Yoko Onno: a dualidade humana



A japonesa Yoko Onno ainda hoje é responsabilizada pelo fim de uma das maiores bandas musicais, se não a maior dos últimos tempos, The Beatles. Namorada na época de um dos integrantes, John Lennon, tinha livre acesso aos estúdios de gravação, sua onipresença passou a se tornar pública, e muitas especulações surgiram a partir daí.
Expressões como: "está dando uma de Yoko", ou, "sai para lá Yoko", ainda hoje se ouve por aí. Como se fosse uma marca representando tudo ou todos que podem separar, segregar.
A tal dualidade do ser humano: ser ao mesmo tempo o amor de Lennon e a discórdia de um grupo. Uma nova leitura para Dr. Jeckill e Mr. Hyde? O médico e o monstro da pós-modernidade? Quem sabe.
Todos temos um pouco dessa faceta, uma espécie de complexo de Yoko, que nos faz em determinado momento, e em diferente intensidade, simplesmente querer dar fim as coisas. Momento esse de uma matemática infalível, onde passa a nos interessar subtrair do que somar. Multiplicar problemas a dividir soluções.
Somos imperfeitos é certo. Não conseguimos ser o bonzinho todo tempo. E o desafio diário é fazer o máximo possível para respeitar, e por consequencia, ser respeitado dentro do nivel razoável.
Quantas vezes nos deparamos com uma vontade tremenda de onipresença nos assuntos dos outros, quase como aquela vizinha fofoqueira que sabe mais de nossa vida que nós mesmos. Ou ficamos tentados a criar confusões por nada, quem sabe para alimentar nosso ego ou estimular uma competição estúpida com outra pessoa, ou interpretar a nosso bel prazer uma expressão alheia sem mesmo perguntar ao outro: "o que você quis dizer com isso?"
São nossos pequenos momentos Yoko, que devem ser repensados, refletidos, afinal, o aprendizado da convivência e o próprio da vida, em todas suas nuances, é uma coisa de fato muito difícil, mas não impossível. Todos estamos tendo a oportunidade para acertar. O fato de respirarmos já nos dá a chance do acerto. Basta primeiramente nos darmos conta disso, que parece simples, mas nem sempre o é. Nos prepararmos para ser o grande amor de Lennon e bons matemáticos no balanço de melhores números, do mínimo múltiplo comum. E quem sabe buscar inspiração no que nos convocou grande frase daquela época, fazermos mais amor e menos guerra.

Autor: Ana Cecília Romeu


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