LGBTs e açoes docentes.



UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ





EDVALDO MARQUES
HORTÊNCIA DE SANTANA
JOSE ANTONIO LOYOLA
KÁTIA SHIRLEY
MÔNICA MIDLEJ
RENILDO BISPO
SÉRGIO ALEX





SEMINÁRIO INTEGRADOR II:


"Os sujeitos LGBTs em ações sociais, afetivas e de conhecimento: na atuação docente"


? HOMEM COMO SUJEITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS, AFETIVAS E DO CONHECIMENTO.
? HOMEM COMO SUJEITO DA AÇÃO DOCENTE.





ITABUNA ? BAHIA
2010


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ


EDVALDO MARQUES
HORTÊNCIA DE SANTANA
JOSE ANTONIO LOYOLA
KÁTIA SHIRLEY
MÔNICA MIDLEJ
RENILDO BISPO
SÉRGIO ALEX





SEMINÁRIO INTEGRADOR II:

?O HOMEM COMO SUJEITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS, AFETIVAS E DO CONHECIMENTO.
?O HOMEM COMO SUJEITO DA AÇÃO DOCENTE.


Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Seminário Integrador ll, do curso de EAD de Pedagogia-2010 da Universidade Estadual de Santa Cruz, para obtenção de crédito orientado pela professora Andréia Meireles.







ITABUNA ? Bahia- Brasil-2010


SUMÁRIO



1 - Introdução _____________________________________________ 04

2 - Movimento Homossexual Brasileiro - MHB/LGBT _______________ 06

3 - Grupo Humanus e MHB/LGBT______________________________ 07

3.1 - Alguns Projetos desenvolvidos pelo grupo ___________________ 07

3.2 - O grupo se instituiu:_____________________________________07

4 - Pessoas LGBTs formando grupos sociais ____________________ 08

5 - Os "outros", os diferentes e a família_________________________ 10

5.1 - Os "outros", os diferentes e as relações com /na escola_________11

6 - Práticas Culturais LGBT, na percepção da escola_______________12

7 ? Conclusão_____________________________________________13

8 ? Anexos________________________________________________13

9 ? Fotos_________________________________________________14

9 ? Referências Bibliograficas Referências Bibliograficas________________________18







