INIMIGO DE FARDA
Alguns soldados que são enviados em missões para ajudar a restabelecer a ordem e a paz, em países tomados pela guerra civil, ainda não se deram conta da importância dessas tropas. Homens que deveriam mediar conflitos entre governos de ditadores e rebeldes opositores, muitas vezes formados por pais de família e crianças, que cansados da opressão e da miséria imputada pelos ditadores, resolveram lutar literalmente por um pedaço de pão, por um cantil de água ou pelo mínimo de saneamento básico em suas casas, para não se afogarem nos esgotos. Homens inexperientes e sem nenhum treinamento militar. Em contraste, soldados missionários da paz ou verdadeiros lacaios de um exército de criminosos, se aproveitam da desgraça de um povo e estupram mulheres, humilham homens, escravizam crianças e atiram sobre as carcaças de civis inocentes. Então aquele que tanto aguarda a força dos aliados recebe a visita de um novo inimigo, e já não sabe se foge do ditador ou da maldita dor. O horror se manifesta, quando militares fortemente armados e bem treinados, invadem vilarejos de pobres miseráveis que aguardavam os anjos da paz e se deitaram na cama do diabo da guerra. Soldados que não se julgam como mediadores e que se julgam como donos de um povo, como senhor escravagista e submete civis a todo tipo de tortura, como se fosse seu direito, retirar qualquer direito de um homem direito O desvio de conduta militar não é um ato falho e sim um crime. A única diferença entre esses soldados e criminosos são as fardas e os brasões. As intervenções de paz devem apenas proteger o povo, sem tomar nenhum partido e interferindo nas decisões de outras nações. Os motivos dos conflitos são diversos, mas a finalidade das missões de paz tem que ser impar. Os grandes generais no topo do seu grande trono, no seu belo gabinete, de vez em quando, deveriam se colocar diante das tropas e mostrar comando, apenas reconhecer erros e pedir desculpas não melhora o treinamento desses soldados. Como toda regra tem exceção, alguns soldados são indispensáveis para quem grita por socorro. O verdadeiro soldado não combate qualquer homem, o verdadeiro homem sabe até onde a farda lhe faz soldado.
Autor: Cesar Gonçalves
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