de todas as maneiras, menos as óbvias. As referências foram usadas de forma sutil, a começar pelos tecidos. Os esportivos, como o náilon, surgiram misturados a bases nobres, como o cetim duchese e o georgette de seda, num patchwork multicolorido. No começo do desfile, o estilista mostrou looks com tons bem suaves e peças com recortes que as ajustavam ao corpo. Depois, surgiram os "vestidos duplos" de cores fortes, como pink e laranja, feitos com patchwork de tecidos e que lembravam a forma de jaquetas esportivas. Os ombros exagerados dos uniformes de rugby foram remontados em vestidos de cetim duchese, que davam à silhueta um desenho surreal. As calças esportivas foram refeitas em cetim duchese, com recortes anatômicos e pequenas pregas nos joelhos. Nesta temporada, Herchcovitch retomou o trabalho com látex e apresentou vestidos e blusas com estampas geométricas e forma levemente evasê. Outras estamparias mesclaram diferentes quadriculados que traziam, ainda, detalhes bordados sobre a estampa, misturando texturas. No final, o estilista se permitiu levar a idéia do rugby às últimas consequências: enormes ombreiras e saiotes de metal, remodelavam o corpo das modelos, numa versão esportiva de crinolinas.

Figura 5: Desfile Alexandre Herchcovitch verão 2010.
Fonte: http://www.fashionbubbles.com/2009/alexandre-herchcovitch-sao-paulo-fashion-week-verao-2010/.

Uma estilista que tem como estilo de sua loja roupas desse modelo, é Érika Ikezili que mostrou na sua coleção verão 2007, origamis , sendo uma forma sutil de representar as formas geométricas porque cada dobradura oferece ao desenho uma forma diferente. A estilista se baseia bastante em elementos geométrico para as suas coleções, e na analise de todos seus desfiles, sempre superando mais a expectativa do público, demonstra quanta criatividade e exclusividade pode ser apresentada através dessa simples parte da matemática que é a geometria.
Érika Ikezili em seu primeiro desfile apresentou inspiração na cultura japonesa, e desde esse momento já é nítido seu interesse pela estrutura e pelo volume que a roupa pode adquirir através de pregas, transpasses e sobreposições. Na coleção que ela apresentou em 2001, na semana de moda Casa dos Criadores, com o nome de "coleção de Patch-listras" através do estudo sobre embalagens japonesas, desenvolvido anteriormente, a coleção aparece com muitos franzidos e implicam numa nova leitura para as listras que adotam características de massa de cor. Sendo ponto forte da coleção o patchwork de listras, de todas as cores, direções e tamanhos que dão ritmo inusitado para a coleção. Na coleção de 2002, apresentada no projeto AMNI Hot Spot, já se apresenta visivelmente seu gosto por origamis e geometria, com origamis de besouros e estampas com fragmentações geométricas, ora preenchidas, ora vazadas. Na coleção de inverno 2003, toda modelagem parte de círculos. Para coleção 2004 ela faz um estudo sobre as formas que as linhas dobradas podem adquirir, pregas nas listras dão efeito de apenas uma cor, "brincando" de certa forma com as listras aparecem inúmeras possibilidades de combinações. A coleção inverno 2004, cosmogênese, feito com o desejo de explorar as possibilidades de interação entre pensamento racional e pensamento sensível, e contrapor as formas do corpo (material) e a volumes que percorriam os limites do orgânico e do geométrico. Em 2005, Erika aposta em um estilo religioso, mas com o mesmo estilo das roupas anteriores. E em 2007, sua coleção é baseada em flores fractais. Sendo de alto impacto visual, os fractais são formas geométricas que fogem de definições matemáticas convencionais; eles podem ser divididos em partes semelhantes ao objeto original e possui uma infinidade de pequenos detalhes. A forma geométrica privilegiada no desfile é o trapézio. Através da repetição de círculos, formam-se moulages florais. Megaorigamis florais formam vestidos inteiros e para compor esse universo a estilista une graciosamente poesia e geometria.


Figura 6: Desfiles Érika Ikezili, coleção verão 2006, inverno 2007 e verão 2007.
Fonte: htttp://www.erikaikezili.com.br.

A estudiosa sobre psicodinâmica das cores, DOUAT (2008), cita o Feng Shui e como ele vem sendo usado na moda há séculos. É uma maneira sábia de manipular as energias vitais do universo. Se for analisado com frieza, pode-se notar que a maioria de seus preceitos se baseia em simples e puro bom senso. Seguir os preceitos do Feng Shui quando for se vestir para uma ocasião especial e importante poderia ser útil. Nas estampas, os retângulos ajudam a "limpar" suas energias vitais; a risca de giz torna a pessoa aparentemente mais intelectual, e listras verticais não parecem favoráveis quando estiver em foco a carreira, pois causa perda de direção e foco; as estampas e formas geométricas são estimulantes ao conhecimento. Formas quadradas combinam com formas redondas, estimulando as energias da sabedoria. Os rasgos e tiras são elementos não favoráveis à saúde. Formas de "A" invertido atraem fama. Roupas desestruturadas, de linhas suaves aumentam a produtividade e estimulam as idéias. No amor roupas de muitas camadas, são capazes de causar distúrbios que podem interferir com o assumir de compromissos. As silhuetas clássicas e tradicionais estimulam a criatividade devido à estrutura e regularidade que ajudam a aclarar as idéias. Cintos, xadrez e argolas estimulam à criatividade. As estampas náuticas ou aquárias favorecem para o avanço na carreira.
Segundo Adriana NAZARIAN (2009), a coleção Verão 2010 da Animale propõe certa tecnologia a partir de um ambiente misterioso de uma floresta. O jogo de vela e revela, formado por recortes e entretelas de látex, marca toda a coleção com ousadia e lembra o efeito de camuflagem da natureza. O couro, finíssimo e cortado a laser, prova que também tem passe livre nos dias quentes. Com uma resina exclusiva, fibras como seda e algodão parecem empapelados e simulam a sonoridade de folhas secas. São elas que renovam a alfaiataria leve e com características da estação em coletes alongados e com cavas profundas. Vestidos curtos aparecem com decotes assimétricos e volumes arquitetônicos nas golas. Um verão feito para mulheres que não temem a força da ?selva de pedra urbana? e usam a geometria e recortes para tais efeitos.


Figura 7: Desfile Animale Verão 2010.
Fonte: http://revistaestilo.abril.com.br/moda/estilistas/animale/?ctd=0&ft=spfwverao2010-01.jpg.


Segundo AVERBACH (2009) círculos, bolas e curvas proliferam por todos os tipos de tecidos, inspiram modelagens e se transformam em maxipaetês nas coleções verão 2010. As linhas retas não deixam por menos, aparecem em estampas de quadrados ou listras.

Figura 8: Desfiles verão 2010.
Fonte: http://www.spfw.com.br/noticia_det.php?c=3826.

Segundo RESENDE (2009), todos gostam de usar dos geométricos no frio, onde todo janeiro vemos as propostas e todo julho tudo passa a ser usual contendo: listras, geométricos abstratos, cubinhos e xadrez. Sendo interessante procurar motivações legais e entender porque cada estilista usou os geométricos do jeito que usou, a roupa precisa de uma história e assim descobrir o motivo de a geometria estar sempre tão evidente nas passarelas. A Maria Bonita fez para inverno 2008 uma coleção inteira ?estudando? o cardigan, suas formas e elementos, que esses losangos são típicos de casacos de tricô. A marca Huis Clos tinha como tema as imagens da fotógrafa Sarah Moon, que trabalha luz e sombras nas suas fotografias - daí as formas em claro e escuro, formando padronagens gigantes com os reflexos das (formas) pequenas umas nas outras. E o estilista Alexandre Herchcovitch na sua coleção outono-inverno 2008 foi além e não fez só geometria nas listras e alvos, mas fez formas inteiras geométricas, e como nos desenhos técnicos, seria possível vestir a geometria, literalmente. A beleza vem também da harmonia das nossas formas: geometrias ajudam a expandir e retrair as partes do corpo que cobrem, então podem ajudar a disfarçar e valorizar qual parte do corpo quiser.


Figura 9: Looks geométricos.
Fonte: http://www.oficinadeestilo.com.br/blog/mais-um-inverno-geometrico.

PASQUAL (2009), mostra que foi a partir da agitação das metrópoles dos anos de 1920 e 1930 veio a inspiração do estilista Reinaldo Lourenço para sua coleção outono inverno 2009, onde fez uma analogia com a época mencionada e os dias atuais das grandes cidades. Metálicos, arquitetura e engenharia civil dos anos outrora vividos foram às palavras chaves do conceito de Lourenço. A coleção ainda contou com influências cubistas, construtivistas e art-decô. Isto ficou visivelmente exemplificado nos vestidos feitos de placas de organza metalizada. Dourado, prata e bronze compuseram a gama de tons metálicos dos looks que contaram ainda com uma estética geométrica na construção dos mesmos, principalmente na criação de vestidos modelados semelhantemente a origamis. As calças justas também tiveram recortes em forma de desenhos geométricos ora em contraste de branco com preto ora em vermelho e preto. Tanto nessas construções como também em jaquetas brilhantes, volumosas e cheias de recortes, viu-se claramente a intenção do estilista em trazer as referências da arquitetura dos grandes centros. Mantôs, casacos até a altura dos joelhos e jaquetas semelhantes aos trajes usados na neve garantiram o conforto térmico no inverno 2009 da marca. A alfaiataria, outro ponto destacável de Reinaldo, também foi explorada.
Figura 10: Coleção inverno 2009 de Reinaldo Lourenço apresentado no SPFW.
Fonte:http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~18045~n~o+inverno+geometrico+de+reinaldo+lourenco+no+spfw2009.htm.

Conforme GONÇALVES (2009), a geometria foi uma das influências que mais nortearam os estilistas em suas criações para o verão 2010. A geometria apareceu em formas e estampas nos desfiles de verão 2010 da São Paulo Fashion Week e do Fashion Rio. Seja por meio da construção ou das estampas, os padrões geométricos encheram a passarela de volumes, assimetrias, silhuetas retas e grafismos, mostrando que nos looks da próxima estação o que vale é a forma. Algumas peças parecem esculturas que desafiam a lei da gravidade, como se flutuassem no ar (exemplo das camisas da Mara Mac e vestidos da Acquastudio), enquanto outras geram uma ilusão de ótica por meio das estampas (caso dos vestidos da Neon, André Lima e Carlota Joakina). Os padrões vão das riscas e listrados a quadrados, círculos e losangos. As proporções são exageradas e moldam o corpo de maneira inusitada (seguindo essa tendência, os ombros continuam nas alturas em formas retas e arredondadas).

Figura 11: Diferentes usos da geometria nos desfiles da Acquastudio, Carlota Joakina e Neon (da esquerda para a direita).
Fonte: http://revistacriativa.globo.com/Revista/Criativa/0,,EMI86383-17553,00-MOMENTO+GEOMETRICO.html.

Para FIALHO (2009), a geometria no vestuário jamais saiu de moda. Os looks são com body gráficos. Numa mesma peça pode haver listras e, ao mesmo tempo, estampas de animais e poás. A modelagem acompanha a onda dos anos 80 (mix de elementos da década agregado de exagero). Poás e listras produzem belos efeitos quando são associados a peças lisas, ou aquelas que têm como fundo uma das duas cores. Listras horizontais aumentam de volume. As verticais podem alongar a silhueta. É fundamental usar roupas que sejam harmoniosas com a sua silhueta. As dobradinhas branco e preto, roxo e azul, pink e laranja, são combinações de cores que apontam tendências.

Figura 12: Look com detalhes geométricos.
Fonte: http://www.estilovanguarda.com.br/?p=5063.

Já PONTES (2009), tem outra argumentação sobre as listras horizontais, ela cita que pesquisadores britânicos provaram que, ao contrário do que se pensava, roupas estampadas com listras horizontais tornam a pessoa mais magra. E assim também foi visto durante toda a Semana de Moda de Milão, a ?Milano Moda Donna? nas coleções verão 2009. A exemplo da grife italiana ?Dolce e Gabbana?, que apostou em listras horizontais.


Figura 13: Listras nas passarelas das coleções verão 2009.
Fonte: http://www.midiamais.jor.br/?id=noticias&idnoticias=1370.

Para MEDEIROS (2009), uma das estampas mais atemporais nos produtos de moda são os padrões geométricos, caminhando dos bem detalhados aos mais abstratos e loucos. As formas podem ser perfeitas, quase que seguindo a Proporção Áurea , ou podem ser bem malucas, brincando com os olhos e jogando com a mente. Algumas vezes confundem o olhar, outras causam certo estranhamento e dúvida quanto a sua real forma, mas sempre marcam e encantam pela ousadia ou pela simples elegância. O importante é saber a melhor forma de usar a geometria nas roupas, estampada ou mesmo desenhando modelagens inspiradas na arquitetura. Sobre a questão dos volumes. Uma estampa grande, com linhas grossas e amplas, agrega volume à região. Já uma estampa miúda e delicada, faz o efeito contrário. E é bom prestar atenção no fundo da estampa. O fundo escuro agrega bem menos volume que o fundo claro. O fundo é aquilo que parece que está em baixo das formas que saltam ao olhar.
Para LIMA (2009) quando se trata de geometria na moda, uma grande referencia é o de Gareth Pugh. Suas peças são praticamente todas bem estruturadas com uma geometria mais "bruta", essa tendo como referência uma arquitetura mais moderna e contemporânea. Seja em pontas, recortes, formas ou estampas, - tanto para o homem quanto para a mulher - a geometria é explícita nas criações de Gareth.


