A prática discursiva do ensino de gramática
A PRÁTICA DISCURSIVA DO ENSINO DE GRAMÁTICA
O ensino de língua está resumido num mero "ensinar gramática", algo que nos dias de hoje, deveria estar vinculado à outra concepção, a de viabilizar a compreensão e a descoberta nos níveis morfológicos e discursivos de cada modalidade apresentada. O objetivo da gramática precisa ser o de promover o reconhecimento e a valorização da oralidade.
O educando tem dificuldades de se expressar oralmente, pois a ele não é dada essa oportunidade, e quando a mesma é feita, é criticado por seus "erros" de concordância, tal metodologia bloqueia a criatividade e a espontaneidade da produção oral, conduzindo assim, o educando a não organização das informações, e se sentindo incapaz de ler em voz alta e de produzir textos escritos. Estimular o pensamento produtivo é necessário para que ocorra a estruturação dos conhecimentos e das idéias e assim poder aplicá-los. Para Gestalt a aprendizagem não consiste numa simples aquisição mecânica ou uma mera formação de reflexos condicionados, mas sim, um processo ativo, inteligente e global.
O ensino da gramática nas escolas tem adquirido o perfil de uma unidade discursiva de reprovação, que tem impedido, de maneira tal, a libertação e a liberação do saber produtivo que cada indivíduo, estimulado, possui. Através desse discurso a escola materializa as formações ideológicas manipulando conscientemente a expressão do saber produtivo. Essa manipulação se processa de modo, que o indivíduo passa a acreditar que não sabe mesmo "falar o português".
Ao contrário do que parece sabemos bem a nossa língua, o conhecimento que temos não é fruto das instruções recebidas na escola, mas foi adquirido de maneira natural e espontânea. Mesmo pessoas que nunca chegaram a estudar gramática, possuem um conhecimento implícito adequado da língua.
O mero ensino da gramática normativa tende a introduzir a escrita como o único meio de transmissão do conhecimento, indo contra a oralidade e aos conhecimentos a ela ligados. O que muitos professores desconhecem, é que, quando permitimos aos nossos alunos se expressarem livremente a sua oralidade, estamos contribuindo de forma significativa para que eles consigam desenvolver a leitura e a produção escrita, pois as idéias estarão fluindo e assim será mais fácil organizá-las e estruturá-las no papel.
Autor: Rita De Cássia Pires Corrêa Da Silva
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