Reflexão psicopedagógica sobre o rendimento escolar em filhos de pais separados





Faculdade Vale do Jaguaribe
Curso de Especialização em Psicopedagogia clínica, institucional e hospitalar

Andreia Pessôa de Oliveira





Reflexão psicopedagógica sobre o rendimento escolar em filhos de pais separados






Fortaleza
Dezembro- 2010

Andreia Pessôa de Oliveira




Reflexão psicopedagógica sobre o rendimento escolar em filhos de pais separados




Artigo apresentado ao Curso de Especialização em Curso de Especialização em Psicopedagogia clínica, institucional e hospitalar, da Faculdade Vale do Jaguaribe como requisito final para obtenção do grau especialista. Professor ? orientador: Gorete Guerreiro, Ms.







RESUMO

O trabalho tem como tema central a problemática da aprendizagem escolar de alunos/filhos de pais separados, com abordagens a partir das diretrizes sócio-interacionista de Vygotsky (1989), teoria psicogenética de Wallon (1975), aspectos de assimilação-acomodação de Piaget (1993). Tem o intuito de estabelecer pontos coerentes para responder a questionamentos oriundos ao desenvolvimento do aprender. Ressalvo a historicidade da família e relação da família/professor/aluno, que também estarão sendo refletidos, serão analisados resultados de uma pesquisa de campo com subsídios em um estudo de caso, para verificar a influência da separação conjugal na aprendizagem escolar dos filhos. O olhar clínico será mediada por autores da área como Jorge Visca (1991) que também dá ênfase no seu trabalho à área emocional e Alicia Fernández (1991) com sua abordagem clínica ao fator família e aprendizagem. Enfoques psicanalíticos e de outros autores, também serão pontos relevantes para esta pesquisa e assim podermos confirmar ou não a implicação da separação na vida escolar dos filhos. Veremos também, a contribuição que a Psicopedagogia tem a propor para melhorias no rendimento escolar de todos que apresentem dificuldades na aprendizagem, em especial, destes alunos/filhos que vivenciam lares de modelo não nuclear.
Palavras chaves: Aprendizagem. Separação. Filhos. Emocional. Afetividade












1. INTRODUÇÃO

A família é um dos fatores essenciais no processo de aprendizagem das crianças e adolescentes, procurei com essa pesquisa revelar a dissolução conjugal entre os pais como sendo um dos principais fatores para o aparecimento de sintomas desagradáveis no desenvolvimento e no rendimento escolar. A escolha do tema "Aprendizagem escolar em alunos/filhos de pais separados", aconteceu por observações na prática, há dez anos, não só como professora em várias escolas privadas e públicas, mas também como acompanhante de reforço escolar e experiências particulares.
Este trabalho partiu-se da hipótese de que a desintegração conjugal em uma família pode ocasionar nos filhos mudanças em seu desempenho escolar. A indagação "A separação entre o casal implica na aprendizagem escolar dos filhos?" será o foco principal para responder as inquietações sobre o aprendizado desses alunos e verificar a contribuição que a Psicopedagogia tem a propor. Justifica-se o estudo a partir de princípios dialéticos psicopedagógicos, observando a relevância da afetividade e da mediação.
Como educadora, contribuo pontuando os obstáculos que tem impedido o desempenho esperado na prática do aprender, considerando as dificuldades escolares apresentadas em alunos/filhos de pais separados e a influência que esse fato familiar causa na aprendizagem. Tem-se como finalidade a melhoria na qualidade desse processo, sugerindo soluções adequadas aos problemas apresentados.
O trabalho do psicopedagogo nortea-se na compreensão do processo de aprendizagem de um aluno ou grupo de alunos e na utilização dos elementos do seu sistema cognitivo/emocional para apreender a relação do sujeito com o conhecimento. Nesse aspecto tem-se como objetivo a integração na tarefa do aprender, que consiste nos aspectos interiores e exteriores, provando uma mediação que permita a execução eficaz no ensino aprendizagem.
Hoje se tem uma visão mais ampla quanto ao processo de aprendizagem, e há pouco tempo, era atribuída somente à criança a responsabilidade pelo seu sucesso ou insucesso escolar. Não se pode mais discutir essas questões sem considerar os contextos situacionais e interpessoais os quais as crianças e os adolescentes estão inseridos. Assim sendo, deve-se analisar a sociedade, a família, a escola e o modelo educacional presentes, ou ausentes, na vida do educando.
A família nuclear, constituída de pai, mãe e filhos, ainda são considerados como a menor unidade social, a célula que reunida às outras formará o tecido social. Assim, se esta não é bem estruturada poderá ou não comprometer a formação social tanto de seus filhos como dos demais membros da sociedade.
Nesse contexto, fez-se necessário um estudo de caso e para a realização dos objetivos propostos, utilizaram-se como recursos um levantamento de literatura em caráter bibliográfico em livros das bibliotecas de escolas em que estou inserida, assim como parte do acervo sobre educação disponível em minha biblioteca particular, complementando com artigos científicos e textos de publicações no âmbito educacional, acesso em sites, slides referentes ao tema proposto, questionários, anamnese, técnicas padronizadas, observações, processo de investigação clínica e síntese diagnóstica.
Na perspectiva de uma ampliação no conhecimento crítico sobre o assunto, fez-se a seleção das obras que trate sobre o tema e que auxiliará nas reflexões tornando conscientes as epistemologias do dia a dia das escolas e do processo ensino/aprendizagem, especificamente do aluno/filho de pais separados.
No primeiro capítulo, será analisado o desenvolvimento e a aprendizagem infantil em suas perspectivas cognitiva, social e afetiva. A trajetória cognitiva foi estudada a partir da Teoria do Conhecimento de Piaget, sendo conceituados os estágios Piagetianos através dos mecanismos de assimilação e acomodação. Para a trajetória social, é abordado o processo de sociabilidade por meio dos estudos Vygotskyanos. Por último, a trajetória afetiva a partir da teoria Walloniana a qual explicará o processo de construção da psicogênese da pessoa.
No segundo capítulo, é traçado um percurso histórico da aprendizagem e das relações familiares, analisando sua trajetória nos aspectos ante-moderno e contemporâneo assim como, suas colocações diante dos vínculos estabelecidos entre elas. Serão vislumbradas as visões de autores como Jorge Visca, Alicia Fernández dentro da abordagem psicopedagógica clínica e, nos aspectos psicanalíticos, tem-se a visão de Freud e algumas considerações de Groisman a cerca da família. Finalizo este capítulo, com os resultados da pesquisa de campo e o referente resultado do estudo de caso no qual este trabalho foi elaborado.
A partir das informações contidas e discutidas neste trabalho serão expostas considerações finais acerca do mesmo e conjunturas futuras para possíveis desdobramentos do tema em pauta.

