Estratégias De Guerra E Teoria Dos Jogos Aplicadas Em Campanhas Políticas



1 Ciência Política

A ciência política estuda o Estado e as suas relações com os grupos humanos. Estuda, ainda, os agentes políticos internos que lutam pela conquista, aquisição e pelo exercício do poder.

Aristóteles é considerado o pai da Ciência Política, na Grécia Antiga estudou as estruturas e instituições da pólis. Preocupava-se com um governo capaz de garantir o bem-estar geral.

Maquiavel no século XVI com seus escritos dá origem à modernidade política, preocupava-se na criação de um governo que unificasse e acabasse com a influência da Igreja na Itália. A política, era assim a arte de governar, ou seja, uma técnica que permitisse ao dirigente ou governante alcançar os fins independentemente dos meios, não visando a realização geral mas sim pessoal.

Na metade do século XVI, Jean Bodin escreve "República", obra que sistematizava e explicava os fenômenos políticos e a idéia de soberania do Estado, segundo o qual, o poder não tem igual na ordem interna e nem superior na ordem externa, para Bodin um Estado só é soberano, se for superior nestas duas dimensões.

Montesquieu difunde idéias políticas, no século XVIII, com base na ação humana, faz a distinção entre república, monarquia e despotismo, afirmando que este último deveria ser erradicado através da separação de poderes, de forma que o poder seja descentralizado das mãos de uma só pessoa para que não o use em proveito próprio. Resolvia-se então o perigo do despotismo com a institucionalização da separação de poderes.

No final do século XIX a Ciência Política é reconhecida nas universidades americanas, como forma de combater o caciquismo no poder local e a corrupção nos partidos políticos.

Só após a Segunda Guerra Mundial, a Ciência Política volta a ganhar relevo e a se tornar uma disciplina autônoma nos quadros das universidades européias. Além disso ganha força a análise de sistemas eleitorais, e também do comportamento do eleitorado.

A essência da política está na tensão entre suficiência e insuficiência, o reconhecimento da permanência do conflito. Podemos dizer que equilíbrio e desequilíbrio são os pontos essenciais, visto que são o substrato de todo conflito humano. "Política é tão excitante quanto a guerra e tão perigoso quanto. Na guerra só se morre uma vez, enquanto que na política morre-se muitas vezes." Sir Winston Churchill

Clausewitz (6) afirma repetidas vezes que "a guerra nada mais é do que a continuação da política através de outros meios".

2 Estratégia

Estratégia pode ser definida como você posiciona e aloca seus recursos para maximizar seus pontos fortes e minimizar seus pontos fracos. Trata-se de uma concepção, um caminho para a vitória, confunde-se com a tática que é a ferramenta para implementá-la, o meio condutor.

Pode-se afirmar que a estratégia permeia todos os segmentos da sociedade organizada, transcendendo em muito o foco central de ações e ênfases militares e atingindo a política, a ação governamental, o plano institucional e o universo empresarial. A transferência de experiências de estratégia militar e governamental para o setor empresarial, e vice-versa, é algo cada vez mais presente nos processos de gestão.

Militantes políticos necessitam pensar e agir estrategicamente. A mensagem é o meio pelo qual os eleitores irão tomar conhecimento das idéias do seu candidato e muito provavelmente votar nele e não em seu oponente. Como e quando passar esta mensagem? Como e quando mobilizar seus recursos materiais e humanos? Esses questionamentos constituem-se no plano de campanha adequando-se a qualquer tipo, sejam de âmbito nacional, estadual ou municipal.

Em sua campanha para reeleição em 1996, Bill Clinton adotou uma estratégia onde realçava as diferenças entre o ideário Democrata e o Republicano de modo a mobilizar suas bases, privilegiando dessa maneira seus pontos fortes. Por outro lado, minimizou as diferenças entre o ideário Republicano e o Democrata, mostrando os pontos comuns, de forma a cooptar eleitores republicanos.