Figura 14: Modelos de Gareth Pugh.
Fonte: http://www.thevine.com.au/fashion/photos/view/?id=4802&page=0.


LIMA (2009) cita também sobre os sapatos demonstrando que a geometria na moda abrange tudo. E pode estar muito bem representada, inclusive nos sapatos.

Figura 15: Sandálias geométricas.
Fonte: http://underagedheartbreakers.blogspot.com/2009/07/geometria-na-moda.html.

Segundo GOSTINSKI (2009), sapatos de alto valor não significam apenas design diferenciado ou até extravagante. Eles precisam agregar exclusividade: ineditismo e materiais. Nesta esfera, o estilista Nicholas Kirkwood lançou sua coleção para outono 2010, que destaca formas geométricas sobre plataformas, contraste de texturas, mistura de materiais e elementos como couro, pérolas, cristais e finos tecidos de grife.


Figura 16: Os sapatos das mulheres de alto poder aquisitivo.
Fonte: http://www.dominiodamodablog.com.br/2009/07/os-sapatos-das-milionarias/.

Para STORM (2008), inspirado na geometria, criada até nos sapatos Viktor & Rolf optou pela op art e meias combinando com a geometria preto e branco. Mostrando como pode ser diferente e divertido sapatos que usam desses elementos em sua forma e construção.


Figura 17: Sapato geométrico Viktor & Rolf.
Fonte: http://fofoquinhas.uol.com.br/shoeme/s-a-p-a-t-o-s.

Segundo SCHIMIDT (2009), as coleções moda praia na edição Fashion Rio Verão 2009/2010, destaca-se ?Luiza Bonadiman? que mostrou peças comportadas para a próxima temporada. Maiôs com mangas compridas e biquínis com mangas acima do cotovelo, estão entre as apostas da grife. As calcinhas surgiram em modelagens variadas, de mais finas às mais largas. Momento mais revelador aconteceu com o maiô preto de mangas longas, transparente, deixava o corpo à mostra. A coleção investiu nos cortes geométricos, tanto em biquínis quanto nos maiôs, como o ?engana-mamãe? preto de ?Gracia Carvalho?, com espécie de franja nas costas. O tecido das peças, todas em lycra, recebeu diferentes tratamentos, que davam ares de couro e rendas. Em outros modelos, a fibra sintética foi cortada em finas listras, dando a impressão de cadarços, que se ajustavam ao corpo das modelos - em versões branca, preta e multicolorida, única peça que saiu da cartela lisa de branco, preto ou marinho.


Figura 18: Moda praia geométrica.
Fonte: http://estilo.uol.com.br/moda/fashionrio/ultnot/2009/06/08/ult2976u593.jhtm.

Inspirado por propriedades geométricas e as belezas naturais de madeiras e metais preciosos, Heather Kosch criou uma linha de jóias que é ousada, original e sofisticada. Brincos, colares e anéis são peças únicas que combinam elegância poderosa com mão de obra complexa, resultando em um conjunto completamente único. A linha é totalmente artesanal na cidade de Nova York com os melhores materiais disponíveis. Heather Kosch estudou design têxtil e vestuário de design antes de voltar sua atenção para jóias. Além de sua própria linha, ela tem colaborado em inúmeros projetos e atualmente está trabalhando em colaboração com a Matthew Ames. Ela vive e trabalha em Nova York.

Figura 19: Acessórios de moda geométricos.
Fonte: http://liefh.blogspot.com/2009_08_16_archive.html.

A moda está incluída na sociedade como algo além do simples de simplesmente se vestir. Ela é uma cronologia de fatos e estilos que tendem a ascender ou descender conforme as tendências de moda, demonstrando uma contínua evolução geral de como se apresentam de diferentes formas e como cada estilista tem sua influência nelas. A partir de todos esses exemplos de criações de moda e como a geometria foi aplicada, podemos considerar que esta influência é mais que uma tendência, é de certa forma uma afirmação que esses elementos vindos da natureza, agradam aos olhos e passam a ser algo além de formas brutas, que estruturada e em conjunto com outras de igual teor adquirem uma beleza diferente do que é comumente visto. Trazendo exclusividade e diferenciação agregando maiores valores estéticos acima de tudo. Usando elementos e atributos já pesquisados que geram formas inusitadas podendo trazer uma descontração e uma elegância a mais para o look despertando valores, necessidades e interesse pessoal por ele. E a partir dessa pesquisa trabalhar uma geometria com formas inovadoras de comunicação visual que indiciem conforto em todos os modos. Como visto no próximo capitulo.


CAPITULO II


CRIACÃO, DESENVOLVIMENTO E APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO 'GEOMETRIA MOLE?


2.1 Moda e coleção


O histórico da moda nos trás diferentes interpretações de como teria surgido a diferenciação da roupa pela sociedade e ao discutir sobre o surgimento da moda, Treptow (2005) cita que ?em busca de ascensão social, os comerciantes compravam títulos de nobreza, e conseqüentemente adotavam uma outra forma de vestir. A classe dos nobres e dos comerciantes ricos tornou-se numerosa. Como se diferenciar de tanta gente? Como se destacar dentre os demais da corte?? E foi a partir dessas questões que se deu inicio à moda, como uma necessidade maior do que propriamente se cobrir ou proteger. Os detalhes das roupas eram copiados, mudados e renovados através do gosto do usuário visando seu bem estar a partir das influências sociais. Portanto a moda é um fenômeno que possui valores materializados nos bens de consumo massificados e conforme vão sendo consumidos solidificam as relações entre as pessoas a partir da aparência comum onde é privilegiado o que é novo, descrevendo isto como aceitação de um padrão ou estilo.
No capitulo anterior, Anhesine e Queiroz (2002) definem moda como "uso, hábito ou estilo geralmente aceito variável no tempo e resultante de determinado gosto, idéia, capricho, e das interinfluências do meio". Portanto, deixam claro que a moda é determinada pelas atitudes, formas de exposição e interação com o ambiente.
A moda é a tendência de consumo da atualidade e é composta por diversos estilos que podem ter sido influenciados sob diversos aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia, como uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e, sobretudo de se vestir. A cada dia que passa o mundo da moda vem surpreendendo e superando as pessoas, com cores vivas, tendências novas, cortes inusitados e inovadores. Ela sempre é abordada, se encaixa em qualquer assunto, até como um meio de inspiração aos que a seguem.
Deste modo conhecendo essas novas tendências que moda propõe pode-se dizer que consiste em uma mudança periódica com vitalidade proveniente da necessidade de conquistar ou manter uma determinada posição social. (JOFFILY, 1999 apud TREPTOW, 2005).
Assim, a moda possui dois períodos específicos de venda que se relaciona às coleções outono/inverno e primavera/verão sendo sempre mutável e, conseqüentemente, fornecendo lucro aos comerciantes.


A moda não é uma criação dos comerciantes. Mesmo que estes estejam se aproveitando de seu sucesso, ela existiria de qualquer maneira, independentemente deles. Surgida na sua forma atual no começo dos tempos modernos, ela parece ser indispensável para o indivíduo contemporâneo. A moda pode ser uma servidão, mas é uma servidão voluntária. Nenhuma marca, nenhum costureiro pode nos obrigar a viver na obediência e no respeito às tendências. Existe apenas uma pessoa suficientemente forte para nos levar a seguir a moda: nós mesmos. (ERNER, 2005)


Logo, percebe-se que, mesmo inconscientemente, somos responsáveis por como usamos e seguimos a moda e, igualmente, Garcia e Miranda (2005) afirmam que moda é o conjunto atualizável dos modos de visibilidade que os seres humanos assumem em seu vestir com o intuito de gerenciar a aparência, mantendo-a por meio de seus próprios corpos, dos adornos adicionados a eles e da atitude que integra ambos pela gestualidade, de forma a produzir sentido e deste modo, interagir com o outro, visando uma aparência agradável para ser notado e/ou admirado.
Assim, define-se moda como um fenômeno no qual as pessoas se identificam e, ao mesmo tempo, se diferenciam uns dos outros, indicando pelas tendências, a melhor forma de se comportar através da roupa, e como dessa forma também irão transformar idéias e comportamentos vestidos com uma indumentária capaz de agradar certo público com essas vestimentas. Agregando valor extra ao seu estilo e atitude, a partir do que pessoas do mesmo estilo estão usando, e fazendo o máximo para diferenciar do que se rotula comum, transparecendo a individualidade e assim, uma afirmação pessoal não seria tão intensa se não fosse à moda.
A moda permite transparecer identidades, e é por isso que, nos cursos de Design de Moda, somos influenciados a criar de forma a transmitir pensamentos às vezes ocultos em nossa personalidade. A partir de pesquisas realizadas, buscamos algumas inovações no setor de design de moda para que possa agregar valores aos produtos elaborados e que possam compor no cenário da moda como elementos originais visando praticar o conhecimento adquirido durante o curso e capacitar para o exercício na vida profissional.


Ciclo produtivo da moda


A moda apresenta uma mudança contínua, ou seja, as roupas estão sempre se diferenciando e renovando. Ela possui um ciclo para continuar tendo caráter inovador saindo do comum, pois o que é comum não esta dentro das tendências de moda. Assim que se imprime o ciclo da moda. Treptow (2005) cita que a moda passa por várias etapas que são de lançamento, aceitação, cópia e desgaste, tendo inicialmente uma proposta de estilo a partir de coleções, grupos de jovens, filmes ou novelas (lançamento), onde é preciso que haja seguidores que acreditem, concordem e consumam estas propostas (aceitação), atingindo altos níveis de consumo tornando-se massificado (cópia), perdendo a característica de diferenciador (desgaste), surgindo uma nova proposta a ser eleita considerando a anterior ultrapassada. Mas também existem dois movimentos que são citados como ciclo de moda: o efeito trickle-down, em que a tendência de moda surge no topo da elite da moda, assim pessoas mais próximas a esta elite e formadores de opinião aderem às idéias e marcas e passam a reproduzi-las, chegando a comercializá-las em massa para o público geral; e o efeito bubble-up que segue a linha contrária surgindo das ruas, se elevando nas escalas sociais, adotando versões sofisticadas e por fim aparecendo como item de luxo na passarela.
Garcia e Miranda (2005) citam que, a indústria de moda orienta-se segundo o princípio da obsolescência planejada, por um processo ideológico que emerge a propriocepção dos consumidores nas acepções culturais e sociais, promovendo o estado perpétuo de insatisfação com o estilo de vida e com a aparência física de movimento. Sendo assim, a análise do ciclo de vida da moda e dos movimentos de adoção dos diferentes estilos de vestir é fundamental para o desenho das estratégias mercadológicas e de comunicação, pois visa a determinar a duração de uma tendência e prever a introdução de novos estilos.
A moda tem um ciclo muito breve, assim afirma Jones (2005) (p.50), que "a troca é uma necessidade tanto prática quanto social. As roupas podem ser reformadas e remendadas até certo ponto: o quão aceitável é uma roupa velha e usada vai depender de nossa idade e posição social". Sendo primordialmente necessário que as indústrias de moda tenham um preparo a cada estação para que as roupas cheguem renovadas ao consumidor gerando a conseqüente capitalização da efemeridade da moda a seu favor, e transformando a nova tendência em lucro.



Figura 20: Ciclo da Moda: da aceitação à obsolescência.
Fonte: Jones (2005), (p. 52).

Tendo a moda um ciclo produtivo rápido, é necessário fazer pesquisas para os próximos lançamentos e aproveitar o lucro que pode ser obtido até que a peça chegue ao desgaste, onde se torna massificada e passa a não ser mais um objeto de desejo. As estratégias são: a renovação e a inovação. A renovação traz a idéia de continuidade, de perseverança e uma boa dose de teimosia, e a inovação busca formas diferentes de enfrentar desafios. Na coleção, as roupas surgem como um caráter inovador, analisando o que já foi projetado e transportando isso de forma que pudesse ser baseada nos critérios relacionados ao grau de receptividade de novas idéias e ao nível de independência do processo de decisão de consumo. Tendo como base este ciclo rápido de produção, a coleção se desenvolve a partir de um cronograma que deve ser seguido (será apresentado no item 2.4), devendo ser rapidamente planejado e inserido ao consumo a fim de aproveitar o lucro de vendas ante a massificação. E é assim que se desenvolve o processo cíclico de uma coleção após outra, criadas com intuito de venda em um determinado prazo.


