HIPERTENSÃO EM ADULTOS E FATORES ASSOCIADOS:UM ESTUDO COM BASE NO POSTO DE SAÚDE DA FAMÍLIA FERNANDO ALVES NO MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX-BA



Alunos :Catherine Almeida, Hugo Bernardino, Matheus Bonifácio e Wiclif Kemuel
Orientadores : Djeyne Wagmacker; Iranete Almeida; Vânia Hirle


RESUMO

O presente estudo aborda uma temática pertinente e de grande importância, trazendo como tema: A hipertensão arterial em adultos e fatores associados: um estudo com base no Posto de Saúde da Família Fernando Alves no município de São Felix-BA. Assim, ao identificar os possíveis fatores de risco, quais seriam então os procedimentos utilizados pelo programa de controle da hipertensão do PSF Fernando Alves no tratamento da hipertensão arterial em adultos? Os objetivos propostos para nortear a problemática são: definir e contextualizar hipertensão arterial; apresentar fatores de risco reversíveis e não reversíveis;descrever os procedimentos realizados pelo PSF no tratamento dos hipertensos; e analisar e apresentar resultados. Como instrumento para a coleta das informações foi construído e aplicado uma ficha de coleta de dados a uma amostra de 126 prontuários de hipertensos, disponibilizados pelo PSF.

PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão arterial. Fatores de risco. Tratamento.



ABSTRACT

This study addresses a topic relevant and important, bringing the theme: Hypertension and associated factors in adults: a study based on Family Health Tour Fernando Alves in São Felix-BA. Thus, to identify possible risk factors, which would then be the procedures used by program control hypertension FHP Fernando Alves in the treatment of hypertension in adults? The proposed objectives to guide the problem are: to define and contextualize hypertension; present reversible risk factors and not reversible; describe the procedures performed by the PSF in the treatment of hypertension, and analyzing and presenting results. As a tool for gathering the information was constructed and applied a form to collect data on a sample of 126 medical records of hypertensive patients, provided by the PSF.



KEY WORDS: Hypertension. Risk factors. Treatment.

INTRODUÇÃO

As doenças do aparelho circulatório representam um problema de saúde pública em nosso país, há algumas décadas é a primeira causa de morte no Brasil. Em 2000, corresponderam a mais de 27% do total de óbitos, ou seja, neste ano 255.585 pessoas morreram em conseqüência de doenças do aparelho circulatório, acometendo de 15 a 20% a população adulta e podendo atingir índices mais elevados de até 50 % na população idosa.
A hipertensão arterial é uma doença caracterizada pela elevação da pressão sanguínea se não controlada, pode causar problemas cardíacos, cerebrais e renais, dentre outros. Em 90% dos casos sua origem é desconhecida.
Na observação deste quadro atual, realizou-se um estudo buscando responder a seguinte problemática: quais são os procedimentos utilizados pelo programa de controle da hipertensão do PSF Fernando Alves, no município de São Felix no tratamento da HAS em adultos?
O objetivo geral da investigação foi descrever os procedimentos utilizados pelo programa de controle da hipertensão do PSF Fernando Alves do município de São Felix no tratamento da HAS em adultos. Alem desse, foram eleitos como objetivos específicos: a) definir hipertensão arterial; b) contextualizar a hipertensão arterial no município de São Felix; c) apresentar fatores de risco reversíveis e não reversíveis; d)descrever os procedimentos realizados pelo PSF no tratamento dos hipertensos; e)Analisar e apresentar resultados.Este artigo constitui-se de: Introdução, Conceito e Histórico da Hipertensão Arterial, Fatores de risco reversíveis e não reversíveis, Classificação dos índices pressóricos, Aspectos metodológicos, Analise dos dados e Considerações Finais.


