O ATO DE ALIMENTAR E O AUTOGERENCIAMENTO



O ATO DE ALIMENTAR E O AUTOGERENCIAMENTO


Ao nascer, a criança come motivada por estímulos biogênicos (de origem orgânica). Come porque tem fome; se não comer, morrerá. E, ao cessar a fome, parará de comer e só voltará a comer quando tiver fome. As suas necessidades e reações são instintivas.
Em tal ato, existe o sentido da sobrevivência física. Comer, nesse caso, tem o significado de ingerir alimento para satisfazer as necessidades fisiológicas do corpo.
A linguagem do recém-nascido é muito restrita, é representada pelo choro, que é o único meio de comunicação e que simboliza várias necessidades, desde a fome até um desconforto.
Chora porque tem fome, ainda não tem vontade própria. E isso é diferente do chorar porque há o desejo de comer biscoito na hora do almoço.
Com o desenvolvimento psicológico e social da criança, o ato de comer começa adquirir uma nova função que visa às necessidades psicogênicas (de origem psicológica). Estas se caracterizam pela ausência de conexão com quaisquer processos orgânicos ou necessidades físicas.
A partir da socialização, os critérios de avaliações da criança que, antes eram orgânicos, vão se transformando gradativamente, através da educação, em critérios pessoais e sociais.O ato de comer passa a ser entendido não só como uma luta pela sobrevivência (impulsos orgânicos), mas também como uma corrente ininterrupta de impulsos psíquicos. Duas forças agora o guiam: uma orgânica e outra psicológica.
Enquanto a orgânica visa à sobrevivência; a psicológica tem como finalidade satisfazer desejos e reduzir tensões. Busca por meio dos alimentos uma atuação sobre o estado de desejos e ansiedade. O alimento adquire um novo significado e passa a ser visto, não somente como nutriente mas como remédio cujo objetivo é o de reduzir tensões. Em outras palavras, não só satisfará as necessidades nutricionais do corpo, mas também servirá a uma desnutrição vivencial.
Ao socializar o ato de se alimentar, o homem passou a necessitar de uma nova ferramenta que permitisse a ele gerenciar a sua fome psicológica. Já que, nesses casos, o instinto tornou-se inadequado para gerenciar a quantidade e o momento de ingerir novos alimentos.
Ao mesmo tempo, o homem percebeu que teria que usar a razão para controlá-la, que só através de um autogerenciamento poderia estabelecer um limite para a sua fome psicológica.
Entretanto, o autogerenciamento é uma ferramenta que depende do próprio homem, ou seja, do seu desejo, da sua vontade, da sua lógica vivencial. Em suma, é vulnerável às suas fraquezas, podendo por isso apresentar deficiências em seu uso. Em decorrência disso, a fome poderá se apresentar aumentada, ocasionando a hiperfagia (hiper ? muito, fagia ? comer) ou diminuída, produzindo a hipofagia (hipo ? pouco, fagia ? comer).
Essa falta de controle permanente na quantidade de alimentos a ser ingeridos acaba produzindo nas pessoas prazer e desprazer, diminuindo e aumentando a ansiedade, aprisionando a pessoa num ciclo vicioso.

No caso da hipofagia:

É uma disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar.
O alimento é visto como a causa, ou melhor, o culpado por impedi-la de adquirir a imagem que idealizou para si mesma e, como conseqüência, a pessoa evita comer.


Já no caso da hiperfagia:

Come-se compulsivamente para amenizar conflitos, traumas, complexos e frustrações, buscando, assim, suprir carências vivenciais.
A comida passa a atuar como remédio para amenizar situações conflitantes, perdendo a sua função precípua de suprir as necessidades do corpo. Agora, visa atender às necessidades psicológicas.
Comer-se-á este ou aquele alimento sem esperar o impulso da fome, passando a responder unicamente à estimulação do impulso psicológico, descaracterizando assim o ato de comer.
Cuidado!!!!
Em ambos os casos, o problema alimentar não está no alimento ou no corpo, mas na própria pessoa, devido a um desequilíbrio do controle psíquico.
Essa forma de lidar com os problemas existenciais, com o passar do tempo, adquirirão o status de hábitos, obtendo uma autonomia funcional que nos aprisionará a determinados comportamentos e atitudes, controlando e dirigindo as nossas vidas.
Enfim!!!

"O corpo e o alimento não são o problema. Nós é que somos o problema."

Olha que interessante!!!!Criamos até status para os alimentos.

Será que o estômago diferencia o caviar da sardinha frita?

O que vocês acham????


CONCLUSÃO:


A disfunção alimentar psicológica é um problema do homem social e surgiu a partir do momento que a procura do alimento deixou de ser orgânica para ser regida pela vontade.
Nesses casos, a consciência de si mesmo passa a ser uma ferramenta de grande utilidade na gestão do processo alimentar e na superação dessa disfunção.
Sem esquecer que existem casos de disfunção alimentar devido à má formação, lesões e adoecimentos de órgãos.

Por fim!
Na visão do autogerenciamento, o corpo não precisa da ciência, da tecnologia para ser sábio e sim da pessoa para continuar sábio.Logo, não o trate como se não fizesse parte de você.

PADARIA ESPIRITUAL

Composição: Ednardo
Nessa nova padaria espiritual
Nessa nova palavra de ordem geral
Eu faço o pão do espírito
E você cuida do delito
De comer, de comer
Onde e como cometer
De comer, de comer
Onde e como cometer
Coma tudo, tudo o que você puder
Arrote e coma você mesmo até
Consuma tudo em suma
Definitiva e completamente
Na destruição somente deste absurdo aniquilamento
É que talvez surja um outro novo momento
Na destruição somente deste absurdo aniquilamento
É que talvez surja um outro novo momento
Um outro novo momento
Um outro novo momento

Drº Cláudio de Oliveira Lima ? psicólogo

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Autor: Cláudio De Oliveira Lima


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