Último Desejo



Prazeroso, por parte do pai ... Do Rego, por parte da mãe ... E Alfredo, que ganhou no Batismo ... E assim êle teve a desventura de carregar por toda a sua vida o esdrúxulo nome de Alfredo do Rego Prazeroso ...

Mas, p'ra fugir da gozação de todo mundo, êle queria que lhe chamassem sempre pelo apelido que êle mesmo se dera("Fedoca"),e ficava uma onça quando não o faziam e lhe chamavam pelo nome verdadeiro completo: Alfredo do Rego Prazeroso ...

E, de tanto sofrer por esse constrangimento, êle, que era muito rico, resolveu se vingar e decidiu que não deixaria a sua herança p'ra ninguém e, então, retirou toda a sua fortuna dos bancos e passou a guardá-la, em espécie, num grande cofre de aço que êle tinha na sua casa e foi lá também que êle deixou, com o devido registro em cartório, o seu último desejo, escrito com nanquim, numa folha de pergaminho e com uma linda caligrafia ...

Nesse documento, êle dizia que queria ser enterrado com todo o seu dinheiro, que êle havia juntado, com muito sacrifício, durante toda a sua vida e que não queria que êle fosse usado por mais ninguém ...

Era um desperdício! ... Vários milhões em notas de 100 e de 500 reais, cuidadosamente empacotadas ...

Mas, em se tratando da última vontade de um morto, todos os seus parentes concordaram mas, na hora de descer o caixão na sepultura, um sobrinho dele gritou:

- "Péra aí !" ... E de um salto, retirou do caixão a maleta onde estava todo o dinheiro e no seu lugar colocou um cheque da mesma importância, jogou lá dentro e disse "fecha".

- Se êle precisar, mais tarde êle desconta o cheque no banco ...


Autor: Marcelo Cardoso


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