Tendência de moda X estilo


Toda essa massificação, temporalidade e transitoriedade são caracterizadas principalmente pelas tendências de moda. Treptow (2005) refere à tendência como um fenômeno surgido no Renascimento, embora a quebra de tradições fosse vista com reservas, alguns grupos vanguardistas enxergavam na adoção de novos valores não uma ruptura com o passado, mas um processo de evolução, apresentado pela aceitação do público e a uma valorização do novo. A tendência, devido à temporalidade, tem um período restrito de existência e no final dessa existência, algo que surgiu como manifesto social perde a característica de contestador tornando efêmero o padrão de vestir. Os efeitos bubble-up e trickle-down são tendências que assumem um padrão visual independente do seu surgimento.
Carvalho (2009) cita a tendência como aquilo que as pessoas irão desejar um dia, como algo inovador, diferente, aspiracional, 'reutilizado' ou que está em ainda uso, em vigor. E como um conjunto de tudo isso, seja englobando todos esses pontos, alguns deles, ou até mesmo uma evolução a partir deles, sendo tudo aquilo que um dia irá virar moda, ou seja, que um dia todos, ou pelo menos a maioria, irão usar.
Pra diferenciar o estilo das tendências, podemos alegar que as tendências são elementos que afirmam um estilo, como mencionado: Estilo é a capacidade de filtrar as tendências e transformá-las produzindo novas propostas que manifestam características pessoais. O estilo não rompe subitamente com o passado, mas busca referências que legitimem o novo, a tendência, como uma identidade, imprimindo sua marca pessoal, suas características de gosto e seu conceito de harmonia e do belo. Neste momento, não há mais uma fidelidade absoluta a uma só marca, há uma criação de seu visual com liberdade, buscando expressar a sua identidade, transcendendo e chegando ao auge através da customização, gerando alterações da roupa pela inferência do usuário, personalizando-se e tornando a peça única. (GARCIA apud TREPTOW, 2005).
Estilo é a forma de pensar e agir de uma pessoa, o que engloba todas as suas atitudes. Por cada pessoa ter sua individualidade, o estilo é único. Porém podem existir estilos que se assemelham, mas que não são iguais, e quando uma pessoa começa a ter um estilo parecido ou idêntico ao de outra pessoa, ele perde sua essência se transformando em uma cópia. Assim foi apresentado na coleção ?Geometria Mole? um estilo de que sugere uma mulher decidida, independente e que valorize seu bem estar e sua beleza.
Tendência de moda é tudo que é lançado para todos os estilos, sendo algo que será comumente usado para demonstrar novidades, e que agrupado ao estilo afirmam mais sua identidade. Aqueles que usam todos os tipos de tendência de moda acabam perdendo suas próprias identidades. Um estilo ficará enriquecido quando usufrui de tendências atuais que sejam convenientes a ele. A coleção ?Geometria Mole? segue as tendências que são propícias ao tema e à identidade da marca, reforçando o estilo, e repassando-o ao cliente esta proposta.


Coleção


Assim como a periodicidade das tendências de moda, os lançamentos de moda são vinculados ao calendário climático desde o inicio do surgimento das coleções, embora elas tivessem em comum o estilo de seu criador e os padrões de moda vigente, não havia exatamente uma unidade visual de coleção. Com o surgimento dos temas, passava-se a criar uma unidade visual, ou seja, várias peças inspiradas no mesmo tema, tornando-se este uma base da criação dos estilistas, até os dias atuais. (TREPTOW, 2005),
O dicionário define coleção como uma reunião de objetos da mesma natureza. Também, na moda, a coleção pode ser representada como roupas que possuem uma mesma "natureza" em sua composição podendo-se identificar os elementos de estilos e uma unidade entre as criações.
Desse modo, a coleção é definida como um conjunto de produtos em harmonia do ponto de vista estético ou comercial, cuja fabricação e entrega serão previstas para determinada época do ano. (RECH, 2002 apud TREPTOW, 2005).
O intuito é de unificar os lançamentos de moda a partir do tema da coleção que são definidos pelo calendário climático dividido em outono/inverno e primavera/verão. Lembrando que o estilo se sustenta de um período para outro, o que mudará são apenas os temas centrais das coleções e as tendências que a acompanham.
Treptow (2005) menciona que uma coleção deve ser coerente e contemplar os seguintes aspectos: perfil do consumidor, identidade da marca ou imagem da marca, tema da coleção, proposta de cores e materiais, sendo necessária uma metodologia para o processo de criação.

Produtos resultantes de projetos de design têm um menor desempenho que aqueles desenvolvidos por métodos empíricos e são obtidos em um curto espaço de tempo, considerando conceito e cliente como pólos terminais do ciclo de desenvolvimento. (RECH, 2002 apud TREPTOW, 2005)



Portanto, uma coleção deve pesquisar sobre as necessidades do mercado e através de uma antecipação lançar algo ou um produto que interaja como o individuo, levando à percepção rápida da função-uso deste produto, gerando no consumidor o desejo de comprar, de adquirir. Assim, o produto deverá ser acima de tudo, funcional e diferenciado pelas características estéticas do mesmo, concebendo-se na relação consumo/criação. A criação, que não é comercial, acaba sendo sopesada como arte, e quando comercializada, por ter como característica a raridade, de unicidade, acaba tendo um preço final de alto custo. Um exemplo disto é o que ocorre na alta costura. Mas como o intuito da coleção ?Geometria Mole? é o prêt-à-porter é necessário que a peça seja funcional e comercial para que haja uma vendagem satisfatória com capital de giro rápido e um lucro estimado, e que ofereça produtos que, de alguma maneira, beneficiem o consumidor.
As coleções, assim como a moda, são fontes de novidades que estimulam o desejo e deixando de ser apenas sinônimo de glamour e frivolidade para tornar-se um poderoso fenômeno social e de grande importância econômica. Elas são apresentadas como forma de divulgação de um produto criado com uma singularidade e que é capaz transformar desejos em cenas de passarela, além de fomentar o comércio e introduzir as tendências nas ruas. A coleção ?Geometria Mole?, pensa em suas criações formas de expressar todos esses valores, criando detalhes relacionados às tendências para atender o público, demonstrar sua criação e elementos de estilos utilizados. Assim, a coleção teve sua inspiração na geometria buscando elementos capazes de unificá-la a partir de cores e formas conjugadas, que são uma fonte inesgotável de inspirações e possibilita a elaboração de uma modelagem original.


Transposição de uma coleção


A transposição de uma coleção nomeia o momento em que se organizam visualmente as opções delineadas a partir de uma pesquisa que busca transpor as referências adotadas tais como, as formas, as texturas, as linhas, as cores, os volumes e os materiais.
Levando em consideração que a pesquisa do capitulo I se restringe ao uso das formas geométricas na moda e seu uso por estilistas, podemos perceber como isso se torna intrigante entre os espectadores da moda, pelo talento e diferenciação do produto, sendo o motivo de agregar tantos consumidores. As formas geométricas são utilizadas para distanciar-se do que se rotula "comum" nas passarelas, mesmo que estejam sendo apresentadas com frequência, e tais formas ainda são objeto de desejo dos consumidores, pois são formas relativamente belas, sem remeter a imagens marcantes e que entra em desuso com mais rapidez, porque passa para algo já visto sem expectativa de compra. E podemos exemplificar isto a partir de um retângulo que quando desenhado não é igual a outro por sua dimensão e que conjugado a um triangulo produz outra forma e leva a diferenciação, dando impressão de novo. E é assim com todas as formas geométricas capazes de possibilitar infinitas combinações.
Foram gerados 15 looks, onde foi possível, a princípio definir a forma plana, e posteriormente a espacial dos modelos apresentados. Com roupas que indicam a posse de um conceito, um tema para sua criação.
Portanto, as formas geométricas que são sempre tão variáveis e complementares podem se transformar novas formas quando duas delas ou mais se unem. A pesquisa do capítulo I apresenta como os estilistas trabalham com a geometria e algo muito comum entre eles é que a grande maioria e das pessoas quando pensa em geometria na moda, logo lembra de algo estruturado e armado como na arquitetura e objetos futuristas, onde a geometria de blocos e formas são tão evidentes, inspirando estilistas. Alguns comentaristas referem a essas roupas volumétricas como arquitetura da moda.
Assim, para a coleção ?Geometria Mole? foi desenvolvida uma nova forma de representar a geometria, com uso apenas de tecidos moles, considerados confortáveis por se moldarem ao corpo e por terem um bom caimento. Estes tecidos são as malhas tais como a Viscolycra sendo utilizado como o principal na confecção dos looks. A Viscolycra é a fusão da fibra de elastano com o fio de viscose, gerando um tecido leve, fluído, confortável e agradável de vestir, usado nos países com climas quentes, como é o caso do Brasil.
Dessa forma, foi pensada uma proposta marcante e diferenciada de onde surge o nome da coleção, definido pelo tema: ?Geometria Mole?, a qual é uma coleção desenvolvida para além de tudo, desmistificar que a geometria deve ser trabalhada apenas com tecido estruturados e usando armações. Assim, serão desenvolvidas roupas contendo elementos geométricos com formas e modelagens planas, mas que quando utilizadas em tecidos moles acabam tendo outro caimento e deformação, o que ocasiona a geometria sendo expressa apenas nos recortes e nas modelagens que apresentam nitidamente formas geométricas.


Tema


O tema, como conceito, serve para unificar a coleção e faz parte de um processo de criação tendo suma importância no desenvolvimento da coleção. Na coleção ?Geometria Mole? o intuito é desenvolver a partir da pesquisa algo ainda mais diferenciado, inusitado e ao mesmo tempo, simples prezando o conforto e atendendo as necessidades do público alvo.
Tema é um argumento ou inspiração para transpor os elementos de estilos. A proposta de tema deve ser inovadora, cuja combinação de idéias e materiais deverá seduzir o consumidor, variando de uma estação para outra, mas, deve sempre formar uma opinião para o consumidor, com propósito de desenvolver e consolidar o conceito da marca. E assim, a coleção se explica a partir de um tema que sustenta recortes geométricos e contrastantes, enfatizado pela tendência do mix de cores neutras e vibrantes do outono/inverno 2010. Ela se relaciona com formas adotadas para as roupas da estação, freqüentemente, determinadas por modelagens que são repetidas em lançamentos subseqüentes, para que sejam apreendidas pelo público de modo gradual.
Assim sendo o tema será capaz de refletir as tendências da estação e o estilo da marca, sem reproduzi-las como regra. Para isso o designer deve pesquisar o tema escolhido, buscando elementos de inspiração que possam ser transformados em roupas. (TREPTOW, 2005).
A definição do tema e conceito da coleção ?Geometria Mole?, acontece a partir das pesquisas de caráter conceitual para fundamentar o trabalho. Elas podem surgir, por exemplo, na forma de experimentações, mas cujo resultado não é descrito no produto final. Muitos fatores devem ser considerados e outros tantos influenciam a opção do assunto proposto para que este se transforme em um tema. Um fator relevante é identificar o usuário da coleção. Grande parte do sucesso de um projeto diz respeito ao público a que ele se destina. O público alvo, representado na figura do consumidor ou usuário, precisa compreender o briefing da coleção para que possa haver sintonia com a proposta concebida. Conheceremos no próximo item o público alvo e a marca na qual o produto se insere.


2.2 Consumidor e marca


Perfil do consumidor


O perfil do consumidor pode ser definido com base na atitude de pessoas que compram a marca pelo produto de forma a afirmar seu estilo. De acordo com Garcia e Miranda (2005), a escolha do produto é influenciada por diversos fatores dentre eles, os fatores sociais que utilizam papeis e posições sociais para determinar seu grau de influência sobre os consumidores, onde membros partilham valores, interesses e comportamentos similares. Os produtos, portanto, devem refletir o papel e a posição social de quem os consome. Agora, pensando-se em fatores culturais, considera-se que o comportamento é aprendido de acordo com as influências das culturas de cada lugar do mundo, observando-se que em cada um, há maneiras próprias de se ver e viver, e assim, um mesmo produto pode construir efeitos diferentes em culturas distintas. Existem também os fatores pessoais que compreendem características como o auto conceito, a personalidade, a ocupação, a idade e o ciclo de vida. E, por último temos os fatores psicológicos que consideram a influência da percepção, da aprendizagem e da motivação no consumo de produtos de moda, e sente a última uma necessidade urgente que chegará por sua vez à satisfação em se conseguir tal produto. Deste modo, estes fatores são capazes de levar as pessoas a gostarem ou não das coisas, aproximarem-se ou se afastarem delas traduzindo seus sentimentos a determinado comportamento.
Por isso a moda necessita racionalizar o universo simbólico contido numa roupa ou adorno para justificar o consumo e dar prestígio à própria peça. Sendo muito importante estabelecer o grau de envolvimento do consumidor com determinada tendência ou estilo para entender de que forma se estrutura sua relação com a moda e como está condicionado o comportamento do processo de decisão que será seguido.
Segundo Treptow (2005) é preciso que se tenha um público alvo bem definido antes de desenvolver um produto, sendo o mercado quem consome em potencial este produto. Na moda este mercado se segmenta por outros grupos similares com relação a hábitos de compra, atitudes, poder de compra e localização geográfica, possuindo um nicho de mercado que se define a partir de necessidades especificas de um grupo de consumidores.
O público alvo para o qual se direciona as roupas da marca Insigne (a ser apresentada no tópico seguinte) são mulheres, das classes A e B, de 26 a 45 anos, que já estão solidificadas no mercado de trabalho e prezam pelo conforto que as roupas podem lhe proporcionar sem esquecer-se da beleza dos detalhes e elementos que incrementam o visual. Elas fazem parte do público casual fashion. O conforto (característica principal das peças) e o caimento sugerem, a partir dos tecidos usados, movimento a essas mulheres para que se sintam agradáveis em qualquer lugar ou circunstância, podendo também ser utilizada a qualquer horário.


