DEUS VIU QUE TUDO ISTO ERA BOM




DEUS VIU QUE TUDO ISTO ERA BOM
Geraldo Barboza de Carvalho
Deus criou todos os seres do universo e "viu que tudo isto era bom". Por último, criou o homem e a mulher, à sua imagem e semelhança - inteligentes, criativos, livres e "viu tudo que tinha feito, e isto era muito bom" (1). O Criador contemplou a criação e se viu refletido na sua obra prima. A imagem reflete as características do original, mesmo sendo-lhe apenas semelhante. Deus é a Origem de todas as coisas: o ser humano e sua imagem semelhante, as demais criaturas, vestígios seus. A imagem será tanto mais perfeita quanto mais se assemelhar ao Original de toda perfeição. O Pai é paradigma de toda perfeição.
"Sede misericordiosos, santos, como vosso Pai é santo" (2). O ser é humano imperfeito e chamado a ser santo como o Pai: ?sede santos como? é ?sede semelhantes a?. "Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir, vos revestistes do homem novo que se renova segundo a imagem do Criador" (3). Jesus é a Imagem perfeita do Pai, não sua semelhança como nós. "Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Ele é a expressão do ser do Pai e Ruah. Eu, o Pai e Deus Mãe somos um. Quem me vê, vê o Pai e Ruah" (4). Deus é ontológica e moralmente bom, no ser e na vontade. Por isto, tudo que cria é bom. As coisas criadas são boas porque são vestígios do Criador bom. Homem e mulher são muito bons, porque são imagem e semelhança do Deus bom. Eles são ontológica e moralmente bons, por participação na bondade de Deus. As criaturas são boas pelo fato que existem. Não há maldade nas coisas enquanto são. Nem há maldade no exercício das funções próprias de cada ser, da forma como o Criador quis que cada espécie funcionasse. Não há maldade na cobra engolir um rato; no homem usar as criaturas para se alimentar e organizar a vida junto com os outros. É a bondade ontológica. Mas, o ser humano, ontologicamente bom, é dotado da liberdade de escolha, do poder de decisão sobre o bem e o mal, como usar as coisas criadas que recebeu para cuidar. Tendo poder de decisão, cada ser humano é autor dos seus atos, e responsável por eles e suas conseqüências. No exercício da liberdade, ele pode gerar o bem ou o mal no mundo, conforme aja ou não como a imagem e semelhança de Deus, responda ou não por seus atos e as conseqüências deles. É a bondade ou maldade moral. Aí começa o paradoxo: todos querem ter o direito e o privilégio de decidir livremente, mas poucos assumem responsabilidade pelo que dizem e fazem, deixando os deveres para outros. Eis a origem da injustiça e do mal no mundo, seguidos dos conflitos vitais de interesses entre as pessoas. "Deus fez o homem reto, mas este procura
complicações sem conta". O homem e a mulher foram criados bons, aptos a produzir ações boas, pois são a imagem e a semelhança do Deus bom. O ser humano, ontologicamente bom, pode se tornar bom ou mau moralmente, se usar para o bem ou para o mal a liberdade de escolha. Será moralmente bom se permanecer fiel à bondade do seu ser; moralmente mau, se desviar-se dela. Também será moralmente bom se respeitar os semelhantes e as criaturas que Deus lhe para cuidar. Se é responsavelmente livre, será moralmente bom; sem isto, será moralmente mau. Isto é: por causa do livre arbítrio, pode decidir o contrario da sua bondade ontológica e praticar de atos eticamente maus. Por causa da liberdade de escolha, o ser humano é a única criatura a não agir sempre conforme a imagem e semelhança de Deus, a ter conflito entre bondade ontológica e bondade moral: em vez de atos bons à semelhança de Deus, age contra a natureza do seu ser e praticam atos maus. Ex: a poluição moral e ambiental é produzida por decisões humanas egoístas, por ações moralmente más, que causam desequilíbrio no genoma universal e prejudicam o bem-estar dos semelhantes. Por isto, a ecologia não é só ciência do meio-ambiente, mas também uma sabedoria ética sobre as relações de respeito entre as pessoas e com a criação inteira. A poluição ambiental tem dimensão ética, pois resulta de decisões livres sem critério e responsabilidade. "Até quando se lamentará a terra e ficará seca a erva do campo? Por causa da maldade dos habitantes da terra perecem animais e pássaros. Pois dizem: Deus não vê o nosso futuro. Por isto se lamentará a terra, desfalecerão todos os seus habitantes, desaparecerão animais selvagens, aves do céu e os peixes do mar. Vossos delitos afastam as coisas boas de vós, vos privaram do bem" (5).
