A MARGEM
Caminhando contra o vento, sob um céu cor de chumbo em meio aos escombros de um sonho perdido espalhado pelo chão e com um ultimo esforço derrotando o desanimo como o de um infeliz náufrago que as ondas jogaram a esta terra cercada pelo turbilhão do caos, que é ilha apenas nas margens de areia, com o sol lançando seus raios de luz rompendo a copa das árvores que dão sombra às folhas mortas no chão de humo, onde a vida se decompõe e renascem em verdes corpúsculos de mofo evoluindo em brotos, verdes brotos da terra cercada de água por todos os lados, onde meus passos percorrem a areia deserta das margens úmidas e meus olhos cansados se detém de repente naquela flor seca que cai de entre as páginas de um livro coberto de pó que, com ardor ainda seguro ao peito, de eternizar a palavra escrita que a história do livro agora percebo, não importa embora seja uma descrição de um mundo passado, importa sim, é o gesto poético de aquele ser humano desconhecido, movido talvez pelo amor a natureza e as artes, querendo em sã consciência unir a alma da planta ao corpo topológico da palavra escrita em relação de semelhança subentendida.
Lanço tais coisas inertes às águas que o mar é mera coincidência na solidão que em mim reina.....
Autor: Antonio Stegues Batista
Artigos Relacionados
As EstaÇÕes Das Folhas
Bertioga Terra Indigena
Paisagem
A Visão Dos Meus Pensamentos
Verdes Mares De Minha Terra
Poesia
Azul Apagado