Somos o povo do Senhor, não podemos mais falhar!



Somos o povo do Senhor, não podemos mais falhar
Quando nos abrimos para as Escrituras Sagradas, especialmente nos escritos do Novo Testamento, quando saciamos a nossa mente com a doce voz de Jesus em um dos evangelhos, por exemplo, há uma sensação que somos transportados para um outro mundo, um mundo que sem sombras de dúvidas é divino, autêntico e único. Um mundo que é notável, perceptível, aberto e nos convida a entrar. Fomos convidados a entrar, habitar e viver, pois, ouvimos e sentimos um chamado. Entramos num Reino que os olhos físicos não podem ver. Por isso, disse o Mestre: "todo aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus" (João 3.3). Enfim, somos transportados para um Reino, onde quem governa é o dono do Reino.
É interessante que ao mesmo tempo em que somos governados, também recebemos promessas extraordinárias, que por meio da fé em Jesus, se deslocam das Escrituras e pousam sobre cada um de nós.
Promessas que entre outras coisas geram vida em nosso interior. Como por exemplo, as palavras de Jesus, conforme aqueles que se entregarem a Ele receberão "água viva", o Espírito que fora enviado pelo Pai, e o mais interessante, não teremos mais sede, trocando em miúdos, não seremos mais dirigidos e governados por desejos corrompidos e como prêmio não tomaremos a forma desse mundo. Essa "água viva" se tornará uma fonte "a jorrar para a vida eterna" (João 4.14). Fonte esta, que será transformada em "rios de vida", fluindo do centro da vida do Mestre para um mundo que tem sede, muita sede.
Promessas que cedem gratuitamente às orientações necessárias "para todo aquele que nele confia, (onde) jamais será confundido ou envergonhado (Rm. 10.11).
Promessas como na oração de Paulo em Efésios, em favor dos cristãos, para que de uma maneira ou de outra cada um possa "conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, de forma que fiquem cheios de toda a plenitude de Deus". Pois, "Aquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós..." (Efésios 3.19-20).
A lista de promessas é extensa e ilimitada para todo aquele que ama "o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças" (Mc.12.30), para todos aqueles que "purificaram a sua vida pela obediência à verdade, visando o amor fraternal e sincero, amando sinceramente uns aos outros e de todo o coração" (I Pe. 1.22), para todos aqueles que se livraram "de toda maldade e de todo engano, hipocresia, inveja e toda espécie de maledicência" (I Pe. 2.1), para todos nós "estando mortos e em nossos delitos, (Ele) nos deu vida juntamente com Cristo, pois pela graça sois salvos" (Ef. 2.5), "pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês (nós) silenciem a ignorância dos insensatos" (I Pe. 2.15), dos zombadores.
Nós compreendemos bem a vontade do Senhor, temos uma visão panorâmica de todas as coisas, mas apesar de toda essa clareza que temos, e de sabermos o que o Senhor deseja para todo discípulo de Cristo, temos que reconhecer que de um modo geral os cristãos só encontram o caminho para esta jornada divina de forma lenta e muitos com muita dificuldade, sem considerar aqueles que mesmo estando entre nós, não conseguem avançar e às vezes nem mesmo ingressam neste trajeto divino proposto.
Acredito que uma das razões das quais as pessoas falham é de que quando foram convidadas para entrar neste "mundo novo" não conheceram todas as informações e requisitos necessários para entrar pela porta do Reino. Jesus disse: "Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem". Olha outra promessa aí (João 10.9). Infelizmente, muito entre nós trouxe uma bagagem adicional para dentro do Reino, bagagem esta que deveria ter ficado pra fora da "porta". Outra razão em que falhamos, alguns negligenciam e outros evitam, é conhecer de fato o que diz nas palavras do Novo Testamento. As "Igrejas" estão cheias de pessoas assíduas que "vão" as cultos, no entanto, há uma incoerência expressiva com a uma realidade que de um modo geral o povo do Senhor vive e presencia em seu meio.
Deus deseja revelar a pessoa de Cristo para cada um de nós (Mt. 17.1-13), dentro de nossas casas, no meio da comunidade. Nós não podemos mais ser os mesmos, pois, "A vereda do justo é como luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia" (Pv. 4.18).
Ao longo dos anos a Igreja tem compreendido bem a ordem explícita de Jesus em Mt. 28.19: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo". O que a Igreja talvez tenha entendido, mas não tem atendido é a ordem de "ensiná-los a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei" (Mt. 28.20). Sou grato aos meus pais na fé que em momento algum esmoreceram no meu discipulado até a minha formação.
Temos que admitir que a formação de um discípulo é demorado, lento, mas é imprescindível, indispensável, intransferível e fundamental para que a Igreja do Senhor continue a avançar, formando discípulos genuinamente "cheios de Cristo" e do seu poder.
O nosso grande desafio é o de abandonar toda raiz com a "religiosidade", que queiramos ou não herdamos do passado, passando a ser como os apóstolos que fielmente executaram a ordem de Jesus de Mateus 28, de tal maneira que a Palavra do Senhor atravessando gerações chegou até nós.
Somos o povo do Senhor, não podemos mais falhar.
Não precisamos de talentos, técnicas, habilidades e nem mesmo recurso financeiro. Basta-nos apenas fidelidade em formar discípulos para Cristo, "o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (Tito 2.14).

Renato Degrossoli Junior
Março/2011
Autor: Renato Degrossoli Junior


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