É Assim



Afora o quê não disseram,
Não se disse nada.
Não tendo sido você
A causadora da maldade,
Outros o fizeram, em seu lugar,
Fique à vontade.

Afora a bruma no horizonte,
Tudo é claro, transparente,
Nesta vida de mistérios.
Não se preocupe, que poderosos
Nada farão por você
Afora o que nunca fizeram

Na defesa da equidade
Muito se pensa, se fala,
Se discute, se dissente,
Até que se protele.
É que, por força do ego cívico,
Some o consenso, a consistência.

Não fosse o vezo centrípeto social,
Haveria o fulgor da sabedoria;
Rezaria a força da partilha,
Alavancando e transbordando o bem.
Sobre o extenso leito da benfeitoria,
Verteria a esperança iluminando o mundo.

As forças não declaradas,
Tiranas, da infinda concentração
Regem vorazes nas esquinas todas
Fazendo vigília, observando
Mudanças tênues, mas perigosas,
Que possam ameaçar
Os seus ventos favoráveis.
Nenhum arremedo de transformação
Nenhum vislumbre no ar.
Há que se fincar raízes na seara esbelta
Do status quo insano constituído.
Sonhos prospectivos precisam bater à porta
Contrapondo-se ao paraíso seleto
Para eles justo, astuto, merecido.
É assim o mundo
São muitas as realidades.
Há outras, com certeza.

Não há mistérios, há indiferença, muita crença,
Lacuna demais. Não há consciência, há displicência,
Descaso por si, preguiça, acomodação.
Não há vaga mais, no mundo,
Para indiferenças, introspecção.
Há que se colocar na mesa, conversar,
Salvar-nos da podridão.


Nilton Rodrigues de Souza

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Autor: Nilton Rodrigues De Souza


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