Educação especial



A Inclusão do Deficiente Intelectual Na Rede Regular de Ensino
Conforme a Organização Mundial de Saúde, 10% da população em países em desenvolvimento, são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que metade destes são portadores de Deficiência Mental, propriamente dita. Calcula-se que o numero de pessoas com retardo mental guarda relação com o grau de desenvolvimento do país em questão e, segundo estimativas, a porcentagem de jovens de 18 anos e menos que sofrem retardo mental grave se situa em torno de 4,6%, nos países em desenvolvimento, e entre 0,5 e o 2,5% nos países desenvolvidos. Ballone GJ - Deficiência Mental - in. PsiqWeb,2003.
Como se percebe é grande o número de deficientes mentais, sendo assim é preciso fazer algo, em relação a inclusãoque esta não seja apenas discutida, mas que se tome posicionamentos adequados, que os educandos sejam respeitados ao serem inclusos na rede regular de ensino. Para isso é preciso que o educador, a escola e todo o contexto escolar saibam dos potenciais e das limitaçoes do sujeito com deficiencia.
A definição para o Deficiente Mental começou a ser usada a partir do século XX e essa definição diz respeito ao funcionamento intelectual, que seria inferior à média estatística das pessoas e, principalmente, em relação à dificuldade de adaptação ao entorno.
Segundo a descrição do DSM.IV, a característica essencial do Retardo Mental é quando a pessoa tem um "funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-cuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança". (Ballone GJ - Deficiência Mental revisto em 2003)
Sendo assim pensamos em deficiente mental como um incapaz, mas, porém, estudos recentes mostram que o deficiente mental é capaz, tem as mesmas capacidades dos outros seres humanos ditos "normais," o que diferencia é a forma como estes seres desenvolvem seus potenciais mentais, sua inteligência, pois, se o deficiente mental não consegue desenvolver o cognitivo tem capacidades de desenvolver habilidades manuais, etc.
Estamos realmente acostumamos a pensar na Deficiência Mental como uma condição em si mesma, um estado patológico bem definido. Entretanto, na grande maioria das vezes a Deficiência Mental é uma condição mental relativa. De certa forma dizemos que a deficiência será sempre relativa em relação aos demais indivíduos de uma mesma cultura, pois, a existência de alguma limitação funcional, principalmente nos graus mais leves, não seria suficiente para caracterizar um diagnóstico de Deficiência Mental, se não existir um mecanismo social que atribua a essa limitação um valor de morbidade., dessa forma não existe um padrão para a deficiência intelectual.
Nas definições acima, a Deficiência Mental aparece como um estado onde existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano, considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social onde se insere a pessoa. Isso significa que uma pessoa pode ser considerada deficiente em uma determinada cultura e não deficiente em outra, de acordo com a capacidade dessa pessoa satisfazer as necessidades dessa cultura. Isso torna o diagnóstico relativo.
É importante perceber no que tange a inclusão que é preciso conhecer o educando e suas potencialidades, pois, a inclusão é importante no momento em que o educando sente-se aceito, incluído verdadeiramente em todas as atividades da escola, que este não seja apenas colocado no ambiente escolar, mas que possa interagir e produzir e compartilhar conhecimentos. Dessa forma não basta apenas definimos o deficiente mental, se não for ao encontro de suas necessidade, sendo assim cabe ressaltar que a inclusão inicia na família, depois o âmbito social e por fim na escola, pois, antes de chegar até a escola esse sujeito tem uma história de vida, por isso que as vezes a inclusão não dá certo, por que o individuo está excluído da vida e chega de pára-quedas na escola.
Para incluir o Deficiente Mental é preciso entender também como ocorre a manifestação da sua aprendizagem, por isso nos apoiamos nas teorias de Vygotsky, que fala sobre as leis que regem o desenvolvimento da pessoa com deficiência mental são as mesmas que regem o desenvolvimento das demais pessoas. Aspecto este também presente nos processos educacionais (VYGOSTKY, 1997, 2003). Sendo assim cabe ressaltar que conforme o autor o sujeito cujo desenvolvimento foi comprometido por alguma deficiência, não é menos desenvolvida do que as crianças ?normais?, porém é uma criança que se desenvolve de outra maneira. Nesse sentido é importante acrescentar a necessidade de haver um trabalho diferenciado, voltado ao desenvolvimento de suas habilidades, potencialidades.
O ato de incluir deve estar além da literalidade da própria palavra, deve estar apoiado numa conjuntura real onde o DM, é valorizado, mas por outro lado é tratado de forma igual, para que não sinta-se super protegido e ou excluído, pois, é importante que o DM, esteja ciente de que igualdade de oportunidades, não se restringe apenas ao atendimento especial, mas também aos deveres, deste com a sociedade, etc.
O DM, antes de tudo necessita ser responsável, ter ética e essa conduta podem ser adquiridos tanto no âmbito familiar, quanto na escola, por isso que é importante que a escola e o educador estejam preparados para receber essa clientela, visando assim uma educação para todos sem restrições.

O termo incluir ultimamente tem sido usado, para revelar a questão do deficiente, diante do ensino regular, são inúmeras as preocupações, no que tange a educação inclusiva, porém é imprescindível deixá-la desacreditada. Diante da necessidade de prover um ensino de qualidade faz-se necessário romper as barreiras do preconceito, da falta de informação e preparo, não somente da escola, mas do educador e da sociedade, que exclui o deficiente muitas vezes, por não estar preparada a receber essas diversidades.

A inclusão de pessoas com deficiência mental em escolas públicas tem sido o principal foco de entidades especializadas como o Instituto Paradigma e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo. A idéia do trabalho é garantir a educação de forma inclusiva e o convívio social das pessoas com deficiência. (Karina Costa. In:http://deficiência mental, 08/03/2009)

Nesse sentrido entende-se, que incluir está além das barreiras arquiteonicas, das quebras de paradigmas, mas também na transfprmação do próprio educador e da escola de modo geral, pois, é no ambiente escolar que iniciam as inovaçoes, onde as ideias são discutidas, as novas formas de ver o mundo são vivenciadas, em fim as transformaçoes iniciam na escola e perpetuam na sociedade.

Autor: Jonadir Conceição Bomfim


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