Criação de Apis Melífera - sustentabilidade no município de Itaituba-Pa



Criação de Apis Melífera - sustentabilidade no município de Itaituba-Pa



1.Contextualização da apicultura e sua importância para o meio ambiente

Apicultura "é a criação de abelhas (Apis mellifera) em confinamento sob controle do homem, alojadas em colméias artificiais, utilizando métodos e equipamentos desenvolvidos para melhor explorar as capacidades naturais destes insetos" (Peruca et al., 2002). Uma excelente alternativa para a complementação de renda para a agricultura familiar e pequeno empresário. De acordo com Gonçalves (1992) As abelhas africanizadas são polihíbridos resultantes dos cruzamentos entre as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata, anteriormente classificadas como A. m. adansonii) com as subespécies européias (A. m. mellifera; A. m. ligustica; A. m. carnica e A. m. caucasica) existentes no continente americano antes da introdução das abelhas africanas no Brasil em 1956 que, no ano seguinte, daria início ao processo de africanização. Predominam nas abelhas africanizadas as características morfológicas e comportamentais das abelhas africanas.

Por sua natureza, a apicultura é uma atividade econômica conservadora das espécies, devido ao baixo impacto ambiental que ocasiona, possibilitando a utilização permanente dos recursos naturais e a não destruição do meio rural. Assim, é uma das poucas atividades preenchedoras de todos os requisitos do tripé da sustentabilidade: o econômico, gerador de renda para os produtores; o social, ocupador de mão-de-obra familiar no campo, com diminuição do êxodo rural; e o ecológico, já que não se desmata para criar abelhas, necessitando-se elas, ao contrário, plantas vivas para a retirada do pólen e do néctar de suas flores, suas fontes alimentares básicas (FILHO, 1998).

As abelhas foram introduzidas no Brasil desde o período colonial, nesse período a apicultura tinha pouca importância, sendo considerada como passa tempo, conforme os estudos da Universidade on-line de Viçosa-UOV (2008):
Nesta época foram trazidas abelhas chamadas européias, principalmente duas espécies a Apis Mellifera Lingustica conhecida popularmente como abelha italiana e a Apis Mellifera Mellifera também conhecida como alemã.
De acordo com os estudos, essas abelhas eram dóceis, mais em compensação a produtividades era muito baixa, diante disso com o intuito de pesquisar as abelhas africanizadas, a qual era produtiva, porém extremamente agressiva, em 1956, o professor Warwick Estevan Kerr dirigiu-se à África, com apoio do Ministério da Agricultura, com a incumbência de selecionar rainhas de colméias africanas produtivas e resistentes a doenças. A intenção era realizar pesquisas comparando a produtividade, rusticidade e agressividade entre as abelhas européias, africanas e seus híbridos e, após os resultados conclusivos, recomendar a abelha mais apropriada às nossas condições. Dessa forma, em 1957, 49 rainhas foram levadas ao apiário experimental para serem testadas e comparadas com as abelhas italianas e pretas. Entretanto, nada se concluiu desse experimento, pois, em virtude de um acidente, 26 das colméias africanas enxamearam 45 dias após a introdução. A liberação dessas abelhas muito produtivas, porém muito agressivas, criou um grande problema para o Brasil com seu extinto enxameatório tornando um caos na apicultura brasileira. Todavia devido a falta de informações muitos apicultores desistiram de criar abelhas, somente após de 1970 houve avanços relacionados a novas ferramentas e técnicas de manejo apícola. Atualmente a criação de abelha se procede de maneira racional, sendo indispensável conhecer a biologia das abelhas, e a partir desse conhecimento o apicultor irá saber como atuar e agir em diversas situações e revisões nas colméias do apiário
No entanto o Estado do Pará possui uma exuberante e diversificada flora apícola, o que proporciona a apicultura ser uma atividade econômica e de baixo impacto ambiental, possibilitando a utilização permanente dos recursos naturais, preservando a natureza e agregando esse "marketing ecológico" aos produtos obtidos. Mas até o presente momento é explorado, quase que exclusivamente, a produção convencional de mel sendo limitada ou até mesmo ausente o aproveitamento dos outros produtos apícolas diretos (geléia real, pólen, própolis, apitoxina a e cera) que agregaria valor a toda cadeia produtiva.
Segundo estudos o Pará é o maior produtor de mel da Região Amazônica, e a cada ano cresce a produção local. Belém concentra o maior consumo da região Norte, com cerca de 30 toneladas/ano. De acordo com dados da FAPIC ? Federação das Associações de Apicultores do Estado do Pará, a atividade, no ano de 2007, conta com 3.000 Apicultores (as); 28 Associações Apícola Municipais; 06 entrepostos; 32 Casa do Mel, gerando 9.000 empregos diretos fazendo com que as famílias aumente a sua renda. Atualmente a produção média de mel/colméia/ano é de 25 kg, cabendo respaldar a quantidade 40.000 colméias povoadas, onde 95% dos apicultores são agricultores familiares, melhorando a qualidade de vida familiar. Contudo isso justifica que na então região o que precisamos é de mais apoio técnico, iniciativas que trazem sustentabilidade aos pequenos agricultores familiares e que concomitantemente possa extinguir ou ate mesmo amenizar um dos maiores impasses que está contido na questão da verticalização da produção.