ASPECTOS TEÓRICOS

CONCEITO

Para conceituar a hipertensão arterial, primeiro é necessário saber o que é a pressão arterial. A pressão arterial é a força que o fluxo sangüíneo exerce nas artérias. Através de sua medição, dois valores são registrados: pressão sistólica, quando o coração se contrai bombeando o sangue,e pressão diastólica, quando o coração relaxa entre duas batidas cardíacas. Hipertensão arterial ou pressão alta ocorre quando a pressão sistólica em repouso é superior a 140 mm Hg ou quando a pressão diastólica em repouso é superior 90 mm Hg ou ambos, (uma medida isolada com valores altos de pressão arterial não significa que a pessoa tenha hipertensão arterial). Segundo Heyward (2004, p.21).
A pressão arterial (PA) é a medida da força ou pressão exercida pelo sangue nas artérias. A mais alta reflete a pressão nas artérias durante a sístole do coração, quando a contração do miocárdio força grande volume de sangue no interior das artérias, a pressão cai na diástole, ou fase de enchimento do coração.
Geralmente, é uma doença silenciosa, assintomática sem dores, entretanto pode levar a morte. Segundo o Dr.Celso Ferreira: "A Hipertensão arterial ou pressão alta é chamada de "assassina silenciosa" pois geralmente não causa qualquer tipo de sintoma durante muitos anos até que um órgão vital seja afetado". De acordo com Krushe (2004,p.11):
Muitos só descobrem ser portadores de problemas com a pressão em algum exame casual, quando vão ao medico por outros motivos.Por outro lado há aquelas pessoas que ao irem a uma consulta medica,apresentam a chamada pressão alta do jaleco branco.O simples pensamento de ser examinada já eleva temporariamente a pressão [...].

TRAJETÓRIA DA HIPERTENSÇÃO ARTERIAL
A primeira mensuração experimental da pressão arterial foi realizada por Stephen Halles, na Inglaterra ,na primeira metade do século XVIII, que usou uma coluna de vidro conectada a uma artéria de um cavalo, sendo observada a elevação da coluna de sangue no tubo e a oscilação do pulso. Luna (1999, p.1) afirma que:

A hipertensão arterial foi clinicamente valorizada com o aparecimento dos primeiros aparelhos de medida, no início do século, inventados pelo italiano RivaRocci, em 1896, em Turim. Os aparelhos que vieram para o Brasil provinham da França e eram do tipo Pachon. Em 1905 o russo Korotkoff desenvolveu o método auscultatório de medida indireta da pressão arterial, através do esfigmomanômetro.

Até a década de 40 a importância clínica da pressão arterial elevada era controvertida e muitos duvidavam inclusive da necessidade do tratamento. O limite máximo para a pressão arterial normal variava muito nessa época, dependendo da opinião de cada autor, mas em geral níveis até 160/100mmHg eram considerados aceitáveis. Luna (1999, p.1) descreve o efeito temporário dos tratamentos utilizados na década de 50:

Em 1950, o que os clínicos receitavam para combater a hipertensão eram medicamentos inócuos, à base de papaverina, sedativos (fenobarbital ou teobromina) e aminofilina, Aquela época, o único tratamento eficaz era a simpatectomia bilateral ampla, indicada a pacientes com hipertensão maligna ou em fraca insuficiência cardíaca, contudo, a hipertensão retornava em poucos anos, após a operação.

Na década de 70 foram descobertas as propriedades de inibição da enzima conversora da angiotensina, a partir de peptídeos do veneno da jararaca. Essa pesquisa brasileira resultou no desenvolvimento de a uma nova classe de drogas com a síntese do captopril.
Desde então várias pesquisas com novas classes de drogas tem tentado evoluir o tratamento da hipertensão, mas até o momento nenhuma nova droga surgiu com a capacidade de ocupar um lugar junto com as drogas estabelecidas como de primeira linha naquela época.

FATORES DE RISCO

A Hipertensão arterial é uma doença multifatorial, podendo ser ela idiopática ou essencial (quando a sua origem é desconhecida) resultando de diversos fatores, sendo eles fatores de risco não reversíveis: a hereditariedade, a idade, o gênero, o grupo étnico; e fatores de risco reversíveis: obesidade, o etilismo, o tabagismo, o sedentarismo, hábitos alimentares.Fatores de risco irreversíveis constituem o individuo sendo peculiar e intrínseco, contudo são fatores mensuráveis. Já os fatores reversíveis estão relacionados com hábitos do estilo de vida do pessoa. Segundo a definição abordada por Rouquayrol & Almeida (1999), estilos de vida são: "hábitos e comportamentos auto-determinados, adquiridos social ou culturalmente, de modo individual ou em grupo". Compreende-se que os fatores reversíveis são integrantes do estilo de vida , favoráveis à gênese da HAS.
TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS E NÃO FARMACOLÓGICOS
Nas medidas preventivas e terapêuticas dos altos índices pressóricos, existem tratamentos farmacológicos e não-farmacológicos. O tratamento farmacológico consiste na administração de Diuréticos tiazídicos, Betabloqueadores, Bloqueadores do canal de cálcio, Inibidores da ECA (enzima conservadora de angiotensina), Alfabloqueadores, Antagonistas do receptor de angiotensina dentre outros. O tratamento farmacológico é indicado para hipertensos com lesão em órgãos-alvo, doenças cardíacas como: hipertrofia ventricular esquerda;angina ou infarto prévio do miocárdio;revascularização miocárdica prévia, insuficiência cardíaca e complicações como Acidente Vascular Cerebral(AVC), nefropatia,doença vascular arterial periférica.De acordo com o Guia da Saúde Familiar (2002):