A estratégia convive com a inteligência da humanidade há centenas de séculos. Trabalhos de Sun Tzu (A Arte da Guerra), Maquiavel (O Príncipe), Myamoto Musashi ( O livro dos Cinco Anéis) e Klaus von Clausewitz (Da Guerra) constituem-se em destacados exemplos dessa preocupação fundamental. Tais obras têm se tornado leituras atuais, confirmando a modernidade dos autores, suas obras e a perenização do interesse pelo tema. Esses tratados, apesar de versarem sobre a arte bélica, são largamente consultados nos mais diversos segmentos quer no mundo dos negócios, na política, no esporte, onde há necessidade de mobilizar de forma eficaz os mais diversos recursos técnicos, humanos e financeiros. É justamente aí que a habilidade estratégica se impõe, e sob esse aspecto, eles se mostram auxiliares preciosos nessa tarefa que têm hoje um papel preponderante em um universo competitivo.

Para o Professor John J. Pitney Jr do Claremont McKenna College "O mundo político fala através de idiomas militares, isso porquê se adequam perfeitamente às peculiaridades do meio político".

Política e guerra seguem os mesmos princípios e possuem o mesmo objetivo, subjugar o oponente. Se a guerra se integra na política, esta deve naturalmente apresentar características dela recebidas. Na política as batalhas são travadas pela mente do eleitor. O consultor político Thomas Sweitzer explanou em seu artigo "Kill or be killed – political campaign strategies"(9)como os princípios da estratégia militar podem ser aplicados no campo da batalha política.

3 Princípios da Estratégia Militar

Princípios são elementos básicos, ainda que não escritos condicionam e orientam. Suas aplicações são mais arte que ciência. É arte, pois resulta da criatividade, raciocínio flexível e audácia, e ciência na medida que pode ser dimensionado e estudado. Uma campanha política é um ofício, que se vale tanto da ciência quanto da arte.

Segundo a Doutrina Básica da FAB (5) os princípios da guerra são Massa, Objetivo, Ofensiva, Simplicidade, Economia de Forças, Manobra, Unidade de Comando, Surpresa e Segurança, podendo ser memorizado através do acrônimo: MOOSEMUSS. Não se deve levar em conta todos os princípios, simultaneamente, uma vez que existem interações entre eles. No Apêndice A veremos exemplos desses princípios aplicados na política contemporânea.

4 Teoria dos Jogos

Pode ser definida como o estudo de decisões interativas, no sentido de que aqueles que tomam as decisões são afetados tanto pelas suas próprias escolhas quanto pelas decisões dos outros. Trata-se de análise matemática, de uma situação qualquer que envolva um conflito de interesses, com o intento de indicar as melhores opções que, sob determinadas condições, conduzirão ao objetivo desejado.

Os primeiros textos sobre a Teoria dos Jogos foram criados pelo matemático francês Émile Borel, que lançou as raízes desse estudo. Entretanto, foi o matemático americano John Von Neumann e o austríaco Oskar Morgenstern aqueles que conceberam, por volta da década de 20, uma teoria matemática (The Theory of Games and Economic Behavior).

Pesquisadores de estratégia têm procurado tirar proveito da teoria dos jogos, pois ela provê critérios valiosos quando lida com situações que permitem perguntas simples, apesar de não fornecer respostas positivas ou negativas, ajuda a examinar de forma sistemática várias permutações e combinações de condições que alteram a situação. A análise delas envolve diversos elementos e para cada um deles um conjunto possível de estratégias.

O dia–a–dia de uma campanha e seus aspectos são geralmente analisados pela teoria, tomando por base - as estratégias adotadas e suas conseqüências, as alianças possíveis entre os indivíduos ("jogadores"), o compromisso dos contratos, inclusive aqueles não formalizados (tácitos), e a repetição de cada jogada, entre outras análises possíveis. Os indivíduos devem ter consciência que suas ações afetam uns aos outros.

A corrida pela manutenção e conquista do poder funciona como um jogo gigantesco de várias arenas, onde os partidos políticos e seus candidatos devem agir com fins de vencer o pleito e tomar posse dos cargos almejados para que assim possam executar seus programas. Aquele candidato que esquecer ou deixar de observar essas orientações, pode ter problemas na consecução dos meios para atingir seus fins.

