Ludwing Wittgenstein



INTRODUÇÃO

Ludwig Joseph Johan Wittgenstein teve papel importante na filosofia da linguagem. É possível perceber que em uma de suas obras, precisamente em Investigações filosóficas, a qual se trata essa pesquisa. É defendida a idéia que a linguagem não seria um todo homogêneo e sim um conjunto de linguagem
OBJETIVO

O objetivo dessa pesquisa é tentar esclarecer o pensamento de Wittgenstein em relação aos jogos de linguagem. Analisar o problema que envolve o conceito de significado e uso e analisar consecutivamente a idéia de liberdade em relação ao seu termo e jogos de linguagem.


DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

No livro Investigações filosóficas desenvolve-se a idéia de uma linguagem clara, enfoca as confusões conceituais que engendram o uso da linguagem que se torna causa da maioria dos problemas filosóficos. Linguagem, significado e uso. O significado é só o uso, ou seja, são termos concedidos aos objetos que designam o mundo exterior, as referencias não estão definidas por referencia.
A linguagem é uma atividade humana que está em um âmbito cultural e social, ou seja, existem linguagens que são empregadas em uma determinada região para designar algo, em outra região a palavra pode ter outro valor:
"A linguagem- diz o "segundo Wittgenstein"- funciona em seus usos, não cabendo, portanto indagar sobre os significados das palavras, mas sobre suas funções práticas... "¹
Portanto, as palavras são variadas, o que constituem linguagens que se tornam formas de vida. Não se pode definir precisamente o que seja "jogos de linguagem", a não ser por meio de traços semelhantes a outros jogos.
No século XX a filosofia surgida no Tractatus Logico-Philosophicus, quanto nas investigações filosóficas, exercem influência no pensamento daquela época. Teses de filósofos foram desenvolvidas a partir de idéias encontradas no tractatus. Está presente também no tractatus o principio da verificabilidade, cujo qual o significado de um enunciado reduz-se aos dados empíricos que vão analisar a veracidade, não as tornando falsa.
A função das palavras não é só designar tudo o que elas são, a linguagem é um instrumento diversificado. É preciso haver uma memorização da linguagem, no caso da criança ele observa os sons, olha para os objetos e tal repetição desses fatos é uma forma de compreensão, passa a ser designar o uso mecânico, o uso da linguagem cotidiana depende do desenrolar da capacidade de uso. O termo "uso" não é mais claro que o termo "significado", mas se houver uma inversão de um pelo outro, desviamos a definição do significado e significação.
Em investigações filosóficas, acentuam o que Wittgenstein considerava os usos, e que são variados. Alguns princípios demonstram isso:
1- O único controle que temos em relação ao estudo da língua é o uso dos enunciados nas diversas situações da vida.

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¹LUDWIE WITTGENSTEIN. Investigações filosóficas, p.14
2- Expressões como "significado de uma palavra" e "significado de uma frase ou oração", podem induzir ao erro, quando ela passa a buscar os seus "significados" com objetos exteriores.
3- O significado de uma palavra e o que ela significa precisa estabelecer relações diversas para explicações de seu "uso".

De acordo com o pensamento wittgensteiniano, é desnecessário admitir que as palavras tenham um significado determinado, como o uso da língua por meio de hipóteses a um acordo sobre o uso das palavras.
Como já dito, Wittgenstein não se preocupou em criar uma "teoria do uso", o conceito de linguagem está ligado ao da teoria do significado como é visto no inicio das Investigações filosóficas:
"Na práxis do uso da linguagem (2), um parceiro enuncia as palavras, o outro age de acordo com elas; na lição de linguagem, porém, encontrar-se-á ?este? processo: o que aprende ?denomina? os objetos. Isto é, fala a palavra (...). Podemos também imaginar que todo o processo do uso das palavras em (2) é um daqueles jogos por meio dos quais as crianças aprendem sua língua materna(...) Pense os vários usos das palavras ao se brincar de roda (...) Chamarei também de "jogos de linguagem" o conjunto da linguagem e das atividades com as quais está interligada"².
Wittgenstein define "jogo de linguagem" como uma combinação de palavras, atitudes e comportamentos que possibilita a compreensão do processo de "uso" da linguagem em sua totalidade. É através dos "jogos de linguagem" que os indivíduos aprendem na infância, a usar certas expressões. Nos "jogos de linguagem" o individuo aprende como usar palavras ou expressões em um contexto determinado, para obter fins.
Wittgenstein mostra que existem diversos "jogos de linguagem" que convivem conosco diariamente como pedidos, perguntas, ordem, o que pode ocorrer uma "semelhança de família":
"(...) Considere, por exemplo, os jogos de tabuleiro, com seus múltiplos parentescos. Agora passe para os jogos de cartas: aqui você encontra muitas correspondências com aqueles da primeira classe, mas muitos traços comuns desaparecem e outros surgem(...) Pense agora nos brinquedos de roda: o elemento de divertimento está presente, mas quantos dos outros traços característicos desapareceram! E assim podemos percorrer muitos, muitos outros grupos de jogos e ver semelhanças surgirem e desaparecerem."³
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² LUDWIE WITTGENSTEIN. Investigações filosóficas, p.12
³ Ibid, pp. 38-9
A comunicação pressupõe que nós compreendamos as palavras da mesma maneira, por mais que um enunciado seja falso, admite-se a compreensão em nossas mentes. Nesse sentido o significado das expressões não depende dos falantes, mas em suas verdades formadas e possíveis, elas próprias por meio de hábitos,práticas e das instituições de uma comunidade lingüística. O estudo dos "jogos da linguagem" comprova que nem todas as palavras são nomes, para nomear algo, não é só encontrar qualquer objeto e nomea-lo. O ato de perguntar ou dar nomes é algo que só se é permitido no contexto de um "jogo de linguagem".
Os estados mentais como a sensação e pensamento, Wittgenstein fez o estudo com a palavra "dor" que funcionaria para nomear as tais sensações.
A intenção de pronunciar palavras está inserida na situação, nos hábitos humanos e nas instituições. Pensar não é nenhum processo incorpóreo que empresta vida e sentido ao ato de falar.
A linguagem deve ser vista, por meio do filósofo, como o modo por excelência de agirmos no mundo, isto é, de interagir socialmente numa comunidade. Se as palavras não podem ser entendidas fora do contexto das atividades humanas não lingüísticas, mas somente junto as determinações que as rodeiam, é ai que se constituem os "jogos de linguagem".
As funções das palavras diferem entre si. As diferenças quanto ás funções das palavras encontram-se ocultas pelas similaridades de suas aparências faladas e escritas. O conhecimento de uma língua, a competência lingüística, a capacidade de participar de "jogos de linguagem" ao qual fornecem-nos o nosso ponto de vista para uma maior realidade, torna-se plano de fundo do nosso comportamento, tanto do ponto de vista do nosso ato de agir, quanto o ponto de vista de interpretar o significado dos atos dos membros que participam da comunidade.

