Como deve ser trabalhada a leitura e a produção escrita na escola?




Ler ou produzir um texto é trabalhar o entrecruzamento do meu discurso com esses outros discursos que se proliferam à minha volta, uma vez que, respeitando a natureza heterogênea da linguagem, o discurso é basicamente interdiscurso. Se assim é deve-se aceitar que produzir/ler um texto é traze para o meu texto essas diferentes falas, é saber orquestrar essas vozes e me posicionar criticamente em relação a elas.

É necessária uma leitura de mundo para uma boa escrita, conhecimentos acumulados que ultrapassam as barreiras da sala de aula, pois o leitor tem que ser participe e não meramente um decifrador de códigos.
A principio ler e escrever é alfabetizar, fazer com que o aluno domine o código escrito, entretanto não devemos deixar de levar em consideração que alfabetizar não pode ser simplesmente fazer com que o aluno transponha a língua já falada para um outro código, mas sim que o mesmo está aprendendo uma nova língua, a língua escrita, pois nem sempre a língua que falamos é a mesma que escrevemos, havendo assim aprendizagens especificas que devem ser levadas em considerações pela escola.
A escola é um espaço privilegiado para que ocorra a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura e da escrita, pois é justamente nela que ocorre o encontro entre a criança com o ler e o escrever. Algumas crianças no Brasil só têm justamente o espaço da sala de aula para ter contato com o universo dos livros, em casa apenas televisão e computador. Assim é tarefa da escola levar o aluno a ler a escrever e persistir nesta aprendizagem entre ensaio e erro, a criar leitores reflexivos e críticos, capazes de construir suas próprias hipóteses a respeito do que lê e do que escreve, assumir pontos de vista e posicionar-se para escrever sobre o que vê, o que sente, o que lê, o que ouviu em aula.
Não podemos deixar que escola seja meramente um mecanismo para reproduções, onde o estudante lê sem poder discutir, sem compreender, responde a questionários mecanicamente e escreve textos buscando simplesmente concordar com o professor. Devemos galgar com a produção de textos e a pratica da leitura alunos capazes de produzirem sua escrita, a sua comunicação de mundo, para isso não é somente o professor de português, mas também os de geografia, matemática, história, música, literatura, precisam assumir seu papel de mediadores de leitura e escrita.
É importante saber que as informações obtidas pela leitura tradicional dos muitos textos, nas muitas áreas que compõem o currículo escolar, as atividades de leitura e escrita devem proporcionar aos alunos condições para os mesmo tornem-se autônomos, localizando novas informações pela leitura do mundo e expressá-las, escrevendo para e no mundo.
Cabe ao professor apresentar as diferentes possibilidades de leitura: os livros, poemas, noticias, receitas, paisagens, imagens, partituras, sons, gestos, mapas, gráficos o mundo enfim. Ele poderá contribuir no desenvolvimento da capacidade de interpretar e estabelecer significados dos diferentes textos, criando e promovendo variadas experiências, situações novas, que levem a uma utilização ampla e completa do ler/escrever. Isso irá proporcionar uma geração de leitores que serão capazes de dominar as multifaces da linguagem, um bom desenvolvimento de leitura/escrita requer algumas habilidades não basta apenas ler muitos livros, jornais todos os dias se eu não tiver um bom entendimento sobre o que se passa a minha volta, o texto não é completo por si só e nós leitores o completamos na medida em que o lemos, portanto cabe ao leitor dialogar com o mesmo, pois um texto não é nada mais que um conjunto, uma reeleitura de vários outros textos, aí vale a perguntar: será que existe um texto original? Será que para escrever seu texto seu autor não fez sua leitura de mundo o sofreu influência de outros textos? É importante lembrar que o processo de leitura/escrita está em constante transformação e que escrever não é como uma receita de bolo pronta que não pode sofrer alterações, é possível começar a produzir um texto e depois de pronto reescrever outro totalmente diferente, a escola deve estar atenta que para um aluno que tem dificuldades de ler ou produzir não é só taxá-lo como alguém que não leu muito, ou como alguém que não tem capacidade para escrever é importante conhecer a realidade desse educando e tentar sanar suas deficiências, não é só praticando a leitura que se aprende a escrever bem e juntar todas as experiências e tornar-se sujeito do processo e não meramente objeto.
Para a conclusão deste trabalho podemos afirmar que ler e escrever são, portanto redimensionar as práticas e os espaços escolares, levando em conta que estamos formando cidadãos para um mundo em permanente mudança nas suas escritas, e cada vez mais exigente quanto à sua qualidade de leitura.

Autor: Dilmara Gomes Dos Santos Passos


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