No Apêndice B procuraremos analisar, sob a ótica da teoria dos jogos, estratégias adotadas em fatos políticos recentes.

CONCLUSÃO

Um dos fatores que diferenciam os países reside na capacidade de construir e executar um elenco bem ajustado de estratégias competentes. Conceber uma boa estratégia é fundamental para se "fazer o bom combate" quer seja na gestão de um país, de um setor de empresas, de regiões ou em campanhas eleitorais de maneira geral. Uma campanha eleitoral exitosa resulta de uma inteligente combinação de ações estratégicas e operacionais que interagem permanentemente.

O presente trabalho teve por objetivo analisar até que ponto é viável utilizar-se dos Princípios de Estratégia Militar e da Teoria dos Jogos em campanhas políticas. Para atingir o objetivo fez-se a seguinte trilha:

  • uma breve revisão da literatura, onde procurou-se conceituar Ciência Política, seu objeto de estudo e seus principais teóricos;
  • após o quê, conceituamos estratégia, seus principais estudiosos e como ocorre a interação da estratégia militar com a estratégia política;
  • depois de constituirmos o arcabouço teórico partimos para os princípios da estratégia militar e demonstrando o relacionamento simbiótico existente entre a guerra e a política; e
  • por fim, a teoria dos jogos foi conceituada e demonstrando como pode ser valiosa para a concepção de estratégias políticas.

Nos apêndices A e B apresentamos exemplos reais, contemporâneos e do passado, da plena aplicabilidade dos princípios estratégicos militares da massa, do objetivo, da ofensiva, da simplicidade, da economia de forças, da manobra, da unidade de comando, da surpresa e da segurança em campanhas políticas e também a validade da análise dos fatos através das regras tácitas da Teoria dos Jogos como forma preditiva para o alcance do sucesso.

APÊNDICE A - Exemplos dos Princípios de Estratégia Militar aplicados à Política

Através de notícias recentes da política potiguar e também de campanhas norte-americanas procuraremos identificar a aplicação dos Princípios da Estratégia Militar.

Os exemplos, quando não identificados, foram obtidos na coluna política "De Brasília" assinada por Walter Gomes e publicada no "O Jornal de Hoje" do dia 16 de abril, disponível em <http://www.jornaldehoje.com.br>.

Massa – o primeiro princípio da guerra, segundo Klaus von Clausewitz (6) "manter suas forças concentradas de forma esmagadora", em termos de campanha política a "massa" necessária refere-se às alianças, a rede de relacionamentos necessária para atingir as metas.

O sucesso na política está intimamente relacionado com o estabelecimento de alianças. Segundo a Psicóloga Karissa Thacker, relacionamentos são construídos e se fortalecem através da reciprocidade. Aconselha o Deputado Estadual Getúlio Rêgo (Democratas) "Para ganhar eleição, candidato não escolhe aliados."

Segundo Pinto (8) um projeto estratégico não se faz com uma única pessoa, é imprescindível o estabelecimento de alianças, um núcleo central, para a condução do empreendimento. Nos textos abaixo encontramos exemplos de articulações políticas.

O prefeito Carlos Eduardo Alves (PSB) se reúne hoje à noite em Brasília com o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB), para conversar sobre a sucessão em Natal.

A deputada Fátima Bezerra (PT) confirmou que vai conversar com o prefeito Carlos Eduardo para tratar da sucessão municipal.

O deputado Rogério Marinho se reuniu na manhã de hoje com o Senador Garibaldi Filho. Rogério é o pré-candidato do PSB à sucessão de Carlos Eduardo e quer o apoio do PMDB e do PT ao seu nome.

Tenho a consciência de que política não se faz com unanimidade. Se faz com maioria Agnelo Alves, Prefeito de Parnamirim – RN.

