SURGIMENTO DO UNIVERSO NA GEOGRAFIA:



"Organizamos o mundo em nossa volta...nosso cérebro é produto do ambiente em que ele funciona. Será que podemos construir uma visão pura do mundo? Ou será que estamos aprisionados dentro de nossos próprios mecanismos racionais? Quando essas questões começam a me perturbar escapo para as montanhas".

Marcelo Glaser "A Dança do Universo"


Para o Astrônomo e Físico Marcelo Glaiser, muitas questões da natureza inclusive a do surgimento do universo o incomoda.

Em seu livro (A Dança do Universo pág. 359 a 361), afirma que as leis da Física juntamente com um sólido programa observacional, podem ser usadas para reconstruir os aspectos mais importantes da história do universo.

Posteriormente o mesmo afirma que essa reconstrução está longe de ser concluída, se é que um dia ocorra essa construção.

Podemos dizer que universo incomoda muitos cosmólogos e me incomodou ao saber que o tema surgimento do universo está presente no discurso geográfico, se é que podemos chamar assim, mas o que importa é que esse discurso é abordado nas 5ª series (6°anos) e no 1°ano do ensino médio por muitos professores do ensino básico e livros didáticos de Geografia.

O motivo que me levou a busca desse tema (surgimento do universo) foi um fato que ocorreu no estágio realizado no 4° período do curso de graduação.

Ao assistir aulas de Geografia do 1° ano do ensino médio no colégio Anhangüera, (localizado no distrito da Lapa, Zona Oeste de São Paulo), o professor estava explicando como era o planeta Terra em seu início de formação, então, um aluno perguntou "como surgiu o universo?".

O professor para tirar a dúvida do aluno, respondeu dizendo que aconteceu uma grande explosão, Big Bang, que formou os planetas e os demais corpos do sistema solar. Posteriormente perguntou se eu sabia algo mais sobre a teoria do Big Bang, então contribui dizendo que a teoria não está pronta, que existem grupos científicos que a aceitam e grupos que não aceitam e acreditam em uma força maior que criou o universo, porém o Big Bang, é a mais aceita das teorias no campo científico.

Após a minha resposta, os alunos ficaram muito empolgados, fazendo mais perguntas a respeito do tema, eu e o professor não tínhamos bagagem de conhecimentos para tirar as dúvidas dos alunos.

Esse acontecimento me despertou para a busca de mais conhecimentos sobre o surgimento do universo, como essa discussão está sendo feita nas ciências cosmológicas e nos livros didáticos de Geografia.

Ao observar alguns livros didáticos de Geografia, vi que o tema é abordado na 5ª serie (6°ano) ano do ensino fundamental e 1°ano do ensino médio e optei por analisar livros recentes das tais séries.

Foi assim que percebi que nem todos os livros didáticos abordam o tema surgimento do universo, muitos mostram como funciona o sistema solar, sua formação ou como se formou o planeta terra.

Com todas essas indagações, decidi realizar a pesquisa, não com o propósito analisar as teorias sobre o surgimento do universo e sim partir dos referenciais que tem os alunos do 1°ano do ensino médio e 5ª série (6°ano) sobre suas visões e concepções (que foram representadas em forma de desenhos), a visão dos professores de Geografia das respectivas séries e como os mesmos trabalham em aula e o que trazem os livros didáticos (de Geografia) que abordam o tema ou se abordam, comparando o grau de evolução desses três elementos, visto como essenciais no processo de ensino aprendizagem.


A investigação realizada para esta parte da pesquisa considera a arte como uma prática de conhecimento importante para formação do indivíduo.

Cesar Pereira Cola, em seu trabalho de doutorado "Desenho Infantil Processo de Comunicação e expressão" afirma que desenhamos todos os dias sem que percebermos mentalmente. Exemplifica que crianças e adultos registram mentalmente um percurso de um local ao outro.

Portanto, para entender o que pesam os alunos de 5ª série (6° ano) e alunos do 1° ano do ensino médio sobre o que os mesmos pensam sobre o surgimento do universo, utilizou-se em forma de representação, desenhos realizados por alunos, estipulando comparações entre os mesmos.

"O desenho funciona como processo de comunicação e expressão"

(Cesar Pereira Cola, p.10.)



Para realização dos desenhos feitos pelos alunos, foram escolhidas duas escolas, o Colégio Anhanguera e o Colégio Olga Ferraz, ambos localizados na zona Oeste de São Paulo.

Momentos antes da execução dos desenhos realizados por parte dos alunos foi feita uma provocação nos mesmos e um breve discurso de conceitos sobre o surgimento do universo para que os mesmos pudessem ter uma noção do que eles deveriam e poderiam representar.

Primeiramente foi perguntado aos alunos se eles já haviam observado o céu diurno e noturno e o que viram, em relação aos astros que existem no universo. Esse primeiro passo fez com que os alunos compreendessem que no universo existem astros como plantas, estrelas, meteoros, galáxias, cometas, poeira cósmica, buracos negros e etc., sendo estas, as respostas dos alunos.

Após concordar com os alunos sobre os corpos existentes no universo, perguntei se eles sabiam a quantidade de estrelas e galáxias existentes no universo. Respondendo que não, afirmei que o homem ainda não se tem uma certeza, cientistas estipulam aproximadamente 80 milhões e 100 bilhões de estrelas nas galáxias, muitas maiores que o nosso sol, em 125 bilhões de galáxias, muitas maiores que a Via Láctea (nossa galáxia).

Posteriormente foi feita a perguntas "Como será que surgiu o universo? De onde vieram esses corpos que acabamos de mencionar"?

Em ambas as escolas parte dos alunos responderam Deus e outros responderam Big Bang. Os alunos possuíam alguns conceitos de concepções sobre o surgimento do universo.

Logo, pedi para que os mesmos fizessem um desenho, obtendo dez desenhos que foram realizados por alunos de 5ª série (6°ano) e dez desenhos de alunos do 1°ano do ensino médio que serviram como material de análise para esta parte da pesquisa.


