Japão : O mundo assiste a um Tsunami
Ivan Santiago Silva
O arquipélago japonês situa-se no oceano Pacífico, no Hemisfério Norte e possui como vizinhos países potências, como China, Rússia e outros atores relevantes, como os Tigres Asiáticos, bem representados pela Coréia do Sul e inimigos, dentre eles, a Coréia do Norte com seu programa nuclear.
A geografia japonesa é complexa, pois o país é montanhoso e praticamente 80 % do relevo é do tipo, sendo que resta apenas pouco mais de 20 % do território, para que os mais de cento e vinte milhões de japoneses desenvolvam suas atividades de vida e economia.
O Japão, país de montanhas e picos, como o mais alto o Monte Fuji e o monte Kurama, local histórico para os adeptos do Reiki, demonstra acima do mar o material que o forma : a rocha liquida que vem de baixo da crosta terrestre. Este país situa-se no anel ou circulo de fogo do Pacífico, por ser uma localização de encontro de placas tectônicas, que formam terremotos e vulcões, o que faz do arquipélago japonês o país que mais possui abalos sísmicos.
Terremotos e tremores fazem parte da vida do japonês, da sua engenharia e economia, sendo que o Tsunami de 2011 foi na verdade um abalo sísmico que, segundo o serviço geológico dos Estados Unidos da América atingiu 9,0 graus na escala Richter, que vai até 10. Segundo dados da Folha otremor ocorreu a 130 quilômetros da costa japonesa e criou assim a onda que atingiu o Japão e causou a devastação amplamente noticiada pela mídia.
O Japão, apesar do preparo e do alto desenvolvimento humano e tecnológico, reagiu de forma lenta a todo o processo, mesmo sendo o país que mais sofre terremotos no mundo, devido ao grau da tragédia, da perda de japoneses, perdas econômicas e comoção internacional.
Os problemas persistem como a questão da explosão dos reatores e vazamento de radiação de Fukushima, que a cada dia que passa não some dos jornais e isto merece muita atenção em se tratando de acidente nuclear.
Neste cenário de destruição e tragédia, o futuro japonês se redesenha e pode, sim, retomar o status de grande potência do Pacífico, pois reconstruir a parte devastada do Japão será uma tarefa menor do que foi reconstruí-lo inteiro após a Segunda Guerra Mundial.
Apesar da fúria da natureza onde o Japão se localiza e do país ser um dos grandes perdedores da Segunda Guerra Mundial, com direito as explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki, este país é uma "potência social". Apresenta elevados índices de educação e tecnologia, que associado ao dinamismo econômico japonês e a sua capacidade de poupança o faz um dos países mais importantes o mundo.
No início do ano, os japoneses, num ato de " boa vizinhança", saudaram a China como a nova 2º maior economia do mundo, posto que eram deles. Apesar das desavenças históricas, a China é o maior parceiro comercial do Japão e este fluxo econômico irriga a Bacia do Pacífico.
Neste novo processo de reconstrução, de um país potência que é um artista na arte de reconstruir, o mundo pode assistir a um novo salto japonês em desenvolvimento econômico, atrair mais capitais e mudar alguns rumos que pareciam certeiros quando o Japão saudou a China.
Um rearranjo dos investimentos japoneses, internacionais e de outros países da Bacia do Pacífico, pode fomentar um novo dinamismo na economia japonesa e regular novamente o balanço do poder internacional. Apesar de não figurar entre os Brics e de possuir uma limitação geográfica natural, o Japão é um dos principais pólos de tecnologia do mundo. O Tsunami de 2011 levou vidas e destruição, mas pode, através da economia, redesenhar o mundo multipolar.
Ivan Santiago Silva é geógrafo e autor do livro BRASIL, IMPERIALISMO E INTEGRAÇÃO na América Latina.
Autor: Ivan Santiago Silva
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