2.Projeto Floresta Viva

Vale enfocar que a apicultura é uma atividade além do que esta representa por ser economicamente viável e concomitantemente sustentável, ela simplesmente desperta paixões, cada captura de enxames, revisões de apiários sempre encontrará uma nova experiência e o que as vezes é exaustivos se torna desafios. Afirmo com estas palavras por experiência própria, pois quando realizo assistências técnicas a apicultores iniciantes acompanhando as capturas, instalação de apiários e processamento do mel vivencio esta situação.
No ano de 2007 iniciei um trabalho na parte de elaboração de projetos visando a agricultura sustentável na instituição do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaituba STTR, no entanto, diante de uma experiência que não teve resultado positivo ___Projeto de Apoio ao Setor Apícola da BR-163, onde recurso foi aplicado na atividade apícola, porém sem acompanhamento técnico os agricultores desistindo de criar abelha se desfazendo dos equipamento (caixas langstroth, fumegador, indumentária, etc). Reavaliado a proposta escrevi o Projeto Floresta Viva FD-07-05-04 encaminhando ao Fundo Dema/ Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional -FASE sendo o STTR o proponente a qual a proposta seria executada em duas comunidades: Pequenos e Médios Agricultores da Comunidade Nova Olinda e Associação Comunitária do Km-30/Transcuiabá-Campo Verde. Logo em seguida o projeto foi aprovado e o objetivo de Intensificar a produção apícola, através de assistência técnica adequada de manejo e concomitantemente conservar o meio ambiente frente aos desafios de sustentabilidade agrícola, bem como assegurar o aumento da renda do produtor foi sendo colocado em prática.
O desenvolvimento da atividade apícola no município de Itaituba-Pa, denomina-se um processo gradativo que exige dedicação por parte dos agricultores familiares, pois cabe respaldar que muitos não despertam o interesse por falta de incentivo ou conhecimento técnico, visualizando a atividade apenas de forma amadora e não como negócio, simplesmente por não dominar algumas técnicas racionais. Partindo desse princípio de que os pequenos agricultores tinham uma grande necessidade de orientações técnicas, visto que as comunidades beneficiadas anteriormente participaram de cursos básicos de apicultura mediante o Projeto de Apoio ao Setor Apícola da BR-163 e devido não ter um acompanhamento, muitos acabaram desistindo da atividade. No então Projeto Floresta Viva FD-07-05-04 tive a oportunidade de atender diretamente cinco famílias sendo estas da Associação de Pequenos e Médios e Agricultores da Comunidade Nova Olinda (Maria Madalena Andrade de Oliveira , Raimundo Augusto Ferreira da Costa, José Balbino) e Associação Comunitária do Km-30/Transcuiabá-Campo Verde (Celeste Quirino Ghizoni e Josimar da Silva Chaves), onde firmaram compromissos mediante a implantação de apiários individuais composto por sete colméias cada apiário.
No município existem poucos apicultores, sobressaído os apiários: EETEPA (Escola de Educação Tecnológica do Estado Para) 53ª BIS, e as referentes comunidades envolvidas no Projeto Floresta Viva e pequenos apicultores, no entanto, a apicultura vem se destacando pelo seu baixo investimento, mão-de-obra, área e ser uma atividade ambiental. A grande dificuldade é assegurar ao homem do campo das regiões sem tradição, que normalmente não conhece as técnicas de criação das abelhas, as condições necessárias para manutenção dos enxames nas colméias e, conseqüentemente, a obtenção da produção com a qualidade exigida pelo mercado, visto que a princípio, o entusiasmo dos agricultores com a criação é grande devido os treinamentos básicos realizados pelas instituições incentivadoras mais quando começam a sentir dificuldades e buscam uma orientação, já não ha a quem recorrer, uma vez que a falta de assistência técnicas é evidente nas comunidades da região e concomitantemente encontrando outras dificuldades como, por exemplo, as condições precárias das vicinais impossibilitando escoar as produções de seus cultivos.
É de conhecimento notório que uma das atribuições da educação é capacitar o indivíduo para a vida em sociedade. Para que isso ocorra, de acordo com Dolores esta deve abranger quatro aprendizagens fundamentais, que são os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser", fases que tornam-se apenas uma, devido a interdependência entre elas na complementação de seus direitos. Diante do exposto, a assistência técnica é um procedimento utilizado para acompanhamento e recomendação aos produtores rurais sobre tecnologias apropriadas a determinado sistema de produção. Para tanto, o Projeto Floresta Viva FD7-05-04 enfoca a "praxidade", ou seja, a teoria (curso de capacitação em Apicultura) e a prática através de assessoramento técnico, propondo estratégias de desenvolvimento sustentável aos estabelecimentos familiares favorecido no Projeto de Apoio ao Setor Apícola da BR-163, a fim de introduzir novas práticas de manejo adequadas ao tipo de sistema.