Avaliações dos desenhos e conclusões

"A construção de um espaço claro e coerente representado opera-se ao mesmo tempo que a construção do objeto... Na experiência vivida o perceptivo não comporta objetos fixos... A construção do espaço gráfico é longa e progressiva". (MÉREDIREU, 2006, p. 44, 45)

As concepções de meredieu justificam os diferentes graus de evolução dos conceitos que possuem os alunos.

Nota-se que metade dos desenhos realizados pelos alunos de 1° ano, possuem conceitos de surgimento do universo científicos, o do Big Bang (grande explosão) e a outra metade dos alunos possuem o conceitos religiosos.

Com o cuidado de ser imparcial nas observações dos desenhos dos alunos, nota-se que os alunos que concebem o surgimento do universo através do Big Bang ou explosão, em suas representações contém a maneira processual da ocorrência do fenômeno, já os alunos que concebem o surgimento do universo através de Deus, o colocam no centro de seu universo e a maioria dos alunos associa o universo somente ao planeta Terra, sem os detalhes processuais de formação.

Com essas observações podemos ratificar os dizeres de Mèrdieu, que "a construção de um espaço claro e coerente representado opera-se ao mesmo tempo que a construção do objeto" . Este conceito pode justificar o porquê que os alunos que representaram Deus em suas concepções de surgimento do universo não desenharam a maneira processual do (surgimento do universo), pois no cristianismo não existem teorias que explicam o universo, e sim os elementos que compõe o planeta Terra, com exceção do Sol. Portanto está colocado o motivo do porque que os alunos que concebem Deus, desenharam paisagens terrestres, nunca viram uma explicação de que Deus criou Marte, Cometas, Galáxias e outros corpos que compões o universo, os objetos que os alunos representaram em seus desenhos estão coerentes com suas concepções, a religiosa.

Nas representações feitas pelos alunos de 5ª série (6°ano) percebe-se uma variedade de conceitos de como teria ocorrido o surgimento do universo. Onde aparecem em dois desenhos o Big Bang, dois desenhos Deus, dois desenhos furacão, um choque de planetas e três dos alunos não possuem uma concepção formada.

Temos que levar em consideração que os alunos de 5ª série (6º ano), estão passando por um recém contato com a ciência, talvez ainda seja cedo para concluir suas opiniões. Podemos aplicar os dizeres de Mèredieu "Na experiência vivida o perceptivo não comporta objetos fixos", justificando as variedades de conceitos que possuem os alunos, e que futuramente, seus conceitos de surgimento do universo irão passar por transformações.

Comparando os desenhos dos alunos de 1°ano do ensino médio com os dos alunos de 5ª série (6°ano) quanto as suas concepções de surgimento do universo, nota-se que os alunos de 1° do ensino médio concebem Big Bang e Deus, já os alunos de 5ª série (6° ano) aparecem mais concepções como Big Bang, Deus, furacão, choque de planetas e alunos que não possuem concepções.

Também comparando os desenhos das duas turmas, podemos observar que o universo para a maioria dos alunos compõe o que seria o Sistema Solar com algumas estrelas, e para outros, não passam do planeta terra, com exceção de um aluno de 5ª série que realizou o 18° desenho, pois seu universo vai além do Sistema Solar. Logo, podemos dizer que esse aluno em relação os demais, possui maior grau de desenvolvimento sobre os elementos que compõe o universo.

Conclui-se nesta parte da pesquisa que de todas as representações realizadas de como os alunos concebem o surgimento do universo, o Big Bang e Deus, somam a maioria, posteriormente estão às concepções dos alunos de 5ª série (6° ano) onde três não possuem opiniões formadas, dois concebem um furacão e um aluno choque de planetas.

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A REALIZAÇÃO DA PESQUISA COM OS PROFESSORES DE GEOGRAFIA
Após entender o que pensam os alunos, para dar continuidade ao trabalho foi realizada uma pesquisa com os professores de Geografia, pois, considera-se que os mesmos são agentes fundamentais no processo de construção do conhecimento em sala de aula.

Foram escolhidos dois colégios, Colégio Anhanguera e colégio Olga Ferraz, ambos localizados na zona Oeste de São Paulo.

No colégio Anhanguera, foram entrevistados três professores de Geografia que lecionam para alunos de 5ª série (6°ano) e no colégio Olga Ferraz uma professora de Geografia que leciona para alunos do 1° ano do ensino médio.

Através de diálogos, os professores responderam quais suas concepções de surgimento do universo e como trabalham o tema em sala de aula.

Observação: o primeiro professor de 5ª série (6°ano) e o quarto professor de 1° ano do ensino médio que foram entrevistados lecionam para os alunos que contribuíram para a primeira parte da pesquisa.



Entrevista com professores de Geografia de 5ª série (6° ano).

Pergunta feita ao professor: Como o professor concebe o surgimento do universo e como trabalha o tema com os alunos em sala de aula?



O primeiro professor entrevistado afirmou que toda teoria é questionável, não vê muita diferença da explicação do conceito de surgimento do universo entre a teoria do Big Bang e a explicação dada pela religiosidade, diz que são apenas duas maneiras que tentam explicar o surgimento do mundo.

Segundo o professor, o tema aparenta ser algo distante para os alunos, porém o professor afirma que na realidade não é, pois o nosso planeta compõe o que chamamos de universo.

Para o professor, o aluno possui uma formação cultural, citou como exemplo a religião e que quando discute o tema surgimento do universo em aula, há um questionamento por parte dos alunos.

Para o professor, o discurso científico ignora o religioso isso está presente na maioria dos livros didáticos e os alunos possuem uma visão religiosa a respeito do tema.

O professor diz discutir em sala de aula tanto o ponto de vista científico quanto o religioso sobre o tema. Disse que os alunos fazem perguntas difíceis que não há explicações concretas, como, a onde é o fim do universo, qual é o seu tamanho ou em qual local aconteceu o Big Bang.