2. ABORDAGEM GERAL DA APRENDIZAGEM NA VISÃO DE WALLON, VYGOTSHY E PIAGET.

Este artigo propõe-se a temática aprendizagem através das visões de Wallon (1975), Vygotsky (1989), Piaget (1990) e outros, nos quais os conceitos de afeto, mediação, desenvolvimento, vínculos serão partes relevantes desta produção.
Wallon, estudioso que se dedicou ao psiquismo humano na perspectiva genética, ou seja, defensor da gênese da pessoa, justificador do seu interesse pela evolução psicológica da criança, oferece subsídios para reflexão sobre as práticas pedagógicas e o processo de aprender.
A psicogênese Walloniana considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e perceber o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribuem a atividade infantil (afetivo motor e cognitivo), pois o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito como "geneticamente social" e estudar a criança contextualizada, nas relações com o meio (DANTAS, 1990, p.85). Assim, parte-se do pressuposto que a infância é um momento real e distinto de todos os outros, por isso mesmo, deve ser considerado de acordo com as suas peculiaridades.
Oliveira (1993), diz que Vygotsky inclui alguns conceitos que se tornaram incontestáveis na área do desenvolvimento da aprendizagem. Um deles é o Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que se relaciona com a diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha ou aquilo que sempre será capaz de aprender e fazer com a ajuda adulta, ou criança mais velha ou com alguém de maior facilidade de aprendizado. A ZDP é o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido ( OLIVEIRA,1993).
Quando nasce, o sujeito é ativo, agindo sobre o meio. Este é primeiro, social e depois, se individualiza. Em síntese, o sujeito produtor de conhecimento não é um mero receptáculo que absorve e contempla o real, nem o portador de verdades oriundas de um plano ideal, pelo contrário, é um sujeito ativo, com relação ao social e com seu objeto de estudo, reconstrói no seu pensamento o mundo. O conhecimento envolve sempre um fazer, um atuar do homem.
Nessa perspectiva, é indispensável conceituar e refletir a relevância da família como um fator essencial ao rendimento satisfatório na aprendizagem de filhos com pais separados. "A família é essencial para que a criança ganhe confiança, para que se sinta valorizada, para que se sinta assistida" (CHALITA, 2004.)
As relações de afeto com a família, professores e alunos, deixam real e óbvio que a afetividade possui papel essencial na vida pessoal e educacional das pessoas. Este vínculo favorece a relação educacional, exercendo um elo professor ? conteúdo - aluno.
Apesar de diferentes em natureza, o vínculo afetivo e a cognição são inseparáveis, indissociadas em todas as ações simbólicas e sensório-motoras. Wallon (1975) e Vygotsky (1989) assumem o papel social do afeto, sendo a relação afetividade ? inteligência fundamentais para todo o processo de desenvolvimento humano.
Dessa forma, pode-se dizer que ocorre um movimento dialético entre mediador/professor e aluno/aprendente, em que vínculos vêm em espiral dinâmico envolvendo ambos os atores deste processo, de maneira significativa e estando a aprendizagem diretamente ligada à conduta destes.
Para Taille (1990), na teoria piagetiana, o desenvolvimento é continuum ao longo da vida, do nascimento até a morte. Ele definiu as mudanças e a aquisição do conhecimento como algo gradual. Mediante essa concepção, acredita-se que o desenvolvimento tanto é contínuo, quanto descontínuo. O contínuo significa que cada evolução seguinte baseia-se no anterior, incorporando-a e o transformando-a. Já no descontínuo, as mudanças qualitativas ocorrem de um estágio para o outro, sem precisar basear-se no anterior, ou seja, acontece apenas a gradativa transformação, ou mudança. Portanto, os períodos de desenvolvimento estão funcionalmente relacionados e fazem parte de um processo contínuo e descontínuo.
Algumas crianças entram ou deixam esses períodos mais cedo ou mais tarde em relação às idades médias, mas em todos os casos, todas parecem atravessar os estágios Piagetianos na mesma ordem. O ritmo de desenvolvimento das crianças em cada estágio varia de modo considerável. Não se pode supor que somente o fator idade de uma criança diga o seu nível atual de desenvolvimento conceitual. É importante salientar que apesar do desenvolvimento não ocorrer de forma padronizada, às crianças não saltam de um estágio para o outro.
Algo comum existe em todas as crianças tanto no seu funcionamento intelectual e físico, ou seja, os dois processos fundamentais que ocorrem o tempo todo: a adaptação e a organização. Portanto é da natureza do ser humano, organizar suas experiências e adaptá-las ao que foi experimentado. Constitui a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes.
Segundo Visca (1991, p.47) se ocorresse uma paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de distinta cultura, também suas aprendizagens em relação a um mesmo objeto seriam diferentes, devido às influências que sofreram por seus meios sócio-culturais. Já em Soares (2003, apud RIVIÈRE,1995.p.41) as reações, diante desta paridade, no qual interferem sobre um objeto, acontece quando esse tem um significado pessoal, pode-se dizer que a conduta é "a expressão de um vínculo em termos daquilo que se vê"
Essa idéia nos permite entender que a relação entre essas duas estruturas, cognitiva e emotiva, pois agem juntas de forma dialética, isto é, que em cada sujeito a aprendizagem acontecerá de modo que prevaleçam suas interações, relações, contexto cultural, social e de forma particular, ou seja, pertinente a experiência de cada um. E sendo a família a primeira a despertar nas crianças a atividade de aprendizagem, e que essas imitam o modelo educacional dos pais, questiona-se: O que pode acontecer na aprendizagem de crianças ausentes desse ambiente familiar? A presença desse ambiente é sinal de uma aprendizagem real e significativa?

