BLOCO CERÂMICO OU BLOCO DE CONCRETO



BLOCO CERÂMICO OU BLOCO DE CONCRETO ?


Flávio Antônio Lemos
Renato José Dall'Agnol

1 ? INTRODUÇÃO

O presente artigo visa apresentar um comparativo entre bloco cerâmico e bloco de concreto. Serão analisados aspectos desde sua fabricação, processo de compra e logística, passando por sua efetiva utilização, destacando vantagens e desvantagens de cada bloco.

2 ? OBJETO DE ESTUDO

Com base na TCPO, serão utilizados como amostras as seguintes composições:
04221.8.1. ALVENARIA de vedação com bloco de concreto, juntas de 10mm com argamassa mista de cimento, arenoso e areia sem peneirar traço 1:4:4.
04211.8.3. ALVENARIA de vedação com bloco cerâmico furado, juntas de 12mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:2:8.
Dimensões utilizadas (cm) 14 x 19 x 39.

Imagem 01 ? Bloco de concreto Imagem 02 ? Bloco cerâmico
Fonte: www.aldebaraceramica.com.br Fonte: www.aldebaraceramica.com.br


3 ? PROCESSO DE FABRICAÇÃO

O bloco de concreto é composto basicamente por cimento, cal, água e agentes expansores (pó de alumínio) e uma proporção grande de areia de silica-rica (areia silicosa). É um tipo de concreto de peso leve geralmente pré-moldado em forma de bloco curado sob pressão elevada dentro de fornos especiais chamados autoclaves.
Já os tijolos cerâmicos são produzidos a partir da argila, geralmente sob a forma de paralelepípedo, possuem coloração avermelhada e apresentam furos ao longo de seu comprimento. São fabricados nas olarias, sendo os tipos mais comuns de tijolos os furados, podendo variar entre quatro, seis ou oito furos, ou ainda, usando o tijolo sem furos, conhecido popularmente como tijolo maciço.
A fabricação do tijolo vem da extração de argila. Após, a argila é estocada e deixada ao sol, para haver a decomposição de matérias orgânicas que por sorte estiveram junto da argila no momento da extração. Após o tempo de cura, a argila é processada por uma máquina conhecida como picador, ou amassada com ajuda animal, e segue ou para outra máquina que efetua o modelamento e corte da argila, ou para um funcionário efetuar, de maneira manual, sua moldagem e corte.
Logo após isto, a argila, já como tijolo, é posta para secar no sol e, após dois dias de secagem, é posta nos fornos, onde são queimadas por um período de dois a três dias.
Depois da queima, os tijolos são postos para esfriar por ação do tempo ou por ventiladores industriais para que, após resfriados, os funcionarios tidos como carregadores possam colocar os tijolos em caminhões e, por fim, possam ser utilizados.

4 ? FATORES NA AQUISIÇÃO

Quando planejamos a compra dos blocos, alguns aspectos devem ser considerados. A localização da fábrica ou indústria, pois esta informação poderá elevar ou diminuir o custo da carga, bem como as possibilidades de logística disponíveis (rodovias, ferrovias, etc). Saliente-se que o palet (192 unidades) de bloco cerâmico pesa aproximadadmente 1.260kg, enquanto que a carga de concreto chega a 1.710kh (diferença de 35%).
Ao se adquirir bloco cerâmico: as dimensões e o nome do fabricante devem virr gravadas no produto, confira se o material cerâmico foi bem queimado batendo levemente no produto. Blocos de qualidade apresentam um som agudo.
Ao se adquirir bloco de concreto: devem ser homogêneos e apresentar as arestas vivas (retas), sua superfície deve ser suficientemente áspera para garantir aderência do produto.
De um modo geral, ambos devem ser submetidos ao teste de umidade, para ter certeza de que não absorvem muita água e conferidas sua dimensões especificadas.

5 ? RECEBIMENTO E MANUSEIO

Verificar se a empresa executa em conformidade às normas técnicas, com acompanhamento de um laboratório e controle de qualidade. Observar as análises das dimensões, resistência à compressão, determinação da massa específica e absorção e retração por secagem, deve ser observado nos blocos de concreto, porém nada impede desta análise ser estendida ao tijolo cerâmico, evitando problemas futuros com unidades danificas, ou fora das dimensões.

NBR 7173 BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO SIMPLES PARA ALVENARIA SEM FUNCAO ESTRUTURAL
NBR 7171 BLOCOS CERAMICOS PARA ALVENARIA












6 ? VANTAGENS E INDICAÇÕES

A tabela a seguir apresenta alguns dados com relação aos blocos analisados.
BLOCO DE CONCRETO
BLOCO CERÂMICO
(+) menor utilização de revestimentos (-) maior utilização de revestimentos
(-) maior custo da estrutura (peso) (-) menor custo da estrutura (peso)
(=) rendimento 13 unidades por m² (=) rendimento 13 unidades por m²
(+) perda adotada de 3% (-) perda adotada de 5%
(=) pedreiro/servente 0,70 horas por m² (=) pedreiro/servente 0,70 horas por m²
(+) maior resistência à carga (-) menor resistência à carga
(-) menor capacidade térmica-acústica (+) maior capacidade térmica-acústica
(-) maior absorção de água (+) menor absorção de água
(=) grande variedade de modelos (=) grande variedade de modelos
(-) grande dificuldade no manuseio (+) pequena dificuldade no manuseio


7 ? CONSIDERAÇÕES FINAIS

As análise obtidas no permitem afirmar que efetivamente não existe um tipo de bloco que seja mais eficaz que outro, que há uma série de fatores que determinam esta definição. Isso vai variar de região para região, qualificação da mão de obra empregada, tipologia da edificação, mercado financeiro e também através de uma boa compra.
O aspecto financeiro não foi muito levado em conta devido a enorme quantidade de empresas do ramo, bem como a utilização da argamassa, que varia na produção deste insumo.
Porém, uma constatação é categoricamente afirmada, devem-se elevar os índices de qualidade dos materiais do setor civil, obrigando as empresas à padronização de produtos e que busquem a melhoria dos processos de confecção e de aspectos financeiros, bem como a gestão de geração e reaproveitamento de entulhos, visando a garantia do produto final e a busca do desenvolvimento sustentável.


8 ? REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

DIAS, F.S.; DILL, TOLEDO, R.; ALEXANDRE, J., Avaliação do impacto no custo de edificações, artigo.
Endereço Eletrônico: www.abceram.org.br.
Endereço Eletrônico: www.abcp.org.br.
Endereço Eletrônico: www.inmetro.gov.br.
QUEIROZ, Tiago; CORDEIRO, José, Tijolo ou concreto: qual comprar?, www.zap.com.br.
TCPO: tabelas de composições de preços para orçamentos, 12.ed. - São Paulo: Pini, 2003.


Autor: Renato José Dall Agnol


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