Preconceito em Sala de Aula



Arlete Oliveira de Jesus


Resumo:
Este artigo visa refletir sobre o contexto de preconceito em sala de aula, na comunidade de km 30. O preconceito ainda existe e ninguém pode negar, o presente artigo vem com o propósito de mostrar como instituição escolar desta localidade lida com o assunto, como é abordado o tema em sala de aula e como os educadores lidam com os múltiplos desafios referentes ao tema.

Palavra chave: preconceito/escola

Introdução
A escola continua sendo um ponto de partida para grandes trocas de experiências. Experiências essas que, recoloca a cada instante a reprodução do velho e a possibilidade da construção do novo, não afirmando que tudo esta definido e completo. O fundamento da educação Para valores cabe aos pais aos educadores e aos adultos em geral (sociedade) vivemos em um país preconceituoso, freqüentemente nos deparamos com atitudes preconceituosas sejam em atos, gestos, discursos ou palavras. À medida que as crianças crescem, elas passam a compreender a base biológica e a Constancia dos rótulos de gênero.
Desde cedo julgamos preconceituosamente, já esta em nossas raízes é difícil não descriminar seriamos hipócritas se afirmamos que nunca julgamos ninguém, se pela roupa ou pelo cabelo, talvez pelo jeito de falar. A complexidade do tema intriga o ser humano, que em busca da resposta enfrenta dificuldades para entender como respeitar e amar o próximo de forma objetiva e sensata.
Seria errôneo dizer que não somos preconceituosos não digo apenas de preconceito racial mais sexual, religioso e entre muitos outros. O grande problema é não aceitar as diferenças e decisões e as situações dos outros seres humanos. O preconceito existe e é visível na sala de aula ele é sutil, começa com alguns apelidos pejorativos como "quatro olhos", "neguinho", "baleia" e muitos outros que de forma repetitiva e intencional recebe o nome de bullying.
Tal empreitada insere-se nessa perspectiva e foi pensada para trazer ao âmbito educativo da nossa localidade o debate e o dialogo sobre questões polemicas do dia a dia enfrentado por professores e alunos.
O presente trabalho foi realizado através de questionário, entrevista observações e diário de campo, através de professores e alunos.
Após as analises e discussões obtidas através das observações, o estudo sobre preconceito oferece a possibilidade de colocar num mesmo cenário a problematizarão dessa temática de inquestionável importância. Ao contemplarmos as relações preconceituosas dentro do espaço Escolar, questionamos-nos ate que ponto ele esta sendo coerente com a sua função social quando se propõe a ser um espaço que preserva a diversidade cultural. Nos debate percebemos o desafio de encontrar soluções que respondam a questão de total importância para a sociedade.

Mas afinal o que é preconceito
Sempre vemos falar nessa palavra, mais afinal de conta o que ela realmente significa? Segundo dicionário preconceito é "opinião que se forma contra pessoas ou coisas antes de ter um melhor conhecimento sobre elas" no mundo existem muitas formas de preconceito, porém a mais comum é por causa da pessoa ser de uma etnia diferente, , ou por ter uma religião diferente da nossa, por ter a cor da pele diferente, Por ser de outra classe social. A atitude de preconceito pode também ser praticada pelo olhar, entre brancos e negros, homossexuais e heterossexuais, pobres e ricos.
Embora esse assunto ainda seja pouco comentado, os preconceitos podem ser divididos em dois segmentos: um segmento é maléfico à sociedade e o outro benéfico. O segmento maléfico é constituído de preconceitos que resultam em injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e na empatia. Já o segmento benéfico é constituído de preconceitos que estabelecem a prudência e são baseados em estatísticas reais, nos ensinamentos de Deus ou no instinto humano de auto proteção. Em geral, os preconceitos benéficos são contra doenças contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, pessoas violentas, drogados, bêbados, más companhias, etc. Na verdade, é muito difícil definir o limite correto entre preconceito maléfico e preconceito benéfico. Por isso, a liberdade de interpretação pessoal deveria ser sempre respeitada.