2.1.Metodologia do Projeto Floresta Viva

A princípio iniciou-se as atividades com levantamento das diversas experiências dos produtores na área do projeto no mês de maio de 2007 nas Comunidades acima citadas incidindo com aplicação de questionários, dando embasamentos no que diz respeito ao sistema de produção; suas características e experiências adquiridas por estes na determinada atividade tendo a sistematização dos resultados, notando aí que a área está predominada por pequenos produtores, tendo como fonte de renda as culturas de subsistências (arroz, milho, feijão, mandioca) onde os mesmos preparam a terra, realizam ainda no sistema tradicional corte e queima, algumas famílias plantam (milho, feijão...) no método abafado fazendo desnecessário o uso do fogo, porém mesmo assim precisa atentar para técnicas de manejo sustentáveis, porque o desmatamento e a exploração dos recursos naturais avançam nas propriedades em virtude desconhecida causando conseqüências maléficas. Para obtenção destes dados reuniões entre comunidade e representantes do STTR e atores envolvidos realizavam-se mensalmente, exemplificando a importância do projeto Floresta Viva (Fundo-Dema__Manejo Sustentável da Amazônia) e os procedimentos para sua execução. Com o diagnóstico de aproximadamente 20 famílias, levando em consideração aspectos indispensáveis, como: flora apícola disponível; grau de escolaridade; associados; participação nos afazeres comunitários; e principalmente a iniciativa que a atividade apícola fosse implantada, selecionou-se quatro famílias da Comunidade Nova Olinda e duas da Transcuiabá Campo Verde Km 30. Uma questão que chama atenção na avaliação é que em torno de 99% das famílias sobrevivem das culturas tradicionais (arroz, milho, mandioca, feijão) e junto a ela a pecuária extensiva de grandes animais, quadro este que deve ser alertado mediante a amostragem de novas alternativas sustentáveis que impulsione os mesmos a obter resultados positivos no sentido econômico/ambiental. De posse do levantamento, os agricultores receberam capacitação na comunidade em "técnicas de manejo apícola e implantação de apiários fixos", por conseguinte os enxames foram localizados na natureza (oco de pau, telhado, cupim...) e capturados sendo transferidos para caixas langstroth e postas nos apiários. Participação em feiras do mel, outros cursos básicos como processamento do mel, confecção de cera alveolada aconteceram e, por conseguinte vinha sempre a prática.