Marca


A palavra marca possui por si própria um significado vigoroso. No dicionário o vocábulo significa etiqueta de um produto, letra, nome ou emblema de uma peça, podendo significar também limite, fronteira. Assim podemos dizer que a marca é o que delimita características do produto e o direciona ao seu público.
Treptow (2005) identifica que para a criação de uma marca - um nome e alma para um produto - é preciso que haja estratégia de marketing, sendo ele um conjunto de técnicas que visam atender as necessidades e desejos, gerando satisfação aos compradores e lucro aos vendedores. Exigindo uma pesquisa de tendências de comportamento de segmentos do mercado para que o cliente sinta necessidade de compra e visando satisfazê-lo em todos os sentidos para que ele faça uma nova compra futura. Assim o marketing visa observar o comportamento do consumidor e identificar seus hábitos e decisões. Por isso torna imprescindível um estilo para a marca.
Solomon (2002), menciona que o auto conceito dos consumidores é reflexo de suas atitudes como positivas ou negativas, ajudarão a orientar muitas decisões de compra, podendo os produtos ser utilizados para sustentar a auto estima ou para recompensar algo que falta. Assim, o consumidor busca na marca, e no produto que ela oferece, uma identidade, uma contestação e um reforço para a para si, mesmo que isso ocorra inconscientemente.
A marca das roupas confeccionadas concebeu-se pelo nome de Insigne. Se dando devido ao seu significado. Insigne segundo o dicionário é algo celebre, famoso, extraordinário, incrível e muito distinto; sendo o que a marca quer transparecer para o público alvo enfatizando o produto como algo muito distinto e inovador. A pronúncia da palavra é feita de forma estrangeira formando uma neologia . E a marca é direcionada ao perfil do consumidor como pode ser visto no próximo item.




Figura 21: marca Insigne e variação da marca


Identidade da marca


Cada marca possui uma identidade, um estilo que agrega valor ao produto e tem referências do publico e as tendências que ela segue. Para Treptow (2005), a decisão da compra pode vir por um diferencial que é a identidade da marca. A embalagem do produto trabalha como um vendedor silencioso, trazendo informações ao seu respeito que o protege, vende e promove. A logomarca é como uma assinatura que tem reconhecimento visual imediato. A identidade da marca poderá estar expressa em um slogan que tem capacidade de fixar sua imagem na mente do consumidor. Ela deverá ser considerada na elaboração de todos os elementos que estarão relacionados à logomarca da empresa, na embalagem dos produtos, no slogan e nas coleções. A marca transmite emoção e seduz o cliente com valores e atributos que indicam as suas necessidades psicológicas.
A marca ?Insigne? tem como slogan a seguinte frase: O sentido do conforto. E dessa forma transmite a imagem da marca com a qual o público alvo se identifica. A escolha do slogan foi pelo fato de conforto se referir a aos cinco sentidos (tato, olfato, audição, visão e paladar), tentando, a partir daí, agradar ao máximo os sentidos por um conforto distinto, indicando afinidade entre marca e consumidor.
A partir de uma colagem de figuras, que se relacionam aos conceitos e valores, é criado um painel de identidade da marca projetando para o consumidor quais os atributos intangíveis que a marca pode oferecer com seus produtos. O objetivo do painel é identificar visualmente a identidade da marca. (TREPTOW, 2007).
Assim para projetar a imagem que a marca deseja passar foi criado um painel com elementos que indiquem o objetivo principal e psicológico da marca, o conforto, além de demonstrar o público alvo de mulheres bem sucedidas e de atitude. Evidenciando um estilo despojado e exigente, possuindo qualidades que estarão sempre impressas na marca.


Figura 22: Painel de identidade da marca ?Insigne?.


Promovendo a coleção e BRANDING


O Plano de marketing dentro de uma empresa visa preparar objetivos e estratégias para alcançar e definir o que será preciso elencar para obter o resultado esperado. O plano possui três etapas, a saber, o planejamento, a implementação e a avaliação/controle com o intuito de neutralizar a ação da concorrência, aumentar o faturamento, fornecer algo inédito, ser referência no mercado, ter o melhor atendimento e garantir a satisfação do cliente. É preciso que haja uma pesquisa de análise de ambiente para determinar o caminho do plano de marketing, identificando forças e fraquezas do ambiente interno (o que a empresa pode fornecer) e as oportunidades e ameaças do ambiente externo (que o mercado oferece).
Dessa forma, será desenvolvido o plano de marketing da empresa direcionado para as vendas da coleção ?Geometria Mole?, com intuito de fornecer ao mercado um produto novo de qualidade de forma a suprir as necessidades do consumidor e do mercado, que nada mais é do que a soma de diferentes segmentos e quanto mais conhecer ele e seus clientes, mais fácil será a oferta de produtos e serviços e é assim que a marca visa atender os clientes.
Os preços são definidos muitas vezes muito abaixo dos concorrentes ou dos produtos que dominam o mercado com a evidente intenção de ganhar participação de mercado ou entrar em um novo mercado com alguma inovação e chamar a atenção dos consumidores pela oferta reduzindo então os riscos inerentes à compra de uma novidade. O preço para a venda dos produtos da coleção ?Geometria Mole? não serão preços exorbitantes por não possuir matéria prima de alto custo, sendo uma diferenciação com relação aos concorrentes.
Para promoção de vendas será desenvolvido um site para interação com os clientes a partir de cadastros e para divulgação da coleção, desfiles, catálogos e notícias sobre a marca de coleções. Além de contar com uma equipe de telemarketing visando fidelizar os clientes potenciais e aumentar as vendas.
As tags, sacolas, fachadas, outdoors, tudo que esteja escrito o nome da marca e da coleção ajuda a fixá-las na mente do consumidor. Veja abaixo a tag utilizada para promover a coleção ?Geometria Mole?.

Figura 23: Tag da coleção ?Geometria Mole?.


As sacolas da coleção e da marca, por ser elemento de divulgação, são influenciadoras de compra. Veja abaixo as sacolas da coleção ?Geometria Mole? e a variação de sacola da marca ?Insigne?.


Figura 24: Sacolas da coleção e da marca ?Insigne?.


2.3 Pesquisa em moda


A pesquisa em moda é um trabalho que exige disciplina e técnica, para que o profissional de criação possa descobrir ver e registrar o que está nas ruas, vitrines, feiras, revistas e desfiles e, também compreender o que está no imaginário dos consumidores. Ela requer sensibilidade do criador para traduzir mudanças, sentimentos e comportamentos desse consumidor. (TREPTOW, 2005:77).
A pesquisa deve ser uma constante na vida do designer de moda. As mudanças, a valorização do novo e a oportunidade para o uso da criatividade é o que torna deslumbrante a carreira no ramo da moda. (TREPTOW, 2005).
Garcia e Miranda (2009) citam que a pesquisa é muito positiva, mas ela é uma ferramenta e não uma solução. É na pesquisa que conseguimos detectar alguns hábitos, opiniões e impressão sobre marcas/produtos, podemos perceber o espontâneo da pessoa, observar o comportamento delas em grupo e muitas outras coisas. Uma pesquisa bem feita pode apontar muitos caminhos, trazendo muita informação nova, milhares de dados, muitos hábitos, muitos preconceitos e muitos estereótipos pré concebidos. Mas, nem sempre o consumidor sabe ou tem uma resposta para isso. Ele não sabe o que ele precisa, ele não sabe o que ele quer ouvir e ele não sabe como que uma marca/produto pode fazer parte da vida dele. Tem coisas nas quais as respostas estão apenas implícitas. A pesquisa é uma ferramenta importantíssima, mas deve ser bem utilizada. São necessários critérios e filtros próprios para julgar, pensar e analisar tudo que é falado e observado em uma pesquisa. A resposta pode vir tanto da pesquisa, como da discussão posterior, como de uma pesquisa na internet ou de uma simples caminhada na rua.
A pesquisa de moda não deve ser encarada como algo temporário. O acompanhamento do comportamento do mercado, das novas tecnologias e das tendências de moda deve ser constante.
Para coleção ?Geometria Mole? da marca ?Insigne? foram desenvolvidas as pesquisas abaixo, buscando em revistas, jornais, internet, ruas, informações que pudessem nortear a criação da coleção, atender melhor as necessidades da empresa e do consumidor.


Pesquisa de comportamento


Treptow (2005) cita que a pesquisa de comportamento é feita para unir o consumidor ainda mais à marca. Sendo necessário conhecer quem são os ídolos atuais de seus clientes. É preciso conhecer tudo sobre o cliente e assim criar no ambiente da loja, na composição das vitrines, e até na música que toca, podendo, assim, estimular o desejo de compra.
A pesquisa de comportamento para coleção ?Geometria Mole? foi efetuada nas cidades da região de venda do produto no horário de saída do trabalho e em bares, analisando roupas utilizadas pelo público alvo, vendo como elas as mulheres se vestem, como são seu comportamento e suas escolhas para a hora do lazer, da diversão, afirmando a necessidade de conforto desse público.


Pesquisa de mercado


A pesquisa de mercado tem em foco a concorrência. Para Treptow (2005), concorrente é toda empresa que visa o mesmo mercado satisfazendo as mesmas necessidades. Cabendo a empresa estar atenta a estratégia utilizada pelos concorrentes para atrair e reter clientes, conhecer sua localização e o grau de satisfação dos seus clientes, entre outros. Tem um concorrente próximo pode incrementar as vendas.
A pesquisa de mercado procura fontes para atrair e reter clientes através de um mercado diferenciado. Visando fornecer um atendimento diferenciado sendo um atrativo a mais para público e se diferenciando do que já existe no mercado, fazendo com que o cliente busque a marca para suprir seus desejos.


Pesquisa de tendências


Segundo TREPTOW (2005) as tendências de comportamento são identificadas e interpretadas pelos comitês sensoriais para depois transmiti-los aos estilistas em bureax e feiras. Para que essa idéia chegue ao mercado consumidor final é reforçada quando estilistas reconhecidos seguem alguns dos temas apontados. "A tendência reside nos elementos que aparecem em maior freqüência quando analisados em lançamentos de estilistas diferentes. Logo se vários apostam em um mesmo caminho, esse tende a tornar-se moda, ou seja, aceito pelo mercado". Um painel de tendência serve para o designer visualizar o que o estilista poderá utilizar na coleção para contextualizá-la com os demais lançamentos e assim selecionar quais elementos de estilo identificados na pesquisa poderão ser usados para compor uma coleção sobre o tema escolhido.
Na coleção ?Geometria Mole? foram desenvolvidas pesquisas de elementos presentes nas tendências de outono inverno 2010, através de páginas eletrônicas e blogs que divulgam essas informações e nas tendências futuras buscando elementos que enfatizem o tema e tragam um espírito inovador para a coleção. As tendências de outono inverno 2010, mais marcante na coleção, foi o uso de tons neutros misturados e contrastados com tons fortes ou entre si, ressaltando um inverno com cores vivas e flúor para sair da monotonia de tons tipicamente neutros e com ressalva na ambigüidade multicolorida ton-sur-ton.


Pesquisa tecnológica


"Manter contato com fornecedores (atuais ou potenciais) é a melhor atitude para manter-se atualizado das inovações tecnológicas. O contato pode oportunizado na participação de feiras e eventos, na visita a fornecedores e no atendimento a representantes do fornecedor sem deixar a confecção". (TREPTOW, 2005; p.84)
TREPTOW (2005) ainda cita que as feiras são eventos importantes para se informar sobre preços, novidades e os lançamentos de varias empresas, podendo escolher o que melhor condiz com a marca e a coleção. Representando também como forma de conhecer produtos e serviços que podem passar a ser fornecedores habituais. A visita aos fornecedores é importante para estreitar laços, conhecer o maquinário e o potencial do trabalho do fornecedor para desenvolver idéias em conjunto gerando, muitas vezes, exclusividade sobre um artigo gerando um produto ou uma peça inovadora.
A pesquisa tecnológica foi realizada através do que o mercado de tecnologias nos fornece, pesquisando no 5º fórum de moda com idéias, realizados no Center Convention na cidade de Uberlândia-MG nos dias 21 e 22 de outubro no ano de 2009, buscando novas tecnologias e se interar as novidades do ramo de confecção e tecnologias têxteis da região.


Vocações regionais


Treptow (2005) cita que uma vantagem competitiva que pode e deve ser utilizada pelas confecções é a diferenciação, uma vez que cada região do país possui um ponto forte em criação, devido à disponibilidade de mão-de-obra já treinada em certa técnica e também pela matéria prima de fácil acesso. Cabe ao designer se informar pela pesquisa regional onde os produtos serão confeccionados com melhor técnica, custo e acabamentos aceitáveis. A mão-de-obra pode já estar qualificada ou ser treinada.
As vocações regionais são desenvolvidas por cursos de confecção industrial, oferecidos em turmas semestrais com duração de um ano, no Senai de Uberlândia que treinam pessoas para trabalhar no ramo de confecções na cidade. Tendo assim, uma mão de obra já especializada na área, não sendo necessário um treinamento tão específico de funcionários dentro da empresa.


Tema da coleção


Para Treptow (2005), tema é a história, o argumento, a inspiração de uma coleção que é variável conforme as estações, mas que mantêm características que são atributos da marca, estilo. Os temas são infinitos, mas o estilista deve ater a temas que são capazes de reproduzir as tendências para que o produto seja comercializado sem problemas, pensando no compromisso de venda, porque moda não é apenas criação de uma pela ela tem o intuito de ser vendida e dar lucro. O tema deve apresentar uma proposta de estilo do seu criador, uma cara própria para reforçar a identidade. Na pesquisa de coleção o estilista poderá encontrar elementos interessantes para inserir na coleção, como uso de acessórios, acabamentos e detalhes que podem se transformar em estampas ou ter muitas outras idéias. A partir daí surgir idéias de divulgação da coleção, do tema das fotos, da maquiagem para o desfile, da ambientação que é referente ao tema da coleção.
O tema da coleção ?Geometria Mole? foi pesquisado e trabalhado, buscando trazer ao consumidor o que a moda nos propõe: roupas com diferencial, no intuito de reforçar a identidade da marca e do consumidor propondo um conceito onde as mulheres se sintam bem e confortáveis a partir de um tema e uma proposta nova de não se limitar ao fato das malhas não possuírem estrutura suficiente para criar volumes geométricos, mas se apossa de recortes com caimento fluído e também geométricos capaz de produzir efeitos inusitados.