A escola e o preconceito
A lei10 639, de 2003, decretou a inclusão do ensino da historia e da cultura afro-brasileiras no ensino fundamental e médio os especialista ressaltam que objetivo do professor não deve ser desprezar um determinado tipo ou dizer que uma cultura é melhor que outra, "cabe á escola dar oportunidade para todos conhecerem a cultura afro e entenderem que ela faz parte da cultura brasileira".diz waldete Tristão oliveira.

Pode se mesmo afirmar que o preconceito faz parte do nosso comportamento cotidiano. Freqüentemente nos defrontamos com atitudes preconceituosas, seja em atos ou gestos, discurso e palavras. A sala de aula não escapa. E trabalhar com essa questão, ou mesmo com a intolerância, não esta dentre as tarefas mais fáceis


O racismo e a homofobia fazem parte do preconceito e do cotidiano em sala de aula. Uma criança branca não quer sentar perto da negra os heterossexuais não querem ficar perto dos homossexuais, as meninas bem vestidas não querem ficar perto das mal vestidas, se fossemos falar as varias maneiras de preconceito existente na escola, ficaríamos horas.
Observamos duas escolas uma de crianças de primeira à quarta série que continha alunos entre oito e onze anos e a outra de quinta série ao terceiro ano. A primeira observação foi às brincadeiras sem medidas, a mesma convive diariamente com situações que colocam a orientação preconceituosa dos alunos em discussão. No dia a dia da escola uma das situações mais incomodas que foi notada é a manifestação de preconceito contra negros e homossexuais as outras crianças consideradas "normais" faziam piadas o tempo todo contra os mesmos. Abaixo o depoimento de uma aluna que sofreu e sofre até hoje com o preconceito racial.

Tenho dezessete anos estou na sexta série, quando estava com dez anos passei pelo meu primeiro constrangimento em público que quase me levou a depressão. Em uma sala de quase quarenta alunos eu era a única negra, mais negra mesmo de cabelo duro e tudo, (risos) na sala havia branco, ruivo, moreno e ate uns "pretinhos" mais não como eu. Ao chegar ao meu primeiro dia de aula. A professora mim apresentou assim: _ hoje temos uma nova aluna a neguinha dos cabelos de Bombril, foi muitos risos, risos que ate hoje ecoa no meu ouvido. Resultado parei de ir a escola por dois anos não sai mais de casa, não queria mais ver ninguém. fiz analise com psicólogos durante um ano acabei por mim recuperar, não foi fácil voltar para a escola. Mudei de cidade fui bem acolhida aqui nesta escola, não mim livrando dos insultos e das brincadeiras, hoje levo na "boa" sou feliz com a cor da minha pele.

Esse depoimento deixa evidente o total despreparo por parte dos professores, a controvérsia na secretaria foi bastante notório e peculiar, o corpo docente do colégio estava totalmente despreparado para lidar com o assunto, ao invés de orientar os discentes á terem uma perspectiva melhor sobre os seus semelhantes, foi notado o contrario. Vale ressaltar que a escola não é uma ilha, e entre alunos e professores estão presentes as mesmas relações de uma sociedade.

Conclusão
Diante desse contexto o presente artigo, concluiu que Trabalhar igualmente essas diferenças não é uma tarefa fácil para o professor, porque para lidar com elas é necessário compreender como a diversidade se manifesta e em que contexto. O grande desafio da escola é o de superar a discriminação e valorizar a diversidade étnico cultural que compõem o patrimônio sócio-cultural do aluno. Respeitando suas diferenças, superando o preconceito e a discriminação existentes na sociedade. A escola não modifica por si só o imaginário e as representações coletivas negativas que se construíram sobre os ditos "diferentes" em nossa sociedade, mas ela ocupa um lugar de destaque para a superação do preconceito, fazendo uso de um trabalho sistemático e crítico na formação de valores de cada aluno.




Autor: Arlete Oliveira De Jesus


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