1.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SOCIAL

Existem vários aspectos que exercem influência no desenvolvimento das crianças, os mesmos abrangem: o crescimento físico, as mudanças psicológicas e emocionais e a adaptação social. Há uma concordância de que os modelos de desenvolvimento estão determinados por condições genéticas, circunstâncias ambientais e afetivas.
O desenvolvimento é o processo pelo qual o indivíduo constrói, de forma ativa, suas características, mediante relações que estabelece com o ambiente físico e social. As características humanas são biologicamente herdadas, e historicamente formadas. De geração em geração, o grau de desenvolvimento alcançado por uma sociedade vai sendo acumulado e transmitido o que irá influir na personalidade deste ser. Desde o nascimento, o indivíduo vai construir sua realidade subjetiva, inclusive no que se refere às explicações dos eventos e fenômenos do mundo natural por ele sofrida.
Sabe-se que o produto do desenvolvimento de uma criança é o resultado de influências internas e externas. Como fator interno, pode-se citar a hereditariedade. Cada ser herda dos pais um conjunto específico de características e tendências. Além das características físicas, também podem apresentar características que afetam as habilidades de manipular tarefas intelectuais.
Outro fator interno é a maturação, ou seja, padrões de mudança que ocorrem de formas seqüenciais, geneticamente programados, em características físicas como altura, tipo de corpo ou coordenação de movimentos. O desenvolvimento determinado pela maturação ocorre independentemente da prática. Mas tais mudanças não acontecem no vácuo, pois a criança amadurece num ambiente específico.
O fator externo mais importante que influência no desenvolvimento, é a escola, pois a criança chega com um cabedal de conhecimentos previamente adquiridos na sua convivência social, na família e no entorno. Supõe-se, então, que ocorra uma inter-relação entre os fatores internos e externos, ou seja, que há uma interação e uma transição. Segundo Bee (1986), o que ocorre frequentemente é uma interação entre as diversas influências. O produto é o resultado tanto das características internas da criança quanto das influências ambientais, mas a relação entre as variáveis é mais complexa do que a mera adição das duas.
Pode se entender que no desenvolvimento infantil é de grande importância, o desenvolvimento da habilidade de se relacionar com os outros. Por existir uma multiplicidade de inclinações e instintos, diferentes em cada criança, a escola não pode ignorar ou apagar este fato, com uma imposição de um modelo único de ensino, mas deve observar disposições prévias, relacionadas às capacidades de perceber, imaginar, de dar sentido ao mundo.
O relacionamento com adultos e companheiros é de significância central no desenvolvimento social de todas as crianças. É de particular importância, a formação das ligações afetivas com os outros, durante sua infância. Essas ligações afetivas ocorrem entre adultos e crianças e entre crianças e crianças. Ressalta-se a questão das relações, na idade escolar, entre criança e professor, e também nas ligações afetivas entre pais e filhos com o nascimento ou depois dele, cujo vínculo será fortalecido através do comportamento do bebê.
Este vínculo emerge, através do choro que sinaliza suas necessidades e os pais respondem quando o pegam no colo e o aconchegam no seu corpo. Assim Inicia-se uma linguagem estabelecida nessa relação. Sabe-se que durante os primeiros meses, o bebê possui comportamentos de ligação afetivos bastante indiscriminados, ou seja, ainda não reconhece quem são as pessoas de seu entorno visto que não há uma diferenciação clara entre elas.
Ao longo do processo dessa ligação afetiva, a relação fica mais discriminada e o bebê já diferencia alguns rostos, o que torna a ligação mais definida. Além dessa relação primária com os pais, a criança também estabelece ligações afetivas múltiplas entre irmãos mais velhos, babá regular, avós ou outras pessoas que a vejam regularmente. Segundo Bee (1986) essas ligações afetivas parecem ter a mesma qualidade da ligação com pais, já que a criança utiliza os seus adultos preferidos como uma base de segurança de exploração.
Nas crianças maiores, as ligações afetivas básicas permanecem, mas os comportamentos de ligação se modificam, vão, cada vez mais, se tornando independentes dos pais, salvo quando se encontram sob tensão e reaparecem as formas iniciais de comportamento. A criança nesse processo aprende a evitar os conflitos e a administrá-los quando surgem. Os pais, tendo sua parcela de contribuição nesse processo, alguns excessivamente austeros ou permissivos, podem limitar as chances de uma criança tentar evitar ou controlar seus problemas. Por tal razão, as atitudes dos pais e seus valores influem diretamente no desenvolvimento dos filhos.
Verifica-se, nessas relações afetivas, o aspecto biológico, ou seja, características herdadas, pela criança. Esse aspecto biológico está claramente ao lado do fator ambiental que terá grande influência no comportamento social desta.
Segundo Bee (1986), o comportamento é fortalecido pelo reforçamento. Se esta regra aplica-se a todo comportamento, então pode ser aplicada a ligação afetiva. Um exemplo disso é quando uma professora dá atenção às crianças que fazem bagunça. Com o passar do tempo, estas se apresentarão acentuadamente mais bagunceiras, para que assim a professora consiga percebê-las.
Todas essas relações infantis supõem interação e coordenação dos interesses mútuos, em que são adquiridos modelos de comportamento cooperativo e de uma organização para alcançar objetivos em grupos. Elas aprendem o que é aceitável e inaceitável no seu comportamento.