Objetivo – para Sun Tzu (10) os generais inteligentes somente entram em combates que podem vencer. No texto a seguir temos um exemplo de como a falta de foco pode prejudicar um projeto político.

Em artigo da repórter Zhamara Mettuza, publicado no "O Jornal de Hoje" do dia 16 de abril, caderno Política, p. 3:

Enildo Alves lembra que quando o atual presidente do Senado Garibaldi Alves Filho (PMDB) foi eleito prefeito de Natal, o PMDB tinha 12 vereadores na Câmara. Após três eleições (1996, 2000 e 2004) sem lançar candidatura própria, o partido só conseguiu eleger um vereador e teve apenas 629 votos de legenda enquanto o PSB teve 10 mil votos.

O planejamento estratégico é recurso atemporal, suas propriedades não envelhecem com o tempo. De acordo com Pinto (8) observar o passado significa navegar no túnel do tempo, retornando ao presente com ensinamentos e procedimentos valiosos para o momento atual e o futuro estratégico.

Ofensiva – permanecer no ataque, em evidência, colocar o oponente na defensiva, a cada dia um grupo diferente de eleitores está se preparando para tomar decisões. Conforme observa James Carville "é mais difícil alguém te chutar quando você está esmurrando-o".

Simplicidade – para Clausewitz (6) na guerra tudo é simples, mas as coisas simples se tornam difíceis. A tarefa do estrategista é simplificar as coisas complexas, o texto abaixo publicado no "O Jornal de Hoje" exemplifica algo que foi resolvido de forma simples nos estados do Ceará e de Pernambuco, não teve ainda o mesmo desfecho.

Entre os 27 governadores eleitos em 2006, três chegaram à vitória sob a bandeira do PSB (Partido Socialista Brasileiro). Os estados vizinhos do Nordeste Setentrional. Cid Gomes ganhou no Ceará; Wilma de Faria reelegeu-se no Rio Grande do Norte; e Eduardo Campos venceu em Pernambuco. Todos tiveram o PT na aliança Chegou a hora da retribuição no pleito municipal. Os socialistas cearenses e pernambucanos selaram acordo com os correligionários da campanha passada. Só na capital potiguar aguarda-se o desfecho das conversações.

Economia de Forças – significa utilizar a menor quantidade de recursos na manutenção da campanha, enquanto concentra o grosso dos recursos no objetivo. Em outras palavras fornecer aos eleitores informação efetiva de modo eficiente.

Manobra ou Estratégia - em qualquer campanha utiliza-se uma combinação de três ou mais estratégias para a consecução do objetivo. A manobra é uma articulação dinâmica e habilidosa da relação ataque e defesa, do investir ou do preservar humano. É justamente o movimento das faces opostas e complementares dessa interação humana que permite a ação criativa. Não se pode determinar a estratégia correta para uma campanha, quer seja política ou militar, sem antes ter pleno conhecimento do contexto político, dos contendores, dos motivos, do terreno e dos recurso disponíveis. Esses fatores fazem de cada campanha serem únicas.

Todavia o processo de concepção da estratégia da campanha política deve ser feito menos pela mistificação e mais pela racionalidade, devendo-se entender os benefícios que um plano de batalha bem concebido pode proporcionar.

Para o vereador Enildo Alves "PSB cometerá erro histórico se não apresentar candidato próprio. O PSB pagará um preço alto nos próximos anos e poderemos ser o PMDB do futuro." Sendo a Estratégia – a arte de engendrar possibilidades, que procura abraçar o futuro com competência ao mesmo tempo que busca blindar o presente de eventuais agressões, observando sempre as experiências passadas com disciplina analítica e profundo senso crítico e acumulando organizadamente informações para posterior utilização no processo de gestão, o vereador ao preparar a estratégia do partido tomando por base fatos ocorridos com outros partidos está utilizando-se de um dos ensinamentos de Sun Tzu (10):

Se conhecemos o inimigo e a nós mesmos, não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas.