A segunda entrevista foi com uma professora que concebe o surgimento do universo como um grande acaso, prefere acreditar na teoria do Big Bang do que na explicação religiosa, pois é atéia.

Segundo a professora, o tema não é fácil de ser trabalhado em sala de aula, pois o conceito é muito maçante para os alunos de 5ª série. Não concorda do tema surgimento do universo ser abordado na 5ª série, disse que esse tema poderia ser abordado em séries posteriores.

A professora respeita a visão religiosa dos alunos, porém, em aula trabalha a teoria do Big Bang. Diz não se aprofundar no tema apenas explica aos alunos o que seria o Big Bang, quando aconteceu e que gerou os corpos existentes no espaço.

Segundo a professora o tema surgimento do universo não é fácil de ser trabalhado em sala de aula, alega ser muito maçante para ser trabalhado em sala de aula para os alunos de 5ª série (6º ano) dizendo que o mesmo poderia ser abordado em séries posteriores.

O terceiro professor entrevistado se formou em Sociologia, tendo habilitação para atuar como professor de Geografia no ensino fundamental.

Segundo o professor, o mesmo acredita no Big Bang, comentou que na graduação participou na universidade de um curso paralelo de astronomia para que pudesse ter uma noção básica do assunto, diz que o tema surgimento do universo chama a sua atenção.

Diz trabalhar o surgimento do universo com os alunos em aula sem grandes aprofundamentos. Discute a teoria para que os alunos tenham uma noção básica de como surgiu o universo do ponto de vista científico e que possui alguns materiais como vídeos educativos de astronomia, quando possível, os passa para os alunos assistirem em aula.

Afirmou que a cultura religiosa também precisa ser discutida, pois o tema surgimento do universo envolve tanto o ponto de vista científico como o religioso, respeita o religioso e se preocupa em não confundir a cabeça dos alunos ou traumatizá-los.



Entrevista com a professora de 1° ano do ensino médio

Segundo a professora a mesma é espírita e afirmou que sua religião concebe as origens acreditando na ciência, no caso do surgimento do universo o Big Bang.

Segundo a professora, sempre trabalha em aula a concepção científica e afirmou que quando os alunos perguntam de Deus, a mesma afirma que cada um tem a sua concepção sobre suas crenças.

Comentários das afirmações dos professores Segundo o primeiro professor, o mesmo afirma que toda teoria é questionável e que não vê muita diferença entre a teoria do Big Bang e a explicação dada pela religiosidade. Nota-se que o professor faz um julgamento, e para o mesmo não há uma verdade. É importante conceber que cada povo, cada nação, possui uma identidade constituída historicamente e socialmente possuindo cada uma delas suas crenças seus costumes que não se pode ser desconsiderados. Não podemos esquecer quais são as funções do professor, uma delas "apresentar para o aluno o olhar cientifico" seja ele verdadeiro ou não.

Independente se as teorias que são apresentadas sobre o surgimento do universo sejam verdadeiras ou não, se o tema aparenta ser algo distante para os alunos, mas não é como diz o professor, "o aluno carrega uma bagagem de conhecimento que não foram adquiridos na escola e quando vai se apropriando de novos conhecimentos, eles acabam por fazer parte de sua vida, portanto "a forma de como ele vai fazer parte de sua vida, dependerá da maneira de como ele irá fundir o conhecimento novo como com aqueles que já possuía" (Santos Douglas p. 5).

Quando o professor diz que os alunos possuem uma formação cultural e cita como exemplo a religião, e que, quando discute o tema surgimento do universo em aula há um questionamento por parte dos mesmos, "acontece ai o processo de ensino aprendizagem, o reordenamento de suas estruturas de significação" (Santos Douglas. p. 3).



Sobre o Segundo professor:

(Vygotsky e colabolaboradores, em seu livro "Pensamento e Linguagem" afirma que o desenvolvimento dos processos que resultam na formação de conceitos, inicia-se na infância, mas as funções intelectuais básicas para isso só ocorrem na puberdade. Aos 11, 12 anos a criança é capaz de realizar abstrações, que vão além das práticas imediatas, mas isso não se dá pela idade simplesmente, é preciso levar em conta a experiência, ou seja, se o meio ambiente não favorecer os desafios e as tarefas necessárias para estimular seu intelecto, seu raciocínio poderá não alcançar o nível possível para sua faixa etária. Diz também, que a memorização e a associação por si só não propiciam formação de conceitos. Em qualquer idade um conceito encarnado em uma palavra representa um ato de generalização, mas o significado das palavras evolui e, quando a criança aprende uma palavra, representa um ato de generalização, seu desenvolvimento mal começou. A medida que o intelecto da criança se desenvolve é substituído por generalizações de tipo cada vez mais elevado. Este processo acaba a levar os verdadeiros conceitos.

Portanto, a prática como diz Vigotsky, mostra que é impossível e estéril ensinar conceitos de uma forma direta. Um professor que tenta conseguir isto habitualmente não consegue da criança mais do que um verbalismo oco. Quando uma criança ouve, lê uma palavra desconhecida, numa frase quanto ao resto compreensível, e, depois lê em outra frase, começa a fazer uma nova idéia de novo conceito.

Sem entrar na discussão se a professora possui razão ou não quanto o tema surgimento do universo ser abordado em séries posteriores, o importante é ter ciência que a criança jamais aprenderá um conceito sem passar por um processo de evolução do próprio intelecto. Não concordar do tema surgimento do universo ser abordado na 5ª série (6° ano) e sim em séries posteriores, como afirma a segunda professora, não significa que o aluno passará a absorver os conceitos e entende-los.

Outro comentário a ser feito é que segundo a professora, a mesma diz respeitar a visão religiosa dos alunos, porém, em sala de aula trabalha a teoria do Big Bang.

Sabemos que as ciências permitiram que adquiríssemos muitas certezas, mas igualmente revelam inúmeras incertezas (MORIN, Edgar, p.16-17).