Deus é, pois, bom por natureza e tudo que procede dele participa da sua bondade. Cada ser criado é dotado da capacidade pra agir conforme sua natureza, para o próprio bem e dos outros seres criados. Se
agirem segundo sua natureza, ainda que criaturas destruam outras pra sobreviver, o conjunto da criação
funciona e convive harmoniosamente, cada ser desempenhando sua função a serviço de si e dos outros. Animais e plantas contribuem para o equilíbrio ecológico. As plantas fornecem o néctar das flores para as abelhas e demais insetos se alimentarem e produzirem mel e outros produtos da colméia. Em troca, polinizam e fecundam o gineceu das flores, que gerarão frutos que alimentarão animais e humanos. Os animais selvagens se alimentam de frutas e reflorestam espontaneamente as matas com as sementes que deixam cair e as que estão em suas fezes. Cobras comem sapos e ratos, pássaros comem sementes e folhas. Não há maldade nisto, pois a morte está a serviço da vida. O ser humano, pensando retamente e usando com critério a liberdade de escolha, usufrui da criação, alimenta-se dos seus produtos, produz cultura e civilização com sabedoria, sem a devastar, conservando-a e adorando o Criador e Pai de todas as coisas. Cada ser criado recebe do Criador vida e capacidade de agir conforme sua natureza, para seu bem e de outras criaturas. Assim, a criação é cosmos (ordem), não caos (desordem); não é cacossistema, mas ecossistema: vasta união de seres vivos e não vivos que existem e vivem em função uns dos outros, não entredevorando-se. É Deus que dá a capacidade a cada um, mas cada um produz sua atividade, não Deus por ele. "Nossa capacidade vem de Deus. Ele realiza em nós o querer e o executar. Nele existimos, nos movemos, somos. Que tens tu que não tenhas recebido?" (6). Cada ser é produtivo por natureza e primeiro beneficiário ou vítima da sua ação. Se age mal, Deus não intervirá. Cada ser humano decide e executa seus atos e é responsável por eles, não Deus. O Criador é causa primeira de todas as coisas. A atividade dos seres criados, livre ou não, é causa criadora segunda, que faz a criação evoluir segundo as razões seminais postas pelo Criador na sua natureza. Deus deu ao homem inteligência para fazer avião, navios, carro, que facilitam o deslocamento dos seus filhos. Mas se ele os usar para matar, Deus não o impedirá, em respeito à liberdade de escolha. Criando o homem à sua imagem e semelhança, através dele Deus age no mundo. Assim como Jesus testemunha o que viu e ouviu do Pai, quem crê é aliado de Deus e testemunhas das suas obras. Silenciosamente, a natureza testemunha a obra de Deus; pela razão e as boas obras o ser humano louva o Pai. "Os céus narram a glória de Deus e o firmamento proclama as obras de suas mãos. O dia transmite ao dia e noite faz conhecer a mensagem. Não há discurso, palavras, não se ouve sua voz. Sobre toda a terra se estende sua harmonia e sua linguagem, até as extremidades do mundo. Pois o que se pode conhecer dele, Deus manifestou aos homens. Desde a criação do mundo, seu eterno poder e divindade, suas perfeições invisíveis, são visíveis pra inteligência em suas obras; são, pois, inescusáveis, pois, conhecendo Deus, não renderam a glória e ação de graças que lhe são devidas". Toda a criação remete ao Criador, proclama sua sabedoria.