Unidade de Comando – para Napoleão Bonaparte (7) nada é mais importante do que a unidade de comando. Numa campanha o tempo é valioso, e a tomada de decisão necessita ser célere, não se pode dar ao luxo de convocar todo o "staff" para receber informações para só então tomar uma decisão. Como exemplo tomemos as campanhas presidenciais de George Bush em 1988, a campanha vitoriosa foi dirigida por Atwater, Ailes e Baker, enquanto que a campanha de 1992 foi um desastre, ninguém sabia quem estava no comando.

Surpresa – um dos grandes segredos táticos. Para Sun Tzu (11) "Quando estiveres pronto para atacar, simule desorganização. Quando estiveres perto, deve passar ao inimigo que estais longe. Quando estiveres longe, passe ao inimigo a idéia que estais perto. Preserve suas tropas para atiçar o inimigo, finja desordem e só então esmague-o".

Segurança – Negar ao oponente o conhecimento sobre planificação operacional, localização de meios, capacidade de reservas e mobilização, sem inibir as informações que necessitam de divulgação, por constituírem ação dissuasória, o analista político Jeff Greenfiled prega que "não existem paranóicos na política, mas é sempre bom tomar cuidado - lá fora estão pronto para te pegar".

APÊNDICE B – Teoria dos Jogos na Política

A teoria dos jogos é um instrumento de grande utilidade nas tomadas de decisões no campo da política. Concorrer a um cargo político pode ser visto como um jogo complexo de múltiplas arenas. O dia–a–dia de uma campanha e seus aspectos podem ser analisados baseados no seguinte roteiro concebido por Alexandre Bobeda (4), que não é fixo, podendo ser utilizado, com um pouco de abstração, na maioria das vezes:

  • as estratégias adotadas e suas conseqüências,
  • as alianças possíveis entre os indivíduos ("jogadores"),
  • o compromisso dos contratos, inclusive aqueles não formalizados (tácitos), e
  • a repetição de cada jogada, entre outras análises possíveis.

Analisaremos a situação a seguir publicado por André Greve, acessado em 12 de maio do corrente e disponível em <http://adquintas.blogspot.com/2006_06_01_archive.html>, tomando-se por base o roteiro acima: o Tribunal Superior Eleitoral decide utilizar as regras das coligações de 2002 no pleito de 2006 - O TSE havia decidido aprofundar a regra da verticalização, determinando que a coligação nacional, fechada para sustentar uma candidatura à Presidência da República, teria de ser seguida obrigatoriamente nas coligações para as disputas estaduais"

  • as estratégias adotadas e suas conseqüências;

"Dos partidos principais PT e PSDB tem estratégias dominantes de tentar atrair os outros partidos para sua órbita."

"PFL e PMDB são os grandes jogadores e suas decisões afetarão todos os outros (PP, PTB, PV, PPS, PDT, PRB), por exemplo:"

  • as alianças possíveis entre os indivíduos ("jogadores"),

"1- Se o PFL fechar com o PSDB, o PPS também participa da coligação atraindo provavelmente também o PDT e PV e influenciando também a escolha dos demais.

2- Agora, se o PFL não fechar com o PSDB, então nem PPS, nem PDT, nem PV, nem ninguém fecha com o PSDB, que possivelmente nem tem mais candidato a presidente pois prejudicaria em muito a eleição do partido como um todo e de Serra e Aécio em especial."

  • o compromisso dos contratos, inclusive aqueles não formalizados (tácitos), e

"O jogo teria dois equilíbrios de Nash, ou todos os partidos citados ficavam sem apoiar nenhum candidato a presidência ou todos escolheriam um dos dois candidatos."

  • a repetição de cada jogada, entre outras análises possíveis.

"No primeiro caso teríamos uma disputa eleitoral praticamente sem concorrentes pró Lula e no segundo uma disputa no estilo dos EUA, com o eleitor escolhendo entre apenas dois candidatos viáveis eleitoralmente."