1.- Introdução

A homossexualidade é um assunto polêmico em várias culturas e caminha lado a lado com a história da humanidade, pois os registros mais antigos da prática sexual vêm da história da Grécia. Cujos padrões sociais desta época, homens que tinham relações com o outro do mesmo sexo representava bem a sua masculinidade, já que a mulher era objeto subordinado ao homem, os gregos cultuavam tradicionalmente o prazer das festas e as orgias.
Na Idade Média o termo homossexualidade também era desconhecido, os praticantes do amor livre eram condenados pelo cristianismo, a pena aplicada pela Igreja para esse tipo de atividade variava de acordo com o "status" social do praticante. Os monges e outros eclesiásticos eram punidos com penas brandas, já os que não tinham nada a oferecer para o clero eram condenados à morte, podiam ser queimados vivos, torturados, castrados e enforcados.
O termo "homossexual" foi criado na Idade Contemporânea pelo médico Benkert para designar aqueles que sentem atração sexual por outro do mesmo sexo. Os eventos comemorativos do dia do Orgulho Gay vêm crescendo anualmente de uma maneira bem significativa, sendo comemorado em diferentes países no dia 28 de junho, e vem se consolidando como um movimento lúdico e político, com temas de luta contra o preconceito e em defesa da diversidade sexual.
A Batalha de Stonewall ou Rebelião de Stonewall em 1969 foi um evento catalizador que deu origem aos movimentos de celebraçaõ do orgulho gay, populamente conhecidas no Brasil como Parada Gay. De modo geral, os participantes da Parada apresentam um perfil politizado, consciente de suas ações e de seu papel na construção da sociedade comtemporânea, em que a família vem se constituindo de diversas formas e a escola como espaço formal de aquisição de conhecimento, não está preparado para esta família de pais do mesmo sexo.
A prática pedagógica não pode e nem deve negar a exitência desse conflito, a dialogicidade é fundamental para que possamos acolher o "outro diferente", voltando o nosso olhar para uma visão multicultural, de um sujeito sócio histórico em tempos e espaços diferentes, mas que é sobretudo construtor de uma história que exige mudanças comportamentais imediatas em relaçao ao diferente, ou, o que a sociedae impõem como desviante de conduta.
Apesar de tantos avanços na educação, quando se trata do tema homossexualidade, muitos educadores se sentem sem embasamento teórico, para discutir esse tema o mais abertamente possível, falta-lhe estratégias específicas que promovam o desenvolvimento afetivo de uma educação sexual, nas vidas dos educandos, na escola e na sociedade. A escola é um dos espaços escolares para se obter informação através de discurssões, paletras, pesquisas, seminários a cerca do assunto, erradicando o preconceito, o tabu e o medo do desconhecido. Segundo (MOTT, 2003), o ser humano ao nascer não traz a condição de ser heterossexual, a sociedade é que o faz ser homem ou mulher. É uma questão cultural que varia de povo para povo e que muda ao longo do tempo dentro de uma mesma sociedade, é algo natural, sem causa definida e encontrada em todos os povos.
A implementaçaõ de um projeto voltado para a educação sexual, deve partir de conhecimentos prévios bem trabalhados nas salas de aula, onde esteja inclusa a ética, a história mundial das práticas sexuais, fazendo reflexões que levem o aluno a conhecer e então respeitar e valorizar o outro, dessa maneira esclarecedora poderemos então ter uma educação inclusiva , em que o exercício da cidadania possa ser exercitado nas escolas que tanto falam de educação inclusiva, mas que na prática não a exercem, pois relações conflituosas continuaram a existir no contexto escolar e o aluno discriminado se sente inferiorizado podendo ter dificuldade no pocesso de aprendizagem e baixo rendimneto escolar, muitas vezes desistindo da escolaridade.
Graças aos avanços nas pesquisas no campo da educação e da medicina a OMS (organização mundial de saúde) retira o termo "homossexualidade" do CID (Código Internacional de Doenças). Em 1945, retirando o famigerado código 302.0, contudo o Brasil já estava nove anos a frente do mundo quando o Conselho Federal de Medicina, em 1984 , reconhece que a homossexualismo nada tem patológico, então não é doença.
O Conselho Federal de Psicologia publica resolução 01/99 em 03 de Março de 1999, que preconiza que nenhum psicólogo no Brasil ira se pronunciar de forma a incentivar ou disseminar o preconceito com relação aos homossexuais e o não tratamento da homossexualidade por não se tratar de doença, de cunho físico ou psíquico.


2.- Movimento Homossexual Brasileiro - MHB/LGBT

Com a descoberta das novas terras pela coroa portuguesa, vieram todos os tipos de pessoas, dentre estas estavam as que praticavam o pecado "nefasto". Segundo D. Sebastião (1853) "De todos os pecados o mais sujo, torpe e desonesto é a sodomia. Por causa dele Deus envia à terra todas as calamidades: secas, inundações, terremotos. Só em ter seu nome pronunciado o ar já fica poluído".
Neste cenário o Brasil é constituído como nação e fomos colonizados por portugueses. Nas terras brasileiras foram encontrados relatos de relações homo afetivas e sexuais entre os habitantes deste país, em seguida vieram uma grande quantidade de negros, de países onde a prática do homo erotismo era aceita como normal. Nestes tempos diversos homossexuais brasileiros foram levados à fogueira da inquisição, por pratica do crime nefasto a "sodomia".
. No Brasil, no final dos anos 70, vários militantes iniciam a organização do que viria a ser o MHB, e posteriormente LGBT. Nos anos 80, o mundo é sacudido pela epidemia da AIDS, tinha que culpar alguém ou algo, começa pelo macaco, negros, haitianos e homossexuais, a nova doença passa a ser divulgada como peste gay ou câncer gay com o apoio da igreja católica. Dezenas de homossexuais no mundo foram mortos ou deixados para morrerem sem qualquer assistência, por puro preconceito.
Tudo que se tenta aniquilar e não se extermina torna-se mutante e mais forte, e assim foi com o MHB, do caos da AIDS, renasce para ser incorporado pela sociedade brasileira como grupo de minorias, com diversas frentes de atuação e serviços prestados a toda sociedade brasileira. Na atualidade os LGBTs, têm urgência em garantir direitos políticos e sociais aos quais todos os outros brasileiros possuem. Dentre eles uma educação inclusiva, diversa e embasada na educação para humanizar.