Logo, por que não se incluir o ensino das incertezas, pois sabemos que o inesperado e a incerteza estiveram no desenvolvimento de grandes descobertas e teorias que temos hoje, e também, não se pode esquecer que a explicação religiosa (que para professora seria uma incerteza), estiveram presentes em fenômenos que atualmente são explicados pela linguagem científica, como é o caso do surgimento do universo.



O terceiro professor diz que na graduação participou na universidade de um curso paralelo de astronomia, o mesmo está indo pela lógica de que o conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira e serve para preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana.

Quanto à metodologia utilizada em aula, quando o professor diz que trabalha a teoria científica e que quando possível passa para os alunos vídeos educativos de astronomia para que os mesmos assistam, contribui para que os alunos observem o ponto de vista científico sobre o tema surgimento do universo com outras perspectivas, (no caso astronômica, e deve torná-la geográfica). Utilizando como método mídias digitais, torna à aula diferenciada, na qual os alunos geralmente estão acostumados no cotidiano, onde o professor fala e os mesmos ouvem.
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Porém, vale lembrar que o professor que deve propiciar condições para que o aluno possa formar ele mesmo um conceito.

O professor ao afirmar que a cultura religiosa também precisa ser discutida, o mesmo está trabalhando o conceito de surgimento do universo que geralmente os alunos possuem, (o dado pela religiosidade), e está indo de acordo que o conhecimento científico que deve ser atualizado, reelaborado em função da realidade do aluno e do seu meio, portanto, nesse caso, há uma relação dialética entre o saber e a realidade do aluno, o professor não se torna um mero reprodutor de conceitos ocos.

Quanto à professora do ensino médio, podemos observar que a mesma respondeu a pergunta sem muitos detalhes.

Percebe-se que para a professora a mesma não da muita importância para a discussão do surgimento do universo dada pela religiosidade na qual geralmente são os conceitos que possuem os alunos, diz discutir o ponto de vista cientifico no caso o Big Bang. Se a professora trabalha em aula da mesma maneira que respondeu a pergunta (sem aprofundamentos) podemos dizer que a mesma não vê como necessário discutir o tema surgimento do universo com seus alunos ou não se sentiu a vontade para participar da pesquisa. Por mais que para a professora não seja necessário que o tema surgimento do universo deva ser trabalhado com seus alunos, poderia fazer desse tema uma grande possibilidade para desenvolver (propiciar) que os mesmos desenvolvam seus argumentos, que construam suas reflexões, pois o tema desperta curiosidades nos alunos. Eis a oportunidade de usar o tema como estratégia.


O que há em comum e o que se diferencia sobre as concepções dos professores, conclusão.

"A ajuda para o desenvolvimento das competências em função do que coloca problemas, pergunta, dialoga, ouve os alunos, abre espaço para expressarem seus pensamentos...O que está em questão, portanto é a formação do que ajuda o aluno a transforma-se num sujeito pensante". (LIBÂNEO, 2006, p. 29-30.)



Seguindo os parâmetros das competências de Libâneo, podemos dizer que a segunda e a quarta professora, não desenvolvem a construção do conhecimento nos alunos, pois com o relato da segunda professora, a mesma diz trabalhar a teoria do Big Bang de forma básica não abordando a questão religiosa. A quarta professora também trabalha apenas o Big Bang e não discute a questão religiosa com os alunos. Para Libâneo o professor deve, problematizar, perguntar, dialogar, ouvir os alunos.

O primeiro e o terceiro professor entrevistado por mais que conceba o Big Bang como surgimento do universo (como é o caso do terceiro professor), afirmam que a cultura religiosa também precisa ser discutida. Logo os mesmos se diferenciam dos demais professores entrevistados, trabalham em aula o Big Bang e a religiosidade sobre o surgimento do universo indo de acordo com o processo de construção do conhecimento segundo Libâneo.

Para o primeiro e segundo professor o tema não é fácil de ser abordado em sala de aula, porém nota-se que o primeiro professor proporciona o processo de construção do conhecimento com os alunos, diferente da segunda professora que concebe o Big Bang e apenas o trabalha em aula. O terceiro e o quarto professor não expressam dificuldades em trabalhar o tema com os alunos.

Comparando entre os professores como os mesmos trabalham o tema surgimento do universo em sala de aula, o terceiro professor se diferencia dos demais ao afirmar que utiliza métodos através de mídias digitais (no caso do surgimento do universo) sempre que possível passa vídeos educativos aos alunos. Também o mesmo professor se diferencia ao afirmar que se preocupa em não confundir os alunos ou traumatizá-los.

Segundo o professor, o mesmo buscou conhecimentos além de sua formação, realizou um curso paralelo de Astronomia contribuindo para sua bagagem de conhecimentos, fazendo que esteja mais bem preparado para atuar como professor.

Concluindo este estudo, ao comparar os professores do ensino fundamental com a professora do ensino médio nota-se que o terceiro professor de 5ª série (6º ano) está mais preparado para atuar em sala de aula, pois seus métodos proporcionam a construção do conhecimento.

A professora de ensino médio não dá muita importância para o tema, trabalha com aulas expositivas não discutindo a questão religiosa com os alunos, logo se conclui que a mesma não proporciona a processo de construção do conhecimento.


PROCEDIMENTOS DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA

As investigações nos livros didáticos de Geografia foram consideradas essenciais para este trabalho pelo fato da importância que possuem em transmitir conhecimentos aos alunos, mesmo que na ausência do professor, e também, pela sua utilização em sala de aula pela maioria dos professores.

Ao consultar os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) referentes a conteúdos de Astronomia aplicados à Geografia, verifiquei que os temas relacionados ao surgimento do universo e outros como formação do sistema solar, as galáxias e estrelas, não estão propostos para serem apresentados como conteúdos nos livros didáticos de Geografia.