Outro exemplo recente e na política potiguar, publicado no "O Jornal de Hoje" na coluna do jornalista Joaquim Ribeiro, também analisado pelo roteiro:

  • as estratégias adotadas e suas conseqüências,

"Está causando apreensão nos meios políticos norte-rio-grandenses, notadamente da capital do Estado, a ausência da senadora Rosalba Ciarlini, maior liderança do DEM da cidade de Mossoró e região Oeste, nas articulações das pré-candidaturas para prefeito de Natal e na definição do nome que apoiará para prefeito de Natal. Entretanto, segundo fontes próximas da senadora, a tendência natural é ela apoiar a deputada Micarla de Sousa, pré-candidata do PV, seguindo a opção do presidente estadual do Partido dos Democratas, senador José Agripino. O senador declarou reiteradas vezes que tem simpatia pela candidatura da deputada do PV e deverá anunciar seu apoio oficial nos próximos dias. O quase certo apoio da senadora do DEM a Micarla pode resultar na retribuição desse apoio com Micarla de Souza votando em Rosalba Ciarlini para o Governo do Estado.

  • as alianças possíveis entre os indivíduos ("jogadores"),

"Entretanto, esse posicionamento cria dificuldades na composição da base política que o PV pretende formar em Natal visando o fortalecimento da candidatura de Micarla à prefeitura da capital, incluindo aí os deputados Robinson Faria (PMN) e João Maia (PR), que a exemplo de Rosalba Ciarlini, são potenciais candidatos ao Governo do Estado nas eleições de 2010. Robinson Faria e João Maia que fizeram um pacto de convivência dos dois partidos que lideram no Estado - PMN e PR - certamente não se sentirão confortáveis num palanque em que esteja uma futura concorrente."

  • a repetição de cada jogada, entre outras análises possíveis.

"Estrategicamente, a senadora Rosalba Ciarlini tem evitado falar sobre a sucessão natalense e procrastina o anúncio do candidato que apoiará para prefeito de Natal. Situação semelhante os deputados Robinson Faria e João Maia encontram no palanque que tem a deputada Fátima Bezerra como candidata a prefeita apoiada pela governadora Wilma de Faria, senador Garibaldi Filho e pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo, também potencial candidato a governador em 2010. Diante dessa realidade só restaria a alternativa Rogério Marinho, caso a pré-candidatura do deputado do PSB seja viabilizada eleitoralmente."

  • a repetição de cada jogada, entre outras análises possíveis.

"O resultado das próximas pesquisas em Natal poderá servir de parâmetro e definir os rumos que dois dos principais líderes partidários do Estado, Robinson Faria e João Maia, deverão seguir nas eleições municipais deste ano."

REFERÊNCIAS

  1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
  2. ______. NBR 10.520: Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
  3. ______. NBR 14.724: Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
  4. BOBEDA, Alexandre. A teoria dos Jogos no dia-a-dia das organizações. Disponível em <http://webinsider.uol.com.br/index.php/2004/05/11/a-teoria-dos-jogos-no-dia-a-dia-das-organizacoes/> Acessado em 10 maio 2008.
  5. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Estado-Maior da Aeronáutica. Doutrina Básica da FAB. Brasília, DF, 2005. (DCA 1-1).
  6. CRONIN, Patrick M. Resumo do Pensamento de Clausewitz. Military Review, 1° Trimestre de 1986. Edição Brasileira.
  7. DUGGAN, William R. O estalo de Napoleão: o segredo da estratégia. Tradução de Marina Americano.
  8. PINTO, Luís Fernando S. Sagres: A Revolução Estratégica. 4 ed. Rio de Janeiro:Ed. FGV, 2001. 328 p.
  9. SWEITZER, Thomas. Kill or be killed – political campaign strategies. Disponível em: <http://findarticles.com/p/articles/mi_m2519/is_n9_v17/ai_18792751> Acesso em 26 abr. 2008.
  10. TZU, Sun. A Arte da Guerra. Tradução José Sanz. 15 ed. Rio de Janeiro:Record, 1994. 112 p.
  11. TZU, Sun. A Arte da Guerra: os documentos perdidos. Tradu;cão Luiz Carlos Nascimento Silva. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. 158 p.

Autor: Renato Gomes


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