Etnocentrismo
TODOROV, Tzvetan. Nós e os outros: A reflexão Francesa sobre a Diversidade Humana, v.1. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, Editora, 1993.
Analise dos textos:
Ambos os textos retratam um período de conflitos em que os indivíduos eram submetidos a leis, sendo que no texto de Todorov, ele relata uma época de crise, em que o regime priva o cidadão do livre arbítrio. E para não ser vitima direta desse regime, era necessário se submeter as essas normas, renunciando seus próprios princípios morais. O resto do país sofria as conseqüências do autoritarismo e as classes beneficiadas só se deram conta da profundidade das conseqüências quando estas chegaram até elas.
No texto das sociedades andinas fala como os europeus invadem a região andina, onde encontram com modelo de sociedade diferente ao que estavam habituados. A idéia principal era acumular o maior numero de objetos ou pedras preciosas com intuito de fazer fortuna para depois voltar para Europa, mas antes disso eles trataram de interferir nos costumes daquele povo e impor sua praticas na sociedade andina.
O fato de não entender a cultura do outro conduz a falsa analogia desses costumes com praticas bastantes "bárbaras". Os europeus não conseguiram interpretar a diversidade, pois possuem uma visão uniforme no qual apenas seu modelo social seria o "correto" e com isso procuram submeter os outros povos a sua condição, essa visão é basicamente etnocêntrica.
Ao julgar os valores do outro, procuram afirmar sua cultura como exemplos a serem seguidos, desse modo os europeus começam a destruição gradativa da sociedade andina. Primeiramente com a religião, o catolicismo, imposto em lugar dos diversos deuses existentes, onde templos e monumentos dedicados as divindades perdem seu valor, alguns são destruídos, dessa forma a autoridade dos governantes e dos sacerdotes são minadas.
Várias figuras importantes são tratadas dessa forma, aquele que não se convertesse possivelmente seria eliminado nos campos de concentração, assim os europeus apresentam a idéia de superioridade entre os homens estabelecendo a dominação dos governantes e de seus povos a coroa espanhola, ou seja, aos representantes espanhóis, essa pratica é conhecida como encomenda.
Assim o comércio é dominado pelos europeus, os mitmacs ou entrepostos comerciais antes utilizados como ponto de apoio aos viajantes que traziam as mercadorias para suas terras de origem, agora são meios que controlam o comércio dos produtos cultivados. Nesses locais a língua administrativa passou a ser a quíchua, os espanhóis estabelecem um padrão uniforme de linguagem o que contribuiu para eliminação dos diferentes dialetos.
Então, esse é o modelo etnocentrista de dominação espanhola aplicada a sociedade Andina através das gradativas formas de imposição religiosa, governamental, comercial, lingüística que resultou em guerra e no extermínio da maior parte desses povos, faltou aos europeus a compreensão da cultura, porem esse seria um nível jamais alcançado, pois a idéia era desde seu inicio de exploração das fontes de riqueza.
Portanto ambos os textos retratam a relação de poder, domínio, onde relata a forma como alguns povos tentam empregar sua cultura, religião, o autoritarismo dos considerados mais fortes dominam os mais fracos; Os autores expressam a sua opinião, citam a opinião de outros autores, criticam a forma de alguns estudiosos retratarem a historia.
Um exemplo contemporâneo de etnocentrismo foi o caso da mãe-de-santo que em uma entrevista demonstra o quanto as outras religiões possuem uma visão equivocada do candomblé, impondo que seus cultos são demoníacos depreciando suas praticas, tentando convencer os adeptos a "aceitarem" a Deus. A mãe-de-santo concluiu dizendo que não queria sua religião fosse tolerada e sim respeitada. As pessoas analisam como principal e melhor a própria religião e desvalorizam a religião do outro.
Autor: Isabela Ferreira Dos Santos
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