Os temas de Astronomia aplicados a Geografia que são apresentados nos PCNs vem com a seguinte proposição: "planeta terra a nave que viajamos, as águas e o clima, circulação atmosférica e estações do ano, pontos cardeais, orientação e medição cartografia e os sistemas de orientação espacial''.

Neste momento não vem ao caso fazer uma investigação do motivo pelo qual alguns autores decidiram abordar alguns conteúdos que não constam nos PCNs, o interessante é que o tema surgimento do universo está contido em alguns livros didáticos de Geografia que são utilizados por alunos e professores, e que, o tema surgimento do universo desperta curiosidade nos alunos.

Para esta parte da pesquisa, não se objetiva fazer análises críticas sobre o tema surgimento do universo que trazem os livros didáticos de Geografia escolhidos, neste trabalho, a idéia é comparar primeiramente os conteúdos oferecidos nos livros didáticos de Geografia das 5ª séries sobre o tema "surgimento do universo, visando realçar o que existe em comum e possíveis divergências, para, a seguir realizar o mesmo procedimento com os livros didáticos do 1° ano do ensino médio, e posteriormente, se pretende comparar, como os autores pedagogicamente apresentam seus textos, o grau de evolução na abordagem dos conceitos.

Para escolha dos livros didáticos de Geografia de 5ª série (6º ano) do ensino fundamental, de principio foi feita uma investigação na cartilha que o Estado oferece para os professores trabalharem em aula. Sendo contato do que a mesma não traz discussões a respeito do tema surgimento do universo, foram escolhidos três livros encontrados comumente em bibliotecas: ?'Geografia Espaço e Vivência'', elaborado por Levon Boligian, Rogerio Martinez, Wanessa Garcia e Andressa Alves, ?'Geografia Homem e Espaço'', elaborado por Elian Alabi Lucci e Anselmo Lazaro Branco e o livro ?'Geografia do Mundo Fundamentos'', elaborado por Marcos Bernardino de Carvalho e Diamantino Alves Pereira.

Para a escolha dos livros didáticos do 1° ano do ensino médio foram feitos os mesmos procedimentos investigação, do material que o professor trabalha em aula (Apostila Universitário, elaborada por Arnaldo do Dinis, ano 2010), sendo constatado que não aparece discussão a respeito do surgimento do universo. Logo também foram escolhidos três livros de Geografia que abordam assuntos do ensino médio facilmente encontrados, "Geografia Geral e do Brasil" estudos para compreensão do espaço, elaborados por James Onnig e Ivan Lazari, "Geografia Geral e do Brasil" 2 ed. edição, elaborado por Paulo Roberto de Moraes e o livro "Geografia": série novo ensino médio, elaborados por Lúcia Marina de Almeida e Tércio Barbosa Rigolin.


O que trazem os livros didáticos de 5ª série (6° ano) do ensino fundamental referentes ao surgimento do universo

No livro ?'Geografia Espaço e Vivência'', os autores não abordam o tema surgimento do universo, porém explicam a origem da terra e do sistema solar.

O texto referente ao tema diz que se acredita que os planetas e outros astros existentes no sistema solar surgiram de porções de poeira e gás desprendidas do sol a cerca de 4,6 bilhões de anos.

Diz que essa estrela evoluiu a partir de uma grande nebulosa de gases composta, sobretudo de hidrogênio e hélio e de elementos sólidos como gelo, ferro, e outros minerais. Diz que a princípio, a nebulosa apresentava-se como um imenso disco chato e gigante e em um determinado momento, parte da nebulosa começou a desprender vários anéis, que formaram uma serie de aglomerações. Algumas dessas aglomerações concentraram partículas sólidas dando origem aos planetas, Mercúrio, Venus, Terra e Marte. Outros condensaram porções maiores de gases formando Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Diz que a origem de plutão foi diferente, acredita-se que ele foi um antigo satélite de Netuno que ganhou órbita própria.

No livro ?'Geografia Homem e Espaço'', não há a concepção de surgimento do universo e sim de como se formou o planeta Terra.

Segundo o texto contido no livro, a teoria mais aceita pelos cientistas é que no início da formação do sistema solar por volta de cinco bilhões de anos atrás, a terra era uma grande bola incandescente e com passar de vários milhões de anos, essa bola foi se resfriando, aos poucos se solidificou na sua parte externa, formando o que chamamos de litosfera, cuja superfície habitamos.

No livro "Geografias do Mundo" Fundamentos, o livro traz um texto cujo tema é ?'Na origem de uma grande explosão'' trazendo uma discussão sobre o surgimento do universo.

Segundo o texto, o universo, a terra, as diversas manifestações de vida e a própria cultura humana são fatos e fenômenos que surgiram e se desenvolveram ao longo de milhares, bilhões de anos. Que quando falamos de nossas origens e das origens de tudo que nos cerca, é preciso recorrer à imaginação, pois se trata de dimensões de tempo, de espaços e distâncias, sobretudo quando tratamos do universo que vão além das referências de nossas experiências de vida.

Posteriormente o texto traz uma pergunta: Como compreender o exato significado de um período de tempo equivalente a 4,5 bilhões de anos (a idade do planeta terra) se a duração da vida humana, em média, não chega aos cem anos?

Em seguida o texto aborda que, além disso, são muito pouco precisas as explicações conhecidas para a origem da vida, do universo ou do próprio homem, portanto, quando se trata de explicar nossas origens, teremos que usar muita imaginação e lidar com a imprecisão e incerteza. Que mesmo assim, vale à pena conversarmos sobre esses temas, pois são as explicações e teorias científicas que apesar das imperfeições, permitem entender vários aspectos que observamos nas diversas paisagens.

Segundo o texto, para prosseguir nessa viagem de imaginação, deve-se considerar que a idade estimada do universo é de 15 bilhões de anos e que a explicação mais aceita para sua origem, foi uma grande explosão, Big Bang em inglês.

