Artigo: Massacre em Realengo: Primeiras Considerações



Artigo: Massacre em Realengo: Primeiras Considerações

Roberto Ramalho é jornalista, advogado, e estudioso em matéria de assuntos educacionais e criminológicos

O comportamento do ex-estudante Wellington Menezes de Oliveira, 24, que invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro onde ele estudou na citada Escola e onde realizou cerca de 60 disparos matando 12 crianças, entre elas 10 meninas e deixando mais 12 feridas pode ter sido reflexo de bullying, além de ser atrelada à esquizofrenia, doença mental que se caracteriza pela ruptura com a realidade e que causa surtos psicóticos.

O atirador, que após ser baleado por um policial militar que o abordou preferiu cometer suicídio logo após o massacre a se entregar vivo.
Segundo relatos de vizinhos e de amigos da Escola Municipal Tasso da Silveira onde estudou ele era considerado uma pessoa calada, por ter um comportamento estranho, sendo considerado completamente maluco e ainda, que era perceptível na sala de aula que ele tinha algum tipo de distúrbio psiquiátrico.

Na época em que estudou na Escola ele recebeu o apelido de Sherman, em referência ao famoso nerd interpretado pelo ator Chris Owen no filme "American Pie e também era chamado de "swing", pois mancava de uma perna.

Pessoas que estudaram com Wellington afirmaram que ele tinha um comportamento estranho e que procurava ficar sempre isolado sem interagir com os colegas.

A rotina do atirador Wellington Menezes de Oliveira nos oito meses que antecederam o ataque a estudantes da Escola Tasso da Silveira está sendo investigada pela Polícia Civil.

De acordo com levantamentos preliminares realizado pela Polícia Civil, é considerada prioridade a identificação dos integrantes de um suposto grupo extremista do qual o atirador teria feito parte, como sugerem textos encontrados num caderno e numa carta que estava em sua casa.
Nos textos encontrados, ele escreve que fazia parte de um grupo, cita o atentado de 11 de setembro como exemplo e destaca que há sites na internet que ensinam como fazer bombas e como conseguir recursos para comprar munição e explosivos.

Porém, a polícia não descarta a possibilidade de as informações nos escritos de Wellington serem delírios resultantes de problemas mentais.
O material recolhido pela PC na casa do criminoso mostra ainda que Wellington tentou se inscrever num curso de tiro.

Entre os escritos, há muitas referências religiosas, principalmente do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão e sinais de tendência suicida. Além do mais, em alguns trechos, ele afirma passar quatro horas por dia lendo partes do Alcorão. No mesmo texto ele menciona o atentado terrorista de 11 de setembro 2001, em Nova Iorque e Washington.

Um vídeo veiculado ontem (12.04.11) pelo Jornal Nacional mostra o assassino planejando o crime dois dias antes de praticá-lo.

Entretanto, em uma nova leva de vídeos de Wellington Menezes de Oliveira, 23, divulgada pela polícia revela que o bullying é assunto central das tentativas do atirador de justificar o ataque na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio.

O Ex-aluno Wellington da escola municipal onde assassinou 12 crianças e depois se matou, dias atrás, faz várias referências nas gravações a "fiéis" e "infiéis". Porém, não se trata, de uma divisão religiosa como muitos podem pensar. "Fiéis" ou "irmãos" são os que, como afirma Wellington, sofriam bullying. "Infiéis" e "fornicadores" são os que praticariam o bullying ou compactuam com ele.

Consternado com a tragédia que se abateu na em Realengo onde foram assassinadas as crianças, o papa Bento XVI enviou por intermédio do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone uma mensagem de solidariedade às vítimas do massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira e a toda a população carioca ao arcebispo do Rio de Janeiro Dom Orani João Tempesta,

No documento, o Papa Bento XVI se declara "profundamente consternado" com o ataque contra "crianças indefesas" e convocou a população da cidade carioca a repudiar a violência e a construir uma sociedade "fundada sobre a justiça e o respeito pelas pessoas".

O Sumu Pontífice também pede que a esperança faça prevalecer "o perdão e o amor sobre o ódio e a vingança" e abençoa as vítimas.

Leia a íntegra da mensagem enviada pelo Vaticano:

"Profundamente consternado pelo dramático atentado realizado contra crianças indefesas em um colégio municipal no bairro do Realengo, Sumo Pontífice deseja assegurar através de Vossa Excelência Revma sua solidariedade e conforto espiritual às famílias que perderam seus filhos e toda a comunidade escolar com votos de pronta recuperação dos feridos. O Santo Padre convida todos os cariocas, diante desta tragédia, a dizer não à violência que constitui caminho sem futuro, procurando construir uma sociedade fundada sobre a justiça e o respeito pelas pessoas, sobretudo os mais fracos e indefesos. Em nome de Deus para que a esperança não esmoreça nesta hora de prova e faça prevalecer o perdão e o amor sobre o ódio e a vingança, Sua Santidade Papa Bento XVI concede-lhes uma confortadora Bênção Apostólica."

Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano

Nota: Esse artigo ainda deverá ter uma continuidade, só que agora com uma análise sociológica, jurídica e psicológica. Aguardem!

Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti


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