NAVERBAR
No início era o verbo.
Verbo mítico do ser
Que era promessa de frase
Sem ter as horas
Amarradas nos pés,
Sem ser sobrenome...
Verbo fio d`água,
Verbo córrego,
Verbo riacho,
Verbo rio,
Verbo mar,
Verbo chuva...
Sempre corrente
A fluir leitéico
Das cavernas obscuras
Escavadas em si mesmo
Pra escorrer fecundo
No leito da palavra
Até desaguar-se
Em violentas pororocas
Nas fronteiras incontidas
Do imenso discurso mar.
No principio era o verbo.
Verbo guerreiro
Que se fez marinheiro,
Que se fez navio
De velas estufadas ao vento
A singrar horizontes
No desejo insano
De outras terras alcançar.
Verbo sempre ousado
Desafiando aventureiro
As inexistentes fronteiras.
Do mar para o rio;
Do rio para o riacho;
Do riacho para o córrego;
Do córrego para o fio d´água
Sempre a avançar.
Até que caia das nuvens
A mesma água das chuvas
Em eternas corredeiras
A desaguarem poderosas
No mesmo mar.
Sempre a desaguar,
Sempre a navegar.
Autor: Abner Bueno Ribeiro
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