Diz que por uma razão ainda não muito bem estabelecida, acredita-se que há 15 bilhões de anos toda matéria presente no universo aglutinou-se em um único ponto do espaço, que a concentração de energia e pressão resultante desencadeou uma explosão tão poderosa, e seus efeitos ainda se fazem sentir. Assim, tudo quanto conseguimos observar no céu, a olho nu ou com ajuda de sofisticados telescópios, são agrupamentos de fragmentos ou são resíduos produzidos por essa explosão original. Que os movimentos desses fragmentos e resíduos, na verdade, estrelas, planetas, cometas, satélites e etc, se afastam ou se aproximam uns dos outros, também podem ser atribuídos ao impulso inicialmente desencadeado pelo próprio Big Bang.

Afirma o texto que é curioso constatar que as disposições e movimentos ordenados e sincronizados dos astros tenham se originado de uma grande explosão, que em geral associam-se explosões com desordem e destruição, mas no caso da historia do universo é preciso fazer outro tipo de associação: Big Bang ordem e criação.

Afirma o texto que entre a grande explosão inicial e o aparecimento de nosso planeta, segundo calculam os astrofísicos, teriam se passado cerca de 10 bilhões de anos. Que foi o tempo necessário para que se formassem as estrelas, os planetas, os satélites, os cometas e tudo mais que constitui o universo.

Diz que no inicio no momento do Big Bang, tudo se resumia a uma massa compacta de toda matéria universal. Que nesse universo, não era possível distinguir ou diferenciar conjuntos nem observar nada do que acostumamos ver em qualquer céu noturno, desde que nuvens de poluição e luminosidade não atrapalhassem.



O que há em comum e o que se diferencia nos livros


didáticos de Geografia de 5ª série (6° ano).


Ao comparar os textos que os autores trazem em seus livros, apenas o livro Geografias do mundo fundamentos, possui um texto que aborda diretamente o surgimento do universo. No livro Geografia Espaço e Vivência, os autores explicam a origem do planeta terra e do sistema solar, e no livro, Geografia Homem e Espaço o autor explica como se formou o planeta terra.

Percebe-se que cada autor vê como necessário explicar origens, a partir de um determinado período de tempo, no qual acredita que seja necessário o ponto de partida para que os leitores (alunos) tenham a noção de sua existência.

Observando os fundamentos teóricos que possuem os três livros, percebe-se que os mesmos possuem em comum, fundamentos teóricos partindo da concepção de natureza moderna, onde o mundo é explicado matematicamente.
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Em relação à pedagogia, considerando como os autores apresentam os conteúdos, comparando o livro Geografias do Mundo Fundamentos, com os outros dois livros apresentados, nota-se que os autores do livro Geografias do Mundo Fundamentos, possuem certa preocupação com o público no qual se destina o livro, ao apresentar o tema surgimento do universo quando diz:


"O universo, a terra, as diversas manifestações de vida e a própria cultura humana são fatos e fenômenos que surgiram e se desenvolveram ao longo de milhares, bilhões de anos. Quando falamos de nossas origens e de tudo que nos cerca, é preciso recorrer à imaginação, sobretudo quando tratamos de universo, que vão além das referencias de nossas vidas".

Os autores tentam de uma maneira didática trazer o tema surgimento do universo comparando-o com surgimentos em menores escalas para que os leitores (alunos) tenham dimensão dos acontecimentos.

Nos outros dois livros, os autores começam seus textos diretamente com as teorias dizendo (Acredita-se que os planetas...), e, (A teoria mais aceita pelos cientistas...) e no livro Geografias do Mundo Fundamentos os autores vêem como necessário, recorrer à imaginação devido à complexidade do tema.

Outro fato que se diferencia dos outros dois livros apresentados que está contido no livro Geografias do Mundo Fundamentos, é que os autores tentam dialogar com o leitor quando dizem:

"Como compreender o exato significado de um período de tempo equivalente a 4,5 bilhões de anos (a idade do planeta terra) sendo que a duração da vida humana em media não chega há cem anos?". Os outros livros não trazem diálogos com os leitores.

No livro Geografia do Mundo Fundamentos os autores se preocupam em não trazer a teoria como verdade absoluta:

"Para explicar nossas origens temos que lidar com a imprecisão e incerteza, que por mais que existam teorias não significam que elas sejam verdadeiras".

Antes de começar com a explicação dos conteúdos, os autores possuem certos cuidados em mostrar a teoria como verdade. Percebe-se que os autores procuram desenvolver nos alunos o senso de questionar como os conceitos são apresentados, nos outros livros não há essa preocupação por parte dos autores.

Quando os autores do livro Geografias do mundo fundamentos dizem, "Assim, tudo quanto conseguimos observar no céu, a olho nu ou com ajuda de sofisticados telescópios, são agrupamentos de fragmentos ou são resíduos produzidos por essa explosão original", observa-se que os mesmos tentam relacionar o conteúdo com o contexto próximo ao dos leitores (alunos), possibilitando que observem astros existentes no céu e relacionem com o conteúdo que traz o livro.

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O que trazem os livros didáticos de Geografia do 1° ano do ensino médio referentes ao surgimento do universo

No livro "Geografia Geral e do Brasil" estudos para compreensão do espaço, elaborados por James Onnig e Ivan Lazari, apresenta um texto referente ao surgimento do universo. Diz que a teoria mais aceita para explicar a formação da terra sugere que ela teve origem em uma explosão cósmica, Big Bang.

Afirma que, segundo cálculos efetuados a partir de imagens enviadas por uma sonda espacial em 2003, o Big Bang teria ocorrido há 13,7 bilhões de anos, com margem de erro de 1%. Que nessa explosão, a matéria que estava extremamente condensada se espalhou pelo universo e, incandescente a altas temperaturas, deu origem a todos os corpos celestes, inclusive nosso planeta.

Como a terra perdia temperatura rapidamente, as camadas superficiais solidificaram-se dando origem a crosta terrestre.

