Corredor estreito



Corredor estreito
Viemos, permanecemos
Em corredor estreito
Percurso longo, sem saída
Com passagens obstruídas
Uma só direção
Sem direito a ilusão
Outros correm a frente
Sem destino diferente
Fazem, ferem, prejudicam
Facilidades nada indicam
Preferem acumular a dar
Deixam o corredor sem ar
Com isto a chama, o fogo, a luz
Pode apagar
Não esticam a mão
Não se preocupam com o irmão
Agindo como agem
Estreitam mais a passagem
Mesmo asfixiados
Colocam obstáculos
Não há amizade, camaradagem
Como podem estas criaturas
De tão frágeis estruturas
Ter se distanciado tanto
Preferir ficar no engano
Longe do Criador
E optar a viver sem amor
Ah! Corredor estreito
Onde não se têm direitos
Onde só se vê defeitos
Parece que não há olhos para o bem
Onde ninguém ama ninguém
Foi neste corredor
Que, desde quando
Caím matou Abel
Quebrou-se o pote de mel
Por onde escorreu o amor
As coisas continuaram
E vão continuar
Só que ninguém quer ver
As passagens diminuindo
Todos se consumindo
Preferindo a serpente
Do que tentar ser gente
Ao lado do criador






Autor: Antonio Ribeiro


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