"Quem ama não é dono de si, mas pertence ao amado, à amada" (anônimo). Quem ama se faz dom, faz-se triturar qual grão de trigo como Jesus Cristo o foi. As pessoas encontram o verdadeiro sentido da vida na gratuidade do dom. "O ser se define pela função" (Aristóteles). Cada ser tem função específica e por sua atividade sabe-se o qual é sua essência. A "missão" dos grãos é serem triturados e se tornarem farinha para alimentar outros. O sentido da semente é germinar e gerar outra planta, que produzirá outras sementes, que alimentarão as pessoas e animais ou serão semeadas para darem outras plantas. Nada isolado tem sentido, mas relacionado com outros seres para servi-los e gerar vida neles. Linha e botões sós têm pouco valor, mas na roupa têm função essencial: ficaremos nus sem eles. As pequenas coisas ganham grande importância pela função que exercem no conjunto maior. Funcionar para servir os outros é sentido de existir. "Quem não vive para servir não serve para viver". Por isso, sofrimento, renúncia, morte associam-se ao dom de si. Para pessoas e coisas terem vida, outros precisam renunciar ao individualismo em prol da vida mais ampla. Para haver água, hidrogênio e oxigênio deixam de existir isolados, associam-se quimicamente e se transformam em H2O. Pedra, areia, cimento, água renunciam a ser só barro, areia, cimento, água isoladamente para, juntos se tornarem tijolos e massa na construção de casas para gente morar. Renúncia, sacrifício são ingredientes essenciais do amor. Lei tão verdadeira que até Jesus sujeitou-se a ela, desprezou a igualdade com Deus, assumiu condição pecadora, viveu com as multidões, fez-se vítima de expiação, bode expiatório, cordeiro de Deus, que dá a vida por nós na cruz por nosso amor e a retoma na ressurreição. "Não quiseste sacrifício nem oferenda de animais, mas me formaste um corpo. Por isso, eu disse: ?eis-me aqui, Deus, eu vim para fazer tua vontade. Graças a esta vontade, somos santificados pela oferenda do corpo de Cristo, uma vez por todas. De fato, convinha que aquele por quem e para quem todas as coisas existem, querendo conduzir muitos filhos à glória, levasse à perfeição, através do sofrimento, Jesus Cristo, o autor da salvação deles" (7). Para os seres humanos o amor verdadeiro é o amor correspondido: se me amas, te amarei; só gosto de quem gosta de mim. Tem gente que mata outro se não é correspondido no amor que dá. Ora, o verdadeiro amor é gratuidade, não troca. Quem ama arrisca-se a não ser correspondido. Pois, quem ama não busca o próprio interesse, mas o bem do outro, que o pode retribuir ou não. Amar alguém por suas qualidades é amor possessivo. Mas o amor verdadeiro faz alguém melhor e tem prazer em vê-lo feliz, mesmo com sacrifício do próprio interesse. Só quem é pessoa dispõe de si e se dispõe pra outros com gratuidade, como o Criador faz.
Somos bons porque Deus nos ama, Deus não nos ama por sermos bons. Esta lógica desconcertante se explica pelo fato de o Criador ser também o Salvador. O mesmo Deus cria, recria, regenera, salva. Sendo bom, Deus só faz o bem, até aos maus e ingratos, sem esperar recompensa, gratuitamente, só porque é bom. Ele espalha generosa e gratuitamente seu amor sobre toda a criação, sem discriminação. "Todos os seres esperam de ti que a seu tempo lhes dê o alimento. Tu lhes dás e eles o recolhem, abres tua mão e eles se saciam" (8). Justos e pecadores "recebem do Criador Salvador graça sobre graça", porque Deus é bom, ama tudo que cria. "Se não amasse o que criou, não o teria feito de modo algum" (9). O ímpio se converte contemplando o amor generoso do Pai, cuja expressão máxima é encarnação do Filho Único num corpo de carne como o nosso, pra restaurar a criação desestruturada pelo pecado. Pois, a intenção criadora é a mesma intenção salvadora. A salvar é regenerar, recriar. Como parceiros do Deus amoroso, precisamos aprender a gratuidade do seu amor, cuidando da criação de graça, pois dele a recebemos de graça. Antes da criação no tempo já éramos amados e salvos em Jesus Cristo. O AT começa no Êxodo do Cativeiro do Egito e da Babilônia, não no Gênesis. Por isto o Êxodo é o evento salvífico fundante do AT: a Escritura veterotestamentária inteira inspira-se nele. O evento salvífico radical do NT, que inspira toda a Escritura neotestamentária, é a ressurreição de Jesus. "Se Jesus Cristo não ressuscitou é vã nossa fé e ainda estamos no pecado". Por que, então, o AT começa com a criação temporal e o NT com encarnação do Verbo? A disposição dos capítulos do AT e NT é redacional, para colocar os eventos salvíficos em ordem natural, embora a ordem da revelação histórica não seja esta. Se não tivesse havido Êxodo, cujo ápice é a aliança do Sinai e o Decálogo, o estatuto do recém-criado povo de Deus, talvez nada se tivesse escrito sobre a criação; sem ressuscitado de Jesus, seria fantasia falar da encarnação do Filho e criação do novo povo de Deus. Mas, já que Javé mostrou poder tirando o povo do Cativeiro e Jesus ressuscitou dos mortos com toda a criação, faz sentido falar da criação e da encarnação do Verbo e da permanência dele conosco. Foi vivendo o fato salvífico do Êxodo que o povo descobriu que Javé também é Criador. Se Ele é capaz de tirar o povo da escravidão moral e da opressão sócio-política do Faraó, e fazê-lo um povo de sacerdotes, reis e profetas, também é capaz de criar tudo do nada. Mediante a revelação histórica de Javé Salvador, a fé do povo intuiu, pois, a revelação do Criador. Também, a ressurreição de Jesus ratifica a intenção salvífico-criacional do Pai. Os hagiógrafos neotestamentários celebraram e anunciaram os eventos salvíficos sobre o Ressuscitado e o Encarnado, retrospectivamente, remontando até sua Origem intratrinitária, antes de redigir o NT. "No princípio (em Deus, princípio e fim de todas as coisas) era o Verbo...". Esta lógica acompanhou o processo histórico-revelatório e redacional do AT e NT.
