Perda



Surgiu um vendaval de confusões
E contusão
Não se sabia seu começo
Meio/fim
Sabia-se que a angústia estava presente
E entre tantas coisas ausentes,
Também estava tu
Ó Gratidão
Medo e dor
Dor, dilacerante dor
Dor dispersa
Sufocada entre tantos poréns
E tu entre tanto corpo inerte, amarga luz
Se multiplica e alastra
Cruel e vil
E nesse vórtice de instante
Pequeno como a eternidade
Essa dor se revolta e invade aos poucos
Essa luz dourada que perde a cor
E se vai...
E volta cinza e cruel
Me abraça forte, me esmaga e sufoca
Me joga na estrada púrpura da nossa dor
Beijo o teu sangue no asfalto
Ó suave luz, tão frágil e delicada... inerte
Minha boca não tem voz
Calo-me na imensidão das minhas frustrações
O meu silêncio é dor
No vai-e-vem da vida
O meu coração é palavra...
...que não quero expressar
Mas tu
Espiral que me envolve e se dissolve
Me faz lutar, sonhar, voar...
Para longe desse vácuo
Que me suga e depois me julga
Eu bem sabia... mas não acreditei
Que a vida "desejo transitório" foi a ilusão perdida
Fecho os olhas pra não ver
O que queres me mostrar
Choro dentro de mim
Sou solitário entre minhas mãos
Carrego o pesar, entre tanto o que perdi
Não sabendo a minha dor, criatura cruel
Não vem me mostrar que "há sangue no véu"
E que a terra há de comer
...
Mas o acaso é bom
Que me deu este papel
Pra desabafar, chorar, enxugar os olhos
Sorrir com os lábios e dizer:
Obrigada

Autor: Ariadne Santos


Artigos Relacionados


Depoimento De Um Viciado

Setecismo

A Pequena Balada Do Ciclo Vampírico

Encostar

Teu Coração Púrpura

DescriÇÃo De Uma Noite Verdadeira De Prazer

Concavo E O Convexo