3.Manejo dos Apiários

As introduções de práticas de manejo e inovação técnicas adequadas ao tipo de sistema, eram feitas nas visitas técnicas desenvolvidas quinzenalmente nos apiários individuais dos apicultores familiares, onde a participação dos evolvidos era indispensável para que houvesse a aprendizagem acerca das discussões ocorridas nas captura de enxames e revisões, que por sua vez nas capturas predomina o trabalho em equipe, pois uma das metodologias utilizadas sobressaia a prática exercida sobre a apicultura.

3.1.Experiência vivenciada nas comunidades

3.1.1.Captura de enxames

A instalação do apiário consiste em técnicas de manejos e concomitantemente na captura de enxames no habitat natural. Na fase de planejamento os apicultores confirmaram a existência de sete enxames em "oco de pau", sabendo disso as famílias juntamente com técnicos do STTR e apoio do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia ? IPAM, organizaram-se deslocando a uma distância de aproximadamente 28 km da Comunidade Nova Olinda. Ao chegar, tendo a perspectiva da quantidade de enxames dividiu-se em dois grupos, que por sua vez possuíam o acompanhamento técnico, logo dois exames foram capturados, mas para nossa surpresa os demais cinco enxames não se encontravam mais no devido local. Conforme o perito apícola Salomé "a reprodução natural de uma colméia através da enxameação é uma estratégia reprodutiva em abelhas melíferas, a fim de repor colméias perdidas na natureza por predação ou fome e para dar continuidade ao povoamento dos nichos ecológicos".
Economicamente em um apiário fixo ou migratório, a enxameação é ruim para o apicultor, pois este processo acarreta perdas significativas na produção de mel, durante a temporada. A colocação de material sobressalente, para não ocorrer congestionamento nas colméias, suprir aberturas suficientes nas colméias nas épocas mais quentes para que as abelhas possam ventilar e controlar a temperatura interna dos ninhos, e principalmente manter rainhas jovens (no máximo com dois anos de idade) nas unidades de produção, diminui significativamente o processo de enxameação.Após capturar os enxames ao entardecer quando as operárias campeiras estão todas dentro da colméia, o alvado vedado é levada para o apiário fixo.

3.1.2.Substituição de suporte para colméias "Cavaletes":

A mudança consiste pela a grande incidência de predadores como, por exemplo, a formiga (tracuar) e cupim, visto que essa situação tornou-se uma das preocupações para Apicultor Paulo Balbino (Comunidade Nova Olinda), fazendo jus que medidas cabíveis fossem tomadas , uma vez que, a maioria dos enxames capturados denomina-se fracos. Com o exposto, surgiu a idéia de um cavalete que não permitisse o contato das abelhas rescém nascidas com o óleo queimado mediante uma barra de proteção e conseqüentemente seria uma armadilha para os pedradores, pois o mesmo vem surgindo efeitos positivos.