Desde os tempos de Platão em meados do século IV a.c, surge a metáfora da razão: o Iluminar, Ilustrar, fornecer as "luzes". E a grande palavra de ordem na Inglaterra, França ou na Alemanha, eram as idéias em nome da liberdade e possuíam a mesma intenção: combater as trevas e o obscurantismos seja eles filosóficos, religiosos, morais e políticos. E em 1789 na França, surge a "Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão", aonde os homens nascem e permanecem livres e iguais em seus direitos naturais. Se a palavra liberdade nasceu no singular, por qual razão pronunciamos liberdades?
A palavra liberdade é um termo vago, para isso é necessário uma analise:
"[...] Nós não aspiramos a um ideal: como se as nossas frases habituais e vagas não tivessem ainda um sentido totalmente irrepreensível e como se tivéssemos primeiramente de construir uma linguagem perfeita ".(Wittgenstein, p.63)

Segundo Wittgenstein, as expressões lingüísticas têm seus significados nos diversos "jogos de linguagem", os quais são formações de linguagem e ação. Tais expressões obedecem a regras, o aprendizado de uma linguagem natural exige por parte do aprendiz que ele compartilhe uma prática social levadas a comunicação.
A tarefa do filosofo aqui, é tentar explicar os componentes das estruturas, as relações com as formas de vida, conjuntos de crenças, valores e conjunto de interesses que habitam uma realidade social. A prioridade do estudo de Wittgenstein nesse ponto, é resolver e de examinar o problema no uso lingüístico da palavra liberdade. Se questionarmos o que é a palavra liberdade, e da o eu significado ou conceito, estaríamos nos afastando do pensamento Wittgensteiniano da analise critica da linguagem.
A linguagem, segundo Wittgenstein funciona em seus usos, não cabendo indagar sobre o significado e sim sobre suas funções práticas. E é por meio da filosofia da linguagem wittgensteniana que se é possível analisar e responder o porque da palavra liberdade, não ser proferida no singular e sim no plural.
Se a filosofia da linguagem expressa pelo conceito de "jogos de linguagem" propões uma discussão dos problemas filosóficos, consequentemente as variedades dos usos acompanham as tensões e os conflitos entre liberdade e valor eu a expressão adquiri em diversos grupos em cada comunidade.
A origem da palavra liberdade não indica algo homogêneo, porque se trata da família. O uso da palavra liberdade embora o consenso fictício, parece real.
Dentro dos limites dos estudos criados no processo revolucionário em 1789, as palavras como liberdade, liberalismo, socialismo e democracia, passam a ser resgatadas em seus significados por meio de analise crítica que permita desvendar o caráter ideológico dos usos que ela carrega.
Podemos concluir que a filosofia da linguagem, constitui-se não por um sistema filosófico que busca respostas aos problemas tradicionais da filosofia como é o exemplo do problema do Ser (Ontologia), o problema do conhecimento (Teoria do conhecimento ou Epistemologia), ou o problema do Bem(Ética), mas como uma tentativa de refletir sobre questões especificas mediante a interrogação da linguagem do modo que ela é usada. Nesse sentido, a linguagem é a origem e a solução dos problemas filosóficos.
Descrever o significado de uma palavra, é descrever os múltiplas relações sociais das quais elas toma parte. A partir do momento em que o objeto da filosofia lingüística é o uso da linguagem na comunicação, a analise filosófica caracteriza-se pelas descrições e condições do uso da linguagem.
Uma comparação entre "Tractatus Lógico-Philosophicus" e a "Investigações filosóficas", é suficiente para perceber a mudança no pensamento de Wittgenstein. Nas "Investigações filosóficas" o filósofo coloca em realce ao perguntar as partes simples que compõem a realidade. Se indagarmos o que venha a ser a palavra "poltrona" terá a resposta que tal palavra vai depender do contexto em que ela estará inserida. Wittgenstein não nos dá a definição da palavra, e sim uma explicação lingüística em que ela pode ser empregada.







































Autor: Jokarlla Jokarlla Alcantara


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