Todos os medicamentos que abaixam a pressão arterial são, de um modo geral, igualmente eficazes. Eles diminuem a pressão sistólica em cerca de 10-15 mmHg e a diastólica em 6-8 mmHg. Pessoas diferentes respondem aos medicamentos diferentemente: por exemplo, os idosos respondem melhor a alguns medicamentos do que outros, como o fazem as pessoas de origem afro-brasileira.
É bom levar-se em consideração que a mesma queda dos níveis de pressão arterial, que pode ser atingida por um único medicamento anti-hipertensivo, pode ser também conseguida por uma pessoa que se atenha rigorosamente aos conselhos referentes à restrição de consumo de sal, perda de peso e a tomar quantidades moderadas de bebidas alcoólicas. O efeito de alguns medicamentos é maior quando associado com o tratamento não medicamentoso como por exemplo: a diminuição do consumo de sal, a perda de peso, associado a prática de exercícios físicos, e a moderação no tabagismo e etilismo. Segundo Martins et al(2008):
"O tratamento de um paciente com hipertensão arterial inclui mudança dos fatores de risco, tratamento apropriado das causas secundárias e o uso de efetivos tratamentos multifármacos. Terapias não farmacológicas, tais como perda de peso, exercícios, dieta com redução de sal e moderação na ingestão de álcool, devem ser encorajadas em todos os pacientes."




CLASSIFICAÇÃO DOS ESTÁGIOS DA HIPERTENSÃO
Quadro1: Classificação dos índices pressóricos
Nível Pressão Sistólica Pressão Diastólica
Pressão arterial normal
Abaixo de 130 mmHg Abaixo de 85 mmHg
Pressão arterial normal alta Entre 130 e 139 mmHg Entre 85 e 89 mmHg
Estágio 1
Hipertensão leve Entre 140 e 159 mmHg Entre 90 e 99 mmHg
Estágio 2
Hipertensão moderada Entre 160 e 179 mmHg Entre 100 e 109 mmHg
Estágio 3
Hipertensão alta Entre 180 e 209 mmHg Acima de 110 e 119 mmHg
Estágio 4
Hipertensão severa Maior ou igual a 210 mmHg Maior ou igual a 120 mmHg
Fonte: Adaptação dos autores.

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE DOS HIPERTENSOS
O Programa Saúde da Família (PSF) é uma estratégia que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. Representa o primeiro contato da população com o serviço de saúde do município [...] (PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA, 1994).
O individuo portador da hipertensão arterial necessita de orientações voltadas para vários objetivos e requer o apoio de outros profissionais de saúde, além do médico. Os cuidados com o paciente hipertenso são amplos, e envolve ensinamentos para introduzir mudanças de hábitos de vida. Mudar hábitos do paciente não é uma tarefa fácil, e obter essas mudanças é um processo lento e, na maioria das vezes, penoso. E por serem medidas educativas, necessitam de continuidade. Considerando este aspecto é que se faz necessário um acompanhamento multiprofissional do portador de hipertensão (BARRETO, 2002, p.13). A identificação precoce dos casos de hipertensão e o estabelecimento do vínculo entre esses portadores e os Programas Saúde da Família (PSFs) são elementos imprescindíveis para o sucesso do controle desses agravos. O acompanhamento e o controle da hipertensão arterial no âmbito da atenção básica poderá evitar o surgimento e a progressão das complicações, reduzindo o número de internações hospitalares, bem como a mortalidade devido a esses agravos. Os procedimentos terapêuticos realizados pelo Programa Saúde da Família no controle da hipertensão são: o diagnóstico clinico dos casos, cadastramento dos portadores, medição da Pressão Arterial (P.A) dos usuários, prescrição de dietas individualizadas, visita domiciliar, acompanhamento ambulatorial, fornecimento de medicamentos, acompanhamento domiciliar dos pacientes com seqüelas de AVC e outras complicações. E os procedimentos preventivos da hipertensão realizados pelo PSF destacam-se ações educativas para o controle dos fatores de risco reversíveis relacionados a hábitos adquiridos ao longo da vida do individuo (a obesidade, vida sedentária, tabagismo e etilismo), e a prevenção das complicações.
Nesta perspectiva, muitas ações estão sendo desenvolvidas. Uma delas é a disponibilização para estados e municípios de um sistema informatizado (Hiperdia) que permite o cadastramento de portadores da hipertensão arterial, o seu acompanhamento, ao mesmo tempo que, a médio prazo, poderá ser definido o perfil epidemiológico desta população.Conseqüente o planejamento de estratégias pela saúde pública, que levarão à modificação do quadro atual, e a redução dos casos de hipertensos.
MÉTODOS