3.- Grupo Humanus e MHB/LGBT

O Grupo Humanus surge em novembro de 2001, através do sonho de alguns amigos preocupados com o crescimento das mortes provocadas pelo vírus do HIV e outras tantas pela violência gratuita ou homofobia em nossa cidade e região vitimando pessoas LGBTs. O Grupo surge com a missão de contribuir para o planejamento, criação e implementação de políticas públicas que visem resgatar e dignificar a existência da população LGBT, combatendo todas as formas de discriminações. Tendo como objetivos principais: o combate a homofobia, combate no avanço do vírus do HIV, o combate à pobreza e a miséria das populações postas em situações de vulnerabilidade acrescidas por qualquer motivo.
Para tanto desde 2001, o grupo está engajado na luta diária, dos direitos das minorias em especial a população LGBTs, secularmente perseguida e massacrada na sua liberdade e direitos, realizando feiras, seminários, caminhadas, campanhas de auxilio, paradas gays, festas temáticas e diversas campanhas de prevenção em DST/HIH/AIDS, trabalhos estes realizados em parcerias com organismos municipais, estadual e federal.

3.1- Alguns Projetos desenvolvidos pelo grupo:

Exporhumanus, Assessoria Jurídica, União estável, Re-fazendo vidas, 7ª Parada da Diversidade LGBT, Semana da Diversidade LGBT, Pesquisa "o Itabunense e o uso do preservativo", Miss gay Grapiúna, Seminários, Palestras, Oficinas nas escolas ou quando solicitados para intermediar algum problema ocorrido dentro do espaço escolar.

3.2- O grupo se instituiu:

Através de diversas reuniões com diversos voluntários, e apoio de outros grupos da cidade, que lutam por direitos humanos. Criam estatuto, realizam a primeira eleição da diretoria, registram-se em cartório, tiram certidão como pessoa jurídica, e começam a participar de redes LGBT nacionais e estaduais, através de seminários e congressos na capacitação de seus membros, filia-se ABGLT- Associação Brasileira de Gay Lésbicas e Transgêneros.


4.- Pessoas LGBTs formando grupos sociais.