2.APRENDIZAGEM E RELAÇÕES FAMILIARES.


A importância da aprendizagem é uma constante variável entre os seres vivos, ela se apresenta de formas diferentes para cada espécie, mas é no ser humano que se percebe sua real forma e relevância.

Desde o inicio da vida, a aprendizagem acha-se presente. Ao sugar o seio materno, a criança enfrenta o primeiro problema de aprendizagem: terá que coordenar movimentos de sucção, deglutição e respiração. As horas de sono, as de alimentação, os diferentes aspectos de criação impõem, já ao infante, numerosas e complexas situações de aprendizagem. Na idade escolar, na adolescência, na idade adulta e até em idade mais avançada, a aprendizagem está presente. (CAMPOS, 1987, p. 34).

De acordo com Campos (1987, p.15) "a aprendizagem é afinal um processo fundamental da vida, sendo que todo individuo aprende e, através da aprendizagem, desenvolve os comportamentos que o possibilitam viver". Num processo dinâmico, contínuo global, pessoal, gradativo e cumulativo, pode-se dizer que a aprendizagem acompanha a vida de cada um e é indispensável à sobrevivência do homem, pois por ela ao lado da maturação qualificam-se como as duas maiores influências para o desenvolvimento humano.
Já Celidônio (1998) compreende a aprendizagem como um processo em que a personalidade da criança possa se desenvolver autonomamente e não como um reflexo de certo modelo de indivíduo que a família ou a sociedade julgam ideal. Enfatiza a questão de valores e as idealizações que cada membro do casal normalmente projeta sobre o outro e sobre cada um de seus filhos, como fenômeno constitutivo de conflitos e crises do sistema familiar. A autora constata que o processo de aprendizagem, ao invés de ser visto de forma mecânica e estática, deve ser visto como um processo ativo em que a aquisição de padrões e conteúdos, por parte de um indivíduo, envolve um processo de atribuição de significado àquilo que é aprendido.
Por este prisma, pode-se dizer que fatores relacionados à separação do casal, conflitos entre os pais, distúrbios emocionais em um deles, redução das condições econômicas e pouco suporte social, sejam desencadeadores de distúrbios nos filhos, e manifestar-se através de sintomas psicológicos, problemas de aprendizagem, comportamentos de risco e maior predisposição a doenças em geral, incluindo infecções.
Conclusões de uma pesquisa publicada na revista da Sociedade Brasileira de Pediatria (edição de setembro/outubro de 2009), de autoria de profissionais das áreas de psicologia de universidades portuguesas, diz que não é a separação em si que ocasiona os problemas mais significativos com as crianças e sim, outros fatores associados à ela. A maioria das crianças manifesta alguns problemas em seu desenvolvimento nos dois primeiros anos após a dissolução conjugal, mas em geral estes problemas são transitórios e com poucas repercussões em seu processo global de desenvolvimento.
Entretanto, fatores transversais ao processo de separação podem desencadear consequências mais significativas e duradouras, principalmente, as alterações no nível sócio-econômico, a limitação de contato com um dos pais e os conflitos entre estes, proporcionando dificuldades na reorganização do sistema familiar e problemas na saúde física e emocional das crianças.
Desse modo o aluno/filho de pais separados, quando perturbado emocionalmente, não consegue se integrar no processo de aprendizagem. Isto porque diminui sua capacidade de concentração, o que provavelmente influenciará no rendimento escolar. Vivem reflexos negativos e positivos do contexto familiar, as quais são transmitidas para a ele. Quando esta criança entra na sala de aula, muitas vezes não consegue separar os problemas de ordem emocional adquiridos em casa, comprometendo a sua relação com a aprendizagem.
E essas variáveis, associadas à dissolução familiar que irão causar, manter ou intensificar trajetórias de desenvolvimento desajustadas e não propriamente a separação como ato isolado. Aliás, a dissolução conjugal contribui, sob determinadas circunstâncias, para o aumento do bem estar e do nível de saúde física e mental delas.