2.4 Planejamento da coleção


Planejamento e cronograma da coleção


No planejamento de uma coleção, e todo processo que ela engloba, é necessário que nada seja esquecido e através de muita comunicação, todos os setores trabalhem em conjunto visando o sucesso da coleção, sendo preciso que exista uma reunião de planejamento para que todo procedimento posterior às pesquisas sejam efetuado com êxito.
O planejamento visa definir a quantidade de peças que a coleção terá, a distribuição das peças no mix de produtos, tempo de execução da coleção (cronograma), tempo de comercialização, capital de giro disponível e potencial de faturamento. (PIRES, 2000: 17 apud TREPTOW, 2005: 95).
Assim, o cronograma possibilita, estruturar e direcionar as ações seguintes da empresa tentando reduzir a diferença entre desempenho esperado e o desempenho real, garantindo sua eficácia e devendo ser realizado e revisado durante o período pré-definido. Segundo Treptow (2005), é uma tabela que cruza atividades e datas tendo, assim, suma importância em qualquer projeto. Ele serve para organizar todas as atividades previstas, atribuindo a elas datas para execução, para que em um prazo estipulado a coleção esteja concluída, demarcando as datas que as coleções devem ser lançadas em função, muitas vezes de eventos que não pode ser adiados como feiras, semanas de moda, etc; devendo pensar ainda, alem do mostruário, em todo o programa de apoio para o inicio da divulgação dentro do prazo previsto.
As redes que desenvolvem suas próprias coleções conseguem apresentar o produto para o varejo mais rápido que lojistas dependentes de pedidos à confecções. Uma coleção para a venda sob pedido precisa ser preparada, os mostruários distribuídos, os pedidos emitidos e a matéria prima encomendada para que os produtos sejam fabricados e enviados para as lojas. As redes que operam com fabricação própria estimam o volume de vendas em suas lojas e produzem às peças em sistema de pronta entrega, possuindo um cronograma menor, pois não precisam aguardar a emissão de pedidos e a distribuição.
O designer deve se atentar às datas para que a coleção esteja no mercado no período certo quando as vendas são mais propícias, de acordo com um calendário de varejo e vitrinismo que relacionam as roupas a um tema (como praia, verão, natal, reveillon, etc). Uma coleção dever seguir etapas para sua pesquisa que vão desde a pesquisa de moda até a produção de material de apoio (divulgação, tag release, etc).
Para elaboração de um cronograma devem-se listar todas as etapas previstas delimitando prazos de execução para cada uma. Solicitar a previsão de prazos de serviços que são terceirizados é fundamental, pois orçamentos e pedidos devem determinar o prazo de entrega, sendo, tudo isso, administrado pelo setor industrial. A montagem do cronograma não se dá por uma regra fixa, e muitas vezes, as datas se sobrepõem antes do termino da atividade anterior, sendo usado para acompanhar o andamento das atividades e se atendo aos prazos previstos com relação à execução efetiva da tarefa. E quando cada etapa possui um responsável, podem-se realizar tarefas simultaneamente.


TABELA 1
Cronograma e tarefas para o desenvolvimento da coleção ?Geometria Mole?.
ATIVIDADE/ MÊS Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Escolha do tema X
Referencial teórico X
Desenvolvimento da
coleção X X
Croquis X
Cartelas de cor, tecido,
aviamento e grupos X X
Modelagem X
Confecção dos looks X
Desfile final X
Entrega da versão
escrita final X


Assim foi produzido o cronograma da coleção ?Geometria Mole?, de forma a seguir todas as etapas e fazer o máximo para cumprir tudo de forma que a coleção e divulgação estejam prontas no prazo determinado, prevendo os atrasos e imprevistos que podem ocorrer, para que a coleção chegue ao mercado com sucesso.





Mix de produtos e moda


A variedade dos produtos oferecidos por uma empresa recebe o nome de mix de produto. Sendo ele, os artigos que compõem um look dentro das peças que são definidas na reunião de discussão, estipulando o que será mantido, reduzido ou ampliado, se atentando, como justificativa da escolha do mix, aos artigos que estão sendo mais procurados no mercado. (TREPTOW, 2005).
O mix de produtos para a coleção ?Geometria Mole? apresentado pela marca Insigne são peças utilizadas como demonstração de conforto e beleza. As peças escolhidas são os vestidos (peça definida como principal por serem peças confortáveis e femininas), calça, blusa, saia e short. O mix de produtos tem um número pequeno de peças que atende claramente o publico alvo.
No mix de moda os produtos dão divididos em três categorias que são eles: básico, fashion e vanguarda. Assim, para a coleção ?Geometria Mole? também foi feita essa separação da seguinte forma:
Os looks básicos são modelos que se apresentam em quase todas as coleções, pois são peças funcionais que costumam ter venda garantida, correspondendo 10% da coleção.



Figura 25: Looks básicos.


Os looks fashions são modelos que estão comprometidos com tendência da estação através de formas, cores e padrões, devendo ter vendas ativas para que o ciclo de tendências permaneça atualizado e representa 70% da coleção.



Figura 26: Looks fashions.

Os looks vanguardas são peças complementares, comprometidas com as tendências atuais ou futuras, nem sempre apresentam características muito comerciais, tem intuito de carregar o ?espírito da coleção?, sendo 20% da coleção.


Figura 27: Looks vanguarda.

Tabela de parâmetro


Segundo Treptow (2005), a quantidade de peças que serão produzidas de cada modelo, relacionado ao mix de produto, é dividindo entre as três categorias do mix de moda. Pode servir como parâmetro para o trabalho da equipe de criação, sendo aconselhável observar a demanda e a margem de lucro que possa ser praticada e assim a coleção depende da estratégia de comercialização da empresa.
A tabela de parâmetro abaixo tem por finalidade expor como e quais são as peças que se encaixam em cada mix de moda, sendo as da coleção dividas da seguinte forma:


TABELA 2
Tabela de parâmetro da coleção ?Geometria Mole?.
MIX DE PRODUTO/MIX DE MODA BÁSICO FASHION VANGUARDA TOTAL
VESTIDO 2 8 2 12
BLUSA 0 2 1 3
CALÇA 0 0 1 1
SAIA 0 1 0 1
SHORT 1 0 0 1
TOTAL 3 11 4 18
%* 10% 70% 20% 100%
*Porcentagem aproximada em relação à relação total.


Inspiração


A inspiração vem de detalhes visuais influenciadores que podem estar presentes em figuras ou nas roupas, seja por uma modelagem, um ornamento ou um artefato, recombinando esses detalhes a partir do que foi visto. Segundo Jones (2005), a chave para criar novas idéias é reter as influencias em um caderno e mesclá-las posteriormente como o que já se aprendeu sobre tecidos, detalhes da moda e mercados-alvo. Tendo nessa sintonia melhores condições de realizar o projeto e trazer para ele seu ponto de vista pessoal e atualizado. Buscando, eventualmente, uma natureza morta ou modelos para serem apresentados de modo a servir como tema de estudos de cor e traço.
Entretanto é preciso que esses elementos de inspiração sejam trabalhados junto ao tema levando em conta as expectativas do público referente a peça que irá adquirir.

A grande indústria da confecção é formada por marcas pequenas, que não possuem o status de formadores de opinião e que, na maioria das vezes, não possuem capital de giro suficiente, para arcar com prejuízos de coleções mal recebidas pelo público. Essas pequenas empresas dependem da aceitação comercial de seus produtos e lidam com o publico que não está disposto a grandes radicalismos sem o respaldo de uma marca conhecida. São empresas conhecidas como seguidoras de tendências. Para essas a escolha do tema deve aproveitar a informação coletada na pesquisa de tendências. Criar uma receita própria, utilizando ingredientes conhecidos. O tema da coleção pode surgir de qualquer fonte cabe ao designer transformar esses elementos inspiradores em uma proposta de moda, chocante ou comercial conforme o objetivo da empresa. (TREPTOW, 2005: 110, 111.).



A inspiração da coleção 'Geometria Mole' se deu através de itens catalogados referentes ao tema e que apresentam as formas geométricas seja em looks ou imagens, com combinações norteando a criatividade da coleção, sendo necessário um foco na tarefa a ser realizada de forma a expressar claramente na criação: habilidade, comunicabilidade e organização, transformando isto imagens físicas e mentais sobre o tema em um produto concreto, com formas singulares. E a coleção nos permite trabalhar de forma autônoma sobre cores e formas tipicamente geométricas, o que confere originalidade. E, além disso, o tema, a estação e as tendências permitem uma gama enorme de possibilidades para criação, seja na modelagem, nos elementos, nas formas e nas cores. Abaixo está apresentado o painel de inspiração da coleção com imagens, palavras e cores concernentes ao tema, orientando qual o caminho a percorrer para, enfim, chegar aos looks finais e justificar o uso dos elementos geométricos.




Figura 28: Painel de inspiração da coleção de inverno 2010 ?Geometria Mole? da marca ?Insigne?.



Cores


A partir de pesquisas realizadas pela indústria têxtil, pelos setores de fios, confecções e varejistas indicam que a primeira reação do consumidor é causada pela cor. Essa reação é seguida pelo interesse quanto ao desenho do modelo, depois pela sensação tátil da roupa e só então pela avaliação do preço. Escolher cores (ou paleta) para montar uma cartela é uma das primeiras decisões a tomar ao se criar uma coleção. A escolha das cores determinará o clima da coleção, ou sua 'sintonia' com a estação, e ajudará a diferenciá-la da sua predecessora. (JONES, 2005: 112)
Cada cor possui uma vibração única trazendo sensações que podem intensificar ou divergir o tema da coleção. Se a coleção deseja passar um espírito enérgico, ela deverá conter cores fortes e intensas, o romantismo pode ser expresso a partir de cores apasteladas e tons rosados. Treptow (2005) faz referência que a cartela de cores deve reportar ao tema escolhido para a coleção e ser composta por todas as que serão utilizadas, incluindo o preto e o branco. Para que uma empresa atenda apenas um seguimento ela possui em torno de 6 a 12 cores. Sendo o leque de escolhas do designer limitado às cores oferecidas pelos fabricantes de tecidos. Normalmente divididos em cores tradicionais e cores apontadas como tendências pelas autoridades do setor. Empresas que trabalham com grande volume de produção conseguem desenvolver tingimentos próprios, nas cores determinadas por seus designers.
As cores podem nos remeter a significados maiores do que apenas as sensações causadas. Vejamos abaixo alguns significados das cores que aparecem na coleção 'Geometria Mole'.
As cores são capazes de estimular ou causar repulsa, tendo segundo Pedrosa (1982) uma longa história. Das cores vibrantes cita: o vermelho como uma das sete cores do espectro solar, sendo uma cor primária que evoca calor, intensidade, ação, paixão e é a cor das tendências expansivas, valoriza as peles morenas, sendo estimulante, agressivo e dinâmico por excelência. a única cor que não pode clareada sua cor misturada ao branco compõe o rosa. O verde é o ponto ideal de equilíbrio da mistura do amarelo e azul, sendo a cor da esperança, força longevidade, assim como a imortalidade, simbolizada por ramos verde, seu poder tranqüilizante e até sedativo, quando claro, facilmente se julga como estimulante e até inquietante estridência dos tons fortemente saturados; já o azul é a mais escura das três cores primárias, nas luzes coloridas sua complementar é o amarelo, misturado ao vermelho, produz o magenta, e ao verde, cria o ciano e todas as cores que se misturam ao azul se esfriam.
Das cores neutras, Pedrosa (1982) cita o branco é valor e não uma cor, como o resultado da mistura de todos os matizes do espectro solar, capaz de refletir o maior número possível dos raios luminosos contidos na luz branca, e do ponto de vista físico o branco é a soma das cores e psicologicamente é a ausência delas, indica pureza, e misturado ao preto cria a cor (nuance) cinza (neutra por excelência); o preto é um valor assim como o branco e indica a ausência de cor podendo ser visualizado porque reflete uma quantidade mesmo que mínimas desses raios, tendo sua maior força e presença em oposição com o branco.
As cores escolhidas para a coleção 'Geometria Mole' foram: preto, branco, cinza, verde, vermelho, dois tons rosa e azul; no total são 9 cores sendo que 4 delas tons neutros (preto, branco, cinza e rosa claro) com 5 vibrantes (amarelo, rosa, verde e vermelho e laranja), que contrastadas deixam a cor vibrante em maior evidência, na maioria dos casos e quando conjugadas neutras com neutras formam uma harmonia interessante. Lembrando que tons vibrantes são tendências de outono/inverno 2010, torna-se fácil justificar o uso das cores utilizadas, não se devendo apenas pela beleza das cores.



Figura 29: Cartela de cores da coleção ?Geometria Mole?.