Os LGBTs são pessoas, que desde a idade infantil, desenvolvem mecanismos e comportamentos com os quais os diferenciam dos demais na construção de suas afetividades e sexualidades. Nem todos desenvolvem em etapas temporais iguais, os mecanismos é que irão compor as suas orientações afetivas e sexuais estes, são desenvolvidos individualmente, e de formas ainda obscura para a ciência. O despertar de tais mecanismos pode estar associado a traumas ou não, carências ou não, ou simplesmente pelo desejo, pelo querer se orientar para tal.
Neste contexto podemos afirmar que não existe, uma opção sexual, pois sabendo do aspecto social, dificilmente escolhe-se sofrer e ficar fora dos processos sociais, como também fica claro que as relações das pessoas LGBTs não são homossexuais, e sim homo afetivas, pois não passam todo tempo de suas relações ligadas à atos sexuais. A convivência, destas pessoas quanto grupo, obedece a regras iguais a todos os grupos sociais, Segundo Martins e Guimarães (2009), "sociedade é uma estrutura composta por partes interdependentes e contraditórias, em constante movimento e transformação não se constituindo através de um processo evolutivo, mas mediante rupturas socioeconômicas, políticas e culturais no seu contexto".
Diante da diversidade de gêneros e sexualidades explodindo no encontro com diversas culturas, normas e regras para compor um grupo social o conflito é inevitável, principalmente quando a maioria revela em si o conhecimento meramente através das relações que envolvem o imaginário sexual. Sendo a presença de homossexuais registrada em diversos momentos da historia mundial, somente recentemente começam a se constituir como grupo e sociedade. Já, Norbert Elias (1994), diz que: "a sociedade é formada por indivíduos e essa relação é sociável. A relação é dinâmica, relacional fundindo-se, refundindo-se, numa continua integração social. Essa relação mútua, tensa e dinâmica entre os indivíduos configura o fenômeno da individualização".
Tratando da composição como grupo e vivencia em relação comum ao outro e divisão comum de direitos e deveres em sociedade Guacira Lopes Louro, diz: "reconhecer-se numa identidade supõe, pois, responder afirmativamente a uma interpelação e estabelecer um sentido de pertencimento a um grupo social de referência" (LOURO, 1999, p. 12).
.
O grupo tem hoje e no futuro ainda terá um tripé para trabalhar, pesquisar e buscar uma convivência de tolerância e aceitação, que tripé é esse? É a família, escola e trabalho, como fazer ou criar uma cultura de comportamento que perpasse pelos três, pois sem essa cultura de tolerância, harmonia e convivência com o outro isso serão impossíveis, principalmente o trabalho que o grupo terá em suas ações que é mostrar um "outro diferente", pois os outros não são iguais e nem devem ser, contudo não podemos e nem devemos achar que pela diferença eles são desiguais, essa desigualdade tem levado centenas de jovens para o banditismo e colocando-os á margem de nossa sociedade, os fazendo marginais.
A inserção do grupo na sociedade vem se dando de forma gradativa, aos poucos nesses nove anos de existência, já participa de instancias de decisões importantes como Conselho Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Assistência Social. Em outras esferas de nossa sociedade, começa e ser reconhecido pelo seu trabalho na esfera da justiça e previdência para onde o grupo tem sido chamado para cursos seminários e também para retirada de dúvidas.

5.- Os "outros", os diferentes e a família.

Então o que ou quem são os LGBTs?
L ? Lésbicas - Mulheres, que amam ou se relacionam sexualmente com mulheres.
G ? Gays - Termo americano para "rapaz alegre", Homens que amam ou se relacional sexualmente com homens.
B ? Bissexuais - Homens e Mulheres que amam ou se relacionam sexualmente com pessoa do mesmo sexo, e do sexo oposto.( Ocasionalmente ou Constantemente).
T ¬? Travesti - Termo que designa vestir-se de forma diferente do seu gênero, homem que se veste de mulher ou mulher que se veste de homem, de forma ocasional, temporária ou permanente.
O Travesti ? Usa-se o termo "o Travesti quando nos referimos a uma mulher travestida de homem". Nesta situação é um travesti masculino.
A Travesti - Usa-se o termo "a travesti quando nos referimos a um homem travestido de mulher". Nesta situação é uma travesti feminina.

O conceito de família burguesa ocidental composta por: estrutura, organização e valores definidos, no sentido de ser o ?melhor? modo de se viver. São intensamente veiculados pelos meios de comunicação, livros didáticos e por instituições da sociedade, implicando um tratamento dessas instituições em relação às famílias, que por muito tempo foi aceito, sem questionamentos, até mesmo entre educadores e psicólogos. Essa família aparece representada, na grande maioria das vezes, como sendo branca, de classe média, composta de pai, mãe, filhos (dois) e avós; pai provedor, ocupando a posição mais alta na hierarquia do poder, e a mãe doméstica, responsável pelo bem-estar e educação da prole".
O modelo de família acima mencionado seria "a família pensada", ideal, oferecido por nossa sociedade. Pensada porque permanece subjacente ao projeto de construção de uma família, apresenta-se como parâmetro para avaliação e promete constituir-se em passaporte para a felicidade. A realidade das relações na atualidade nos mostra para outro modelo de família o que seria representado por "família vivida" que se desvela nos múltiplos arranjos que homens e mulheres constroem para conviverem, oferecerem cuidados às crianças e adolescentes e terem um espaço de intimidade e acolhimento afetivo.
Uma forma abrangente de definir a família vivida é: um grupo de pessoas que convivem, reconhecendo-se como família, propondo-se a ter entre si uma ligação afetiva duradoura, incluindo o compromisso de uma relação de cuidado contínuo entre os adultos e deles com as crianças, jovens e idosos. (SZYMANSKI, 2004, p. 06-07 ? grifos da autora).
Ao analisarmos a mola mestra das novas famílias destacamos as afetividades como ingredientes fundamentais no polimorfismo familiar, vejam o que diz a Mestra em Psicologia Social e Doutora em educação Karina Pereira Pinto:

Por "ligação afetiva" podemos compreender qualquer arranjo familiar: pai, mãe e filhos; mãe com filho do primeiro casamento mais marido e enteados; mãe solteira; pai solteiro; pai com filhos do primeiro casamento que se casa com um homem; duas mulheres que adotam uma criança; avós que criam netos; tios que criam sobrinhos; dentre outros arranjos possíveis que se estabelecem através de uma ligação afetiva. Uma relação duradoura não significa definitiva, o que cria outras possibilidades de investimento em relação aos membros envolvidos. E, por fim, uma "relação de cuidado" pode significar compromisso de todos, não necessariamente dos pais em relação aos filhos, mas de várias formas e em vários sentidos". ( PINTO, 2010, p. 131 ).

5.1- Os "outros", os diferentes e as relações com e na escola.

"A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. Portanto, as relações entre escola e cultura não podem ser concebidas como entre dois pólos independentes, mas sim como universos entrelaçados, como uma teia tecida no cotidiano e com fios e nós profundamente articulados. [...]. Numerosos estudos e pesquisas têm evidenciado como [a escola] termina por veicular uma visão homogênea e padronizada dos conteúdos e dos sujeitos presentes no processo educacional, assumindo uma visão mono cultural da educação e, particularmente, da cultura escolar. Essa nos parece ser uma problemática cada vez mais evidente. O que está em questão, portanto, é a visão mono cultural da educação. Os ?outros?, os ?diferentes? ? os de origem popular, o afro descendente, os pertencentes aos povos originários, os rapes, os funkeiros, "os LGBTs" etc.. ?, mesmo quando fracassam e são excluídos, ao adentrarem no universo escolar desestabilizam sua lógica e instalam outra realidade sociocultural. (MOREIRA; CANDAU, 2003, p. 156; 159-160- grifos da autora e "os LGBTs" ? inclusão nossa).
Negar a existência de conflitos no ambiente escolar, é negar uma grande verdade, é diverso os embates e suas origens, podem ser por raça, credo, ou deficiência, e quando esse conflito se apresenta mostrando em seu conteúdo nuances ligado à sexualidade e afetividade. Não existindo desta maneira uma receita pronta e um manual de como trabalhar com os diferentes, existe sim condutas pedagógicas de acolhimento e bom senso no tratar o outro, e o principio de tudo é o dialogo, saber ouvir é fundamental, principalmente quando temos que ouvir o que eles nos falam com o silêncio.
As amizades, o isolamento ou o apego a determinados parceiros (as), o vestir, o falar, o comportamento corporal, o emocional, são pontos chaves que devemos estar atentos no intuito de tentar colaborar na diminuição das possíveis causas dos conflitos envolvendo os "diferentes" no espaço escolar. Isso fica claro na fala de um dos diretores do Grupo Humanus, que trabalha com a população LGBT de Itabuna: "O grupo Humanus de forma tênue tem adentrado no universo escolar no momento atual, com pouco espaço ou espaço nenhum. Pois só são chamados à escola quando o conflito já está instalado. O movimento LGBTs, atualmente teve um projeto aprovado e não financiado pela secretaria de estadual de cultura, que abordava justamente o aspecto dos jovens LGBT neste espaço e suas ações. É uma meta do grupo, solicitar da Secretaria Estadual de Educação em 2006 através da DIREC 7, um curso de formação continuada para educadores da rede básica do estado. A Secretaria Estadual de Educação até o momento não nos deu resposta, o grupo pensou na educação básica, pois a maioria dos conflitos ligados a sexualidade e identidade de gênero surgem neste período que compreende a infância e inicio da adolescência" (Fala de Jose Dantas de Araújo, presidente do GH).