2.1 A FAMÍLIA E SUA TRAJETÓRIA NA APRENDIZAGEM

A antiga família do século passado tinha um modelo fixo. Era nuclear, heterossexual, monógama e patriarcal. Entre as inúmeras tarefas que possuía, deveria formar bons cidadãos e patriotas conscientes dos valores de suas tradições ancestrais; garantia o bom andamento da sociedade civil, proporcionando a estabilidade do Estado e o processo da humanidade. Tinha a reprodução como missão, e as crianças eram inicialmente socializadas por mães/professoras, de quem recebiam os primeiro aprendizados.
Parrot (1999), cita uma historiadora francesa que afirma:
Família ambígua, essa do século XIX! Ninho e nó, refúgio caloroso, centro de intercambio afetivo e sexual, barreira contra a agressão exterior, enrustida em seu território, a casa, protegida, pelo muro espesso da vida privada que ninguém poderia violar ? mas também secreta, exclusiva, normativa, palco de incessantes conflitos que tecem uma interminável intriga, fundamento da literatura romanesca de século.

Contudo, esta família tradicional passou por um longo e gradativo processo de dissociação relacionado com o desenvolvimento do individualismo do século XIX, incutindo nos indivíduos uma nova idéia de felicidade, que consistia na síntese do seguinte pensamento: ser gente mesmo, escolher sua atividade, sua profissão, seus amores, sua vida. Com isso os casamentos tornaram-se mais raros, mais tardios e menos duráveis, houve um grande aumento de filhos divorciados, hoje forma mais da terça parte de uma sala de aula, de nascimentos extraconjugais e de famílias uni parentais em que, geralmente, a mulher assume a tarefa de educar os filhos. Aliás, esse é o quadro de nossa sociedade contemporânea.
Fatores externos também na minha avaliação surgiram, contribuindo para a descaracterização da família tradicional. O desenvolvimento acelerado das técnicas, que tornam obsoletos os antigos saberes, fez com que os pais perdessem seus papéis de iniciadores do processo de aprendizagem dos filhos, o que implicam profundas alterações no relacionamento familiar. Os jovens, por exemplo, dominam técnicas da computação, que muitos pais desconhecem.
Todas essas mudanças fizeram aumentar a solidão material e moral nas separações. Costuma-se pensar, atualmente, que a família está se desintegrando, perdendo seus valores, sua organização e suas funções originais. Os jovens e seus pais não se entendem e vivem num clima de discórdia e incompatibilidade.
A mídia parece colaborar para que se forme uma ideia negativa sobre a família, divulgando, em larga escala, através dos programas da televisão, principalmente nas novelas, fatos que podem influenciar negativamente as pessoas, especialmente os jovens, cujo poder de discernimento está ainda em formação. No entanto, devemos compreender objetivamente que todas essas nuanças pelas quais a família está passando hoje, sem dúvida, são formas de aprendizagens e de uma nova reestruturação quanto às questões que envolvem a psicanálise, sociologia, filosofia e outros.
Fernández (1991, p.92), parafraseando Freud, diz que através de suas séries complementares nos proporciona um modelo excelente para compreender o lugar da família na gestação do problema de uma aprendizagem, pois o sujeito carrega em si toda uma herança cultural, congênita e social de seus antepassados, o que é claro entender que este deve ser "olhado" como um todo, global e não de forma fragmentada como se o individual fosse um ser totalmente alheio a essas peculiaridades que fazem parte de seu antes, durante e pós- nascimento. Ainda trazem consigo todos os conceitos e relações internalizados vindouros dos componentes que formam esse modelo sistêmico. Este baseado na teoria do sistema postulador da crença no qual o sujeito está inserido no mundo de relações que ao mesmo tempo influência e é influenciado por elas.
O modelo sistêmico propõe que todas as redes sociais envolvidas nessa situação são co-responsáveis tanto pelos recursos a ser utilizados, quanto pelos impasses que surgem ao longo do caminho. Assim, construir juntos aprendente/família/terapeuta/escola. Trabalhar com o foco sistêmico é, segundo Groisman (1996), "rastear todo o relacionamento daquela família nuclear que vem, com o aprendente referido, indo às origens onde estariam os geradores do conflito". Portanto, diante dos informes acima, contextualizar a família nos seus diversos aspectos nos dá oportunidades para conhecermos o todo envolvido, não devemos focalizar situações individualizadas e circunstanciais separada de suas realidades.
Deve--se estabelecer um paradigma de que qualquer problema deve ser visto e discutido à luz do todo, levando em consideração todas as peculiaridades na discussão terapêutica e nunca departamentalizar ou rotular a família. Esta tem que ser analisada como um todo dentro do processo social, cultural, econômico e até religioso. Groisman (1996) afirma que embora a família não possa mudar, seu passado, mudanças no presente e no futuro, pode ocorrer em relação aquele passado. As famílias precisam estar em movimento, encarando o passado como referencia histórica e não como luta para recuperá-lo. Aprender requer que possamos nos separar pelo menos em uma parte dos nossos pais e construir um saber próprio.