Tecidos


Segundo Treptow (2005), os tecidos são a matéria-prima do designer de moda. É através dos tecidos que as idéias deste profissional serão transformadas em produtos do vestuário. É importante que o ele conheça as características dos tecidos, suas classificações e suas propriedades de caimento e adequação. A escolha dos tecidos de uma coleção não depende apenas da preferência estética do designer, mas também da adequação do mesmo ao artigo que se pretende produzir e o seu custo.
Um tecido de custo elevado pode comprometer a comercialização rentável. Os tecidos são constituídos pelo entrelaçamento de fios têxteis, formados por um único tipo de fibra ou pela mistura de fibras. A origem da fibra pode ser natural, artificial, sintética ou não sintética. Sendo elas responsáveis pelas principais características dos tecidos como capacidade de reter calor, afinidade ou não com água e tendências de amarrotar. Existem dois tipos de processos que são divididos por tecidos planos (tecelagem) e malhas (malharia) circulares, retilíneas, rendas as fitas, que são também tecidos, mas possui processos e características diferentes. O
designer dever fazer testes para garantir o resultado esperado para a peça, como teste de variação dimensional, de solidez, de costurabilidade e de caimento, sendo necessário a anotação e catalogação de preços e informações sobre cada tecido, para facilitar o processo de criação e planejamento da coleção.
O tipo de tecido escolhido para a apresentação da coleção 'Geometria Mole' foi em especial o uso da viscolycra, um tecido de malharia. As malharias são capazes de expressar com maior clareza o intuito de conforto que a marca deseja transportar.

Tecidos de malharias são formados por laçadas de fios unidas entre si formando carreiras superpostas. Elas se esticam em ambas direções e têm uma tendência maior para esticar na largura. Sua elasticidade lhes da um bom caimento e os faz amarrotar menos, mas também pode fazer com que perca a forma com o uso. Como a estrutura é razoavelmente aberta, tecidos de malharia 'respiram' e podem manter o corpo quente ou frio conforme o fio escolhido. São úteis para roupas intimas e esportivas. Como as malhas mais finas tendem a grudar no corpo, são preferidas para roupas de noite. Como na tecelagem, a malharia pode incorporar efeitos de cor e padrão. (JONES, 2005: 124)


Jones (2005) ainda cita que a sensação corporal acaba sendo um dos princípios do designer, porque a roupa não é uma expressão apenas visual é também tátil e sensorial, sendo imprescindível manusear os tecidos e testar sensações, propriedades e usos no corpo.
E foi dessa forma que a coleção 'Geometria Mole' se atentou a criar as roupas a partir de tecidos leves, como o uso único da viscolycra, acrescentando estilo e charme à roupa. Assim esse tecido foi escolhido também como forma de reafirmar o conforto explicito pelas sensações táteis, além de ser um tecido pratico que se molda ao corpo, e muito indicado para o uso no Brasil devido ao clima.


Tabela 3
Cartela de tecidos da coleção ?Geometria Mole?.
Tecido Descrição
Nome: Viscolycra
Fabricante: Flak's
Fornecedor: Malhashop
Origem: Brasil
Composição: 94% viscose e 6% elastano
Largura: 1,60m
Cores: Amarelo, verde, rosa coral, rosa, laranja vermelho, preto, cinza e branco
Preço (Kg): R$ 34,90




Aviamentos


Aviamentos são materiais utilizados para a confecção de uma roupa além do tecido base. Os aviamentos podem ser classificados quanto à sua função e quanto a sua visibilidade na roupa. Quanto à função podem ser componentes ou decorativos; quanto a visibilidade podendo ser aparente ou não. (TREPTOW, 2005).
Aviamentos e enfeites de roupas são chamados de aviamentos. Elásticos, tranças, laços, fitas e franjas são chamadas de passamanarias. As tendências de acabamentos mudam com a moda e são cruciais para a aparência e caimento das roupas podem significar o sucesso ou fracasso de um modelo, e a escolha requer cuidado. É preciso levar em conta aspectos técnicos, estéticos e econômicos.(JONES, 2005)


Os aviamentos utilizados na coleção 'Geometria Mole' foram linhas (para junção), entretela (para estruturação) e elástico (para firmar a peça rente ao corpo). Os adornos das peças não são realizados por aviamentos, o que chama atenção são os recortes feitos do tecido sendo ele a matéria-prima das peças, deixando os aviamentos para parte estrutural da peça. Assim, o uso de aviamentos como detalhes decorativos é praticamente nulo.

TABELA 5
Aviamentos utilizados na coleção ?Geometria Mole? Outono/ Inverno 2010.
Aviamentos Descrição
Nome: Agulhas
Fabricante: Corrente
Fornecedor: Casa Botafogo
Origem: Brasil
Composição: metal
Cor: Prata
Preço (pacote): R$ 6,00
Nome: Linha (fio) de costura
Fabricante: Linhas Bonfio
Fornecedor: Casa Botafogo
Origem: Brasil
Composição:
Cores: Amarelo, verde, rosa coral, rosa, laranja vermelho, preto, cinza e branco
Preço (unid.): R$ 4,70
Nome: Linha de costura120
Fabricante: Linhas Bonfio
Fornecedor: Casa Botafogo
Origem: Brasil
Composição:
Cores: Amarelo, branco, cinza, preto
Preço (unid.): R$ 4,90
Nome: Elástico chato
Fabricante: Jaraguá, Zanotti
Fornecedor: Avimor
Origem: Brasil
Cor: Branco
Preço (m): R$ 0,15
Nome: Entretela de malha
Fabricante: ------
Fornecedor: Casa Botafogo
Origem: Brasil
Cor: Branca
Preço (m): R$ 9,00



Modelagem


Segundo Treptow (2005) a modelagem pode ser realizada através de dois processos: a moulage e a modelagem plana. A moulage é o método característico da alta-costura, mas vem sendo empregada no desenvolvimento de peças para a confecção industrial, através do uso de manequins de prova confeccionados em medidas padronizadas. Sobre o manequim é ajustado o toile de maneira a obter o caimento indicado no desenho de moda ou desenho técnico.
Na modelagem plana os modelos são traçados sobre papel, utilizando uma tabela de medida e cálculos geométricos. A tabela de medidas representa as circunferências de busto ou tórax, cintura e quadril, medido com a fita métrica rente ao corpo. Nenhuma das medidas inclui margem de costura ou folgas. As tabelas servem como referências para a construção das bases de modelagem, reproduzindo em suas dimensões curvas do corpo. A partir de uma cópia do molde base, chamada molde de trabalho, o modelista fará a interpretação, ou seja, adaptação do molde para incluir os detalhes de expressos no desenho técnicos.
Uma etapa importante da interpretação de modelagem é a determinação das folgas do modelo, ou seja, a que distância a roupa ficara do corpo, pois o molde base representa o mapeamento do corpo sem folgas para movimentação. Para conferir qual a determinação do estilista, se a peça deverá ser ajustada, reta ou ampla, o modelista recorre novamente ao desenho, mas, nesse caso o desenho de moda, que mostra a figura humana dentro da roupa pode ser mais elucidativo que o desenho técnico. Depois de definir as folgas, são traçados os recortes determinados no desenho técnico e marcadas as pence, quando existirem. As partes do molde são então separadas e acrescidas margens de costura, bainha e marcação de piques de encaixe.
Para a coleção 'Geometria Mole' foram utilizados esses dois tipos de modelagens, a plana e a moulage. Algumas peças por terem detalhes mais elaborados só puderam ser executadas com auxílio do manequim e as que puderam ser feitas a partir de molde planos foram, assim, traçados. E pelas roupas serem constituídas de muitos recortes, há casos em que se faz um molde total da peça e depois o divide nas cores definidas para confecção, e o tecido por se tratar de malharia tem ótimo caimento, sensação tátil e leveza as peças, influenciando no resultado da modelagem.


2.5 Desenhos: elementos e princípios do design


Elementos do design


Os elementos do design estão sempre presente nas roupas e são eles: silhueta, linha e textura; embora a cor não seja apresentada como elemento do design ela tem uma grande importância na criação dos elementos e princípios do design. De acordo com Treptow (2005), criar é gerar novos arranjos de elementos conhecidos neste caso os tecidos, aviamentos e cores com o intuito de apresentar combinações originais e que estimulem o consumo. Conhecer melhor sobre esses elementos serve para propor quebra de padrões que resultem em peças que surpreendem o consumidor.

A capacidade de articular e analisar o que está acontecendo com a roupa permite correções, ampliações e desenvolvimento da criação. Embora uma boa parte das criações mais estimulantes ocorra por um feliz acidente, é uma grande vantagem ser capaz de refletir sobre o efeito do seu trabalho, explicar o que é intencional e dimensionar a distância que lhe falta para chegar ao resultado desejado. O conhecimento dos elementos e princípios do design também vai ajudá-lo a avaliar os pontos fortes de outros estilistas e perceber as tendências e transformações do mercado. (JONES, 2005: 99).


Então para entendermos esses elementos e seus usos Treptow (2005) define a silhueta, ou volume da roupa, pode acompanhar contornos do corpo ou alterá-los e são justamente as afetações da moda, nas alterações da silhueta, que pontuam vários momentos históricos da moda, como o new look de Christian Dior, que propôs em 1947 uma alteração radical da silhueta reta e austera do período de guerra para o formato ampulheta, feminino e sedutor.
Outro elemento é linha, definida como suaves ou marcantes, implicando flexibilidade ou rigidez. O uso da linha é muito comum nas costuras que unem partes de um traje ou os limites de bainhas. Assim, o olhar humano tende a seguir o traçado de linhas, focando sua atenção na direção das mesmas e interferem na percepção do volume. Conhecer as percepções causadas pelas linhas é uma habilidade que todo designer deve desenvolver. Já textura é algo além do visual ela é também sensorial.
O designer deve estar familiarizado com as propriedades dos diferentes tecidos. O caimento de um traje será determinado pelo tecido no qual ele é confeccionado. Podendo transferir muitas idéias para o papel ou para a tela do computador, mas se não escolher a textura adequada (gramatura, toque, composição do tecido) não chegará ao resultado desejado. A cor, que é fundamental para o resultado da roupa, é o reflexo do da luz sobre um objeto. Onde não há luz, não existe, percepção de cor. Assim ela influencia na percepção da forma, podendo ser considerado como um elemento do design. A cor possui três características: a gama, que se refere ao próprio nome da cor, o valor ou contraste, que indica se a cor é clara ou escura e a intensidade indicando se a cor é forte ou apagada.
A importância de trabalhar esses elementos é eficaz porque uma roupa pode manter a mesma silhueta e trabalhar os outros elementos de forma a variar completamente o resultado, causando reações diferentes.
A coleção 'Geometria Mole' trabalha silhuetas trapézio, ajustadas e lápis. A linha aparece fortemente nas junções dos recortes e em um dos modelos que apresentam listras. A textura da peça fica por conta da viscolycra sendo um tecido macio sem contrastes de texturas. A cor possui efeitos significativos na confecção das roupas sendo apresentados na combinação e contrastes entre cores neutras e cores vibrantes influenciando no visual final da peça. Então os elementos marcantes na coleção são as silhuetas, as linhas e as cores.


Princípios do design


De acordo com Jones (2005), os princípios do design são uma parte importante do conjunto de ferramentas estéticas e o meio pelo qual os estilistas podem sutilmente ajustar o foco e os efeitos de um modelo. Geralmente esses princípios são a chave para entender porque um modelo deu certo ou não. Desprezar deliberadamente esses princípios é tão valido quanto usá-los com rigor se a mensagem for compreendida.




Tabela 6
Principio do design e sua apresentação na Coleção ?Geometria Mole?
Princípios Definição de Treptow (2005) Como está apresentado na coleção ?Geometria Mole?
Repetição Devido à simetria do corpo humano é quase inevitável a presença da repetição. A maioria das roupas são simétricas, de forma a espelhar lados direito e esquerdo. A repetição aparece com a presença contínua de algumas das formas geométricas formando um look.
Ritmo É caracterizado pela repetição em padrão elaborado. O ritmo se da pelo arranjo de cores e recortes.
Gradação É uma repetição complexa em que cada vez o padrão se apresenta com uma dimensão maior ou menor que a anterior e em seqüência. Os tecidos degradê são um exemplo, diminuindo em intensidade à medida que se aproximam. A gradação aparece em um dos vestidos que tem uma nuande de cores em efeito degradê.
Radiação O uso de linhas que partem de um ponto em comum para direções diferentes, freqüentemente demonstrados em forma de drapeados e franzidos, que geram linhas em um ponto de origem, mas em direções distintas. Algumas das roupas apresentam em suas linhas radiação e podemos citar também as linhas de caimento do tecido.
Contraste É um dos princípios mais utilizados e faz com que o olhar humano divida seus focos de atenção sobre duas áreas, avaliando a qual dar mais importância. A atenção se volta para elementos contrastados. Uma cor escura aparecerá mais quando contratadas a uma cor clara. O contraste é apresentado pelas cores fortes contrastadas com as neutras em grande parte da coleção.
Harmonia A harmonia não representa oposto do contraste. Ela implica em combinações de elementos com características próximas, como a justaposição ton-sur-ton de cores ou mistura de texturas com o mesmo grau de aspereza, gerando sensação de unidade e continuidade ao propor que as partes apresentem uma característica que seja comum ao todo. A harmonia é trabalhada nas cores e nos recortes, o que gera uma continuidade na coleção reforçando a idéia de elementos de estilo da coleção.
Equilíbrio É a distribuição do peso e importância visual dos elementos do design, existindo uma expectativa natural por simetria nas roupas, como lapelas iguais ou bolsos a uma mesma altura em ambos os lados. O equilíbrio é apresentado pela simetria presente na maioria das peças da coleção.
Proporção A proporção diz respeito à maneira como comparamos cada uma das partes em relação ao todo, no design de uma peça. Seu principal uso no design de moda é avaliar a utilização de aviamentos. A proporção dos looks está apresentada na dimensão de cada forma geométrica seja em contrastes de proporção ou não.