Deus criou e salvou todas as coisas na Trindade imanente, no tempo e espaço, na plenitude do tempo no, por, para o Filho Único. De toda eternidade, o Unigênito é o centro da criação e da salvação. Pois, de toda eternidade, o Pai e Ruah geram o Filho e nele criam os modelos ideais de cada espécie, antes da criação no tempo e no espaço. No Filho, ab eterno, foram criados os modelos idéias de todas as coisas. Antes de todos os séculos e da criação temporal e espacial, ao gerarem o Filho Único, o Pai e Deus Mãe geraram nele os protótipos ideais de todas as coisas. É a primeiro criação. Quando resolveu criar todas as coisas no espaço e no tempo, a terra e o mundo sideral, o Criador nada usou além dos modelos ideais preexistentes no Unigênito de toda eternidade. Por isto, ?Deus criou o mundo do nada?. "No Princípio (ab eterno) era o Verbo, o Verbo estava com Deus, o Verbo era Deus. Ele existe antes de todas as coisas e tudo nele subsiste. Tudo foi feito por meio dele, sem ele nada foi feito. Tudo foi feito por ele e pra ele. Nele foram criadas todas as coisas, invisíveis e visíveis, no céu e na terra" (10), (11). Tudo é bom, porque procede do coração, da vontade e da inteligência do Deus bom. "No princípio (do tempo) Deus criou o céu e a terra. Deus disse (Palavra criadora): Faça-se... façamos... cada ser segundo sua espécie" (modelo ideal). A mulher e o homem, imagem e semelhança de Deus, receberam a liberdade para perpetuarem na terra a bondade original da criação. É a segunda criação. Mas decidiram seguir caminho diverso da sua capacidade para o bem, e praticaram o mal. Começava a história do mal, em desafio à bondade da criação sonhada por Deus. Porque homem e mulher usaram a liberdade sem critério, toda a criação foi
gravemente afetada no seu ser e nas suas atividades originais. "Até quando se lamentará a Terra e ficará seca a erva de todo campo? Por causa da maldade de seus habitantes perecem animais e pássaros. Javé abrirá um processo contra os habitantes da terra, porque não há fidelidade, amor nem conhecimento de Deus na terra" (12). Quando o mal encheu todas as medidas de devastação da criação, Deus resolveu, pela última e definitiva vez, regenerar, recriar "no Filho, pelo Filho e para o Filho todos os seres, os da terra e os do céu, realizando a paz pelo sangue de sua cruz" (13). O Verbo que sempre esteve em Deus no princípio (ab eterno), é agora o Princípio da regeneração universal. Na origem de tudo, na eternidade e no tempo, está a Palavra criadora: "No Princípio era o Verbo...; No princípio Deus disse...; Princípio do Evangelho de Jesus Cristo" (14). Quando chegou a plenitude do tempo, o Pai decidiu acabar com o caos criado pela insensatez humana, refazer a criação do céu e da terra, novamente no último e definitivo Princípio estava o Verbo. O Pai Lhe deu um corpo frágil como nossa carne, viveu como nós, por nós deu a vida, resgatando-a na ressurreição dos mortos e a comunicou à criação inteira pela força geradora de Deus Mãe. "Derramarei meu Espírito sobre toda a carne, sobre escravos e escravas. Envias teu Espírito, tudo será criado e renovas a face da terra" (15), (16). Jesus é o portador do Espírito criador e salvador de Deus. Nele, a criação imersa no caos da iniqüidade reiniciou maravilhosa que a primeira e segunda criação. "Jesus é o Princípio de todas as coisas" e ?tudo que o Pai lhe dá, ele o dá gerando-o? e gerando nele todas as coisas. É a terceira criação, regeneração última e definitiva da criação corrompida, caótica desde a origem do