2.2 Contribuições da Psicopedagogia à Aprendizagem Escolar: Estudo de caso

Iniciada a pesquisa de campo, apresentei-me a direção da Escola Municipal de Ensino Fundamental localizada na Regional III de Fortaleza, esclarecendo ao grupo Gestor o trabalho que pretendia realizar, através de um estudo de caso, uma enquete de cinco perguntas com o intuito de saber a influência que o modelo familiar exerce ou não sobre a aprendizagem do aluno, e consultas á professores sobre o rendimento escolar. Ao todo 150 alunos do 6º ao 9º ano foram entrevistados, incluindo um 3º ano, em que no mesmo encontra-se o aluno X do respectivo estudo de caso. Essa turma tem a particularidade dos alunos serem aqueles que se encontram fora da faixa etária. A partir da busca nos resultados da pesquisa de campo, pretende-se analisar o caso do aluno X e dar o enfoque necessário aos questionamentos já antes mencionados.
A coordenadora pedagógica e professores indicaram um aluno que apresentava dificuldades na aprendizagem com sintomas de dispersão na aula, auto-estima baixa, sem evolução na leitura, permanecendo no nível pré-silábico na escrita, ocasionando não só anos seguidos de repetência como também um comportamento grosseiro com a professora, através de xingamentos e agressões físicas com colegas.
De acordo com relatos de professoras, descreveram-no muito carente e reprimido pelo fato de viver num ambiente religioso rígido, em que sua mãe é evangélica extremista. Já na anamnese realizada por mim com a mãe, atentei-me ao fato de se tratar de um aluno com família desestruturada, fora de o modelo nuclear.
Iniciada a avaliação clínica do aprendente X para detectar as causas de sua dificuldade escolar, através de análises, técnicas padronizadas, observações, processo de investigação, constataram-se no início que o aprendente apresentou dificuldade de relacionar-se. Sua verbalização curta e pouca demonstraram ansiedade ao se mexer constantemente na cadeira, mãos sempre em movimento e pernas sacudindo quase sempre; observou-se também que quase sempre estava a se espreguiçar na cadeira e desatento às indagações, respondendo muitas vezes sem clareza e objetividade, principalmente em atividades de escrita. Porém, demonstrou certo interesse pelas atividades lúdicas, sempre tentando realizá-las quanto possível, mostrando-se interessado em todos os procedimentos lançados a ele, pelo desejo que expressava em aprender a ler e escrever.
Com a devolutiva e a síntese diagnóstica, pude perceber a dialética do caso, pois o aprendente, "aluno/filho do divórcio", enfoca o percurso hipotético traçado, o que me reportou à problemática, em que a separação dos pais é por si só ou não a causadora desse insucesso na aprendizagem e a questionar os fatores influenciadores nessa dificuldade. A área emocional, no meu ponto de vista, é a que envolve todo o equilíbrio da pessoa em relação a sua aprendizagem. Quando esta é comprometida, há uma enorme dificuldade de um bom desenvolvimento nas outras áreas. Daí, partindo desse pressuposto, pode-se pensar como a Psicopedagogia contribui na aprendizagem escolar dos filhos com pais separados, pois o equilíbrio emocional e a afetividade são mediadores diretos nas demais áreas do sujeito, pois uma depende da outra.
Assim, ao fim da 1ª etapa do estudo de caso, houve um período de planejamento das ações posteriores. Vários fatores ocasionaram um afastamento de quase três meses do aprendente, recesso escolar, mudança de horário da sessão, trabalho em que o aprendente havia iniciado, entre outros.
Retomando os atendimentos de intervenção, uma segunda anamnese fora realizada, agora com o próprio aluno e percebeu-se mudanças de comportamento ocasionado pelo trabalho no qual se encontrava atuante. O aluno X antes entusiasmado, interessado e feliz pela oportunidade de aprender a ler e escrever deu espaço para um adolescente arredio, pois na sua nova concepção nada poderia desviar sua atenção de seu trabalho. No entanto, a intervenção psicopedagógica continuou dentro de enquadramentos necessários e combinados por ambas as partes. Decorrido já algum, observa-se avanços na área emocional do aprendente e, obedecendo ao limite dele, nota-se também avanços na área pedagógica, embora seja prematuro lançar prognósticos do caso.
O fato é que, dentro do observado e pesquisado, os resultados previstos a cerca da problemática do tema, através do estudo de caso e a enquete, chega-se a um consenso equilibrado do que se esperava refletir sobre insucesso escolar e separação conjugal.