Tratou-se de uma pesquisa documental com abordagem quantitativa, do tipo epidemiológico descritiva de prevalência. Tanaka (2001) caracteriza a abordagem quantitativa em descrição dos significados que são considerados como inerentes aos objetos e atos,na qual permite uma abordagem focalizada , pontual e estruturada, utilizando-se de dados quantitativos; as técnicas de análise são dedutivas,isto é, partem do geral para o particular.
Essa investigação ocorreu no Posto de Saúde da Família Fernando Alves, localizado no município de São Félix no estado da Bahia. A pesquisa foi limitada a hipertensos inscritos no PSF Fernando Alves, adultos do sexo masculino e feminino, independente de cor, estado civil, nível de escolaridade, nível socioeconômico. As informações foram obtidas através da aplicação do instrumento de coleta de dados aos prontuários disponibilizados; categorizado por fatores reversíveis e não reversíveis. Os fatores de risco não reversíveis constituem o individuo sendo peculiar, dentre esses fatores destacam-se:a idade( variável avaliada na faixa etária de 35 anos acima), a hereditariedade(avaliando os antecedentes familiares que possuíam doenças cardiovasculares,e diabetes tipo 1 para predisposição da hipertensão),e avaliamos o sexo dos indivíduos.Já os fatores de risco reversíveis ou fatores do estilo de vida destacam-se as variáveis: o sedentarismo(avaliado como pessoas que praticavam exercício ou não); sobrepeso/obesidade(avaliado pelo Índice de Massa Corpórea- IMC); etilismo(variável avaliada na prática do consumo de álcool) e tabagismo.Para a aplicação do instrumento, foi feito um delineamento amostral, sendo a amostra aleatória composta por 31,5% dos hipertensos cadastrados do Gerenciador de Informações Locais (GIU) do PSF Fernando Alves.Apos a aplicação do instrumento ao prontuários, os dados coletados foram organizados através do programa Statistical Package for the Social Sciences-(SPSS) versão 17.0, e em seguida visualizamos os gráficos a serem analisados.
RESULTADOS

Foram coletados dados de 126 indivíduos, para análise, sendo 40 (31,7%) do sexo masculino e 86 (68,3%) do sexo feminino. Dos indivíduos pertencentes à amostra, 87 (69%) fazia o uso de medicamentos e 39 (31%) controlava a hipertensão apenas com medidas não farmacológicas. Desses indivíduos hipertensos a PA foi classificada, segundo a classificação feita anteriormente, e os resultados podem ser observados na Tabela 1.







Tabela 1: A classificação da Pressão Arterial em hipertensos diagnosticados.
Classificação Nº de Indivíduos %
HAS estágio 1
57 45,2%
HAS estágio 2
42 33,3%
HAS estágio 3 23 18,3%
HAS severa 4 3,2%
Fonte: Instrumento de coleta de dados aplicado.


Observa-se na Tabela 1 acima que, 57 (45,2%) dos hipertensos apresentavam a Pressão Arterial (PA) no estagio 1 hipertensão leve ,o que corresponde a pressão sistólica entre 140 e 159 mmHg e pressão diastólica entre 90 e 99 mmHg. Entre os outros estágios da hipertensão existem pessoas portadoras que não seguem diariamente as medidas terapêuticas, e observamos que 3,2%, ou seja, 4 indivíduos apresentam a HAS severa, pressão sistólica maior ou igual a 210 mmHg e pressão diastólica maior ou igual 120 mmHg.

Tabela 2: Fatores de risco identificados nos hipertensos.
Antecedentes
Familiares Tabagismo Etilismo Diabetes Sedentarismo
Presença do fator 27
21,4% 26
20,6% 14
11,1% 41
32,5% 90
71,4%
Ausência do Fator 99
78,6% 100
79,4% 112
88,9% 85
67,5% 36
28,6%











Fonte: Instrumento de coleta de dados aplicado.