tempo: "Por causa do pecado todas as coisas retornarão ao Criador", para, em Cristo serem recriadas e assumidas em definitivo. "Quando eu for elevado na cruz, atrairei a mim todas as coisas. O Pai nos vivificará e as demais criaturas juntamente com Jesus, com ele nos ressuscitará e fará sentar nos céus, em Cristo como concidadãos dos santos, membros da Família de Deus" (17), santos como éramos no Filho antes da criação temporal. "Nele Deus nos escolheu antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor. Predestinou-nos para sermos filhos adotivos seus por Jesus Cristo" (18), recebendo um corpo imortal mediante a fé na ressurreição de Jesus. Assim recuperamos a comunhão com Deus Trino, a harmonia com toda a criação e nos tornamos anunciadores da boa nova de Jesus: "Ide por todo o mundo e proclamai a boa nova a toda criatura", humana e não humana. A boa nova de Jesus é anunciada em palavras e atos sinalizadores da sua eficácia. Atos de amor pelos seres humanos fragilizados pelo ódio e de respeito por toda criatura, vítima da maldade humana, cujo nome é poluição ambiental. Quando isto for feito, a boa nova terá chegado a toda criatura. O novo céu já está garantido pela restauração da criação inteira pela imolação do Cordeiro de Deus. Porém, a nova terra é tarefa nossa, mediante a fé. Crer é levar a sério a regeneração feita por Jesus, aderir aos valores do Reino de Deus, configurados no direito e na justiça: compaixão, respeito, solidariedade, paz, amor ? misericórdia. Quando isto acontecer, teremos a nova terra sonhada por Deus: "Vou criar novos céus e nova terra; as coisas velhas não serão lembradas, não tornarão a vir ao coração. Não se tornará a ouvir choro e lamentação. Não haverá criancinhas que vivam só alguns dias e velho que não complete a sua idade. O menino morrerá com cem anos e o pecador só será amaldiçoado aos cem anos. Homens construirão casas e as habitarão, plantarão videiras e comerão seus frutos. Já não construirão casas para outros morarem, nem plantarão pra outro comer o fruto. O lobo e o cordeiro pastarão juntos e o leão comerá feno com o boi. A criancinha de peito poderá brincar junto à cova da serpente e a criança porá a mão na cova da víbora. Ninguém fará violência nem o mal em toda a face da terra. Porque a terra ficará cheia do conhecimento de Deus, como as águas enchem o mar" (19).
A terceira e última criação fecha o ciclo da bondade ontológica e moral da criação, com a vitória do bem sobre o mal, do amor sobre o ódio, do Cordeiro imolado sobre Satanás. "É agora (hac hora, a hora de Jesus restaurar a criação pela morte de cruz e ressurreição) o julgamento do mundo da iniqüidade, agora o príncipe deste mundo será lançado fora. Ele nada pode contra mim; quando eu for elevado da terra e ao céu, atrairei todas as coisas a mim" (20). A cruz atrairá todas as criaturas contaminadas pelo mal e as purificará pelo sangue do Cordeiro de Deus imolado. A ressurreição atrairá todos os povos que Jesus Cristo conquistou para si e os levará consigo para a Casa do Pai

Citações bíblicas:
(1) Gn 1,9.31; (2) Lc 6,36; (3) Cl 3,9; (4) Hb 1,3; Jo 10,30; 14,9; 2,9; (5) Jr 12,4; (6) 2 Cor 3,5; Fl 2,13; At 17, 28; (7) Hb 2,10; 10,5.10; (8) Sl 103 (104),26-27; (9) Sb 11,24. (10) Jo 1,1; (11) Cl 1,16-17; (12) Jr 12,4; (13) Ef 1, 14+; (14) Mc 1,1; (15) Jl 3,1-2; (16) Sl 103 (104),30; (17) Ef 2,6; 2,19; (18) Ef 1,4; (19) Is 11,6-9; 65, 17-21; (20) Jo 12,31-32; 14 30.

Autor: Geraldo Barboza De Carvalho


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