No livro Geografia, série novo ensino médio, elaborados por Lúcia Marina de Almeida e Tércio Barbosa Rigolin os autores apresentam um texto dizendo que hoje, o que se conhece sobre a formação do universo é que teria ocorrido há cerca de 13 a 15 bilhões de anos. Que no início todos os planetas estavam apertados em uma espécie de embrião cósmico, extremamente quente talvez mil vezes maior que o Sol.

Afirma que o parto dos astros teria se dado na famosa grande explosão ou Big Bang. Diz que no Big Bang, tudo o que existe no espaço teria sido lançado para fora inclusive a terra. Afirma que nosso planeta é um corpo celeste, que, juntamente com outros oito planetas, gira ao redor do Sol.

Diz que o sistema solar, composto pelo sol e por um conjunto de astros que se movimenta em torno dele, faz parte de uma galáxia denominada Via Láctea, que possui inúmeras outras estrelas.

Segundo os autores, foi justamente a descoberta feita em 1929 pelo astrônomo americano Edwin Hubble, de que as galáxias estão se afastando que permitiu essa explicação para a formação dos planetas. Diz que, se as galáxias estão se afastando, é porque deviam ter estado juntas, quando tudo começou.

No livro "Geografia Geral e do Brasil", elaborado por Paulo Roberto de Moraes o autor diz que o século XX se caracterizou pela aceleração do conhecimento humano e pelos avanços tecnológicos, permitindo que muitas das questões até então restritas ao campo investigativo fossem comprovadas. Diz que alta tecnologia, pesquisas e inovações em instrumentos no campo astronômico, como telescópios gigantes que fornecem informações precisas e detalhadas, tem sido fundamentais para tentarmos montar o intrincado quebra cabeça do universo.

Segundo o autor, existem algumas teorias sobre a criação do universo e a mais aceita nos meios acadêmicos é a do BIG BANG ou Grande Explosão, formuladas por astrônomos e físicos no principio do século XX. Afirma que segundo essa teoria, o universo surgiu devido a uma enorme explosão ocorrida há aproximadamente 15 bilhões de anos.

Diz que grande parte dos cientistas acredita que toda energia e matéria do universo estavam concentradas, formando uma pequena esfera, extremamente densa e quente, composta originalmente por hélio e hidrogênio. Que em um dado momento, sem que se consiga precisar e explicar por que esse ovo cósmico explodiu com uma intensidade inimaginável, lançando matéria em todas as direções. Após esse momento inicial, uma infinidade de matéria fragmentada formou os agrupamentos de galáxias que compõe o universo. Afirma que segundo essa teoria, o universo ainda está se expandindo e essa seria uma prova de sua origem a partir de uma fragmentação inicial.


O que há em comum e o que se diferencia nos livros didáticos de Geografia de 1° ano do ensino médio

Observando os fundamentos teóricos que possuem os três livros, percebe-se que os mesmos possuem em comum, também fundamentos teóricos partindo da concepção de natureza moderna, onde o mundo é explicado matematicamente.

Nota-se em comum nos três textos a discussão a respeito do Big Bang, porém, as informações existentes nos textos se diferenciam quanto à abordagem do tema, onde cada autor vê como necessário levar informações que sejam importantes para que os leitores tenham a noção do tema (surgimento do universo).

No livro "Geografia Geral e do Brasil" o autor antes de abordar o tema surgimento do universo faz uma breve contextualização do século XX, justificando que a aceleração do conhecimento e as tecnologias permitiram que muitas questões do campo investigativo fossem comprovadas.

Nota-se que o autor propõe para o leitor a contextualização do atual período no qual estamos vivendo e a importância para as grandes descobertas, ou seja, antecede o tema surgimento do universo com uma discussão humana na tentativa de comprovar as teorias. Diferente dos outros dois livros que foram apresentados onde os autores começam seus textos partindo diretamente da teoria do Big Bang.

Em cada texto apresentado os autores especulam uma data aproximada da teoria do Big Bang.

No livro "Geografia Geral e do Brasil, estudos para compreensão do espaço", o autor apresenta a ocorrência do Big Bang há 13,7 bilhões de anos e a justifica dizendo que os cálculos foram efetuados a partir de imagens enviadas por uma sonda espacial em 2003. No livro Geografia Série Novo Ensino Médio, o autor especula que a formação do universo teria ocorrido a cerca de 10 e 15 bilhões de anos, e no livro Geografia Geral e do Brasil o Big Bang teria acontecido a aproximadamente 15 bilhões de anos.

Podemos dizer que o autor do livro "Geografia Geral e do Brasil, estudos para compreensão do espaço", ao citar a data do Big Bang se preocupa em mencionar a fonte na onde obteve a informação, podendo dar segurança para os leitores (alunos), pois existem diversas estimativas de quando ocorreu o Big Bang.

No livro "Geografia Geral e do Brasil, estudos para compreensão do espaço", o autor traz em seu texto uma explicação muito mais resumida sobre o surgimento do universo. Apenas informa o tempo que ocorreu o Big Bang, que foi uma explosão de matéria incandescente a altas temperaturas condensada que se espalhou pelo universo. Nos outros livros os autores se preocupam em informar como ou quem justificou a teoria do Big Bang, ou, o que havia antes da mesma.

No livro "Geografia Série Novo Ensino Médio" e no livro "Geografia Geral e do Brasil" os autores em seus textos justificam a prova do acontecimento do Big Bang.

No primeiro, a justificativa da ocorrência do Big Bang é que as galáxias estão se afastando e por isso, deveriam ter estado juntas, informa o ano da descoberta 1929 e o astrônomo que a descobriu Edwin Hubble.

No segundo, o texto apenas afirma que o universo esta se expandindo e que seria a prova de que houve a concentração de matéria.

No livro "Geografia Geral e do Brasil" estudos para compreensão do espaço, os autores não trazem esse tipo de informação.

