CONHECIMENTO UNIVERSITÁRIO



CONHECIMENTO UNIVERSITÁRIO


Renato José Dall'Agnol


Resumo: No contexto de aprendizagem por método repetitivo, busca-se passar ao aluno uma técnica que até algum tempo atrás ainda surtia efeito, hoje se discutem novas formas de aprendizagem, que induzem o aluno a uma técnica investigativa e de pesquisa, que o tornam capaz de formular opiniões próprias.

Palavras-chave: conhecimento, pesquisa, aprendizagem.


Desde o primeiro contato que as pessoas têm com o estudo, é ensinado um método de aprendizagem que pouco, ou quase nada, contribui para a formação pessoal do indivíduo, pois tudo é passado através de repetição, algo que é útil apenas por um determinado tempo. Este conhecimento logo será esquecido, porque não instiga a pesquisa, a busca mais aprofundada de determinado assunto e, sim, é algo imposto que deve ser correto e apropriado.
O surgimento das primeiras Universidades, ainda no período medieval, entre os séculos XI e XII (MANCE), vem contribuir plenamente para que se comece uma revolução no sentido de novos conhecimentos. As universidades estimularam o desenvolvimento intelectual e passaram a ser o principal espaço de formação de lideranças sociais, religiosas e civis (MANCE). Ainda que o modelo jesuítico, onde o conhecimento era visto como pronto e acabado, transmitido pelo professor e assimilado e memorizado pelo aluno era o que definia a prática pedagógica das instituições escolares, começam a surgir novas formas de aprendizagem. Com o modelo franco-napoleônico, muito restrito à elite, caracterizou-se como uma organização profissionalizante, onde a maior preocupação era formação de quadros profissionais.
O comprometimento da universidade com o avanço da ciência e da tecnologia a serviço de duas questões fundamentais: acelerar o processo de industrialização e o de integração nacional era o ponto principal a ser obtido pelo modelo alemão de ensino. Modelo este, que mais tarde, influenciaria positivamente para reformar o sistema de ensino superior e constituir a Universidade Brasileira.
Com a implantação da Universidade de Brasília, teve-se a preocupação de criar uma nova Universidade ligada a produção do saber e comprometida com a reflexão crítica e solução dos problemas nacionais.
A existência de vários modelos de ensino superior reforça o objetivo da pesquisa e seu papel potencializador de processos de produção de conhecimentos, mas "ao ingressar na universidade, o estudante depara-se com uma nova realidade de estudos; portanto, seu comportamento deve necessariamente mudar" (SOARES; RAUBER, apud DMITRUK; DILL), o acadêmico passa a ter a necessidade de dominar um método diferenciado de estudos. O ensino que acontece basicamente em sala de aula, deve servir somente como uma etapa inicial, sendo fundamental a pesquisa de outras leituras e complementos.
A alfabetização tecno-científica possibilita, aos universitários, entendimentos, critérios e normas do processo de ensino/aprendizagem. O método de pesquisa abrange uma gama de processos de produção de conhecimento que devem ser acessíveis a todos, que será o responsável pela formação e desenvolvimento de indivíduos críticos e criativos, qualificando ainda mais o ensino universitário.
Através de um processo contínuo e dinâmico, a prática de pesquisa em aula, tornará os alunos cada vez mais competentes na produção de conhecimentos, tornando-os independentes e autocríticos. Neste sentido a universidade deve assumir um importante papel, sob um ponto de vista estimulador, cabendo a ela o dever de instigar o espírito investigativo de seus alunos.
Uma pesquisa deve ser encarada como um princípio educativo, onde a busca do saber deve ser algo fundamental e objetiva, pois só quem sabe e domina o conhecimento de determinado assunto é que está apto a ensinar.
Partindo de uma série de processos disponíveis de pesquisa, tais como: aulas práticas e teóricas em sala de aula, leitura de obras e matérias e documentos eletrônicos, mais necessariamente nas páginas da Internet, podemos obter resultados de pesquisas já elaboradas e, a partir daí procurar novas soluções, sejam contestando algo já descoberto ou confirmando novas provas do ocorrido, pois segundo Renné Descartes, filósofo francês, "[...] para um espírito adquirir capacidade é necessário exercitá-lo no descobrimento de coisas descobertas" (apud DMITRUK). Desse modo, o caminho mais curto do conhecimento sempre passa por uma busca, uma pesquisa e um objetivo.
O constante processo de aprendizagem deve levar em consideração que não devemos simplesmente aceitar ou permanecer apáticos ao ensino atual, que não devemos encarar os estudiosos e outros pesquisadores como seres extraordinários, dotados de uma fenomenal capacidade de inteligência e raciocínio, pois como o próprio nome demonstra, estudiosos e pesquisadores nada mais fazem do que simplesmente estudar e pesquisar, mesmo que seja o mesmo conteúdo ou algo por inúmeras vezes, pois quanto mais se estuda mais se aprende. Não devemos ver a ciência como algo fantástico e inimaginável, mas sim como uma matéria a ser explorada com muita pesquisa para que tenhamos um conhecimento apropriado, através de uma forma agradável de aprendizagem, pois caso contrário estaremos sucumbindo às idéias de poucos, que nos fazem crer que, o que eles nos passam já é o bastante e como dizia o grande gênio Einstein, "[...] devemos tomar realmente por um milagre o fato de que os métodos modernos de ensino não tenham sufocado ainda de todo a curiosidade investigadora, já que este gérmen delicado necessita não sé de estímulo, mas acima de tudo liberdade (apud DMITRUK).

Referências bibliografias:
DMITRUK, Hilda Beatriz, Cadernos Metodológicos ? Diretrizes do trabalho científico, Chapecó: Argos, 2004.
MANCE, Euclides André, A Universidade em Questão ? o conhecimento como mediação da cidadania e como instrumento do capital, www.milenio.com.br/mance/universidade.htm.
DMITRUK, Hilda Beatriz; DILL, Teresa Machado, Os caminhos do conhecimento no espaço universitário, artigo.

Autor: Renato José Dall Agnol


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