Vejamos os resultados da pesquisa de campo a seguir:

Sessenta e nove alunos afirmam viverem em uma família nuclear e oitenta e um em famílias desfeitas. Tirando a média fica:



? Alunos /filhos de pais separados 60%.
? Alunos/filhos de pais nucleares 40%.

Sobre a consulta com os professores de literatura e língua portuguesa quanto ao rendimento da aprendizagem nessas áreas, por série, obtiveram-se os resultados a seguir:


? Leitura e interpretação: numa média de 40% nos 6º anos; média de 55% entre os 7º anos; média de 50% entre os 8% e 40% no 9º ano.
? Construção e organização de idéias no texto: média de 65% nos 6º anos; 50% nos 7º e 8º anos; e 50% no 9º ano.
? Escrita: média de 40% nos 6º e 7º; 30% entre 8º e 9º.

De acordo com os dados apresentados nos primeiros gráficos sobre o rendimento escolar da aprendizagem, verifica-se o nível geral das dificuldades por série, em que os 6º anos aparecem com 75% de comprometimento, os 7º anos com 65%, 8º anos com 50% e 9º ano com 40%.



Direcionando os resultados da pesquisa em relação ao 3º ano, sala do aluno X, do estudo de caso, constatou-se que:

? 10% são alunos/filhos de pais nucleares, com pelo menos uma vez de repetência escolar, apresentando 50% de dificuldades na escrita, 60% na leitura, 45% leitura e escrita, 45% em matemática e outros, numa escala de média.




? Já os alunos/filhos de pais separados, apresentam-se em 85% da sala, com repetência em 100% e as mesmas dificuldades numa média de 75%.
Assim, apresentamos o resultado final, dentro da perspectiva de comparação, em que se configura a família de modelo nuclear versus família desestruturada. O gráfico seguinte esclarece as indagações iniciais da problemática. Vejamos:


? Alunos/Filhos não nucleares - 50% pais acompanham a vida escolar dos filhos. Em 75% os filhos apresentam dificuldades.
? Alunos/Filhos nucleares- 60% pais acompanham a vida escolar dos filhos. Em 35% os filhos apresentam algum tipo de dificuldade.

As dificuldades aparecem em ambas às situações de modo proporcional em que a família com estrutura nuclear não só é um suporte educacional para seus filhos, mas também alunos/filhos de famílias desfeitas têm maiores dificuldades no seu desenvolvimento escolar representadas por diversos sintomas de acordo com dados coletados, observações e análises feitas dos relatos colhidos.
Pois segundo Campos (1987, p.15) a emoção tem uma importância capital na obra de Wallon e cita Almeida que diz: "a emoção estabelece a ligação entre a vida orgânica e psíquica. É o elo necessário para a compreensão da pessoa como um ente completo".
Com a separação de seus pais, o sujeito tem sua área emocional atingida e, dependendo da estrutura mental de cada um, de acordo com aspectos psicanalíticos, tende a reagir diferentemente. Podendo suscitar variados sintomas ou até desencadear neuroses e psicoses. O cognitivo e a emoção estabelecem mão dupla para o desenvolvimento da aprendizagem, já que afetividade é reativo a emoção segundo pontos Wallonianos.
Pensar em solução definitiva não é o caminho, mas possibilidades de intervenções podem ser pautadas dentro da perspectiva psicopedagógica para o aluno/aprendente, lembrando que a família deverá também participar de possíveis intervenções terapêuticas para melhor haver uma sustentabilidade de desenvolvimento na aprendizagem, pois nas diretrizes psicopedagógicas o sujeito é trabalhado nesta perspectiva: cognitivo, emocional, motor, pedagógico e lingüístico. Uma área dá suporte à outra num processo dialético e gradual. Assim, pode-se utilizar a psicopedagogia clínica em benefício dessa aprendizagem e resgatar pontos relevantes na vida do aprendente, a partir de adequados encaminhamentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos aspectos e reflexões a respeito da aprendizagem e das relações familiares procurei resgatar de uma forma simplificada alguns conceitos que considero importante na aprendizagem escolar de alunos/filhos de pais separados. Sempre compreendendo que a família, mesmo passando por mudanças e transformações nesse período chamado pós-moderno, tem uma função educadora e, os pais sempre desejam que seus filhos se desenvolvam apresentando qualidades positivas, como responsabilidade, honestidade, espírito de cooperação, respeito ao próximo, entre outros valores. Evidentemente que certos preâmbulos precisam de consideração dentro de teorias que contextualizem a família como um organismo vivo, como um todo que está inserido no meio social e que tem uma função de interagir em todo esse processo de desenvolvimento e aprendizagem, independente de seu perfil ser nuclear ou não.
As diferenças existem entre os membros das famílias, principalmente entre pais e filhos, às vezes, geram conflitos familiares que devem ser considerados como transitórios e normais e que serão resolvidos através de ações conjuntas baseadas no contexto de sua organicidade.
Nesse aspecto, todos os envolvidos compreendem que é de fundamental importância o respeito e a individualidade. Todos têm opiniões próprias, sentem e agem de forma diferente de seus genitores ou responsáveis, embora sejam portadores de toda uma herança biológica, psíquica, cultural, social e religiosa.
Em virtude de meu trabalho em escolas, convivendo com o universo grande de crianças, adolescentes e pais, ouvindo-lhes os depoimentos formais e informais, é que, qualquer que seja a caracterização da família, ela continua valorizada tanto pelos pais como pelos filhos. Isso é referência para os jovens, que acreditam em valores firmes e comuns dentro dos padrões da família. Os valores familiares não estão se descaracterizando, mas simplesmente mudando de percepção.
Mediante a todos esses argumentos, percebe-se que o processo de aprendizagem exige uma boa formação da criança, incluindo a família, esta sendo ou não um modelo nuclear, e a instituição escolar, como sendo os suportes principais para sua integração com o aprender. Norteando a afetividade, a mediação e o diagnóstico clínico dentro de uma perspectiva psicopedagógica, como sendo os eixos necessários e auxiliadores de pais e educadores, para uma jornada bem sucedida na aprendizagem escolar dessa geração contemporânea de alunos/filhos de pais separados.
A psicopedagogia, segundo Fernández (1991), tem como idéia primor: "como se aprende e por que não aprende", linear a esse foco acredito que a psicopedagogia vem de forma clínica ser, preventiva, interventiva e contribuinte a todos que apresentem real situação de "fraturas" na sua relação com o aprender.
Compreende-se então que esta pesquisa pode não responder prontamente a todas as inquietações mencionadas no entorno da problemática, uma vez que o número de alunos entrevistados é muito pequeno, mas poderá servir como ponto de partida para um estudo ainda mais aprofundado e significativo para pais, alunos e educadores.
Que este trabalho sirva como ponto de apoio de futuras pesquisas e fonte bibliográfica, além de ajudar a todos os envolvidos na educação e propor ações viáveis para minimizar as "fraturas" no vínculo do aprender, o que constitui um forte desafio à pesquisadora, ressaltando objetivos de publicações, monografias e teses posteriores sobre o tema
Tomarei emprestado para finalizar, as palavras de Groisman:
"Se escolhêssemos reduzir a problemática humana a uma só palavra, esta seria separação, pois o ser humano é gerado em uma união, gestado, separa-se". Groisman, 1996.