Observa-se que no livro "Geografia Geral e do Brasil", o autor de uma maneira mais detalhada em relação aos outros dois livros autores explica como aconteceu o Big Bang, afirma que toda energia e matéria estavam concentradas formando uma pequena esfera densa e quente originalmente composta por hidrogênio e hélio, que sem uma explicação precisa explodiu. No livro "Geografia Série Novo Ensino Médio" no texto consta que todos os planetas estavam apertados em uma espécie de embrião cósmico, que parte dos astros teria se dado no Big Bang, que tudo que existe no espaço teria sido lançado para fora inclusive a terra. No livro "Geografia Geral e do Brasil" estudos para compreensão do espaço, o autor apenas diz que o Big Bang foi uma explosão cósmica.

No livro "Geografia Série Novo Ensino Médio", o autor em seu texto não traz apenas conteúdos referentes ao surgimento do universo, "nosso planeta é um corpo celeste, que, juntamente com outros oito planetas, gira ao redor do sol. O sistema solar, composto pelo sol e por um conjunto de astros que se movimenta em torno dele, faz parte de uma galáxia denominada Via Láctea, que possui inúmeras outras estrelas.
Percebe-se que o autor apresenta uma tentativa de fazer com que o leitores tenham a noção de localização no universo. Nos outros dois livros não aparecem essa tentativa de localização.

O que há em comum e o que se diferencia nos livros didáticos de Geografia, conclusão.

"O enciclopedismo contribuiu para a abstração crescente do discurso geográfico ao mesmo tempo que alienou o tédio das gerações de alunos que classificam a Geografia entre as matérias de memorizar".
Podemos dizer que o enciclopedismo ainda contribui para a abstração do conhecimento geográfico. Os conteúdos que trazem os livros didáticos que forram apresentados neste trabalho em sua grande maioria são enciclopédicos e podemos destacar como enciclopédicos os livros de 5ª séries, Geografia Homem e Espaço, Geografia Espaço e Vivência, os livros de 1° ano do ensino médio Geografia Serie Novo Ensino Médio e Geografia Geral e do Brasil estudos para compreensão do espaço.

Os tais livros mencionados fogem de propostas em que estudiosos da educação discutem atualmente como exemplo, os conteúdos não devem ser fragmentados, pois a fragmentação impede o raciocínio lógico capaz de dar conta do objeto que deve se tratar, (Helena Copetti Callai, A Geografia e a escola).

Sendo mais especifico com referencia as práticas dos professores de Geografia, segundo Ariovaldo U. de Oliveira em seu texto contido no livro "Para Onde Vai o Ensino de Geografia", afirma que os professores e os alunos são treinados a não pensar sobre o que é ensinado e sim repetir, pura e simplesmente o que é ensinado, eles não participam da construção do conhecimento.

Podemos observar e destacar o livro "Geografias do Mundo" fundamentos, elaborados para 5ª séries e o livro Geografia Geral e do Brasil, pelo fato de se diferenciam dos demais livros em não ser enciclopédicos, pois neles os autores se preocupam em dialogar com os alunos, não expor a teoria como verdade absoluta, usar a imaginação e outras práticas pedagógicas, como é o caso do livro "Geografias do Mundo" fundamentos e no livro Geografia Geral e do Brasil onde o autor antes de expor a teoria contextualiza o atual período globalizado no qual estamos vivendo, portanto, quando Ariovaldo diz que a grande maioria dos livros didáticos são enciclopédicos sua afirmação se confirma nessa pesquisa, pois dos seis livros escolhidos dois como os mencionados anteriormente não são enciclopédicos.

Por mais que a maioria dos os livros foram considerados enciclopédicos, não significa que os mesmos não possuam informações que sejam necessárias para os alunos, e que os autores não se preocupam em trazer os conteúdos de uma maneira clara para que os mesmos tenham clareza e consigam absorver os conceitos.

Podemos citar como exemplo o livro "Geografia Geral e do Brasil" estudos para compreensão do espaço, onde o autor ao mencionar a data de ocorrência do Big Bang, justifica a fonte na qual obteve a informação devido às inúmeras datas existentes, e se os alunos aprenderem a realizar esse exercício, teriam mais segurança na busca do conhecimento e justificariam seus argumentos.

Outra informação que pode ser observada está contida no livro "Geografia Série Novo Ensino Médio", o autor explica a teoria do Big Bang e faz a localização do planeta terra no universo propondo a que os alunos tenham a dimensão do conceito que esta sendo apresentado.

Logo se conclui que os livros didáticos não suprem todas as necessidades dos alunos, pois cada livro possui suas particularidades no intuito de contribuir no processo de aprendizado. Por mais que os livros didáticos sejam enciclopédicos, podem trazer informações que são interessantes e ajudem os alunos no aprendizado.

De todos os livros didáticos apresentados o livro "Geografia do Mundo" fundamentos elaborado para 5ª série do ensino fundamental, em relação à pedagogia e informações sobre a teoria do surgimento do universo Big Bang, é o que mais se completa com as propostas dos estudiosos da educação, ao ser comparado com os demais livros didáticos. Os autores se preocupam com a faixa etária dos alunos e faz com que os mesmos recorram à imaginação, tentam dialogar com os alunos no texto, faz uma abordagem crítica da teoria, porém, diz que as mesmas nos permitem entender elementos da paisagem. Quando os autores apresentam a teoria do Big Bang, fazem um breve comentário de como aconteceu à explosão e suas consequências, entre outras informações.

Nos demais livros apresentados, não se há a quantidade de conceitos e como os mesmos são trabalhados como os apresentados neste livro.

Nota-se que houve uma inversão quanto ao grau de evolução dos conceitos onde se esperava que os livros de 1° anos do ensino médio teriam maiores números de informações e discussões, e que neste caso, o livro didático de geografia de 5ª série do ensino fundamental possui maior grau de evolução nos conceitos, é o que mais atende as necessidades dos alunos além de ser o que mais atende as propostas dos profissionais da educação.

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Autor: Rafael Rodrigo Da Silva


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