6,- Práticas Culturais LGBT, na percepção da escola.


Pela complexidade, e diversidade de atores no universo escolar a pratica cultural de LGBTs em sua grande maioria, é vista como uma coisa "folclórica", ou proibida. Diversa denuncia chegam até o grupo informando que a criança tal foi mal tratada pela professora tal, pois estava rebolando ou com trejeitos femininos ou masculinos.
"Considerando que, do ponto de vista cultural, uma sociedade ou grupo social é marcado por diferenças internas entre os indivíduos, e que, no conjunto, tais diferenças produzem diversidades de gênero, classe social, etnias, religiosidades, enfim um sem números de expressões de identidades e sociabilidades". (PIMENTEL, 2010).
A formação que o professor recebe a respeito da diversidade sexual e outros tantos assuntos ligados à escola na atualidade não são insuficiente na gerencia e mediação de conflitos. O importante é que o professor receba um aporte de diversos profissionais, para que se faça um diagnostico anterior ao conflito, e as diversas práticas culturais sejam exercidas em um espaço de harmonia e tolerância, prevenindo assim um conflito. É necessário que o professor seja preparado para trabalhar com essa população



7.- Conclusão

A família contemporânea não mais corresponde àquela formatada pelo código civil de 1916, a atual busca construir uma história em comum, uma união afetiva. Não é negando o direito a uma união de casais do mesmo sexo, que se fará com desapareça o homossexualismo, pois a afetividade é um vínculo grandioso que une os parceiros. Esta iniciação ao conhecimento da sexualidade deve ser em primeira ocasião proporcionada pelos pais e consequentemente complementada pela escola. Educador e pais têm que trabalhar em parceria, visando proporcionar uma formação voltada para valores, quebrando paradigmas do preconceito e da informação errônea.
O professor em sua formação acadêmica não apreende conhecimentos básicos para lidar com estas situações, as quais poderiam ser contornadas de uma forma natural, mas muitas vezes criam uma situação embaraçosa para o aluno, chamam os pais à escola, já que acreditam que estão ali para formar pessoas e cidadãos heterossexuais. Desta forma o educador como agente mediador de conhecimento, não deve transmitir suas opiniões e valores com verdade, mas instigar o aluno a refletir obre as informações adquiridas, transformando em conhecimento, numa perspectiva de uma educação abertas às diversas realidades.


8.- Anexos

Site relacionados ao assunto:
www.abglt.org.br
www.mec.gov.br/seb
www.sedh.gov.br
www.fatimacleide.com.br
www.gestospe.org.br
www.ggb.org.br
www.grupohumanus.org.br



9.- Fotos


10- Referências


ARAUJO, Jonas Azevedo (Direito à Diferença). 1º Premio Construindo a igualdade de gênero ? Redações e trabalhos científicos e monográficos vencedores. Brasília: Presidência da Republica. Secretaria Especial de Políticas para as mulheres, 2005, p. 16-17.

BEZERRA, Nelson da Silva (Org.), Respeitando as diferenças no espaço escolar. Recife: Gestos, 2007, p. 59 -70.

Brasil Direitos Humanos, 2008: A realidade do país aos 60 anos da Declaração Universal ? Brasília: SEDH, 2008, P. 103-107.

CANDAU, Vera. Interculturalidade e educação escolar. In: CANDU Vera (Org.) Reinventar a escola. In: PINTO, Karina Pereira. Docência e fundamento da educação ? Pedagogia: psicologia e educação l ? EAD, módulo 2, volume 4, Ilhéus, BA: UAB/UESC, 2010, p.134-135.

