O atirador de Realengo e o bullying



Longe de mim afirmar que o psicopata que promoveu uma tragédia na escola municipal em Realengo estava movido pelo sentimento de vingança pelo bullying que sofreu no passado. No entanto, dentre os inúmeros fatores, este pode sim ser considerado um agravante para o evento que assistimos horrorizados nesta semana.
Quem vive o cotidiano das escolas nas últimas duas décadas (e eu o fiz como aluno e agora como professor) sabe como o problema do bullying é uma realidade e precisa ser tratada com mais seriedade pela sociedade.
Até pouco tempo visto como "brincadeira de mau gosto", tal fato possui repercussões não só no aprendizado da vítima como também na saúde mental de ambos os envolvidos.
Como professor, é fácil perceber que além de agressor e vítima, todos os alunos que presenciam as cenas da "brincadeira" acabam sofrendo do mesmo problema: a sensação de que não há mais limites.
O bullying é mais do que o retrato da falência dentro da escola, ela ultrapassa os muros do colégio e mostra o rumo que nossa sociedade escolheu tomar. A verdade é que estamos vendo a falência da espécie humana. Pessoas cada vez mais individualistas, capazes de passar por cima de qualquer coisa (pessoas, valores...) para "se dar bem". Maquiavel adoraria viver entre nós.
Poderia aqui dizer que isso tudo é um fruto maldito do capitalismo selvagem, até porque sou um comunista declarado (apesar de não-partidário). No entanto, a hora não é de panfletagem e sim de reflexão.
Até quando nós (pais, professores e gestores) iremos ser cúmplices destas "brincadeiras de mau gosto"? Já não tardou a hora de colocar um basta e iniciar uma campanha séria de informação? Mais do que informação, já não devemos considerar o bullying como um crime e punir com rigor os agressores?

Autor: Luiz Eduardo Farias


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