REFERENCIAL TEÓRICO

BUENO, B.G.; e GARCIA, T.F. Êxito escolar: as regras da interação na sala de aula. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v. 77, n.186, p.263-281, mai/ago. 1996.

CAMPOS, D. M. de S.. Psicologia da aprendizagem. Bibliografia Petrópolis: Vozes, 1987.

CELIDÔNIO, R. F. "Trilogia inevitável: família - aprendizagem- escola", in Revista Psicopedagogia. Vol. 17, São Paulo: Salesianas 1998.

CHALITA, Gabriel. A solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001 Ia ed., edição revista e atualizada, 2004.

FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clinica da criança e sua família. Tradução Iara Rodrigues. Porto alegre: Artmed, 1991.

GROISMAN, M.; Lobo, M. V. & Cavour, R. M. Histórias Dramáticas: Terapia breve para famílias e terapeutas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1996

OLIVEIRA, Martha Koht de. Aprendizagem e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

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PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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TAILLE, Yves de La. OLIVEIRA, Marta Kohl de e DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. Editora: Summus, 1990

VISCA, Gorge. Diagnóstico operatório na prática psicopedagógica, Editora Pulso, 1991.

WALLON, Henri, (1975). Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Estampa.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTARES
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ALMEIDA, L.R.de, (2000). Wallon e a Educação. In: Henri Wallon ? Psicologia e Educação. São Paulo: Loyola.

FIGUEIREDO, R. V.de. Avaliação da leitura e da escrita: uma abordagem psicogenética. Fortaleza, edição UFC, 2009

GARCIA, J.N. Manual das dificuldades de aprendizagem ? Linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
MAHONEY, Abigail Alvarenga. Introdução. In: Henri Wallon ? Psicologia e educação. São Paulo: Loyola, 2000.

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acessado em 28 de setembro de 2010.
I. C. P.D. (PUC/SP) e PRANDINI, R. C. A. R.. HENRI WALLON: PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO. acessado em 01 de novembro de 2010.
acessado em 14 de novembro de 2010.













APÊNDICE

















Faculdade Vale do Jaguaribe ? Núcleo Labor
Curso de Especialização em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Hospitalar
Escola Municipal Prof. Denizard Macedo
Série _______ Turma_________ Turno__________
1. Assinale o modelo familiar em que você vive:

Pai e mãe Pai/madrasta Mãe/Padrasto Outros_______

2. Quem faz o acompanhamento do seu desempenho escolar em casa?

Mãe / Pai outros Professor(a) de reforço Ninguém

3. Que grau de influência na aprendizagem exerce o seu modelo familiar?

Nenhuma Pouca Muito Bastante
4. Você alguma vez já foi repetente em alguma série?

Nenhuma vez Uma vez Mais vezes
5. Qual sua dificuldade de aprendizagem?

Leitura Escrita Leitura e Escrita Matemática Outros


Autor: Andreia Pessôa


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