O tempo e a cura



Do mesmo modo que há coisas que não quero lembrar

Há momentos que não consigo esquecer

Não domino minha memória, nem tampouco meus instintos

Sozinho na estrada de meus pensamentos

Alheio a opiniões e maldizeres

Vou seguindo meu rumo

Trazendo comigo minha bagagem

Minha mala, meu repertório, meus erros

Os acertos não conto, não considero, não pesam

São meros sinais do cumprimento de uma missão

Nada além da obrigação

Não espero nada, de ninguém

E por mais altruísta que sou

Espero sinceramente que não esperem nada de mim

Prefiro um sorriso de alegria e surpresa

A um olhar frustrado, sem alento

Como se as esperanças fossem jogadas ao vento

Cacos de expectativas caindo ao chão

Recorrendo a histerese

E quando, ainda assim, baldo estiver

Só resta aguardar o tempo

Servindo em benefício da recomposição

Do esquecimento, da cura

Do falso crer de novo

Até que o tempo seja útil novamente

E novamente ...

16/03/11

Autor: Rodrigo Eimantas


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