Pare de falar!



As declarações polemicas do Deputado Federal Jair Bolsonaro, tem sido alvo de severas críticas na mídia em geral.
Uns dizem que possuem características discriminatórias e racistas, outros alegam que chegar a vestir as características de quem é favorável à sistemas perversos e autoritários como o nazismo.
Não escrevemos para compartilhar das ideias, muito menos para julgá-las, mas sim para ponderar as alegações feitas pelo já citado Deputado.
É de conhecimento de muitos, senão de todos, que os membros do Poder Legislativo gozam de imunidade em suas palavras, votos, opiniões e pensamentos.
Este com certeza é um dos mais relevantes direitos que propiciam o exercício da democracia no Brasil, visto que ao menos os representantes do povo podem discutir e argumentar livremente seus pontos de vista, manifestando o que entendem como realmente pertinente ao povo.
Não discordo de quem afirma que as palavras do Deputado foram grosseiras, e foram entoadas de modo agressivo e inoportuno, porém, nem tudo que por ele dito pode ser deixado de lado.
Pensamos que o pavor referido a possibilidade do ressurgimento de sistemas autoritários, não pode servir como argumento para ser permitida a total liberdade a tudo.
O ser humano vive em sociedade e por isso necessita de regras sociais que tracem diretrizes, por isso discussões são de extrema necessidade.
Observamos que além dos problemas sociais que conhecemos desde 1500, a liberdade em excesso, trouxe ao Brasil grandes entraves sociais, servindo como um breve exemplo a criminalidade.
Não existe mais respeito ao próximo!
Não existe mais cidadania, em sua mais simples concepção, ou melhor hodiernamente, confundem a cidadania com o mero direito a voto ou de possuir documentos!
Estamos nos avizinhando de um colapso social, onde todas as regras anteriormente impostas não servem com parâmetro de observação de conduta.
Se quer o Estado obedece as leis por ele mesmo foram estipuladas, como se houvesse o verdadeiro "faça o que eu digo, mas não o que eu faço".
Está tudo errado!
Temos uma música muito pertinente e que reflete perfeitamente esta situação; "ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação. Que país é esse?", é hilariante perceber que quanto mais velha essa musica se torna, mais contemporânea fica!
O Povo brasileiro, para ser cidadão, deve antes de tudo aprender a conviver e respeitar as diferenças, sejam elas entre classes sociais, sexuais, ou qualquer outra que seja.
Cidadão é aquele que participa efetivamente da vida do Estado, atuando, ajudando a preservar, ampliar e até mesmo restringindo direitos.
Lembram do "caput" do artigo 5º da Constituição? "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]".
Esta parte do artigo também será letra morta?
Por isso afirmamos que nem tudo que o Deputado alegou em suas declarações, podem ser desconsideradas.
Desta maneira, invés de apenas tecer críticas ao que foi dito, devemos desenvolver nosso país com leis que sejam obedecidas e cumpridas.
E dizemos mais, os que se sentiram atrozmente feridos pelas declarações, façam valer o direito ao voto, pensando melhor ao eleger seus representantes, não façam apenas diferença no momento do voto, mas em todo interregno.
Apenas falar não adianta, façam acontecer, manifestem-se, se necessário for, reúnam-se e vão às ruas protestar.
Nunca deixem de lembrar que liberdade não se confunde com libertinagem!

Autor: Thyago Cezar


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