Quanto aos fatores de risco dos indivíduos já diagnosticados como hipertensos, dos resultados obtidos observou-se que a falta de atividade física é um fator de risco que está intimamente ligado aos hipertensos de São Felix, visto que na Tabela 2 acima 71,4% são sedentários.Dos fatores de risco apontou-se também diabetes tipo 2 com 32,5% , seguindo a hereditariedade de doenças cardiovasculares com 21,4%, e os fatores como tabagismo e etilismo tiveram percentuais menores,dando a entender que entre os hipertensos do PSF Fernando Alves 40 indivíduos dos 126 coletados tem o habito de fumar e de ingerir bebidas alcoólicas.

Gráfico 1- Porcentual de distribuição do peso.














Fonte: Instrumento de coleta de dados aplicado.

Os dados relacionados a obesidade observa-se que indivíduos com excesso de peso tem uma maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares devido a obesidade exigir um maior esforço do coração.Apontou-se ser um grande fator de risco para a gênese da Hipertensão Arterial, onde 41,3% da população coletada mostrou estar com sobrepeso, como mostra o Gráfico 1 acima.







Gráfico 2: Percentual de distribuição de idades.














Fonte: Instrumento de dados aplicado.

Quanto à idade, a maior prevalência encontram-se na faixa dos 50 anos ou mais.Observa-se, que através da análise dos dados, da pressão arterial vem aumentando com o avançar da idade, o qual 38 dos hipertensos (30,2%) tem idade acima dos 70 anos, como mostra o Gráfico 2 acima.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foram avaliados 126 hipertensos do Posto de Saúde da Família Fernando Alves no município de São Felix, sendo a amostra aleatória composta por 31,5% dos hipertensos cadastrados no Gerenciador de Informações Locais. Identificou ?se maior prevalência no sexo feminino,com 69% (86 mulheres), já no sexo masculino observou-se que apenas 31,7%(40 homens) eram hipertensos.Entre as medidas terapêuticas apontou-se que 69% (87 pessoas) fazia o uso de tratamentos farmacológicos e 31% (39 pessoas) controlavam a hipertensão apenas com medidas não farmacológicas. Na classificação dos índices pressóricos observou-se que 57 (45,2%) dos hipertensos apresentavam a Pressão Arterial(PA) no estágio 1 hipertensão leve ,o que corresponde a pressão sistólica entre 140 e 159 mmHg e pressão diastólica entre 90 e 99 mmHg.Já nos os outros estágios da hipertensão 3,2%, apresentaram a HAS severa, pressão sistólica maior ou igual a 210 mmHg e pressão diastólica maior ou igual 120 mmHg, o que indica que esses hipertensos não seguiam diariamente o tratamento farmacológico e não farmacológico. Quanto aos fatores de risco dos indivíduos já diagnosticados como hipertensos, observou-se que a falta de atividade física é um fator essencial para a gênese da hipertensão em adultos,pois 71,4% dos indivíduos são sedentários.Apontou-se também diabetes tipo 2 com 32,5% , seguindo a hereditariedade de doenças cardiovasculares com 21,4%, e os fatores como tabagismo e etilismo tiveram percentuais menores. Sobre o fator obesidade apontou ser um grande fator de risco para a gênese da Hipertensão Arterial, onde 41,3% da população coletada mostrou estar com sobrepeso.
A problemática da pesquisa realizada, buscou saber quais seriam os procedimentos realizados pelo Programa Saúde da Família Fernando Alves no tratamento dos hipertensos do município de São Felix; visto que os fatores associados a hipertensão arterial requerem medidas farmacológicas e não farmacológicas.Na coleta dos dados identificamos nos prontuários os procedimentos terapêuticos realizados pelo Programa Saúde da Família no controle dos hipertensos, dentre eles destacam-se: o diagnóstico clinico dos casos, cadastramento dos portadores, medição da Pressão Arterial(P.A)dos usuários, prescrição de dietas individualizadas, visita domiciliar, acompanhamento ambulatorial, fornecimento de medicamentos, acompanhamento domiciliar dos pacientes com seqüelas de AVC e outras complicações. E os procedimentos preventivos da hipertensão realizados pelo PSF destacam-se ações educativas para o controle dos fatores de risco reversíveis relacionados a hábitos adquiridos ao longo da vida do individuo (a obesidade, vida sedentária, tabagismo e etilismo), e a prevenção das complicações.
Conclui-se que os objetivos propostos para nortear esse trabalho foram alcançados com êxito, pois ao decorrer da pesquisa definimos e contextualizamos hipertensão arterial; apresentamos fatores de risco reversíveis e não reversíveis;descrevemos os procedimentos realizados pelo PSF no tratamento dos hipertensos; e analisamos e apresentamos resultados significativos ,que futuramente poderão ser estudados mais profundamente.










REFERÊNCIAS

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Autor: Hugo Bernardino Ferreira Da Silva


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