CHINALLI, Myriam. A família contemporânea está mais tolerante? Curso virtual "Educação para a tolerância: contribuições psicanalíticas"-LEI/USP,São Paulo,2010.
http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/imoodle/course/view.php?id=11

CLEIDE, Fátima. Pela Diversidade; Um debate sobre o PLC122/06. Brasília: Senado Federal, 2009, p. 29.


CONAE - Conferencia Nacional de Educação. Documento Referencia. Brasília:
Presidência da Republica. Ministério da Educação, 2010, p. 20.

COUTO, Maria Elizabete Souza; MEIRELES, Andréa Maria Brandão. Seminário Integrador ll EAD ? Docência e fundamentos da educação ? modulo 2, volume 3, Ilhéus, Ba: EAD/UESC, 2010, p. 11.

ELIAS, N. O processo civilizador. In: MARTINS, Rogéria; GUIMARÃES, Elias Lins. Sociologia e Educação ? Pedagogia: Educação Historia e Sociedade - modulo 1, volume 4, Ilhéus, Ba: UAB/EAD/UESC, 2009, p. 17.

Ética e Cidadania: construindo valores na escola e na sociedade / Secretaria de Educação Básica, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Ministério da Educação ? Brasília: 2007, p. 73.

MARTINS, Rogéria; GUIMARÃES, Elias Lins. Sociologia e Educação ? Pedagogia: Educação Historia e Sociedade - modulo 1, volume 4, Ilhéus, Ba: UAB/EAD/UESC, 2009, p. 16.

MATOS, J. C. Professor reflexivo: apontamentos para o debate. In: COUTO, Maria Elizabete Souza; MEIRELES, Andréa Maria Brandão. Seminário Integrador ll EAD ? Docência e fundamentos da educação ? modulo 2, volume 3, Ilhéus, Ba: EAD/UESC, 2010, p. 11.

MELO, Sylvia Leser de. Família: perspectiva teórica e observação factual. In: CARVALHO, Maria do Carmo Brant de (Org.). A família contemporânea em debate. In: PINTO, Karina Pereira. Docência e fundamento da educação ? Pedagogia: psicologia e educação l ? EAD, módulo 2, volume 4, Ilhéus, BA: UAB/UESC, 2010, p.124-125.

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. In: PINTO, Karina Pereira. Docência e fundamento da educação ? Pedagogia: psicologia e educação l ? EAD, modulo 2 , volume 4, Ilhéus, BA: UAB/UESC, 2010, p. 134-135

MOTT, Luiz. Homossexualidade: Mitos e Verdades. Salvador: Grupo Gay da Bahia, 2003, p. 12-13.

NÚÑEZ, Álvar. "Cabeza de Vaca" ? Naufrágios e Comentários. Tradução: Jurandir Soares dos Santos- 2ª ed. ? Porto Alegre: L&PM, 2007, P. 75.

PIMENTEL, Álamo. Antropologia e Educação ? Pedagogia: Docência e fundamentos da educação ? EAD; modulo 2, volume 1, Ilhéus, Ba: UAB/UESC 2010, p. 57.

PINTO, Karina Pereira. Docência e fundamento da educação ? Pedagogia: psicologia e educação l ? EAD, módulo 2, volume 4, Ilhéus, BA: UAB/UESC, 2010,p. 123 -131.

SILVA, Josué Cândido da Teoria do Conhecimento ? Pedagogia: Docência e fundamentos da educação, modulo 2, volume 2, Ilhéus, Ba: UAB/UESC,2010, P. 52.

SZYMANSKI, Heloisa. Praticas educativas familiares: a família como foco de atenção psicoeducacional. In: PINTO, Karina Pereira. Docência e fundamento da educação ? Pedagogia: psicologia e educação l ? EAD, módulo 2, volume 4, Ilhéus, BA: UAB/UESC, 2010, p.123 -130.



Autor: Jose Antonio Loyola Fogueira


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