Assim podemos rever como esses princípios do design foram apresentados na coleção ?Geometria Mole? a partir dos conceitos de cada look, sendo descrito o motivo de uso de cada princípio utilizado.


Elementos de estilo


Treptow (2005) cita os elementos de estilo junto ao tema da coleção para apresentar uma unidade visual com todas as peças dando menção à mesma inspiração, sendo detalhes utilizados repetidamente em uma coleção, mas com variações de um modelo para o outro. Pode estar representada pela presença de uma cor em mais profusão que as demais, pela utilização de um tecido diferenciado, mas principalmente, pelo uso de aviamentos e detalhes de modelagem. Alguns elementos de estilo são reconhecidos pelo consumidor como identificadores de um tema de inspiração e chegam a marcar presença por mais de uma estação. As sugestões de elementos de estilo podem ser identificadas através da pesquisa de tendências, não se limitando somente a elas e investindo em elementos que identifiquem a coleção como única e original. Podendo obter este resultado utilizando-se do logotipo da marca como um elemento de estilo único.
Os elementos de estilo da coleção 'Geometria Mole' estão presentes nas cores que como já dito são misturas de cores neutras e cores vibrantes, a modelagem utilizada em parte da coleção e a constante apresentação de recortes, que trazem efeitos charmosos. Assim como na geometria, as formas geométricas foram utilizadas para demarcar um espaço, e assim a coleção transmite isso através de cheios de vazios demonstrando grafismos e recortes como os principais elementos de estilo da coleção.


Desenhos, conceitos e fichas técnicas


A partir da pesquisa apresentada no capitulo I e dos elementos aqui demonstrados para a realização da coleção ?Geometria Mole?, pode-se verificar como os elementos acima apresentados foram utilizados e qual era a intenção dessas combinações, ressaltando uma ligação entre a criação e o publico que é adepto a esse tema. Abaixo temos uma previa dos looks apresentando em qual família está inserido.
A família dos recortes geométricos é feita sob uma modelagem plana com utilização dos recortes, cada um em sua respectiva cor, com intuito de uma representação final das formas geométricas conjugadas.


Figura 30: Família recortes geométricos.
A família ?Recortes grafistas? trabalha grafismos, lembrando que como citado no capitulo anterior é uma forma de representar ritmo e proporção nas imagens e dessa forma ele foi utilizado para a coleção visando criar novas combinações das formas geométricas.

Figura 31: Família recortes grafistas.

A família ?Tiras e vazados? apresenta uma sutil forma de apresentar vazados com tiras e recortes moldados ao corpo, que demonstram uma beleza no mistério que eles provocam ao observador.


Figura 32: Família tiras e vazados.

Então, serão apresentados os looks que compõem a coleção ?Geometria Mole? em suas respectivas famílias, identificando o significado de cada um.
Look: Trapezóide
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 001




Look: Trapezóide
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 001

Esse modelo recebe o nome de ?Trapezóide? por ter modelagem evasê, com silhueta trapézio e recortes nas laterais, os quais formam a divisão comum de um trapézio isósceles: um retângulo no centro e dois triângulos idênticos nas laterais. Para reforçar essas duas formas, o retângulo vem em preto dando continuidade às mangas e os triângulos, um em branco e outro em laranja. Por ser um vestido básico possuindo gola e manga comprida simples, a maior atenção é voltada para a montagem dessas formas.
As cores preta, branca e laranja foram escolhidas para enfatizar o contraste de duas cores neutras, dando enfoque ao laranja e focando ao trapézio (forma mais utilizada no look), fazendo uma combinação de duas cores entre preto com branco e preto com laranja, mudando de acordo com o perfil visualizado.
Os princípios do design vistos são: a repetição dos triângulos, a radiação que as linhas formam, o contraste misturando cores quentes com neutras e a quebra do equilíbrio por serem triângulos de cores diferentes de cada lado.
O elemento de estilo e intuito do look um jogo de cores a partir dos contrastes, fazendo com que ele não seja assim tão básico podendo ser utilizado em qualquer ocasião, principalmente, nos dias fios do outono/inverno.





Look: Solitário
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 002




Look: Solitário
Família: Recortes geométricos
Ref.: 002

O look ?Solitário? é um vestido básico na cor preta com modelagem evasê no vies, a qual proporciona um melhor caimento. Seguindo a linha dos recortes geométricos, o modelo possui silhueta trapézio. Tendo a gola amarrada ao pescoço por uma faixa que sustenta a frente e as costas. O decote ?V? das costas é complementado por um losango verde que se destaca do restante do vestido e por esse fato ele recebe o nome de solitário.
Por ser um vestido simétrico indica harmonia que é intuitivamente quebrada pelo contraste das cores do vestido. As formas geométricas utilizadas para a criação do vestido foram em destaque, o losango e o trapézio que se relaciona à silhueta, sendo um vestido básico.
Os elementos de estilo utilizados foram as formas geométricas e a modelagem que identifica todos da família ?Recortes Geométricos?.
É uma roupa criada para mulheres elegantes e charmosas que vêem diferença nos detalhes mesmo que pequenos.







Look: Circundar
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 003




Look: Circundar
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 003

O look ?Cincundar? faz parte do grupo fashion, pelo fato de ser uma peça compatível com as tendências atuais no que diz respeito à forma e cor. Possui este nome pelo fato de seu decote ser feito com círculos unidos que envolvem o pescoço. Além disso, a sua modelagem apresenta traços circulares com a parte inferior em evasê no viés do tecido representando um arco do círculo, e formando um contraste apresentado na proporção dos círculos no decote e no evasê da saia. Apesar de ser um vestido simples consegue obter um grande resultado visual ao misturar as tendências de cores fortes apresentadas para a coleção em contraste com o restante preto da peça.
Os princípios utilizados são a proporção, harmonia das cores do decote justapostas de acordo com o circulo cromático, a proporção e o equilíbrio causado pela simetria.
Os elementos de estilo é a continuidade da modelagem presente na mesma família, as formas geométricas e o conjunto de cores em contraste com o preto.
A peça por ser leve e fluída indica conforto, frescor e movimento para mulheres que gostam de sair e demonstrar beleza e descontração no modo de se vestir.



Look: Tri-lo-rê
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 004




Look: Tri-lo-rê
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 004

O look ?Tri-lo-rê? está inserido no grupo fashion, pelo fato de ser uma peça composta por forma e cor presente nas atuais tendências de inverno 2010. Recebe este nome por apresentar visualmente polígonos como, triângulos, losangos e retângulos. O triangulo faz a parte inferior da peça em preto e a parte superior em branco. As faixas da gola e da barra são compostas por retângulos coloridos a partir da mesma temática dos triângulos (claro em cima e escuro em baixo). As laterais da peça são compostas por dois losangos paralelos que se contrastam por apresentarem cores diferentes: o cinza, cor neutra por ser a mistura de outras duas cores neutras; e o rosa, por ser uma cor vibrante (variação do vermelho), entra em contraste com as outras cores quebrando a neutralidade da peça. Sua silhueta é feita em triangulo invertido, popularmente conhecido como lápis, por ter a barra justa, a cintura larga e decote ajustado.
Então podemos ver que o princípio utilizado para a criação do look foram o contaste e a gradação das cores misturado com uma silhueta irreverente formando elementos como a linha que cruza a silhueta produzindo um ?X?. Os elementos de estilo é a modelagem ainda ampla, porém justa as pernas, e o desenho das formas.
O modelo, por ser um vestido curto e justo demonstra uma maior sensualidade para mulheres ousadas e que gosta de se vestir expressando chame.



Look: Losangos
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 005




Look: Losangos
Família: Recortes Geométricos
Ref.: 005

O look ?Losangos? pertence ao grupo fashion. É um vestido com modelagem ampla formado por recortes de losangos com cores em degradê, que parte do rosa coral, passa para o rosa patê, chega ao cinza e finaliza com o branco, iniciando na barra e terminando na gola. É um vestido frente única com decote de amarrar no pescoço, o decote das costas é em ?V?, formado pela ?falta? do pentágono branco da frente. Na parte inferior fazendo a ligação entre os losangos da barra foram colocados dois triângulos, que dividir um losango ao meio temos dois triângulos.
Os polígonos usados para o vestido foram, então, os losangos, os triângulos e o pentágono. O principio do design utilizado foi a gradação, a harmonia e a repetição. Os elementos mais marcantes, além dos comuns à esta família são as linhas formadas pela junção dos recortes em diferentes cores.
O look foi criado para mulheres elegantes que desejam fugir do básico e experimentar o inovador, para que possam se sentir notadas frente a diferentes ocasiões.





Look: Negativo
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 006



Look: Negativo
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 006

O look ?Negativo? é um vestido fashion frente única com decote vazado preso ao pescoço por rolitês e com silhueta reta. O nome que recebe parte das cores que o compõe, branco e preto, que são opostas e foram escolhidas para criar ritmo às linhas de pequenos triângulos em pé e invertidos que também são opostos e que posicionados dessa forma criam um efeito zique-zague.
Os princípios do design utilizados foram o ritmo, o contraste o equilíbrio e a proporção dos recortes pretos marcante no tecido.
É um vestido trabalhoso, mas que traz uma descontração formada pelo ritmo e pelas linhas formadas nos recortes que são elementos de estilo presente na coleção. E possui uma sensualidade pelo formato silhueta e por ser um vestido curto.










Look: Profundidade
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 007




Look: Profundidade
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 007

O vestido ?Profundidade? é confeccionado a partir da técnica de moulage. Com silhueta ajustada ao corpo e modelo ?tomara que caia?. E por isso foi classificado como um vestido do grupo fashion. É feito pela união de pequenos losangos recortados em 3 cores neutras (branco, cinza e preto). A união dessas pequenas partes foi pensada de forma a gerar ritmo e profundidade. Lembrando obras do op art que utilizavam formas geométricas para criar uma idéia de visualização 3D relacionadas às dimensões que remetem aos planos x,y,z e ao movimento. No caso, temos vários cubos em perspectiva formados por esses losangos, as nuance de cores entre branco, cinza e preto dão essa idéia de profundidade sendo cada cor um lado do cubo.
Os elementos de estilo utilizados foram o ritmo caudado pela repetição, a harmonia das cores e equilíbrio. Os elementos de estilo estão presentes na modelagem e na presença das cores que remetem ao grafismo formando também uma ilusão de ótica.
Este é um vestido intrigante que foca nos detalhes das cores e das dimensões para mulheres interessantes e irreverentes.





Look: Sentidos
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 008




Look: Sentidos
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 008

O look formado pelo conjunto de blusa e calça possuindo o nome de ?Sentidos?, a partir da idéia de composição visual criada pelas listras. A blusa frente única possui decote ?V? e os recortes do busto com listras cada uma em uma diagonal diferente, o corpo a blusa possui listras na vertical. A calça saruel tem na parte central, em continuidade com a blusa, as listras também na vertical e as pernas como se tivesse espelhado o busto.
É um conjunto vanguarda e as listras são confeccionadas com tiras costuradas sobre o outro tecido.
O princípio do design presente com intensidade é o ritmo que está apresentado nas direções em que as linhas são apresentadas e sendo elas o elemento de estilo utilizado direcionando o olhar para diferentes direções.
As cores do conjunto ainda são em preto e branco para continuar com a idéia de montagem de elementos grafistas a partir de forma geométricas, neste caso as tiras retangulares.
Este é um look descontraído para mulheres divertidas, capaz de demonstrar elegância e irreverência, transparecendo a autoconfiança de quem o veste.





Look: Branco e rosa
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 009




Look: Branco e rosa
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 009

O look ?Branco e Rosa? possui modelagem ajustada ao corpo, não possuindo alças e é composto por triângulos um rosa, um branco e a cada dois triângulos unidos eles formam um retângulo dividido em sua diagonal. As cores utilizadas são aquelas que dão nome ao look e são posicionadas de forma a criar um ritmo.
O ritmo causado pela repetição dos retângulos é o principio do design que mais se apresenta, porem não podemos esquecer da harmonia entre as cores utilizadas. Os elementos de estilo neste caso está presente nos triângulos e no ritmo.
Observando as linhas do vestido e dos recortes podemos conjugá-las formando outras formas geométricas como retângulos, losangos e trapézios.
Este é o único vestido da família recortes grafistas que não possui as nuances entre preto e branco, porem ele possui cores claras que indicam a leveza da peça e como o tom rosa deixa a peça mais delicada, sendo uma roupa indicada para mulheres românticas e descontraídas.







Look: Cheios e Vazios
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 010







Look: Cheios e Vazios
Família: Recortes Grafistas
Ref.: 010

O vestido ajustado ao quadril, com manga morcego e gola canoa é composto por pequenos triângulos nas cores branca e preta. Essas cores foram escolhidas com o objetivo de ter a sensação de cheio e vazio, partindo daí o nome do look. Os triângulos foram unidos quatro a quatro, para se formar um quadrado como se o dividisse na diagonal e os triângulos opostos da mesma cor. A partir desses quadrados foi criado um jogo de posições do ritmo das cores. Pela complexidade na montagem do vestido e por ser dificilmente visto, o look foi denominado como vanguarda.
Os princípios do design presentes são o ritmo, o contraste e a proporção causada a partir da repetição dos triângulos. Os elementos de estilo são as cores, as formas e a modelagem mais ajustada para todos da família ?Recortes Grafistas?
Assim sendo uma roupa para mulheres que querem se destacar das demais, sem precisar usar cores chocantes apenas como o uso de cores complementares e opostas.







