Meu coração é um corpo à parte...



Na doce amargura da saudade
O peso leve do tato
Inclina-se, másculo, às finas pontas de cabelo
E sublime como um escultor em sua criatura
eleva-se, ao fino gesto, aos cílios molhados
de amor
e a voz que vive dentro desse corpo
se cala
Adivinha o próximo passo das mãos
e, em infinitos, elas vão
ardentes,
Do contorno da face
às linhas suavemente marcadas
boca, nuca, seios
Prosa poética
Vejo a pequena água em luz
nos pequenos olhos
ressaltados pelo brilho
Assim vejo
E amo.
Autor: Gabriela Araruna


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