3.1.3.Fornecimento de Alimentação Protéica e energética:

Se há falta completa de néctares de elevada atração para as abelhas, elas recorrerão às plantas de néctares inferiores, premidas que sejam pela fome. Isto explica a importância de plantas nectaríferas ou poliníferas que, de pouco significado comercial em época de fartura, transforma-se em valiosa ajuda para minorar a fome das abelhas em época de acentuada escassez (principalmente no inverno, devendo fornecer alimentação artificial e reduzir o alvado por motivo do frio). É o caso na nossa região do assa peixe, malícia, etc.
Na escassez de alimento tem-se como alternativa a alimentação protéica que fornecida quando os enxames encontram-se fracos, sendo uma das alternativas a proporcionar uma melhor postura da rainha. Existem várias receitas de alimentação protéica, entre elas é necessário para o feitio do alimento duas parte de farelo milho, três parte farelo de soja e seis parte de açúcar, adicionando gotas de baunilha, fazendo uma mistura homogenia fornece-se 2 vezes por semana 200g/colméia utilizando o alimentador de cobertura.
Um dos alimentos energéticos mais usuais é o xarope, tendo como ingredientes 40%água e 60%açúcar, a qual depois de aquecido e esfriado é fornece as colméias (2vezes/sem). Para evitar que se estrague a alimentação deve ser consumida no mesmo dia em foi preparada.

3.1.4.Revisão das Colméias

A comunidade Campo verde localiza-se há 30 km do município de Itaituba-Pa sentido ao município de Rurópolis, onde quinzenalmente aconteciam as visitas nos apiários das famílias envolvidas no projeto, a fim de aplicar técnicas de manejo adequadas e suscitar resultados positivos na produção. Durante os minutos de avaliação, verificava-se as anormalidades presentes em cada enxames, por exemplo: Capacidade de postura da rainha; diminuir favos zanganeiros; controlar as exameações "presença de realeiras"; identificação e controle de doenças; avaliar a reserva de mel e as necessidades de fornecer alimentação artificial; introdução de melgueira; observação dos suportes (cavalete) e conservação das caixas estando inseridos os quadros; doenças e etc, anotando os procedimentos realizados e a realizar, tomando assim providências cabíveis para cada caso.
No apiário do Srº Celeste, existem mais de sete caixas com enxames fortes, "sem incidência de pedradores", e conseqüentemente a produção de mel é bastante positiva. Se o local é inadequado para a Apicultura, devido ausência de pasto para as abelhas, elas mal conseguirão o indispensável para sua própria alimentação e ao mesmo tempo não reverterão lucro para apicultor, cabendo assim respaldar o transcendental papel das flores na Apicultura. Nessa ótica, a flora é o fator de progresso de uma exploração apícola, onde apicultor deverá ter conhecimentos relativos às essências principais do lugar, épocas de florescimento dentre outros aspectos. No entanto, é natural que o apicultor possa melhorar o pasto para suas abelhas, através de propagação de plantas apícolas (nectaríferas ou poliníferas) nas suas terras bem como nas terras vizinhas elaborando dessa forma um calendário apícola.
A maior parte do néctar aproveitado na Apicultura do Projeto Floresta Viva FD7-05-04, provém de plantas nativas, não cultivadas ou de essências florestais e fruteiras. No ano de 2007, na comunidade Campo Verde, obteve-se uma produção média 32 Kg /colméia/ano visto que o produtor vende o litro/mel a um valor de R$ 20,00 (vinte reais). Todavia sendo comercializado no município de Itaituba-Pa.
É importante frisar que uma das principais dificuldades para os agricultores familiares "apicultores" refere-se a questão da verticalização da cadeia produtiva apícola, havendo a necessidade de estruturar a produção por meio de entrepostos ou casa de mel, para assim industrializar, comercializar, armazenar e transportar os produtos apícolas, uma vez que estariam agregando valor ao seu produto.
Por meio de um dos objetivos do Projeto Floresta Viva criou-se a Associação de Apicultores e Meliponicultores de Itaituba-Pa APIMEL, a fim de proporcionar maior organização em suas trajetórias. Atualmente no referente município por não disponibilizar de estrutura, ou seja, entrepostos nem se que casa de mel, os produtores já participam de cursos voltados para o processamento do mel, obedecem todo o aparato de higiene, porém de início só temos alguns equipamentos (centrifuga, decantador, garfo desoperculador.) para o devido processamento. A extração do mel é feita ao ar livre.
Para que haja resultados significativos é necessário técnicas de manejo e procedimentos básicos de planejamento tais como: pintura externa das caixas e enumeração dos quadros/caixas __ garante maior durabilidade e proporciona um melhor controle das colméias dentro do apiário, pois cabe respaldar também que as fichas de avaliação (anotações) correspondente a cada colméia permitindo avaliar o estágio de produção e desenvolvimento do enxame durante as revisões.