Look: Triangular Circunferência
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 011







Look: Triangular Circunferência
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 011

O look ?Triangular Circunferência? pertence ao grupo fashion e é composto por saia e blusa de uma mesma linguagem. A blusa de um ombro só possui manga morcego com recortes vazados de triângulos abaixo da manga, quando o braço não está erguido, a visualização desses vazados é praticamente nula. A saia envelope também possui recortes vazados com fundo branco e extremos arredondados, reforçando a linguagem do conjunto.
O ritmo e a quebra do equilíbrio causada pelo modelo da blusa são os princípios do design utilizados e os elementos de estilo são os vazados contidos na família e os triângulos presentes em grande parte da coleção.
A cor vermelha por ser intensa permite uma melhor visualização dos vazados e não anula o branco. A intenção deste modelo é transmitir beleza e feminilidade, devido à presença de recortes que demonstram mistério.









Look: Circunferencial
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 012







Look: Circunferencial
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 012

O look ?Circunferêncial? está inserido no grupo fashion. É uma blusa com modelagem ampla em godê duplo, a qual forma um grande círculo com abertura apenas no centro, formando a gola. Para formar o barrado da blusa foram recortados outros círculos menores formando vazados. Portanto, pelo comprimento da roupa e pelos vazados circulares é necessário que a peça seja usada com outra, sendo sugerido o short do mesmo comprimento da blusa, porém na cor cinza mantendo a atenção para o verde da peça superior.
Os princípios do design são: repetição, radiação, equilíbrio e proporção; ocasionados pelos recortes de círculos vazados e as cores que são os elementos de estilo.
Então as cores escolhidas foram o verde e o cinza. Os círculos vazados formam uma repetição contínua desses círculos, além de representarem um jogo de proporções entre a modelagem e os vazados.








Look: Fitas Atadas
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 013




Look: Fitas Atadas
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 013

O look ?Fitas Atadas? está inserido no grupo vanguarda, visto que é uma peça ousada. Montado ao corpo com a técnica de moulage. Trata-se de um vestido curto feito em tiras retangulares que formam vazados, necessitando o uso de outra peça interna a essa. Não é um vestido ajustado ao corpo porque as tiras possuem um movimento e o vestido interno é ajustado para reforçar essa idéia. A cor utilizada para o vestido superior foi o preto e a cor sugerida para o vestido interno foi o verde flúor que realça em contraste com a outra peça. O vestido superior pode ser utilizado com qualquer cor de vestido interno, sendo uma peça versátil.
Os princípios utilizados são o contraste das cores, a harmonia causada pela simetria e a proporção causada pelos retângulos e tiras. Sendo as tiras e os vazados causados por elas o elemento de estilo da roupa.
A intenção desse look é causar impacto, através de vazados e assim ?fugir? do básico e experimentar o diferente, para quem deseja ficar em destaque demonstrando atitude, charme e versatilidade.









Look: Balontri
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 014




Look: Balontri
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 014

O look ?Balontri? é formado por triângulos compridos, onde a base desses triângulos se unem junto a parte interna do vestido um balonê, formando o nome do vestido e o vértice superior dos triângulos se unem a um só ombro formando um modelo ?mula manca?.
As cores escolhidas foram o cinza para os triangulo e o branco interno. São cores neutras e conjugadas trazem harmonia, outro principio do design utilizado é a radiação que as linhas de limite dos triângulos proporcionam.
O elemento de estilo se dá pelo uso dos triângulos e por eles serem apenas justapostos ao branco ocasionam vazados reforçando o look como um elemento da família ?Vazados e Tiras?.
A intenção deste modelo é transmitir beleza, feminilidade e descontração, devido à presença de recortes inovadores e decote diferenciado. Ao mesmo tempo, a peça traz consigo uma simplicidade irreverente.








Look: União contínua
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 015




Look: União contínua
Família: Vazados e Tiras
Ref.: 015

O look "União contínua" está inserido no grupo fashion por ser um vestido curto, justo e de frente única, o que é compatível com as tendências atuais. Mantendo a relação entre a vivacidade e a neutralidade, as cores escolhidas foram uma cor quente: amarela; em contraste com a cor branca, que é neutra e está presente na maior parte do vestido.
A modelagem do vestido é totalmente ajustada ao corpo e reforçada pela faixa contínua sustentada por fivelas de metal, envolvendo toda a silhueta.
O ritmo é o princípio do design mais presente ocasionado pelas tranças das tiras ao redor do corpo e essas tiras são o elemento de estilo da coleção.
O objetivo do look é transmitir conforto e beleza a partir de uma modelagem tradicional adornada pela faixa que dá nome a peça.










2.6 Lançamento e divulgação


O lançamento de uma coleção faz parte da divulgação e apresentação aos clientes do produto criado a partir do planejamento (citado no item 2.4). Segundo Treptow (2005) a preparação de lançamento é feita antes de o mostruário ficar pronto, tendo que o designer e o setor de marketing trabalhem juntos e o mais importante é que o designer descreva claramente qual o tema da coleção e o público a que se destina, pois é preciso que em todos os materiais e eventos de divulgação da coleção transmitam a mesma mensagem. E faz parte do plano de marketing investir em uma boa estrutura para deixar os cliente à vontade, com vitrines atrativas, boa iluminação, boa disposição de produtos, sinalização, etc. A divulgação do desfile será feita em conjunto às outras alunas do curso sendo divulgados os itens abaixo.


Release de impressa


Treptow (2005) cita release de imprensa como textos de divulgação que podem vir acompanhados de fotos, referente ao tema, e enviados aos meios de comunicação. O release da coleção foi definido da seguinte forma:
A partir de círculos, tiras, recortes geométricos e angulares surge uma característica de criação pouco apresentada anteriormente em coleções, misturando tecidos moles (malharia) às formas geométricas que planificadas são rígidas e, quando adaptada ao corpo adquire seu formato, nitidamente expresso pelo caimento e leveza do tecido. A coleção de outono inverno 2010 da marca Insigne, recebe o nome de ?Geometria Mole?, deixando visível a intenção de conforto que a marca propõe como identidade. A modelagem ampla é utilizada com maior freqüência, sendo roupas que possuem movimento e a intensidade é apresentada pelas cores, trabalhando tons vibrantes mesclados com cores neutras (típicas de inverno) como o preto, o cinza e o branco. Assim, baseando nesses itens para transpor conforto, elegância e charme.


Desfile


De acordo com Treptow (2005), para um desfile ser produzido deve pensando minuciosamente, pois envolve cabelo, maquiagem, DJ, iluminação, modelos e profissionais que se empenham trabalhando em conjunto para que o desfile tenha o sucesso esperado. Os lançamentos de coleções de alta costura, prêt-à-porter de luxo e marcas famosas é através de desfiles que fazem parte do calendário oficial da moda. Eventos que trazem luxo e vislumbre aos convidados. O desfile técnico acontece entre vendedores e sua produção é mais discreta. Nesse, o designer descreve as peças comentando sobre a cor do tecido ou elemento utilizado e visa motivar as vendas para a comercialização dos novos produtos e dar informações mais significantes do produto.
Já o desfile de divulgação local é aquele que se realiza em pontos de vendas ou franquias, com o objetivo de atrair consumidores e por isso há também a contratação de famosos para atrair ainda mais pessoas. As produções apresentadas devem conter peças que estão presentes na loja, sugerindo combinações para compor os looks.
O desfile será realizado dia 16/12/2009 na cidade de Uberlândia, no Center Convention (complexo C do Center Shopping), terá início às 19 horas contendo apresentações de desfiles das alunas da 9ª turma de design de moda do Centro Universitário do Triângulo e cada aluna terá 10 minutos para apresentar as roupas da coleção. Veja abaixo o convite para o desfile:


Figura 27: Convite do desfile de conclusão de curso.

O layout do local ficou distribuído da seguinte forma:


Figura 28: Layout do local.


O desfile da coleção Geometria mole contará com a apresentação de 4 looks (1 vanguarda e 3 fashions). A maquiagem será bem marcada com sombras e batons escuros e o cabelo será peso para uma visualização ainda mais marcante da roupa.


Catálogo


O catalogo é uma forma de venda à distância, Treptow (2005) cita que ele é uma importante ferramenta de apoio à divulgação e comercialização da coleção. Como requer prazo para produção de fotos e diagramação, as peças do catálogo podem ser fotografadas a partir dos protótipos originais, enquanto o mostruário é confeccionado. Assim, o catalogo ficará pronto junto à coleção. Existem dois tipos de catálogos: o institucional e o de vendas. O institucional visa transmitir o tema da coleção e o perfil do consumidor através de fotografias artísticas que valorizam 'atitude' deixando o produto em segundo plano. Já o de vendas privilegia fotos em que o produto é o centro das atenções, permitindo observar tecidos, modelagem e estampas.
O catalogo institucional da coleção será realizado de forma a demonstrar que as roupas da coleção podem ser usadas a qualquer hora, diferenciando apenas por acessórios da composição dos looks. Por isso terão fotos de dia, tarde e noite; no clube, trabalho, restaurantes e bares, passando o conforto e status que se representa na peça.
No catalogo de vendas as roupas serão fotografadas sem o manequim ou modelo de forma a retratá-la plana para visualização dos recortes e outra com o manequim para representar o real caimento da peça e para que o cliente possa ver o desenho de forma plana e determinar se o resultado corresponde ao esperado pela peça.


Vitrine


A vitrine é, para Treptow (2005), onde se divulgam as peças da coleção para o consumidor final em uma ambiência que utiliza o tema da coleção ou obedece ao calendário de eventos do comercio, permitindo expor looks e sugerir ao consumidor como combinar as peças da coleção. Este é um trabalho coordenado pelo designer e pelo departamento de marketing.
Para coleção ?Geometria mole? na vitrine, foram utilizadas formas e estampas geométricas leves que indicam o tema da coleção e faz um convite aos clientes à visitarem a loja.


Vendas


Para que o produto chegue ao comprador as vendagens poderá ser no atacado ou varejo. Treptow (2005) alerta que as vendas no atacado são realizadas pelo sistema de pronta entrega. É uma forma rápida de venda o cliente escolhe qual o pedido, a cor, tamanho, quantidade, preço e prazo de entrega, negociando condições. Assim, todo cliente deve ser cadastrado, informando razão social, endereço, telefone, CNPJ e inscrição estadual, para que a nota fiscal de venda possa ser emitida na entrega do produto. Vendas a atacado é uma forma de expandir os negócios e revender o produto para outras regiões.
As vendas a varejo também são sempre realizadas no sistema de pronta entrega, exceto pelas empresas que atuam como atelier (confecção sob medida, um ou mais modelo escolhido pelo cliente). O varejo acontece em lojas da empresa, feitas com venda direta ao consumidor e franquias. Franquia é um caso impar, pois é uma loja juridicamente independente da fabrica, e atua como comprador atacadista abastecendo seu estoque através de pedidos junto à fábrica, o que a diferencia do comprador atacadista é o seu compromisso de exclusividade com a marca, a padronização visual e a logística.
As vendas, das peças da coleção ?Geometria Mole?, serão feitas no varejo e atacado. O varejo acontece na sede em Uberlândia onde se situa a confecção com uma loja de franquia em Catalão ? GO, no centro da cidade, no entanto ponto forte da empresa são as vendas em atacado importando para outras lojas multimarcas e cidades que se interessam no produto e no estilo da marca.


















CONSIDERAÇÕES FINAIS



A partir da pesquisa e das técnicas nela apresentadas pode-se ter uma noção de como as formas geométricas nas roupas são tendência do inicio do século XX e o porquê ela tende a permanecer por um bom tempo, devido sua eficiência e exuberância nos itens de moda.
As formas geométricas podem formar inúmeras outras formas, e assim demonstrar o que há de especial, exclusivo e diferenciação no produto. Os estilistas atuais trabalham com essas formas a partir de harmonias, que são detalhes que favorecem as formas do corpo e valoriza o conceito da roupa.
Técnicas que exemplificam o uso constante da geometria são: o grafismo, a modelagem da roupa, uso de dobraduras, tranças, recortes, sobreposições e pregas. Cada uma dessas técnicas produz diferentes efeitos de acordo com o tecido que é trabalhado, e assim pela apresentação de um novo modelo de usar a geometria explicitamente enfatizando esses elementos e misturando cores, tendo em vista que a roupa possui um caimento próprio (devido ao tecido de malha) e assim as formas aparecem com uma imagem inusitada de conforto.
No desenvolvimento dessa coleção foi preciso que houvesse estudo, pesquisa, conhecimento dos materiais já utilizados e atualização frente ao desenvolvimento de tecnologias agregadas à área de moda. Assim, relaciona-se à pesquisa das formas geométricas, com o intuito de agregar esse conhecimento de maneira conseguir o resultado esperado para a criação das peças da coleção ?Geometria Mole?. Além de relacionar a inspiração da coleção com outros estilistas que já criaram desfiles apresentando a geometria. E vale lembrar que foi exposta uma maneira de criação independente das formas rígidas e estruturadas apresentada por alguns estilista, elevando ao máximo a proposta de leveza simplicidade e conforto.
Usando esses e outros artifícios que a geometria proporciona, dando ênfase em algumas partes do corpo, podendo valorizá-lo e deixando seu significado implícito na roupa e na imagem pessoal e assim demonstra a eficácia dos elementos geométricos, baseados na pesquisa.



















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Autor: Camila De Oliveira Canedo


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