OS ÚLTIMOS RUÍDOS DA NOITE



Aqui no quarto em casa escuto os últimos ruídos da noite, o caos da cidade vai desaparecendo com o pôr do sol. A noite esfria o clima e os sentimentos do cotidiano.
Será que estamos sós? Os momentos de recolhimento parecem pura solidão e ao mesmo tempo, descanso da rotina. Aliás, tempo parece ser o limite de todos nós, estamos a cada dia perdendo o que há de mais belo na vida.
Estamos sós, sim estamos. Não olhamos mais para os lados, onde estão as flores? Onde estão os pássaros? Onde estão os casais apaixonados nas praças dia de domingo.
Perdemos? Tempo e limite. Será que o limite é o tempo? Ele entra por nossas veias em doses homeopáticas, nem percebemos, mais um mês? Já passou...
Queremos pessoas, queremos vida, onde está a vida? Nos lírios dos campos, rios e mares Aqueles olhos, onde estão? Olhavam-me tão penetrantes que chegavam a me paralisar totalmente.
Aquele dia, fonte, renasceu das cinzas. Você apareceu como um anjo que nunca mais me deixou, nem nesta noite fria. Escuto o último ônibus, ele leva o último passageiro, será que amanhã teremos passageiros? Ou somos passageiros?
O tempo nos limita? Qual o conceito de limite? Superamos as noites frias, os sonos que não aproveitamos os dias que não vivemos.
Quero ver você, pode ser o último dia no último segundo, dia bonito...
Será que você já sabe qual a canção que ouço ao escrever? Vamos tentar mais um pouco? Tente. Desejo continuidades...
Nesta noite fria e silenciosa...

Autor: Richard Santiago


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