4.RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em síntese se fosse relatar todas as experiência praticadas no projeto floresta viva escreveria um livro, no entanto cabe salientar que trouxe resultados positivos para região proporcionando renda ao pequeno produtor e mostrando uma outra visão de agricultura familiar ao pequeno agricultor. Assim de posse a fundação da APIMEL escrevi outro projeto Mel: Uma Alternativa Sustentável da BR 163 (Fundo Dema/STTR/APIMEL) tendo a finalidade Intensificar a produção apícola no município de Itaituba-Pa, através da estruturação e divulgação da Associação APIMEL, a qual continuo dando suporte aos apicultores associados em acompanhamento técnico, pois acredito que agricultura familiar possa desenvolver de forma sustentável.
A apicultura trata-se de um empreendimento de elevado nível, pois esta controla o conceito de equilíbrio sustentável de forma a minimizar a interferência e a degradação da natureza pelo homem que em busca de soluções para o aumento de renda e da sua fixação na terra e o estimulo para o trabalho, explora de forma incorreta os recursos naturais. Então criar abelhas se reflete na importância da agricultura da região__ "polinização" (preservação ecológica) e produtos: mel, geléia real, cera, pólen, própolis e apitoxina.
Portanto, a apicultura carrega consigo um papel indispensável para com o meio ambiente, a qual envolve o ecológico, social e o econômico sendo uma das atividades mais preenchedoras do tripé da sustentabilidade na agricultura familiar como já foi citado anteriormente. Portanto, colocamo-nos diante de uma abelha, que se dispõe a colaborar na construção da colméia, a qual na maioria das vezes não nos ocorre indagar em que escola ou arquitetura teria se formado, nem em que estilo arquitetônico irá construir sua habitação, pois as abelhas vêm ao mundo com todas as aprendizagens feita a milhares de anos na escola filogênese. As coisas mudam, quando nos situamos ante um ser humano que tem por dever planejar suas ações buscando novos conhecimentos e resultados significativos, ou seja, a aprendizagem desempenha um papel crucial, para levar, a uma ou outra concretização, todas as possibilidades abertas pelo código genético de nossa espécie, nessa ótica a transmissão de informações atuais está vinculado nas visitas periódicas (assistência técnica) das famílias ou apicultores.


REFERÊCIAS


ALCOFORADO FILHO, F.G. Flora da caatinga: conservação por meio da apicultura. In: Congresso Nacional de Botânica, 48., 1997, Crato, CE. Resumos. Fortaleza: BNB, 1997. p.362.
DOLORS Jacques Os quatro pilares da educação http://4pilares.net/text-cont/delors-pilares
GONÇALVES, L.S. A africanizarão das abelhas nas Américas, impactos e perspectivas de aproveitamento de material genético. In: IX Congresso Brasileiro de Apicultura, 1992. CD-ROM dos Anais dos Congressos Brasileiros, Estaduais e Regionais de Apicultura. Primeira Edição.

PERUCA, R. D.; BRAIS, C. V.; OLIVEIRA, A. P. de; MUSSOLINE, V.; ALVES, J. A.; HORITA, S. F. Projeto de fortalecimento da apicultura dos agricultores familiares no estado de Mato Grosso do Sul. 13 p. 2002.
SALOMÉ, James Arruda. Perito Apícola. MSc.Manejo Apícola, enxameação, sintomas e controle. http://www.apacame.org.br/mensagemdoce
STTR, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Itaituba Projeto Floresta Viva/ FD ? 07/05/04. Itaituba-PA,2007.
UOV ? Universidade On-line de Visoça. Curso de Apicultura. Viçosa, 2008 www.uov.com.br.






















Autor: Edna Oliveira Padilha


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