MARCIO RILLO



MARCIO RILLO

A vida é realmente provisória. Há duas semanas o professor Márcio Rillo estava fazendo palestras para os alunos de todos os cursos, falando sobre a instituição, seus objetivos e o firme propósito de manutenção da excelência do ensino. Numa dessas palestras, já passava das 22h40 quando o vi entre os alunos em uma classe respondendo os questionamentos que lhe faziam. De longe deu para perceber que os atendia de forma gentil e atenciosa. Deve ter sido uma semana estafante para ele, que depois de um dia de despachos, contatos, leituras de documentos, reuniões etc. foi para as salas de aula falar para os alunos e também ouvi-los. Ele anualmente fazia isso, sem nenhum aparato. Ia só, como um humilde professor na realização do mais nobre ato, que é o de ensinar, transmitir conhecimento e construir futuros.
Marcio Rillo tinha uma grande meta, a transformação da FEI em uma universidade. Não apenas pelo título, mas, principalmente, pela possibilidade de agregar mais força e credibilidade à instituição e conduzi-la à perpetuidade. Transformá-la numa referência em pesquisa em todas as áreas de engenharia, em Administração e Tecnologia da Informação. Seu objetivo, construído de forma criteriosa, passo a passo, aos poucos vai se concretizando. Utilizando uma orquestra como uma metáfora, pode-se dizer que o maestro parte, mas deixa as partituras com todos os arranjos prontos, bastando segui-los para se alcançar os resultados planejados.
Mas como a vida é provisória, o professor Marcio Rillo, na madrugada do dia 24 de maio de 2010, com um livro nas mãos, deixou a vida para continuar na história de uma instituição que se engrandeceu com a sua presença nos longos anos em que a ela se dedicou.
Aos 56 anos de idade todos esperavam longa e profícua vida ao líder acadêmico, pois era ainda era visto como um jovem professor. Dinamismo, vontade e esperança não lhe faltavam. Trabalhava muito, arduamente, e ainda compartilhava com sua equipe os seus projetos para o futuro, sem nunca imaginar que a vida lhe faltaria em breve.
Sua partida deixou uma profunda lacuna na comunidade acadêmica. Uma ausência que com certeza será superada, pois a vida prossegue e a história não pode depender dos indivíduos, mas nunca será esquecida enquanto o vento balançar as árvores do campus universitário da FEI e os jovens cheios de vida continuarem fazendo dela a sua ponte para o futuro, enchendo os corredores, pátios e salas com suas barulhentas e sempre bem vindas presenças.
Nada é para sempre e talvez nem mesmo o universo. Como simples passageiros dessa nave em constante expansão, é importante que nos lembremos que o senhor dos tempos não fixa prazos e todos nós, sem exceção, somos provisórios.

Autor: Renato Ladeia


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